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Linha Dubia por Nathy_milk

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Palavras: 5270
Acessos: 2803   |  Postado em: 13/03/2019

Capítulo 49

Cap 49 - fernanda

     

Depois que finalmente consegui descer do carro, subi na calçada da area de embarque e minhas pernas travaram. Não foi um travar de “ me dá um minutinho, já passa”, travou mesmo,  e eu fiquei ali, com as pernas sem conseguirem mexer, com o carro da Carol parado ali e com ela me olhando. Minha cabeça voo a tantos lugares naquele milésimo de segundo, foi a Trás os montes quando nos conhecemos, foi ao dia que ela entrou no hotel toda estrupiada, simplesmente não posso ir embora, mas preciso.

A carol percebeu a situação e como sempre me surpreendeu. Desceu toda calma do carro, rindo de mim, na verdade sorrindo e sacudindo a cabeça, como se falasse: não, não, não.

- Eu travei, não consigo ir.

- Fer, meu amor, pode parar com isso. Seja forte. Você precisa ir para Portugal, não tem nada de errado nisso.

- Claro que tem. Você acabou de sair de um sequestro, está toda assustada, precisa de carinho. Estou me sentindo muito mal em te deixar aqui.

- Eu já estou bem melhor, vou conseguir superar 2 ou 3 semanas longe de você.

- Mas eu não vou.

- Fernanda, para com isso. A gente namora, só vamos ficar longe um tempinho, vai ser até saudavel. Você precisa voltar e ajustar tudo, sem hospital eu não tenho emprego e sem emprego eu não fico em Urros. O que você prefere?! - ela falou sério, mas de um jeito super fofinha.  - Faz assim, você fica em Urros de dia, a noite volta pra Maçores, lá tem telefone. a gente passa um tempão conversando. Vai dar pra se falar todos os dias até eu voltar. Você nem vai sentir saudade. Abraça aquele cachorrinho quando chegar lá, vai ser o mesmo que eu, tem até o meu cheiro. -  Ela sorriu tentando me acalmar.

- Eu não estou sendo idiota e priorizando a coisa errada? Eu deveria ficar aqui com você.

- Fer, eu adoraria que você ficasse aqui, mesmo. Mas você precisa ir por dois motivos, precisa organizar essa documentação do hospital e precisa se acalmar. Você mesma me disse isso, que o Brasil estava te fazendo mal, te machucando, te deixando estressada a ponto de querer usar alguma coisa. Antes da gente, vem sua saúde mental. Você precisa desse tempo lá. E para ser sincera, um tempo de todos esses problemas que eu te causo. Volta pra casa, leva o Pingo pra passear, come uns pastéis de nata, você precisa disso. Quando menos perceber, eu já estarei com você.

- Jura que você vai ir pra lá assim que puder?

- Fernanda, claro que eu vou. Para de ser insegura.

- To sendo né?!

- Sim sim, chega disso, e chega desse chororo todo. Você pagou uma viagem de jato para Portugal, se você perder esse dinheiro, eu vou ficar bem brava. Chega disso e entra pra não perder o voo.

- Nossa, que brava - me aproximei mais dela e falei baixinho - se ficar brava assim, ai que eu não vou. - a Carol automaticamente ficou vermelha e me olhou com vergonha, mas tentando rir

- Vem, me dá um último beijo e pode ir pegar o avião, sem enrolar no aeroporto, por favor.

Encostadas no carro, eu aproveitei mais um beijo fofo dela, não foi beijo pegação, foi beijo delicado de despedida, e  de mais uma cafungada no pescoço dela, absorvendo ao máximo o perfume, o cheiro dela. Serão as mais longas proximas duas semanas. Não pude enrolar mamis, meu avião realmente estava para sair, estou em cima da hora. Quando sai andando, não olhei para tras, se eu olhasse eu não seria capaz de deixar aqueles olhinhos escuros me olhando.

Entrei no aeroporto e fui direto para o hangar particular da empresa do jato, apresentei minha documentação, me foi oferecido água, cafe e um buffet bem estruturado de alimentos. Eu educadamente peguei um café e um pãozinho recheado que tinha lá, sentei na cadeirinha de espera e esperei. Minha cabeça estava completamente na Caroline, acho que vai ser dificil pra ela entrar mais uma vez no aeroporto, principalmente se o voo dela for no mesmo que ela foi sequestrada.

Não demorou muito tempo de fui chamada para o embarque, eu acabei selecionando um voo não privado, quase que um uber juntos. A empresa pega algumas pessoas que vão para a mesma região ou mesmo aeroporto, mas poucos, nessa viagem eu acabei usando o mesmo avião que mais 3 pessoas. Pelo plano de voo, primeiro iríamos voar umas 8 horas até os EUA, depois até Londres. Da terra da rainha para Portugal, onde eu vou descer e depois o jato segue viagem até a Alemanha. Por ser um voo particular vou conseguir descer no aeroporto de Maçores, ao lado de Urros.

Assim que entrei no jatinho, a aeromoça me mostrou minha poltrona, eu sentei e me dei o direito de relaxar, liguei um filme e antes mesmo do avião decolar, eu já estava dormindo pesado. Acordei horas depois, desnorteada,  com a aeromoça me cutucando e oferecendo um jantar. Pedi alguns momentos para eu me recuperar do sono e eu já iria definir meu prato.

Larguei tudo na poltrona e fui ao banheiro, realmente ainda cambaleando de sono, como se eu não soubesse nem mesmo o meu nome. Entrei na pequena cabine e joguei uma água no meu rosto, tentando acordar. Definitivamente não tenho mais idade para essas loucuras, atravessar horas de avião, comer porcarias, deixar de me cuidar. Preciso me acalmar, criar raizes e pensar em frutos, com a Carol eu posso finalmente ter isso, raizes.

Voltei a minha poltrona, de um cardápio não muito atrativo, mas bem mais gostoso que dos aviões comerciais, escolhi um peixe com legumes, algo simples e um vinho para beber. A única coisa boa de viagem a longas distâncias é o álcool. Viajar ao sono de um bom alcool é perfeito. Depois que comi, mais que rapido voltei a dormir, sem nem perceber mais nada.

Acordei com a agitação na aeronave para o pouso nos EUA, eu me mantive na minha paz interna, de preferencia nem vou descer do avião. Quando o voo finalmente pousou, pude ver que educaçaõ não existe, naão tinha nem 10 pessoas no jato, juntando passageiros e tripulação, mas 2 loucos empresarios, querendo descer rápido quase  gerou briga na pequena aeronave. Quando os dois loucos finalmente desceram eu chamei a aeromoça e perguntei:

- Preciso obrigatoriamente descer, ou posso me manter aqui?

- A senhora precisa aguardar no saguao privado até que seja feita a manutenção do voo, deve ter duração de 30 minutos. - Aff, que saco. Peguei minha grande bagagem de mao e desci do jatinho, o bom é que foi bem rapido, o tempo de eu mexer um pouquinho no celular, avisar a Caroline que eu estava nos EUA e tomar um cafe. Logo em seguida o jato já estava abastecido e eu em paz, sentada novamente na minha poltrona aguardando mais uma garrafa de vinho para dormir. Nessa parada os 2 empresarios apressados desembarcaram e uma nova passageira embarcou, com destino a Polonia, pelo que eu entendi.

A viagem entre os EUA e Londres foi bem tranquila, esse trecho eu realmente dormi, por um segundo acordei e vi a aeromoça servindo mais comida, mas virei para o lado e novamente eu dormi. Cheguei até a sonhar. A poltrona não era tão confortável como a minha cama ou como a cama do hotel na Vila mariana, mas deu pra eu descansar um pouco. Quando meu corpo já não tinha mais posição e o sono tinha acabado, eu abri a janela do jato e pude apreciar o dia nascendo, quase já em Londres.

Finalmente pousamos em Londres, com meu corpo exigindo movimentação. O piloto avisou que a temperatura da cidade estava por volta de -3o. Eu gelei antes mesmo de descer, que frio absurdo eu vou passar nesse lugar. É estranho, eu estava em Urros, com temperaturas negativas, fui para o verão do Brasil, quente, passava mal pelo calor, agora em Londres, meio que voltando para a temperatura habitual, meu corpo chora pela mudança mais uma vez. Dessa vez assim que a tripulação liberou o desembarque eu desci, precisava mexer as pernas, circular o sangue. Eu teria os mesmos 30 minutos para aguardar.

Desci da aeronave e fui para o hangar privado mais uma vez, peguei um café e fui dar uma volta no aeroporto, procurando um banheiro. As lojas daqui são caríssimas mas perfeitas para olhar, apesar que eu só vejo para passar o tempo mesmo. Aproveitei o espaço e mandei uma nova mensagem para a Carol, avisando que estava em Londres e que a próxima parada, seria em Maçores. Passei em uma loja deliciosa de chocolate dentro do aeroporto e peguei algumas barras para levar para casa. Quando deu o horário, voltei rapidinho para o hangar privado e logo fui chamada para o embarque. Mesma poltrona, mesma posição, só mais umas 2 horinhas e chego em casa, finalmente. Fiquei pensando, vai ser chegar em casa, tomar um banho voando, me agasalhar e ir para Urros, conversar com a Marcela e com o chefe do condado, espero já conseguir resolver essas pendências hoje mesmo, acho muito estranho tudo isso que aconteceu.

- Senhorita, aceita alguma bebida ou alimentação antes da decolagem?

- Eu aceito sim, poderia me trazer uma taça de vinho, bem gelada? Obrigada.

- Fefa, não estas muito cedo para tomares vinho? - não tem ideia de como meu corpo gelou no momento em que eu ouvi essa voz, só tem uma pessoa no mundo todo que me chama de Fefa. E eu não creio que dei o azar de pegar o mesmo jato que ela. Levantei o meu rosto, respirando o mais fundo que eu podia.

- Milena. Coincidencia não?! -  Sim produção eu dei o cacete de azar de pegar o mesmo voo que minha ex namorada. E infelizmente posso dizer que ela ainda é bem bonita, o cabelo loiro ondulado estava um pouco mais domado, deve ter acertado assim que entrou no avião. Estava com uma calça de couro preta, mega colada no corpo, um casacão de lã charmoso, no pé uma bota, sem salto, bem elegante.

- Não acredito que peguei a mesma travessia que você - ela ainda não havia sentado, então veio até a minha poltrona para me abraçar e me dar um beijo. Foi uma cena bem estranha, eu querendo ser educada, mas sem dar corda -  Estás indo a Portugal?

- Sim sim, vou descer em Maçores.

- Mais uma coincidencia, tambem vou a desembarcar lá. Não sabia que estavas viajando, imaginei que estava em Urros, no hospital. - uma semana no Brasil e parece que o português de portugal é difícil de entender.

- Não, eu estava no Brasil com a minha namorada.

- Ah, sua namorada - ela falou a ultima palavra claramente em tom de deboche -  qual era o nome dela mesmo? Camila?

- Caroline - fui seca na resposta.

- Humm, e ela ficaste no Brasil? Deixou você viajar sozinha a Urros?

- Sim, eu precisei voltar correndo, para resolver um problema da construção do hospital.

- Ah, mesmo assim, Fefa, você linda como és, solta por aí. Não sei, vai que você esbarra com sua amiga de infancia por ai.

- Mi, pega leve. Eu estou namorando sério. Ela é uma garota muito show de bola, não estraga isso.

- Não estou a estragaire nada, sou a comentar que estas linda. Faz tempo que não te vejo Fefa. Só isso.

- Ok, obrigada.

- Sempre tão tímida aos elogios, isso me encanta em você.

- Com licença, senhorita o vinho que pediu. - peguei a taça, agradeci e quase virei em um gole,  a aeromoça aproveitou a Milena na poltrona de frente a minha - a senhorita aceita algo antes de decolarmos?

- Um chá de maça com canela, quente.

- Um momento.

- Ok

- Ficastes muito tempo no Brasil?

- Não, acabei ficando só uma semana, foi coisa rápida. Nem visitei nada.

- Rapido assim?!

- Sim, ela teve um probleminha no Brasil e eu fui correndo dar uma olhada nela. Eu iria ficar mais, mas com esse empecilho da maternidade tive que voltar antes.

- E como ela está?

- A Carol? está bem. Vem pra Urros, daqui 2 ou 3 semanas.

- Humm. - ela fez apenas isso e olhou para a janela, enquanto o avião taxiava na pista, quase pronto para decolar.

- Você ainda tem medo de avião?

- Não é medo Fefa, só não gosto da sensação de não ter nada no chão. De que o céu não foi feito para uma máquina de uma tonelada, só isso.

- Não vai acontecer nada, fica traquila. Eu estou desde o Brasil com esse jato e não morri. Vai dar tudo certo.  - Ela apenas acenou a cabeça, e se manteve olhando para fora, como se procurasse algo lá. Eu automaticamente pensei na Carol, no medo que ela tem de avião e agora no pânico que ela vai ter de aeroporto. Eu deveria resolver essas coisas aqui e ir buscar ela, mas o unico problema é essa distancia toda e esse meu corpo velho travado. Assim que levantou voo e estabilizou, eu pedi mais um vinho e a Milena, na poltrona da frente acabou dormindo.

Não pude deixar de reparar nela, sabe, foram anos juntas de amizade e depois um namoro bem intenso, mal resolvido. Não quero nada agora, já passou tudo que um dia eu senti por ela, isso é um fato, quero apenas a gineco. Mas posso dizer que a Mi é uma gata, ela dormindo no avião, com o ondulado caindo sobre o rosto, ela parece um pouco com a Carol nesse sentido, bruta e firme, mas quando dorme, recupera uma plenitude e paz interna sem igual. A Mi é mais nova que eu, deve estar com 30 ou 31 agora, segurou tantas barras minhas com o meu pai, eu quero muito manter uma amizade legal com ela, desde que não me prejudique com a gineco.

Eu mesma acabei pegando no sono mais uma vez, na mesma posição. Acordei quando a aeromoça passou na poltrona ao lado oferecendo alimentação e bebidas. Quando ela viu que acordei, ofereceu pra mim tambem, dessa vez pedi um suco. Melhor chegar bem sobria em Maçores, vou precisar dirigir a Urros e ainda negociar os problemas da maternidade, preciso de toda minha audácia e habilidade de negociação a postos. A milena continuava a dormir na minha frente, achei melhor acorda-la, avisando que estamos chegando. Mas primeiro fui ao banheiro lavei o rosto, 15 horas de viagem não é tranquilo para ninguem.

- Mi, acorda. Mi! - ela abriu os olhos meio que assustada. Eu voltei para a minha poltrona, mantendo um espaço de segurança, e começei a me mexer no meu celular, mesmo em modo avião.

- Fefa, você pode olhar pra mim, não mordo não.

- Eu estou te olhando, até te acordei.

- Fernanda, sua namoradinha não está aqui para você se poupar. Não tinhamos combinado de manter a  amizade? Não precisa ficar estranha comigo.

- Não estou estranha, só preciso descer desse avião, tomar um ar. Estou a horas aqui.

- Já estamos a chegaire, logo estará longe de mim. Fiques tranquila. - Claro que fez um silêncio mórbido e bem chato entre nos duas. Eu deixei quieto, conheço a Milena a bons anos, ela sabe bem jogar com as pessoas, é bem ardilosa.


Quando o avião pousou na pista de Maçores, eu automaticamente comecei a ficar agitada, quero descer logo desse avião. Quero minha casa, um banho, um cafe gostoso e depois resolver meus problemas. Devo isso a Caroline, foi bem errado eu largar ela no Brasil sozinha, preciso no minimo organizar bem essas coisas aqui. Assim que a aeromoça liberou a descida eu peguei minha grande bagagem  e desci do jatinho.

No Brasil, estava um calor absurdo, em Londres um frio macabro, quando finalmente respirei o ar de Portugal, a brisa gelada, mas não congelante preencheu meus pulmoes, acalmando completamente meu corpo e minha agitação. Por alguns segundos eu esqueci tudo e todos, pensei apenas em mim.

- Velhos habitos nunca mudam não é mesmo Fefa, você e essa sua mania de meditação, respirar fundo - a Milena desceu do avião e estava ao meu lado, como sempre falando.

- Me acalma dar essas respiradas.

- Imagino. Alguem vem te buscar?

- Não, eu vou pegar um taxi até em casa.

- Eu mandei o Cortes vir me buscar, peço para ele te deixar na fazenda. Queres?

- Ai Mi, fala bonitinho, que você pediu para o Cortes te buscar, não que mandou.

- Ele trabalha pra mim, então eu mandei Fefa. O azeite da minha familia não dominou o mercado com calma e educação.

- Quer saber, não preciso da carona não, pego um taxi mesmo.

- Fefa, para com isso, um taxi demora aqui. Vou te deixar nos Ganate. E não aceito não como resposta. - eu aceitei meio que a contragosto mesmo, mas a realidade é que ela tem razão, um taxi aqui vai levar um tempo absurdo e eles nem entram na estrada de terra das fazendas, eu teria que caminhar uns 5 Km. Peguei a minha mochila e ela a malinha de mão dela, seguimos pelo desembarque e depois na frente do aeroporto encontramos o tal do Cortez, ele é meio que um faz tudo da Milena, cuida dela desde pequena e agora que ela provavelmente vai assumir a fazenda, ele vai ser meio que um segurança com assistente. Ele é um senhor de uns 50 anos, com uma barba branca, sempre muito bem feita, vestindo um terno preto e gravata. Nunca vi esse cara com outro modelito.

- Srta Milena - e saiu correndo para abria a porta para ela entrar. Depois que ela entrou no carro, o Cortes olhou pra mim e mexeu a cabeça, como um comprimento. Eu já sou bem diferente da mi.

- Fala Cortes, tudo bem? Como está? - ele sorriu pra mim, super fofo.

- Tudo bem senhorita Ganate. Queres entrar? - esticando a mão e oferecendo o carro para eu entrar. A cara da milena foi engraçada, ela é bem grossa com todos os funcionarios da familia dela ou da fazenda, como se ela fosse diferente deles em algum aspecto, eu sou bem mais simples, trato todos como pessoas.

- Cortes, tem como você me deixar lá na fazenda?

- Nos Ganate?

- Sim, nos Ganate.

- Claro senhorita, vamos passar pela frente mesmo.

- Obrigada.  - A milena estava mexendo no celular loucamente, como se a terceira guerra mundial tivesse começado. -  muito trabalho Mi?!

- Não Fefa, resolvendo alguns problemas apenas, mas já terminei. Você vai ficar aqui em maçores ou já vai ir para Urros?

- Vou chegar em casa primeiro e ver como as coisas estão, dependendo da necessidade vou para Urros hoje mesmo ou amanhã pela manha. Sabes que meu lugar não é aqui, muito menos nessa fazenda, meu lugar é com as pessoas, é sendo médica, atendendo.

- Seu lugar é aqui tambem Fefa, já te falei isso, essa fazenda é sua, principalmente por tudo que você passou. Sabe que ele ter te deixado esse lugar é o minimo.

- Que papo chato não Milena, de passado vive museu.

- Grossa. Você está tão arredia comigo Fefa.

- Porque você acha isso? - fui bem irronica - Você sumiu do mapa, voltou depois de anos, fica fazendo piadinha do meu namoro e da minha namorada. Desse jeito até a amizade vai ficar complicada. Você vai precisar melhorar bem isso Mi, melhorar quem você é, como pessoa.

- Ai Fernanda, fica aí na sua.

- Quem é grossa agora? - ela não me respondeu, ficamos em completo silencio nos 15 minutos seguintes. Só voltamos a falar quando o Cortes parou o carro na frente do portão da entrada da fazenda. A placa “Fazenda Ganate” ainda estava pendurada lá, preciso realmente arrancar isso.  - Mi, obrigada pela carona.

- Fica tranquila Fefa, não foi nada. Apesar de você estar brava comigo, sabe onde encontrar uma amiga, quando precisar conversar.

- Você tambem Milena, sabe onde me achar aqui ou em Urros. -  ela sorriu calma, nem parecia a pessoa grossa de sempre.

- Descansa da viagem, você está precisando - eu concordei com o rosto e sai andando, em direção ao portão de madeira e a rampinha que dava acesso a casa, quando olhei para tras, o carro da Milena e do Cortes não estavam mais lá. A pequena rampinha entre o portão e a casa é teste para cardíaco, quando finalmente cheguei na porta eu estava quase sem ar. Automaticamente me veio a lembrança da Caroline falando sobre exercício físico e a importância da academia. Dei risada sozinha.

Abri minha bolsa rapidamente, procurando a chave da porta. Mexi, mexi, mexi e nada. Puta merd*, é claro que não vou ter chave daqui, eu sai de Urros quando fui levar a Carol ao aeroporto de Tras-os-montes, deixei minha chave em casa. Isso que dá ficar nesse pula pula de lugares. Bati na porta, toquei, mas nada. A Antonia não deve estar em casa, cacete.

Para minha sorte, a internet da casa pega aqui do lado de fora. Sentei no chão, na frente da casa e comecei a trabalhar. O primeiro passo foi ligar para a Marcela e entender o que estava acontecendo, no terceiro toque ela atendeu.

- Finalmente consegui falar com você Fernanda.

- Eu estava no avião, cheguei em Maçores agora. Como estão as coisas? Acha que vale eu ir para Urros agora? Se eu for, devo chegar aí por volta das 5, isso se eu sair agora.

- Não, nem precisa vir. Eu vou ai para conversarmos. Você está na fazenda?

- Sim, estou trancada do lado de fora, sem chave.

- Tá, até eu chegar aí você acha a chave. Se aquele advogado bonitão estiver por aí, pede para ele aparecer, quero uma opinião dele.

- Ok, vou pedir para ele vir. Vem com calma, pelo visto não vamos conseguir resolver nada hoje.

- Não mesmo. Uma ou duas horas eu chego aí.

- Ok.


Desliguei a ligação com a Marcela e já aproveitei para ligar para a Caroline, já sabendo que sera dificil em decorrência da distância e do fuso horário. A primeira tentativa foi falha, ela no tendeu, mas na segunda ela atendeu.

         - Oiii meu amor! - ela atendeu com uma voz fininha, toda meiga. - Chegou em Urros? Como foi de viagem?

           - Que voz fofinha é essa?

- É de saudade. - toda melosa falando - Chegou bem?

          - Sim sim. Acabei de chegar em Maçores, estou sem chave, trancada fora de casa, acredita?!. A Marcela está vindo pra cá conversar comigo.

           - a Dona antonia não esta por ai?

         - não, eu estou esperando ela aparecer. Minha chave deve estar em Urros. Quando eu chegar eu pego. Sabe quem eu encontrei no avião?

           - Quem? O lider do condado?

    - Não. A Mi. Ela pegou o voo no abastecimento de Londres. Coincidência ne?!

           - Que Mi?

           - A Milena, daqui de Portugal.

           - Hum - ela falou apenas isso. Cacete, nem sai de lá e já to fazendo merd*.

- Relaxa Carol. Só esbarrei com ela e peguei uma carona do aeroporto ate a fazenda.

            - Não falei nada.

         - Nem precisa amor. Esse hum seu já falou tudo. Não precisa se preocupar, foi um esbarrão só.

            - Tudo bem. Eu não falei nada. Você sabe bem da sua vida.  

         - Você esta bem? E o rosto?

         - Ainda esta bem inchado, o roxo melhorou bastante, quase sumindo, o do pescoço já sumiu, o das costas ta ficando verde agora. Tá lindo, só que não.

       - Otimo. Vai levar uns dias ainda, mas vai dar uma boa melhorada. Logo você já vai estar boa amor.

       - Espero que sim. Ainda dói o corpo todo. Ontem mesmo tomei medicação para as porr*das das costas. Só o tempo pra melhorar. Você não acha coincidencia de mais você encontrar a Melena no aviao?

           - Claro que não princesa, bobagem. Ela deve ter pego aleatoriamente.

        - Você volta pra Portugal correndo, a obra é embargada do nada, Melena no mesmo aviao que você. Não é ao menos estranho pra você?

         - Não amor. Acho tudo uma coincidencia bizarra mesmo.

       - ok Fer. Se você que conhece ela, acha isso, não tenho nada a falar. Mas por favor, fica de olho aberto.

        - Carol, não precisa ter ciúmes.

        - Não é ciumes, é so um respaldo. Pra mim só tem algo que não se encaixa Fer.

        - O que não se encaixa chama coincidência

      - Enfim, você está no seu espaço, com sua ex namorada e com seus problemas. Só não esquece que eu estou aqui.

        - Claro que não vou esquecer isso mozi. Logo logo você já vai estar aqui comigo na maternidade, se eu conseguir arrumar essa merd* toda. Pelo jeito que a Marcela estava, deve ser um problema considerável, pediu até um advogado junto na nossa conversa. Eu ainda nem chamei, quero ver primeiro o que é.

- Será mesmo? O que me estranha é que estava tudo certo, foi só você sair de Portugal que deu errado.

- Sim, estranho mesmo. Amor, não te cortando a Antonia acabou de chegar, vou aproveitar para entrar e tomar um banho e descansar um pouco antes da Marcela chegar. E a senhorita pára de pensar em coisa que não deve, que não tem motivo.

- Tudo bem Fer, mas que tem motivo tem. Vai lá, se ajeita e depois converamos.

- Beijo meu amor, já estou com saudades.

- Eu tambem estou.


- O que estas fazendo aqui menina? Não estavam em Urros? Cade a doutora, não veio? -  Essa foi a primeira coisa que a Antonia me falou, antes mesmo de ver s eu estava bem, perguntou da Carol.

- Antonia, acabei de chegar de viagem, estou sem chave da porta. Deixa eu entrar que conversamos. - ela abriu a porta e me ofereceu o acesso a casa, por mais que eu não goste nem queira, a minha casa.

- A doutora não quis vir?

- Que doutora Antonia?

- Ora pois Fernanda, a doutora sua namorada?

- Ah, a Carol. Ela está no Brasil, nem te conto o que aconteceu com ela - falei me ajeitando no sofa e arrancando o sapato. - Nós viemos aqui há uns 15 dias, não foi? Ofereci pra Carol trabalhar na maternidade, tudo certinho. Ela aceitou. Até aí ok.

- Eu lembro, ela falaste que precisava se separar da esposa, não era?

- Isso, iria voltar pro Brasil pro divórcio e depois vinha pra Portugal de novo, levei ela certinho em Trás os montes, ela pegou o avião, tudo certo. Acredita que chegando no Brasil ela foi sequestrada?!

- Sério? Jura mesmo Fernanda.

- Sério Antonia, eu peguei um voo, sai correndo daqui. Acabei de chegar do Brasil.

- Nossa, eu achei que estavas em Urros só. E como a menina está?

- Ai, bem abalada, assustada. Tá toda roxa, com arranhões no corpo. Quebrou um ossinho do olho, quase aqui -  apontei para debaixo do olho -Vai fazer cirurgia semana que vem na terça.

- E você deixou ela lá? Sozinha? Ela se separou da mulher?

- Conseguiu sim, a louca assinou o divórcio, deu um trabalho viu?! mas assinou.

- Fernanda, você não bateu na mulher pra ela assinar não né?!

- Claro que não, não sou mais essa pessoa. Só coloquei ela amarrada no carro e só desamarrei depois de assinar.

- Menina!! -  a cara de reprovação dela foi fantástica

- Claro que não fiz isso. Fica tranquila.

- A doutora volta pra cá?

- Sim. Depois que ela operar o rosto, vai esperar um tempo de retorno e vem pra cá, daqui umas 2 ou 3 semanas a comedora oficial de pastel de nata está de volta, pode engordar ela.

- Fico feliz dela gostar do meu pastel. Você estas com fome? Chegaste agora de viagem.

- O pior que estou sim, barriguinha a roncar aqui. Vou tomar um banho, podes adiantar algo para eu comer?

- Claro. Vá se lavar que faço uns biscoitos.

- Ah, Antonia. A dra Marcela vai dar uma passada aqui, ela precisa discutir comigo um problema da maternidade.

- Cacete Fernanda, porque não me avisastes antes? Estou com o cabelo todo desgrenhado e esta roupa ruim -  ela ficou agitada em segundos, mudou da água para o vinho - Vai, sobe logo.

- O que foi? Quantas vezes a marcela não veio aqui já? É a trabalho.

- Nunca é só trabalho - eu ouvi ela falando sozinha, toda agitada, batendo o pé.

- Quer que eu desmarque? Encontre ela em outro lugar?

- Vais tomar banho logo. Estás me atrasando menina - falou basicamente rosnando, digamos que me mandando acelerar e ir logo tomar banho. Me senti quase uma adolescente tomando bronca da mãe, assustador para 35 anos.


Maçores não é o melhor lugar do mundo, principalmente pelo que vivi com meu progenitor aqui, mas confesso que chegar em casa e ver minha cama foi maravilhoso. Infelizmente não tinha mais o cheiro do perfume da Carol, mas a imagem dela estava em todos os lugares do quarto. Tomei um banho rápido, mas bem relaxante. Depois de tantas horas de voo, eu bem que merecia um sono regenerador, mas preciso mesmo é resolver o problema da maternidade. Como a Marcela ainda não chegou, encoste um pouquinho na cama, só pra respirar e deixar a perna descansar, pra cima.


Realmente eu estou boa de cama, tipo boa mesmo. Respirei fundo e apaguei, acabei acordando com um email que chegou no meu celular, apitando alto e me assustando. Levantei quase que desnorteada, essa diferença de fuso horário faz eu me perder no tempo, vou levar alguns dias até voltar ao meu normal e espero não ter que ir ao Brasil por enquanto. Peguei meu computador e desci calmamente as escadas.

Se eu te dizer o motivo do porque a Antônia estava estranha, você nem vai acreditar. Foi o seguinte, desci as escadas de boa. A antônia estava em pé de frente do fogão, tinha trocado de roupa, cabelos soltos, passou até maquiagem,algo que vi apenas algumas poucas vezes. Doutora Marcela, no ápice do seu 1,50 de altura, gordinha e de cabelo curto, ao lado do fogão, conversando e fazendo carinho no rosto da Antonia. Eu fiquei  quietinha da escada, espionando, e querendo rir das duas falando baixinho. Ninguém percebeu que eu estava na escada, a Marcela saiu do lado do fogão e foi para trás da Antonia, abraçando ela, que estava super tensa, até deu uma bronca na dra. Rolou um beijinho no pescoço até. Sério, foi uma cena muito bonitinha. Confesso que me assustei um pouco, primeiro porque a Antonia é praticamente minha mãe e outra que eu não tinha ideia que ela ou a dra Marcela gostassem de mulher também, mas posso dizer de antemão, casal muito fofo.

Subi a escada no máximo de silêncio que eu consegui, lá de cima, forcei uma tosse e desci a escada fazendo um barulhão, apesar que com essa escada de madeira velha, isso não é difícil. Quando cheguei na sala/cozinha, as duas estavam longe, a Antônia com expressão de assustada e a Marcela de nervosa, querendo rir e ambas tentando aparentar que nada aconteceu.

         

           



   



 



Fim do capítulo


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Comentários para 49 - Capítulo 49:
rhina
rhina

Em: 29/02/2020

 

Eita......amei Marcela e Antônia.

Agora sim tudo faz sentido. Aquela calma em aceitar assinar o divórcio. Milena esta por trás desta onda pacífica que cometeu a Chris. E vou além, este tempo todo ouso dizer que Milena esteve no Brasil, vendo e monitorando tudo como também tem todas as mãos delas no embargo da obra em Urros.

Fernanda vc está caindo em uma cilada.

Rhina

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josi08
josi08

Em: 13/03/2019

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