Cap. 11 – Juh – O passeio
Juh
Passava um pouco das dez quando Diego veio se despedir, Vanessa precisava viajar na manhã seguinte, agradeci a presença dos dois. Ela era bem legal, e eles estavam se dando muito bem, torcia pelo meu amigo irmão. Anny e Júlio estavam conversando com minha mãe, me aproximei de Layla perguntando:
– Quer passear comigo?
– Agora?
– Sim, a noite está agradável para um passeio, além disso, gostaria de te apresentar alguém especial!
– Quem seria? – parecia curiosa, sorri dizendo:
– Vamos e eu te mostro!
– Sim Capitã. – sorriu se aproximando e me deixando sem ação novamente perguntando sedutora: – Ou devo te chamar de Major agora?
– Pode me chamar do que você quiser! – sorri beijando seu rosto e estendendo minha mão que ela pegou e fomos para a garagem onde minha pequena de duas rodas estava, Layla me olhou intrigada e sorri dizendo: – Quero que você conheça a minha companheira de todos os dias!
– Uma bicicleta, sério? – me olhava sorrindo e ao mesmo tempo curiosa, concordei com a cabeça dizendo:
– Sim senhora, adoro ela, portanto vocês tem que se entenderem.
– Essa é uma condição? Porque já vou adiantando, meu histórico com elas – apontou para a minha bike receosa dizendo: – Não é das boas!
Sorri, ela parecia amedrontada, montei na bike e estiquei a mão dizendo:
– Eu protejo você! – me olhou e pareceu cogitar, mas aceitou minha mão dando a volta e vindo em minha direção hesitante, fiz com que montasse nela e segurei o guidom sussurrando em seu ouvido: – Vou te levar para uma viagem inesquecível.
– É sério Júlia, morro de medo de bicicleta!
Ela definitivamente estava com medo, passei a mão em seu rosto, quando fechou os olhos beijei a ponta de seu nariz perguntando:
– Confia em mim? – por alguns segundos ela permaneceu com os olhos fechados, mas quando me olhou disse decidida:
– Confio sim.
Sorri e peguei impulso com ela sentada em minha frente, seguimos conversando pela avenida até chegarmos a uma ciclovia na qual andamos alguns metros até chegarmos em uma praça onde paramos em um lugar mais afastado, descemos da bike deixando-a no bicicletário, peguei a mão da moça seguindo para um gramado onde me joguei deitada, sorriu se posicionando ao meu lado dizendo:
– Suponho que terei que me deitar com você também? – olhei para ela e sorri dizendo:
– Pode se sentar também se quiser, vem cá!
Me sentei estendendo a mão novamente que ela aceitou mais uma vez e se sentou ao meu lado, gentilmente passei a mão em sua cintura apenas para nos aproximarmos mais e logo tirei para ela não pensar que estava me aproveitando, cruzei os braços sobre a perna, ela passou a mão cruzando nossos braços, sorri com aquele gesto dizendo:
– Sobre ontem, quero que saiba que não costumo sair beijando as moças pelas madrugadas.
– Sei que não, você é muito nobre para isso.
– Acha que sou nobre?
– Sim eu acho, você se desculpa se acha que fez algo de errado e defende as pessoas exigindo respeitos para a mesma.
– Ah, mas isso não é nada! – e lá se vai meu rosto ficar vermelho novamente ela me tocou e sorriu dizendo:
– É disso que estou falando, você se envergonha quando lhe fazem um elogio e esconde sua humildade.
Sorri desviando os olhos dela, mas com o toque de seus dedos me fez olhá-la novamente, encostou seus lábios nos meus beijando de leve, passei meu braço por sobre suas costas aninhando-a em meu abraço e me deixei levar pelo beijo delicioso que ela me deu, depois ficamos em silêncio por algum tempo, pensando por algum instante perguntei:
– Seu pai sabe sobre você? – vi o questionamento em seus olhos e disse: – Sabe da sua orientação sexu*l*? – sorriu e demorou um pouco antes de dizer:
– Eu era casada com uma mulher, faz pouco mais de um ano que nos separamos.
– Sinto muito!
– Não sinta! – pegou minha mão e cruzou nossos dedos continuando: – Acho que vivemos bem nos primeiros dois anos, depois a rotina nos pegou e tudo foi ficando repetitivo. –suspirou olhando um grupinho de pessoas que passavam ali conversando e em segundos continuou: – No fim chegamos à conclusão que era melhor nos separarmos, antes que nos magoássemos. – fiquei olhando nossos dedos cruzados e perguntei interessada:
– Desculpa a pergunta, mas quanto tempo foram casadas?
– Tudo bem! – parou pensando e logo responde: – Cerca de quatro anos mais ou menos, isso contando o tempo de namoro.
– Entendi, não quis ser invasiva! – sorriu balançando a cabeça dizendo:
– Não foi, não se preocupe, se quiser pode me perguntar qualquer coisa, contanto que eu tenha esse mesmo direito. – sorri concordando e dizendo:
– O que quer saber?
– Simples, – olhei e ela entrou em meus olhos perguntando séria: – Porque ainda não arrumou uma namorada, sendo tão doce e cativante? – joguei a cabeça para trás sorrindo, ela me cutucou provocando: – Deve ter uma namorada em cada esquina néh?
– Moça, pode perguntar para qualquer pessoa que me conheça que ela vai dizer a você que nunca me viu namorando!
– Mentira?
– Sério, outro dia estava conversando com Diego e ele mesmo me lembrou de um namoro que eu tive, de três anos.
– Olha aí, as verdades aparecendo!
– Sim, e isso foi no colegial e nem lembro direito porque terminamos, acho que ela foi embora e bom... Já viu néh, namoro de adolescente a distância não ia durar muito. Depois entrei para a corporação, e cursos atrás de cursos não sobrava tempo para sair e namorar.
– Não estou acreditando em você. – era difícil mesmo acreditar, mas era a realidade e sorri dizendo:
– Pergunte para a casamenteira da minha irmã que ela lhe dirá os fracassos que foram os encontros que me arrumava.
– Anny é sua casamenteira? – dessa vez ela quem estava gargalhando ao meu lado, deitei cruzando os braços atrás da cabeça olhando para o céu estrelado e fui dizendo:
– Nunca rolou nada além de alguns beijos com as moças que minha irmã apresentava, elas eram muito melosas sabe, ou exigente demais. Gostavam da atenção que meu trabalho as vezes dá, algumas delas não me queria por ser eu. E minha timidez sempre atrapalhava, então resolvi deixar o destino se encarregar disso por mim.
– Não sente necessidade de ter alguém ao seu lado? – deitou ao meu lado apoiando o braço em meu peito e me olhando nos olhos, me perdi naquele negro e disse:
– Sei que um dia ela irá aparecer! Isso se já não apareceu. – sorri tocando seu rosto continuando: – Mas, ela terá que me aceitar do jeito que sou, do contrário vou continuar a me dedicar ao trabalho. – desviei nossos olhares e olhei para o céu. Podia apostar que tinha visto uma estrela cadente, fechei meus olhos e fiz um pedido, senti ela me balançando e dizer:
– Oiie? Você dormiu? – abri os olhos e disse sussurrando:
– Acabei de ver uma estrela cadente, estava fazendo um pedido!
– Sério? – olhou para o céu e depois para mim sorrindo.
– Sim, vai que ela resolve realizar meu desejo?
– Fala para mim qual o seu desejo que talvez eu realize ele para você?
Tirei um dos braços de trás da cabeça passando de leve meus dedos pelo rosto dela e levantei fazendo com que ela deitasse na grama, disse olhando em seus olhos:
– Pedi para ela me dar ousadia para beijar a moça mais linda dessa cidade!
– É mesmo? E onde está essa moça? – sorri olhando em volta, apontei para um grupinho de garotas que passavam ali e disse para provocar:
– Aquela loira lá, se me der licença acabei de criar coragem.
– Volte aqui. – me puxou para ela e me perdi em seus olhos novamente, fui aproximando de seus lábios e nos beijamos, ela enfiou os dedos em meus cabelos me fazendo arrepiar com aquele simples toque, quando nos separamos sussurrei entre nossos lábios:
– Seus beijo são viciantes!
– Que bom que acha isso, vou usá-los a meu favor!
– Covardia isso hein.
– Não acho não! – ela parou ainda acariciando meu rosto e cabelos, segundos depois me olhou dizendo: – Sabe, adorei saber que você é irmã da Anny, assim pude me aproximar mais fácil e sem assustar você.
– Me assustar? – olhei para ela divertida, séria disse:
– Todos que eu conheço e que conhecem você, me alertaram quanta a sua “timidez” por assim dizer, e cada vez que conversava com alguém que me falava sobre você e até mesmo meu pai, me deixavam curiosa e ainda mais encantada. – tocou meus lábios com os dedos sorrindo e continuou: – Quando Anny me falou na festa que você estava perguntando sobre mim, fiquei tão feliz.
– Ela falou isso? – fiquei com vergonha agora, sabia que minha irmã não tinha papas na língua, mas falar sobre isso foi demais néh? No entanto ela me tranquilizou dizendo:
– Não fica brava com a sua irmã, eu estava perguntando sobre você para ela também e ela acabou comentando e meio que arranquei isso dela.
– Aí ela resolveu levar você para almoçar lá em casa. – sorri e ela me perguntou:
– Porque está sorrindo?
– Anny a “casamenteira” atacou novamente!
– Mentira? – dessa vez ela quem estava gargalhando, me deitei ao seu lado olhando para o céu dizendo:
– Devemos matá-la agora ou depois?
– Depende de você? – se inclinou sobre mim sorrindo, perguntei:
– Porque depende de mim?
– Depende se você vai querer ficar apenas nos “beijos” comigo?
– Ah, isso! – corei e ela sorriu dizendo:
– Não pretendo ficar só nos beijos com você, já vou alertando. Além disso: – ela se virou ficando por cima e disse: – Anny me convidou antes mesmo de me falar sobre você, e eu aceitei sem pensar duas vezes.
– É? – dessa vez eu quem passei minha mão em seu rosto traçando ele com meus dedos perguntando: – Porque não pensou?
– Porque mulher como você, não devemos deixar escapar assim pelos dedos.
– Está me cantando moça?
– Descaradamente! – olhei para ela e caí na risada, me empurrou e apoiou os braços novamente em meu peito olhando em meus olhos. Ficamos presa ali por alguns minutos, mas o cansaço começou a bater e como na noite anterior não havia dormido quase nada, disse:
– Está ficando tarde, o que acha de voltarmos e eu cumprir com o trato? – toquei seu rosto com a ponta de meus dedos e ela sussurrou entre meus lábios:
– Qual era o trato mesmo?
– Levar você em casa!
– Ah é, mas achei que fosse me convidar para dormir com você? – disse ousada mordendo meus lábios, olhei em seus olhos perguntando sincera:
– É isso que você quer? – ela me olhou por alguns segundos e depois sorriu dizendo:
– Não, prefiro do seu jeito! Não sei como é, mas tenho certeza que não irei me arrepender.
– Vejamos! – inspirei fundo e disse: – No meu jeito, nós não iremos pular etapas, como dormirmos juntas hoje, mas podemos dividir uma barca de açaí, aceita?
– Adoro! Quando iremos?
– Agora, conheço um lugar ótimo a caminho de casa.
Levantei e a puxei para meus braços, passei a mão em seus ombros e fomos caminhando, conversando e rindo, lancei um desafio dizendo que iria ensiná-la a andar de bike e ela foi taxativa no não, mas sorri, não era de desistir de desafios e não desistiria agora. Chegamos a sorveteria pedi a barca, que dividimos brincando com as frutas. Depois montamos na minha fiel escudeira e seguimos para minha casa, quando chegamos minha irmã estava saindo e ofereceu carona, mas ela agradeceu dizendo que eu iria levá-la.
Se despediu de minha família, peguei o carro e seguimos para sua casa. Levamos pouco mais de meia hora para chegarmos, a levei até a porta onde nos despedimos carinhosamente e marcamos de almoçarmos juntas no dia seguinte, voltei para a minha casa, onde tomei um banho gelado e caí na cama quase que desmaiada.
Fim do capítulo
Hei meninas, o que acharam da atitude da Juh?
Bom, voltaremos na próxima semana, se eu conseguir um tempinho apareço no FDS para deixar um caps para vcs, mas não prometo...
Espero que estejam curtindo... S2
Bjs a todas, fiquem em paz
Bia
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