Aqueles lábios que cobriram os meus eram minha perdição. Delicadamente a pessoa abre cada botão de minha blusa de montaria. Seus lábios abandonam minha boca e encontram o caminho de meus seios que estavam rugidos de desejo.

-eu preciso de você- minha voz era rouca pelo desejo.

Precisava sentir seus lábios outra vez . Minhas mãos segura seu rosto e puxo pra que nossos lábios se encontrasse, quando chegam perto . Bem na hora em que nossos rostos se encontram , alguma coisa me impede.

Acordo banhada de suor, outra vez o sonho me tomou a noite, e outra vez na conseguia ver o rosto daquele que desde que me entendo por gente me persegue.

-Droga mas alguns segundos veria seu rosto!

Me levanto e vou até a cozinha tomar água.  Eu continuava a morar na mesma mansão que fora de meu pai.

Quando entro na  cozinha Maria estava sentada próximo a mesa , com uma xícara de chá na mão.  Ela me olha adivinhando o que se passará.

-teve o mesmo sonho outra vez, quando vai criar vergonha e procurar ajuda - me olha com ternura, como fazia sempre que me via em situação que precisava de um conselho, um abraço - sente – se , vou preparar um chá pra você.

-Obrigada Maria. Você é a Alexa tem razão,  preciso procurar ajuda, esses sonhos me persegue a anos e estão ficando mas frequentes ultimamente.

-pelo ao menos foi diferente o sonho. Aconteceu algo de novo?

-dessa vez quase consigo ver o rosto dele.

-como você tem certeza que é ele?

-a voz e muito grave pra ser mulher.

Naquele momento lembrei da detetive  com sua voz rouca. Um arrepio passou por meu corpo, ao imaginar aquela voz sussurrando em meu ouvido.

-mas tem mulheres com a voz grave minha filha , então pode muito bem ser uma mulher

-não é Maria, na situação que acontece às coisas , se for uma mulher sei não,  ia adorar que o sonho prossiga - meu sorriso era de pura malícia .

- você não tem jeito menina, só pensa  em sex*.

-claro que não Maria, Mas tem coisa melhor que isso?- pisco pra ela.

- você não tem jeito menina.

Dou risada do jeito que Maria fica , sempre que falo sobre isso. A mulher era branca e ficava com o rosto vermelho.

-como foi a festa ontem menina?- muda de assunto.

- foi boa , mas no meio da festa aconteceu um roubo na casa do Fernando. A ladra atacou de novo.

- nossa minha filha! Feriram alguém - pergunta assustada – já te falei pra tomar cuidado!

- não Maria, entrei pela janela do quarto dele e ninguem viu. Peguei algumas jóias,  logo logo ele recupera.

- cuidado! essa é a quinta festa que você participa e é  assaltada a casa- cuidado pra não ligarem seu nome ao fato.

-v eu sei Maria, prometo tomar cuidado!

- você precisa é, parar com isso já se arriscou demais

- quando a polícia chegou  já estava com Alexa já ate me colocaram um apelido  a Ladra.

-como a Ladra.  Você não me falou que não que sabem que é você.

Preciso tomar mas cuidado com minhas palavras!

- estou falando isso porque escutei a detetive, que por sinal era muito linda. Escutei ela falar para o policial que estava com dela.

-o importante é que você deve Alexa estão bem , não sei o que faria se acontecesse algo a qualquer uma de vocês. Mas me prometa se cuidar!

- pode deixar.

Maria, desde que vim pra mansão praticamente me adotou , foi a única a me dar carinho depois de minha mãe,  e quando Alexa veio trabalhar comigo , o mesmo aconteceu em relação a ela , parecia ter sido amor a primeira vista. Maria sempre nos tratou como filha, acho que devido a mesma nunca ter tido filhos.

Ficamos conversando até o dia raiar , estava sem sono e sabia se insistisse em voltar pra cama a imagem da detetive estaria presente em minha fantasia.

Era sábado e sempre ia com Alexa visitar asilos ou orfanatos que fazia doação,  não com dinheiro dos roubos e sim com o que meu pai deixou , me sentia na responsabilidade de fazer alguma coisa pelas pessoas que eram abandonados por suas famílias. Lógico que o valor dos roubos eram feitas por doações anônimas.

Quando Alexa chegou , estava me bronzeando a beira da piscina, queria relaxar um pouco , tentar não pensar no sonho ou na detetive que precisava saber o nome.

-pensei que já estivesse pronta me esperando – Alexa chega falando , nem se prontificou a me dar bom dia. As vezes achava que minha amiga precisava relaxar um pouco, desde que havíamos ficado juntas nunca mas a vi se relacionar a serio com ninguém.  Eu sabia que tinha alguns flertes  , mas nada a sério .

-relaxa Lequinha- sorri ao ver a expressão contrariada - vou tomar um banho e me arrumar , enquanto isso vá comer algo, sei que não gosta de cozinhar e deve não ter almoçado.

Levanto e sigo para meu quarto , enquanto Alexa ia em direção a cozinha procurar por Maria.

...

ALEXIA

Sigo em direção a cozinha, realmente estava com fome, Dominick tinha razão em falar aquilo, não gostava mesmo de cozinhar e sempre , principalmente nos finais de semana procurava sua casa pra saborear as maravilhas que Maria inventava em sua cozinha.

Amava Dominick,  mas já tivera sentimentos mas fortes , hoje era um sentimento que se transformara, a via como   irmã,  apesar de ainda ter uma pontada de ciúmes todas as vezes que se aproximava de alguém.

Na noite passada , percebi seu interesse pela Detetive que acompanhava o caso do roubo na mansão,  temia por Dominick,   pois sempre achei que ela sempre procurava se envolver com pessoas que lhe davam trabalho , apesar de nunca tê-la visto se apaixonar.

Na noite anterior , quando perguntei de seu interesse percebi seu desconforto.

“Se interessar , ainda mas por alguém que investigaria o crime que ela cometeu!” tomara que esse interesse não fosse mas profundo , como outros que presenciara.

- Oi minha filha, aposto que está procurando por comida, vocês e essa mania de fazer regime .

Só naquele momento , percebo que havia chegado a cozinha.

-não estou fazendo regime Maria, só tenho preguiça de cozinhar. Além do mas , amo comer suas iguarias.

-já falou com a Nick,  ela estava na piscina.

- falei sim , ela foi se trocar.

-ela me contou do roubo de ontem, ainda bem que não aconteceu nada a vocês.

-por mim já tinha parado com isso, mas sabe como Nick  e teimosa!

Amava  Maria, aquela mulher lhe acolherá como uma filha e sua preocupação era sincera.

Ela me serviu de strogonoff,  sabia que eu amava. Ficamos conversando até a chegada de Nick, como sempre estava linda em uma causa justa e camiseta, uma jaqueta jogada no ombro completava seu look. Sua pele morena contrastava com a cor de seus olhos que brilhavam.

-vamos, não quero demorar estou com muito sono.

-sono? Saímos cedo da festa , porque está com sono?

- outro vez teve aquele sonho, já insisti que procure ajuda.

-concordo com você Maria!

-dessa vez foi diferente, cheguei perto de ver o rosto dessa pessoa que insisti em me agarrar desde sempre. O pior de tudo, é que o sonho de ontem senti um desejo fora do comum. Qualquer dia eu ainda vou ser comida no meu sonho... Uma pena que é no sonho.

Me prendi pra não rir da fisionomia de lamentação de Nick,  ela não tinha jeito mesmo. Amava seu humor , mas não gostava de dar vazão as suas loucuras.

- vamos logo pois ainda quero passar no orfanato , tô com saudade daqueles pestinhas.

As crianças do orfanato era a paixão de minha amiga, sempre que estava no meio daquelas crianças,  esquecia de tudo e todos, sempre me dizia que no dia em que se identificasse com alguma delas , não pensaria duas vezes em adotar. Apesar de amar a todas ali, sempre dizia que pra tudo tinha um propósito.

Seguimos primeiro para o asilo Onde conversamos, brincamos   com os idosos . Nick amava ler pra duas idosas que ela sempre falava se amarem. Desde o primeiro dia minha amiga se encantou com as duas.

De lá seguimos para o orfanato. Conversamos com a diretora que nos falou que algumas crianças estavam doentes , com uma espécie de virose e pediu pra que Nick fosse até ao outro prédio que fora construído um hospital, tudo financiado pela empresa a qual era dona.

Ao chegarmos na enfermaria, houve alvoroço por parte das crianças que amavam a visita de Nick. Ela foi de cama em cama beijar cada uma das enfermas.

-tia Nick , não podemos brincar hoje , estamos com rinoses.

Nick ri ao ouvir a criança tentando falar o nome da doença.

-não tem problema meu amor , prometo que assim que melhorarem venho aqui.

-mesmo durante a semana ?

- mesmo durante a semana.

Foi um alvoroço ao ouvirem sua promessa. Era incrível como aquela garota tinha uma facilidade de conquistar o amor das pessoas.

Ficamos no orfanato por uma duas horas , na hora das despedidas as crianças ficaram triste com nossa partida. Apesar de meu porte mas sério,  eu também amava aquelas crianças

Já na mansão,  Nick me convida pra jantar . Era sempre assim , eu acabava ficando, não só para o jantar , geralmente só voltava domingo a noite pra casa .

Quando voltei para o Brasil pra trabalhar com ela, a princípio morei na mansão antes de comprar , com a ajuda de minha amiga, uma casa. Ainda possuía alguns pertences meus , no quarto de hospede da mansão de minha amiga.

Passamos o domingo conversando sobre o ocorrido na sexta, a todo momento percebi a ausência de minha amiga , seus pensamentos com certeza não estavam presentes em nossa conversa.

...

Naquela noite o sono demorou a chegar. Quando saímos da casa da qual prestamos ocorrência fomos direto para o DP , Carlos que me acompanhava na viatura não parava de falar naquela mulher linda e isso não me ajudava em nada, tira-la da cabeça .

Assim que entro o meu chefe pede que fossemos direto a sua sala pois queria detalhes da investigação.

-pronto chefinho, chegamos.

-estou vendo policial Sousa!- Lauro,  o delegado de nosso departamento só nos tratava pelo sobrenome , apesar da expressão austera Carlos e eu sabíamos se tratar de uma pessoa simpática por trás da aparecia - como foi lá,  conseguiram algum indício de quem roubou a mansão.

- não chefe , estava escuro no lado de fora por onde o ladrão ou ladra fugiu. Falei com o dono da casa que voltaremos amanhã cedo pra terminar a investigação.

-Fez bem detetive Ferraz , Fernando Aguiar e um homem importante, temos que dar prioridade ao caso!

- mas é os outro roubos senhor,  estamos investigando  em pelo menos dois dele!

- vocês iram continuar,  mas como não conseguimos nada até agora , vamos dar prioridade a esse. E os convidados , conseguiram interrogar?

- sim , inclusive falamos com Dominick Fritz  a filha de Frederico Fritz - Carlos fala.

-Aff  por favor a deixem fora disso , essa mulher e poderosa e tenho certeza não precisar roubar pra sobreviver, já que é uma das mulheres mas rica do País.

-o senhor Aguiar  já pediu para mantê-la fora da mídia,  pelo menos não ter seu nome associado ao crime.

-então vão pra casa e pela manhã vão direto pra cena foi crime . Quem sabe tenham mas sorte do que nos outros crimes.

Saímos do DP e marcamos pra nós encontrarmos Carlos e eu , na padaria que sempre tomávamos café,  estava exausta as vezes não conseguia dormir pensando em coisas que surgiam em minha mente  do nada. Pessoas que nunca vi , vozes que vinham a minha mente,  quando estava relaxando .

Sempre fora assim,  desde de sempre parecia que a cada gesto, a cada passo, me era conhecido. Carlos cansava de falar que deveria ser passagens que vivi em outra vida, ele acreditava muito naquela bobagens, frequentava centros espíritas, inclusive muitas vezes solicitou minha presença em sua companhia,  mas eu era muito realista,  pra mim só tínhamos uma saída “ a morte “ Onde tudo acabava.

Lá estava eu em meu apartamento,  tentando relaxar e tentar dormir mas minha cabeça estava fervilhando , a todo momento Dominick Fritz vinha a minha mente, seu olhar , seu sorriso , aquela boca tentadora.

- nossa tenho que parar com isso , porque essa mulher mexeu tanto comigo?- perguntava recriminando – me - acho que estou muito tempo sem sex*.

Tomei um banho relaxante e peguei no sono.

-Maria clara , te amo mas que minha vida. Temos que resolver isso é logo,  quero você a meu lado- uma voz chamava. Viro- me pra responder a esse chamado.

-Eu sei meu amor, vamos resolver , se preciso for,  fugiremos pra longe daqui.

Sinto seus lábios procurando os meus , sabia não conseguir mas viver sem seus beijos, seus toques.

Acordo assustada, meu coração estava disparado, atordoada sem saber onde estava, Olho ao redor e percebo está em casa.

-nossa pareceu tão real, a anos não tenho esses sonhos loucos.

Olhei o celular e percebo que se não me apresasse, chegaria atrasada ao meu encontro com Carlos. Corro pro banheiro pra fazer minha higienização  matinal e me apreso  para encontrar meu amigo.

Quando chego no local marcado , o policial já me aguardava e parecia ansioso.

-até que enfim , pensei que a bela adormecida não viria .

-deixa de ser exagerado Carlos, só me atrasei alguns muitos.

-meia hora pra se mas exato.

-ok, pode me repreender eu mereço, agora deixa tomar só uma xícara de café pra irmos.

-mas o  que aconteceu,  você jamais se atrasar! Pelo que me lembro sempre sou eu a levar bronca por estar atrasado - me pergunta já no carro.

-não dormi direito. Lembra que te falei sobre uns sonhos que tive algumas vezes - ele sacode a cabeça em afirmativo- pois é,  ontem sonhei de novo e parecia tão real.

-vem comigo quando for a uma sessão espírita,  quem sabe consiga desvendar tais sonhos.

-sabe que não acredito nisso , pra mim temos somente uma vida que acaba ao morremos.

-tudo bem , um dia te convenço.

Chegamos na residência ainda era cedo , o proprietário,  pelo que a empregada falou , estava dormindo. Conversei com ela a respeito de nossa ida até ali e fomos para o jardim na lateral da mansão.

Vasculhados cada canto daquele jardim. Carlos que estava bem em baixo da janela por onde o tal ladrão entrou , me chama.

-olha o que encontrei.

Era um broche , pequeno e parecia ser feminino. Me abaixo e pego a relíquia com a luva.

A pequena relíquia era um trevo, com uma pequena pedra no meio que parecia ser um diamante. Percebia-se se tratar de uma jóia de valor.

-vamos lá dentro pra ver se o senhor Fernando acordou , preciso saber se esse objeto e de alguém da casa.

A família já havia acordado e estavam fazendo seu dejejum, assim que nos ver o dono da casa se aproxima.

-acharam alguma coisa?

-achamos isso, por acaso e de alguém da casa, estava perdido no jardim - não falo o local que encontramos, aquele detalhe só interessava pra investigação.

-não sei de quem é! 

-esse broche pertence a Dominick!- a filha do senhor surge a seu lado.

Fim do capítulo