Layla

O que aconteceu depois, serviu apenas para me fazer desejar aquela mulher ainda mais... Lembranças dela quase nua no corredor... O contato de minha mão em sua pele quente... Aquela troca de olhares... Minhas provocações... Ela suada jogando basquete com o irmão... O contato ainda mais íntimo quando tomei de sua mão o material de curativo e toquei em sua perna forte

O beijo tão desejado por mim, ser atrapalhado duas vezes na varanda e na sala por Anny. Só serviram para querer ainda mais dela. O contato de seus braços em volta de minha cintura quando me abordou na madrugada, depois seus olhos percorrendo meu corpo me fazendo gem*r internamente por tê-la me olhando daquela forma.

Minha aproximação e ela se rendendo e me beijando do jeito que beijou na cozinha. Nossa... O feitiço se voltou contra mim quando eu a encurralei. Precisava sentir o seu gosto e teria me entregado a ela se quisesse, ali mesmo na cozinha de sua mãe, mas se mostrou tão gentil e carinhosa recuando e me mostrando sua doçura atingindo em cheio meu coração com sua timidez.  

Me ajudou a descer da bancada a qual ela mesma me colocou sem muito esforço e me levou para a sala onde conversamos por uma hora até ela começar a cochilar e eu a convencer a ir dormir. Do contrário a seguraria para sempre ali junto a mim, me guiou até o quarto onde eu estava e beijou meu rosto me desejando boa noite, não resisti a puxando de leve para mim dando um selinho demorado em seus lábios, vi seu sorriso lindo se formar, abriu a porta para que eu entrasse e ela seguiu para o dela.

Quando fechei a porta me encostei passando a mão em meus lábios tentando acalmar o calor de meu corpo, segui para a cama me deitado e pensando o quão deliciosa ela era e o toque de suas mãos que incendiavam meu corpo, queimava como o fogo, sorri sussurrando:

– Me apaixonei!  

Acordei cedo naquela manhã e me dirigi a cozinha, dona Helena estava lá e me ofereceu um café delicioso, pedi a autorização dela para tomar banho, fui para o banheiro. Encostei as duas mãos na parede deixando a água escorrer pelo meu corpo lembrando da madrugada e do toque de Júlia em mim, senti ele esquentar e o calor subir.

Terminei meu banho e voltei para o quarto onde fiz uma ligação para a capital para saber do meu apto, tinha falado com o corretor, esse que me ligou na primeira tentativa fracassada de beijar a Júlia. Atendeu no terceiro toque e ficamos conversando por algum tempo, depois me dirigi a cozinha.

Da porta fiquei vendo Anny e dona Helena deixar a Júlia em apuros por conta de uma marca no pescoço, provavelmente quando eu estava batendo nela tenha deixado e quando ela falou em acidente fui em seu socorro:

– A culpa foi minha dona Helena! – elas me olharam e disse sorrindo: – Acordei com sede na madrugada e vim tomar água, quando estava entrando na cozinha me assustei quando a Júlia saiu, não tinha visto que era ela e comecei a socar a pessoa, nisso provavelmente minha unha deve tê-la arranhado.

– Que sorte a sua hein Layla, eu sempre quis espancar minha irmã, mas os meus pais nunca deixaram.

Dona Helena olhou para Anny e começou a rir, Júlia me olhou discretamente e sorriu. Ah, não tem como não ficar olhando para ela, chega a ser hipnotizante vocês não imaginam. Mãe e filha continuaram a deixar a coitada em apuros, vi o constrangimento em seu rosto quando veio me dizer que precisava ir trabalhar, sem querer acabei virando o rosto dela para ver melhor o arranhão deixando-a ainda mais sem jeito.

Sorri pegando um cartão na minha bolsa quando ela deixou claro que gostaria de conversar sobre a noite passada, pegou o cartão e fez um gesto com os braços que me deixou presa naquele olhar maroto e ao mesmo tempo constrangido dela, a beijaria novamente ali e agora, mas não o fiz porque sabia que ela iria ficar ainda mais sem jeito diante da família, mas não deixei de tocar seu rosto e quando ela fechou os olhos a beijei no rosto nos despedindo.

Anny olhou dela e depois para mim, a Juh deu um beijo na mãe e saiu. Me sentei na mesa com minha amiga e tomamos café, logo o Jonas apareceu e ficamos conversando, contei a eles que tinha dois irmãos, também viciados em basquete e deixei um convite no ar para ele os conhecer, estava todo animado, mas corrido. Tinha que ir para escola porque ia jogar, dei risada e quando ele beijou a mãe, ela disse:

– Você não cansa não menino, Deus do céu para que tanta pressa?

– Mãe, hoje o jogo é eliminatório, e nosso time está na frente. – voltou para a mesa e tomou mais um gole de suco e saiu correndo dizendo: – Te amo mamãe!

– Não sei o que faço com meus filhos, sempre tão apressados igual ao pai. – olhou para Anny que estava com uma cara péssima na mesa e disse: – Essa aí não é minha filha.

– Mamãe!

Caí na risada, dona Helena era uma figura. Terminamos o café e fui para o quarto com ela que se jogou na cama, depois virou abraçando um travesseiro dizendo:

– Agora me conta, o que está rolando entre você e minha irmã, não adianta dizer que não é nada depois do que acabei de ver! – olhei para ela sorrindo, peguei uma cadeira me sentando ao seu lado e simplesmente disse:

– Estou apaixonada por ela!

– Sério? E vocês só se conheceram ontem! – arqueou a sobrancelha completando: – Ou não? – levantou e me olhou toda sorridente perguntando: – Conta melhor essa história aí Layla e porque eu não estou sabendo de nada?

– Ontem foi o nosso primeiro contato frente a frente sim, mas venho observando sua irmã há meses. – inspirei fundo e disse: – ela é encantadora... Sensível... Doce.

– Pode parar, porque está ficando estranho, é da Juh que estamos falando.

– Você perguntou criatura! – sorriu jogando o travesseiro em mim, continuando:

– Então rolou algo a mais entre vocês além das porr*das que deu nela, néh?

– Nos beijamos apenas, mas vou te confessar uma coisa. – ela me olhou interrogativa e continuei sorrindo: – Teria ido para a cama com ela se quisesse.

– Ah, que nojo Layla, fala sério. – cobriu a cabeça se jogando na cama e comecei a rir, mas logo ela me olhou sorrindo e dizendo: – Conheço a Júlia, e garanto para você que ela não a levará para a cama sem antes ter certeza de que isso é a coisa certa a ser feita.

– Me fala mais sobre sua irmã, quero conhece-la mais. – levantei da cadeira e me sentei ao lado dela na cama sorrindo: – Quero conquistá-la, pois ela despertou algo em mim que a muito não sentia.

– O que, tesão? – começou a gargalhar e depois disse: – Sério, você estava olhando para a Juh ontem de uma forma que deu a entender que queria devorá-la.

– Sério? – não me constrangi com aquilo, eu a olhava assim mesmo, só não sabia que tinha deixado extravasar, continuou sorrindo:

– Seríssimo minha amiga, mas quer conquistar a Juh? – concordei e ela continuou sorrindo: – Seja você mesma, ela gosta de autenticidade, você é atrevida e isso vai inibi-la um pouco, mas seja você. Aos pouco ela irá se abrir e mostrar a mulher maravilhosa que ela é e você estará perdida, porque as irmãs Oliveira arrasam no quesito conquista.

– E sua humildade fica onde nessa história?

– A Juh ficou com toda essa parte!

Entrei na graça com ela e passamos o resto da manhã conversando, acabei almoçando com elas e ganhei carona de volta para casa, depois de agradecer a gentileza de dona Helena. 

No final da tarde resolvi fazer uma visitinha a Júlia na CBM, mas ao entrar no local o meu corretor ligou para me dizer que a pessoa que estava interessada no meu apto., finalmente iria fechar negócio, fiquei conversando com ele por quase meia hora até ouvir a voz dela logo atrás de mim e pelo tom, não estava nada contente.

Não me virei, mas ouvi ela dizer em voz baixa mais decisiva que não queria mais ninguém da corporação fazendo graça com as moças que entravam lá. Ouvi pela voz dos rapazes que a ordem tinha sido recebida e entendi o que meu pai havia dito sobre a Júlia ter pulso firme com eles. Ao me virar vi que ela passava a mão no rosto, parecia cansada, tão linda.

Agradeci o que fez e acabei fazendo uma graça que a deixou sem jeito, mas logo corrigi lembrando do que Anny havia dito pela manhã, dizendo o que imaginei que ela gostaria que eu dissesse. A minha vontade desde o momento que resolvi ir lá era de beijá-la, mas quando me aproximei ela pediu que eu não o fizesse, seguiríamos no ritmo dela então

Fim do capítulo