Cap. 7 – Juh – Pegando no meu pé
Juh
O despertador tocou novamente, olhei para o relógio passava das oitos. Droga, estava atrasada. Levantei e corri para o banheiro, ao parar para escovar os dentes percebi um pequeno arranhão em meu pescoço, me virei e olhei de lado vendo a marca que a gata deixou em mim, acho que na hora em que estava me batendo acabou me arranhando. Sorri, aquilo era prova de que não foi somente um sonho.
Me arrumei e fui tomar café, entrei na cozinha cumprimentando minha mãe, ela me serviu uma xícara de café que agradeci, Anny já estava lá sentada toda descabelada parecia estar com ressaca. Me olhou atentamente dizendo sem paciência:
– O que foi?
– Eu que pergunto, porque essa cara?
– Fui dormi tarde e acho que bebi demais, mas e você. – se serviu de mais café dizendo: – Porque esse sorriso bobo no rosto?
– Que sorriso? – fechei o semblante e desviei pegando uma torrada, quando a olhei novamente estava sorrindo e apontando para mim dizendo:
– O que é isso no seu pescoço?
– O que? – sorri desviando dela mais uma vez dizendo: – Não é nada!
– Júlia, é feio mentir. – estava gargalhando e minha mãe se aproximou passando a mão em meu pescoço, disse em minha defesa:
– Foi um acidente. – desviei os olhos dela que sorria divertida dizendo:
– Acidente com unhas? – agora minha mãe quem estava brincando comigo me deixando sem jeito, Anny completou:
– Ouvi uns gritos a noite, festinha na madrugada? – abri a boca para responder minha irmã que dizia gargalhando na mesa, mas não deu tempo, alguém dizia sorrindo da porta:
– Foi culpa minha dona Helena!
Layla entrava na cozinha nos dando bom dia e narrando o que tinha acontecido, pelo menos a parte do susto. Disfarcei desviando meus olhos dela, coloquei o copo no balcão cumprimentando a moça, estava envergonhada, mas ao mesmo tempo curiosa. Mas o meu horário estava apertado, e antes de sair me aproximei dela sussurrando:
– Preciso ir trabalhar. – ela sorria também olhando para meu pescoço me deixando ainda mais sem graça, terminei: – Será que podemos conversar sobre... – minha irmã jogou um miolo de pão em mim sorrindo, mas não liguei completando: – Será que podemos conversar depois sobre o que aconteceu?
– Claro. – pegou a bolsa tirando um cartão me entregando e depois sorriu dizendo: – Quando quiser é só me ligar.
– Tu... Tudo bem! – cocei a cabeça sem jeito e sorri dizendo: – Preciso ir.
Ela passou a mão em meu rosto e beijou onde os dedos tinham acabado de passar, meu rosto ficou vermelho e estava suando por baixo de minha farda. Nem consegui olhar para minha irmã que ficou lá com aquele olhar de “agora eu entendi” dela. Dei um beijo na minha mãe que também nos olhava curiosa e saí pegando a chave do carro seguindo para a base.
Cheguei as nove lá, um pessoal estava de saída e outro chegando. Cumprimentei a todos e fui para minha sala. Logo Diego se juntou a mim fazendo as graças dele, perguntando sobre a “Deusa” que estava hospedada na minha casa, desviei das suas perguntas no momento em que recebemos uma chamada. Nos arrumamos e saímos, vazamento de gás em um prédio no centro.
Felizmente chegamos a tempo, mas levou a manhã toda quase para desocuparmos o prédio e descobri onde estava o vazamento. Tinha acabado de falar com o síndico e o policial encarregado quando Diego colocou a mão em meu ombro próximo ao caminhão perguntando:
– E aí, vamos sair hoje para conversar um pouco?
– Desculpa meu amigo, mas tenho planos para essa noite! – olhei para ele que sorria, perguntei intrigada: – O que foi?
– Só estava me perguntando se o seu “compromisso” dessa noite. – abriu um sorriso ainda maior apontando para meu pescoço me fazendo encolher de vergonha quando terminou: – É com a mesma pessoa que fez isso aí no seu pescoço?
– Droga! Eu... – sério, não sabia o que falar, ele me abraçou perguntando:
– Quando ia me contar sobre vocês?
– Não existe nós ainda Diguinho, apenas nos beijamos. – tirei meu capacete e a jaqueta colocando no banco sorrindo: – Não tivemos tempo de conversar sobre o acontecimento.
– Essa é minha amiga. Uhull! – começou a fazer uma dancinha ridícula, sorri dizendo:
– Dá para agir como um homem, por favor? E parar de ficar rebol*ndo aí na rua?
Os meninos que estavam conosco caíram na risada ao se aproximarem e não resisti rindo com eles também. Meu amigo descarado nem se abalou, continuou com as investidas e perguntas sobre o que tinha acontecido na madrugada. Claro que não entrei em detalhes, até porque não era da conta dele, mas contei da sensação e do que ela causava em mim. E eu boba estava me dando conta de que estava cada vez mais encantada com a moça.
O restante do dia foi naquela correria, como estava na rua pedi que Jonas pegasse minha bike e levasse para casa, já que ele não teria aula a tarde. Voltamos para a base, onde fui para minha sala preparar o relatório, e ao sair para entregar ao Tenente-Coronel vi um alvoroço ali próximo, dois dos rapazes conversando animadamente, olhei em volta me dando conta do motivo dos risos, fechei o semblante vendo que Diego tinha toda razão.
Me aproximei e peguei um pedaço da conversa que não gostei muito, pigarreei para chamar a atenção e eles olharam ainda sorrindo, coloquei as mãos para trás numa postura séria e disse:
– O que está acontecendo aqui? – Layla estava mais à frente falando com alguém no telefone de costa, olhei de relance para ela e voltei a atenção para o Luiz que foi o primeiro a dizer:
– Estávamos apreciando a visão Capitã, não quer se juntar a nós? – disse sorrindo, minha vontade era de juntar ele pelo colarinho e fazer pedir desculpa, mas na minha posição disse apenas:
– Espero que não estejam falando em “apreciar a visão” – fiz aspas com os dedos. – Se referindo a moça que está logo a frente, porque seria um desrespeito não só para com ela, como para o Tenente-Coronel de vocês também, sendo ela, filha dele.
– Hei Júlia, calma! Estamos brincando, desculpa. – Lucas disse sentindo a seriedade, e apenas conclui:
– Não quero mais ver nenhum de vocês, e podem repassar o recado para todos dessa base. – estava falando entre séria e um tanto irritada: – Não quero ver e ouvir novamente, algum desrespeito a senhorita ali ou qualquer outra moça que venha entrar aqui, estamos entendidos: – concordaram com a cabeça e finalizei: – Que bom, na próxima serão advertidos e não será somente verbalmente.
– Sim senhora! – percebi que eles ficaram mesmo receosos e disse apenas:
– Estão dispensados!
Saíram e passei a mão nos olhos denunciando meu cansaço, não demorou muito senti a presença dela na minha frente que sorria dizendo:
– Obrigada!
– Por? – a olhei intrigada, sorriu dizendo arrumando a gola de minha camiseta.
– Por ter falado com aqueles rapazes, sinceramente me sentia incomodada com eles me olhando daquela forma todas as vezes que venho aqui.
– E porque não falou com seu pai ou comigo sobre isso antes?
– Não quis incomodar ele com isso, os rapazes estão no ambiente de trabalhos deles e eu sou visitante.
– Mesmo assim isso não justifica a falta de respeito. – sorriu se aproximando e me deixando quase sem ar quando disse quase próximo ao meu ouvido:
– Essa ordem, que acabou de aos seus soldados, cabe a você também Capitã?
– Desculpa, eu não entendi? – realmente não tinha entendido, até ela sorrir e dizer:
– É que você também fica me olhando quando eu passo aqui para falar com meu pai.
– Peço que desculpe a minha indelicadeza, não queria causar desconforto a você!
Passou a mão em meu ombro sorrindo deliciosamente me deixando quase com as pernas bambas quando voltou a falar:
– Você com certeza não me olhava cobiçosa, e esse foi um dos motivos por ter me feito interessar em você, Capitã. – olhei intrigada para ela que justificou: – Você me olhava com esses olhos protetores, o mesmo que lançou ao seus rapazes quando falou com eles, gosto disso em você. – fiquei sem graça claro, e isso de certa forma transpareceu em meu rosto por que ela passou a mão nele dizendo: – Sua timidez me encanta, sabia?
E vi que ela estava se aproximando cada vez mais e pressenti o beijo que iria me dar, meio que sussurrei:
– Por favor! Não podemos, não aqui. – quando se afastou com aquele sorriso maroto, perguntei: – Podemos sair depois se você quiser, quer jantar comigo?
– Eu adoraria! – sorri ganhando o dia!
– Layla! – deu um passo para trás quando ouviu seu nome, me olhou de uma forma que não pude decifrar, sorriu se virando e se jogando nos braços do pai.
Soltei aos poucos a respiração abrindo um dos botões da minha camisa e olhei os dois conversando animadamente ali, virei para dar liberdade a eles e fui chamada de volta pelo Tenente-Coronel, me aproximei cautelosa dizendo:
– Senhor?
– Nós precisamos conversar Júlia!
– Quando o senhor quiser Tenente-Coronel! – o homem era mais baixo que eu, mas intimidava com aqueles olhos na mesma tonalidade de negro dos olhos da filha, ele sorriu me deixando um pouco aliviada e disse:
– Já está com o relatório do chamado de hoje?
– Sim senhor, estava indo entregar quando. – parei e ele me olhou esperando uma continuação, firmei a voz e disse: – Quando me lembrei que precisava assinar senhor, peço desculpas.
– Tudo bem menina, depois você me entrega, mas o conteúdo da nossa conversa é outro, quando assinar os papéis por favor, vá até minha sala. – sorriu abraçando a filha pela cintura, e o olhar dela sobre mim, mas especificamente sob o meu corpo não estava me ajudando, pra completar mordia os lábios me provocando, ele me olhou perguntando preocupado: – Você está bem?
– Estou sim senhor! – firmei minha voz novamente dizendo: – Vinte minutos senhor, e estarei na sua sala. – não podendo evitar olhar para aquele sorriso estampado naqueles lábios que me fizeram lembrar dos beijos que trocamos na madrugada, me deixou ainda mais quente, antes de me virar os bons modos me fizeram dizer: – Se me dão licença.
– A vontade Júlia!
Virei e saí em direção a minha sala não sem antes ouvir da boca dele que eu era uma boa menina e que tinha orgulho de mim, não disse a mim e sim para sua filha. Os papéis em minhas mãos estavam assinados, apenas ganhei tempo para tentar imaginar o que ele queria falar comigo e acalmar o meu corpo, a filha dele estava me tirando a paz, sorri. Inspirei fundo seguindo para minha sala.
Fim do capítulo
Bom dia meninas... Passando mais cedo hoje para deixar um caps... :P
Estava pensando em postar um "extra" essa tarde, o que vocês acham disso? ;)
Bjs... até mais!!
Comentar este capítulo:
Pandora
Em: 13/03/2019
Meu deus, qro pode postar o extra *-*
Awn que amorzinho a Juh, meu deus que vontade de guarda ela em um potinho kk
Só acho que o sogrão vai dar a benção pro amor delas kkk
To amando a história, Parabéns ;)
Resposta do autor:
Olá Pandora, boa noite... Tudo bem?
Extra no ar moça, espero que goste...
Obrigada pelo carinho, fico feliz em saber que está curtindo a história...
Bjs, se cuida
Bia
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