Capítulo 9 Brigas
Carmen
Assim que cheguei no casarão, resolvi sair, trabalhar um pouco no campo, com os cavalos, com o gado, com qualquer coisa que me tirasse a tensão. Encontrei Joaquim assim que cheguei a varanda, ele estava a minha procura.
--Carmen, acabo de voltar da cidade, passei na agropecuária depois que deixei os meninos na escola, pra comprar algumas coisas que precisávamos aqui na fazenda, e encontrei com a dona Juliana.
Juliana era uma das mulheres que eu saia esporadicamente, ela era linda, gostosa, rica, o problema é que ela é egoísta, mesquinha, esnobe demais, e não aceitou muito bem o fato de ser apenas uma diversão pra mim. Não que eu fosse do tipo que se diverte à custa dos sentimentos alheios, muito pelo contrário, sempre quis amar, descobrir o que era viver para uma única pessoa, pela felicidade de uma única pessoa, e por isso deixava claro a todas as mulheres que saia, que seria apenas momento e nada mais. Porém Juliana não entendeu, não aceitou o fato de eu não querer nada sério com ela, pra poder estar disponível ao amor quando ele batesse em minha porta, e desde então tem "empatado" a minha vida, dizendo que eu não encontraria ninguém melhor que ela.
--E..?
--E ela disse que se você não estiver dentro de uma hora na casa dela, ela lhe fará uma visita aqui na fazenda, pois você não tem atendido aos seus telefonemas.
--Diabos.
--Kkkk Quem mandou se envolver com a toda poderosa filha do prefeito?
--Te catar Joaquim.
Deixei o Joaquim que além de colega de trabalho, era um grande e fiel amigo, rindo da minha cara ali mesmo, e fui ao encontro de Juliana Albuquerque.
Ao chegar na sua casa, Juliana logo veio me abraçando, me beijando, me instigando. E além dela ser linda, sexy e convincente, eu ainda estava com aquela sensação de "desejo reprimido" em relação a Elisandra, então, me entreguei aos beijos e carícias de Juliana.
Após ter avisado mamãe que estava com Juliana, passei o restante do dia e parte da noite com ela. Não era nenhum sacrifício dividir a cama com aquela mulher, mas depois do sex* sempre vinham as cobranças, que me irritava totalmente e a afastava cada vez mais "sentimentalmente" de mim.
Cheguei no casarão por volta da uma e meia da madrugada, estava cansada, Juliana tirara as minhas forças físicas e emocionais. Entrei sem dar-me ao trabalho de acender as luzes, já estava ao pé da escada quando ouvi a voz de Elisandra ali na sala no escuro.
--Divertiu-se bastante?
* * * *
Elisandra
Precisava conversar com Carmen, sobre o que estava se passando com meus irmãos, e também sobre o pedido para mudá-los de escola, não que ela quem decidiria mas, gostaria de saber sua opinião. No entanto, eu estava enciumada com a novidade em relação à Carmen ter uma "namorada", e queria ver a cara dela depois de ter me beijado e então ter ido passar o dia com ela.
Estava sozinha na sala por volta das dez horas quando notei que meu celular estava sobre a mesa de centro, não o havia pegado nenhuma vez durante o dia. Ao olhar no visor vi que havia 13 chamadas perdidas de Fabrício e uma de minha mãe. Depois de ligar pra mamãe e conversar um tempão com ela, recebi mais uma ligação de Fabrício.
--Alô?!
--Elisandra, o que estava fazendo que não me atendeu antes?
--Oi pra ti também. Estava conhecendo a propriedade.
--E o que é que tem pra se conhecer num "sitiozinho"?
--Muitas coisas Fabrício.
--Runf, espero que não tenha nenhum capataz interessante por ai...
Sorri ao lembrar-me de Carmen.
--Ciúmes a essa hora?
--Sabe que eu te amo não é amor? Estou com saudade...
--Também.
--Quando volta?
--Ai Fabrício, já disse milhões de vezes que não sei...
--Nada mais te prende aí, já conheceu o cara, ele já morreu...já pode voltar pra casa, pra mim...pro nosso casamento.
--Fabrício...de novo?
--Precisamos falar sobre isso, é inevitável.
--Não é hora pra isso.
--Tudo bem, mas uma hora ou outra teremos que tocar nesse assunto.
--Outra hora.
--Tudo bem, o que está fazendo?
Esperando a "capataz" que me beijou como nunca você foi capaz de fazer, balancei a cabeça dissipando aqueles pensamentos.
--Estou ocupada... Com uns problemas aqui da fazenda, tenho que desligar...
--Mas já?
--Eu preciso.
--Me liga antes de dormir?
--Sim. Até.
--Boa noite amor, te amo ta?
--Também.
Larguei o celular sobre a mesa de centro, e deitei-me no sofá apagando as luzes da sala, e ali dormi esperando Carmen voltar.
Acordei com o barulho da camionete de Carmen, já havia gravado inconscientemente na memória, o barulho do motor se aproximando, sabia que era ela. Sentei-me no sofá, e vi quando ela entrou no escuro, seguindo direto para a escada, pensei em deixá-la subir e tardar nossa conversa mas não resisti.
--Divertiu-se bastante?
Carmen virou-se em minha direção.
--Elisandra?! O que faz aí?
Levantei e acendi o abajur que ficava entre nós, iluminando aquele ser divino que andava me atormentando.
--Esperava você pra resolver um assunto sério, mas a diversão deveria estar boa pra voltar uma hora dessas...
--Que assunto? O que aconteceu?
--Um problema com os meninos, mas podemos falar disso amanhã... Você deve estar cansada não é?
Ok, eu estava sendo irônica, e devia isso aos ciúmes que estava me tomando, ao imaginar Carmen nos braços da tal Juliana.
--Porque está falando assim Srta?
--Mas que droga! Para de me chamar de Srta...
--O que houve com você enquanto estive fora? Porque está irritada?
--Não estou irritada, só que eu achei que quando precisasse de você, você estaria aqui, e ao invés disso estava se esfregando numa qualquer por ai.
Carmen nada disse, ficou ali parada a poucos metros de mim, me olhando séria com aqueles olhos que eu tanto amava. Só ai percebi o quão alterada estava, o quão enciumada estava, tive vergonha de mim mesma, queria fugir daquele olhar que me hipnotizava, mas sequer consegui desviar os olhos dos de Carmen.
--Porque me provocas Elisandra?
--Porque eu quero.
Não tive tempo de dizer mais nada, Carmen avançou o espaço que havia entre nós, e tirou toda a irritação que havia em mim, com um beijo mais que urgente. Suas mãos me tomavam com força, sua boca me fazia delirar ao intercalar beijos e mordidas, no meu pescoço, eu estava entregue, mole, excitada, sabia que não era lésbica, assim como sabia que desejava ardentemente ter o corpo de Carmen no meu.
No entanto, quando Carmen já havia me posto sentada sobre o móvel que havia acostado na parede da sala, enquanto eu prendia sua cintura com as pernas e deixava que ela descesse com a boca, ao encontro dos meus seios, o celular mais uma vez tocou, quebrando o encanto do momento.
Fim do capítulo
Olá meninas. Espero que estejam gostando. Beijos
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