desconfiança
-vamos lá dentro pra ver se o senhor Fernando acordou , preciso saber se esse objeto e de alguém da casa.
A família já havia acordado e estavam fazendo seu dejejum, assim que nos ver o dono da casa se aproxima.
-acharam alguma coisa?
-achamos isso, por acaso e de alguém da casa, estava perdido no jardim- não falo o local que encontramos, aquele detalhe só interessava pra investigação.
-não sei de quem é!
-esse broche pertence a Dominique!- a filha do senhor surge a seu lado.
-você tem certeza?- minha pergunta foi mas pra ter a plena certeza, que a mulher da noite anterior mentira ao afirmar que não saiu em nenhum momento, de dentro da mansão.
-claro que tenho ! Sempre apreciei muito esse broche, ela usava ele sempre em nossos encontros.
Uma raiva fora do comum se instalou em meu íntimo, não entendia o porque, já que mal conhecia a tal Dominick.
-ela deve ter perdido. Ela sempre gostou de nosso jardim.
-Eu devolvo a ela - a garota já ia pegar o objeto de minha mão, quando a fecho.
-não se preocupe, deixa que eu devolvo. Senhor Fernando, seguiremos com as investigações, vou precisar de algumas informações ainda.
-tudo bem , quando precisar pode me procurar, aqui ou na construtora.
Agradeço e me retiro com Carlos que permaneceu o tempo todo calado, eu sabia que meu amigo e parceiro estava a me perguntar alguma coisa.
Nem passamos pelos portões da casa , minhas suspeitas foram confirmadas.
-você não está achando que Dominick e a responsável pelo roubo, está? – sua voz era de discredulo total.
-não estou pensando nada, só vou até a senhorita Fritz saber como ela perdeu seu broche , já que afirmou não ter saído de dentro da casa.
-cuidado Ayla , você pode está mexendo em vespeiro.
-não te preocupa, só vou devolver o broche pra dona e aproveitar fazer algumas perguntas. Mas não hoje , primeiro quero saber mas da vida da senhorita Fritz.
-MG acho que você está curiosa além da conta, pela vida da minha musa- MG era abreviatura de “minha gata” algumas pessoas estranhavam o tratamento , mas havia me acostumado a anos.
- desde quando ela é sua musa, a última vez que falou em musa que me lembre, se referia a Beyoncé.
-Beyoncé está muito longe, depois de ontem, que vi aquela deusa de perto , resolvi trocar.
Gargalhei ao ouvi-lo, de tempo em tempo meu amigo trocava de musa.
-aí bicha só você pra me fazer rir, com todo esse problema que estou nas mãos, fora o sono.
-porque problema?
-porque o nosso chefinho quer que eu encontre o culpado pelos roubos. Ontem, assim que saímos da delegacia me passou um Watsapp avisando que pegue esse ladrão, antes de seu próximo passo.
Calamos. Fui pensando no ocorrido até a delegacia. Como aquele broche foi parar no jardim ? Aquela pergunta não calava em minha cabeça.
-você vai falar pro chefe sobre o broche – me pergunta antes de descermos.
-por enquanto não, quero primeiro falar com a senhorita Fritz e ter algumas respostas .
-quando pretende ir até ela?
- como disse , vou primeiro saber um pouco mas a seu respeito. Acho que no meio da semana vou dar uma passadinha em sua construtora.
-só cuidado MG , já te falei em como Dominick é envolvente, não quero te ver sofrer.
-Carlos, desde quando gosto de mulher?
-ah leaozinho, já vi muitas mulheres caindo em tentação por aquela pele morena.
Solto uma gargalhada alta dentro do carro, era cada apelido que meu amigo me presenteava que chegava a ser cômico.
- Fica tranquilo Carlos, te prometo não cair em tentação – falo entre risos.
-tá, então vou te acompanhar , só pra garantir.
-tudo bem!
De certa forma, fiquei aliviada em ter sua companhia. Em uma coisa Carlos tinha razão, aquela mulher era uma tentação e por mas que não me visse envolvendo - me com uma mulher, era melhor tê-lo por perto só pra garantir.
...
A semana começou corrida, na segunda pela manhã, assim que cheguei na empresa, Paula , minha secretaria, me avisa que teria uma reunião com os sócios. Alguns deles, os mas velhos , queriam fazer algumas mudanças que eu não aprovava, e de duas semanas pra cá, era uma reunião atrás da outras. A princípio alguns deles pensaram que por serem mas antigo me intimidaria, ledo engano, pois quanto mas eu os contrariava , os sócios mas novos se aliavam a mim.
Desde que comecei a dirigir a construtora , percebi que ali algumas normas que só beneficiava os que possuíam maiores ações, alguns sócios que haviam comprado ações, que eram os minoritários, não se beneficiavam em nada com tais normas, coisa que fiz questão de mudar com minha gestão e contrariando alguns.
Novamente estava a frente daquelas cobras que só serviam pra sugar os lucros da empresa.
- nos temos direito a um lucro maior , praticamente fundamos essa empresa – um deles se exaltou quando falei que a regra era pra todos , sem distinção.
-pelo que sei e meu pai me falou, somente ele fundou a empresa, e com passar dos anos colocou as ações no mercado, então sendo socia majoritário tenho todo direito de fazer mudar as normas.
Outra vez foi se ouviu o alvoroço. Não aguentava mas lidar com aqueles crápulas que juntamente com meu pai, prejudicou muita gente boa.
Quando chego em minha sala , Gustavo, que havia chegado tarde estava me esperando com umas plantas de um novo condomínio que os engenheiros haviam mandado. Gostava de trabalhar direto com esses profissionais, só assim tinha a plena certeza que não enganariamos nenhum cliente, que investido milhões nesse tipo de obra.
-o que achou das plantas Gustavo? – o assessor era engenheiro mas que não exercia a profissão, inúmeras vezes pedia sua opinião com projetos.
-Dominick , por mim esta aprovadíssimo!
Ri do jeito de meu assessor , acho que de vez enquanto Gustavo esquecia da pose de macho alfa.
-então vou seguir com a obra , esse condomínio vai facilitar a vida de muitas famílias, que lutam pra conseguir sair do aluguel.
-e incrível como você é diferente do senhor Frederico. Sei que era seu pai ,mas pra ele só interessava o lucro e com certeza essa seria uma obra gigantesca e somente pra alta sociedade.
-graças a Deus não sou meu pai! nunca concordei com as ambições dele.
- percebi isso no instante que te vi na Inglaterra, eu sabia que você vinha pra inovar a empresa.
Gustavo era uma pessoa sensata, Maria sempre tinha visto o melhor do rapaz que trabalhou duro pra se formar . Eu que não tinha a mesma crença nas pessoas que Maria , eu sempre acho que , quem trabalhava com o velho era tão egoísta quanto ele.
-Dominick posso falar com você? – Fernando coloca o rosto na porta semiaberta.
-então Dominick, irei até o escritório de Novais avisar pra seguir com a obra - Gustavo fala se despedindo.
-o que aconteceu Fernando ?
- sabe aquela detetive que esteve em casa no dia do roubo - meu coração dispara ao lembrar da detetive , com tudo que aconteceu naquela manhã ela esteve ausente de meus pensamentos, mas sua fisionomia veio com força com as palavras de Fernando.
-o que tem ela?
-pois é, sábado retornou na minha casa, pois no dia do roubo estava escuro o jardim dificultando seu trabalho – aceno com a cabeça- bom no sábado quando esteve em casa, acabou achando um broche no jardim . O broche tinha formato de trevo.
Apesar da surpresa, tento parecer imparcial. No dia anterior procurei pelo broche que me era estimado , a única lembrança que tinha de minha mãe.
-minha filha viu e lembrou ser seu.
-realmente procurei em casa por meu broche , lembro que no dia da festa , fui ao jardim tomar um ar . Será que caiu e eu não vi?
- com certeza foi isso .
-você trouxe a jóia?
- não, a detetive não entregou, falou que te procuraria pra entregar.
Só de pensar em rever a detetive , meu corpo tremeu. Aquela mulher se tornou uma obsessão de minha mente, desde que a vi.
-ela falou quando me entregaria ?- falo ansiosa.
-não, mas deve está vindo hoje mesmo te devolver . Me admira que não a tenha procurado ainda - fala desconfiado.
-tenho certeza que me procurará pra entregar o broche - não gostei nenhum pouco da desconfiança de meu sócio.
Assim que se retira de minha sala , interfone pra Paula.
-Paula , peça pra Alexa vim a minha sala , diga que é urgente - falo isso pois sabia que Alexa, se tivesse em um processo importante só chegaria em minha sala, no final do dia.
-aconteceu alguma coisa Dominick?- Paula tinha 23 anos, e desde os 21 trabalhava como minha secretaria. Logo que assumi a empresa no lugar de meu pai , sua antiga secretaria estava em processo de aposentadoria. Assim que vi Paula simpatizei com a garota, era de família humilde e se esforçava pra terminar a faculdade de Administração.
-não aconteceu nada, só preciso falar com Alexa com urgência!
- já estou chamando por ela – desliga.
Encosto – me em minha cadeira e fecho os olhos, a única visão que tinha era da detetive Ayla , com seu olhar penetrante. Um frio me percorre a espinha.
- o que aconteceu Dominick, Paula disse que precisava falar comigo com urgência!
- A detetive achou meu broche no jardim da casa de Fernando – fui direto ao assunto.
-como? – fala espantada.
-deve ter caído quando soltei do quarto de Fernando .
-mas você não sentiu falta, o final de semana todo! Você não larga aquele broche.
-eu senti falta no sábado, mas achei que tinha perdido em casa mesmo e que Maria havia achado e guardado.
- quem te falou isso ?
- o Fernando. A detetive esteve lá no sábado e achou , Isadora reconheceu ser meu.
-Fernando desconfiou de algo.
-NÃO! Inventei que tinha ido no jardim pegar um ar, mas antes do ocorrido.
-menos mal. Mas é agora o que vai fazer, com certeza a detetive irá te fazer perguntas já que afirmei que esteve comigo o tempo todo.
-temos que pensar em uma resposta satisfatória, que não deixe nenhuma dúvida.
-o que vai falar – Alexa estava realmente preocupada.
-não sei , pelo menos não me pegará de surpresa. Vou pensar em algo.
Ficamos conversando até a hora do almoço, fomos juntas a um restaurante próximo a empresa . Não tocamos mas naquele assunto, também não adiantava ficar aflita antes do tempo.
Aquele dia terminou sem que tivesse a visita da detetive. Na terça fique o dia todo praticamente esperando que aparecesse querendo algumas resposta, mas outra vez , voltei pra casa decepcionada . Minha decepção era por estar ansiosa por vê-la.
Na quarta feira estava com Alexa, que me mostrava alguns documentos do novo projeto ! quando Paula interfona.
-Dominick , tem uma policial aqui querendo falar com você.
-detetive!
Meu corpo arrepiou ao ouvir sua voz rouca repreendendo Paula.
-tem uma detetive querendo te ver - Paula repete novamente.
-fale pra ela aguardar um momento que já vou atende – lá.
-a detetive está ai- falo para Alexa.
-quer que eu fique?
- não. Vamos vou sair com você.
Saímos para a recepção, ao vê-la minha carne , meu corpo todo treme. Ela estava vestida em uma calça preta justa , uma blusa de meia manga branca e o colete da polícia por cima. Nossos olhares novamente se encontraram, ali, naquele momento, tive a certeza que queria ela pra mim.
...
Passei dois dias ansiosa por procurar Dominick e ter respostas às minhas perguntas. Mas ansioso que eu, Estava Carlos que a todo instante queria saber que hora iríamos na quarta.
Nesses dois dias, pesquisei tudo que pude sobre Dominick, e a todo momento deparava com uma mulher pendurada em seu pescoço, nas revistas e redes sociais e de alguma forma aquilo me incomodava ao extremo.
Na quarta quando chego ao DP pra buscar Carlos, tenho uma surpresa . Carlos havia saído em diligência em uma ocorrência e não iria comigo.
Pensei seriamente em deixar praia o dia seguinte , mas minha curiosidade e a vontade de ver aquela mulher foi mas forte que meus receios.
Agora estava eu ali, esperando que me atendesse. Ao vê-la sair vários pensamentos passou em minha cabeça, o mais forte era de como ela era linda!
-bom dia Detetive , quer falar comigo?
- quero sim – retiro o broche que estava em meu bolso - esse broche e seu?
Ela não pareceu surpresa como imaginei ficar.
-e sim , onde encontrou? Já tinha desistido de procurar.
-estava no jardim da casa do senhor Fernando. Pode me explicar como foi parar lá, já que afirmou não ter saído da casa.
-não afirmei nada, Alexa afirmou- Alexa que estava a seu lado parece surpresa com suas palavras - devo ter saído pra fumar e ela não deve ter percebido - outra vez a advogada faz uma cara de quem não tá entendendo nada.
-você fuma?- pergunto surpresa, pois o que havia lido sobre ela , aquele era um hábito que não tinha.
-não! mas quis experimentar naquele dia. Vamos entrar em minha sala, lá podemos conversar melhor. Alexa depois nos falamos. Vê se não vai me trair muito.
A advogada abre a boca pra responder, mas desiste e sai marcando passos.
Assim que entramos Dominick se aproxima da enorme mesa que estava exposta no canto do escritório, se escorra olhando pra mim, com os braços cruzados.
-agora pode me perguntar o que quiser - seu sorriso era debochado. Vontade de arrancar aquele sorriso de seu rosto.
-com me explica que esse broche estava próximo a cena do crime , bem próximo da janela do quarto do senhor Fernando.
-devo ter ido caminhar, gosto daquele jardim.
-mas onde encontrei só tinha grama.
-eu gosto de grama – ela se aproxima de onde estava , seus olhos estavam brilhando - tem certeza que só veio aqui pra conhecer meus gostos?- falava se aproximando mas é mas de mim.
-você é abusada , posso te prender por desacato.
-vou adorar ser presa por você.
Quanto mas ela se aproximava , mas eu me afastava, até que minha Costa esbarrou na parede, me deixando presa entre o concreto e aquele corpo que parecia ferver de desejo.
-sei que você quer isso tanto quanto eu.
-quero o que?
- isso – sem avisar cobre meus lábios com seu ,me fazendo reviver algo que não tinha ideia do que era.
Fim do capítulo
Boa tarde meninas!
mas um capitulo de A ladra. espero que estejam gostando.
bjss
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Anny Grazielly
Em: 15/03/2021
Pqp... adorei Nick... a bicha chega chegando... kkkkk... ja louca pelo próximo capítulo.... kkkk... e
Brescia
Em: 10/03/2019
Boa noite moça.
Passando só para dizer que, estou amando e curiosa tb. Rs
A sua escrita me trasporta em cada cena, faz com que imagine cada detalhe, muito bom isso. ????????????????????
Resposta do autor:
Boa tarde linda!
a intensao e essa, transportar a leitora para o conto.
agradeço por ler minha historia.
bjss
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