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Coincidências por Rafa e

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Palavras: 5213
Acessos: 2173   |  Postado em: 04/03/2019

Capítulo 21

-- Não.

-- Quando então?

-- Lívia eu...

-- Quando vai viajar Haidê? – a olhou, só então a morena percebeu os olhos verdes nublados.

-- Querida, eu disse a ele que não podia e...

-- Até quando vamos viver assim? Ontem estávamos em um momento gostoso e olha como acabou... – passou a mão pelo cabelo loiro, amarrando-o em um rabo de cavalo. – Não temos vida própria, estamos sempre com medo, olhando para os lados, temendo que algum carro esteja nos seguindo... Seu irmão nos monitora a cada segundo, nunca estamos sozinhas, ele sempre está nos vigiando de alguma forma... – andou pelo quarto e declarou cansada - Enchi Haidê.

-- Como encheu? – perguntou temendo a resposta.

-- Isso tudo... Eu amo você, mas não estou disposta a lhe perder.

-- Perder como? Lívia está desistindo da gente? – aproximou-se a olhando nos olhos.

-- Desistir de você é desistir de mim. – forçou um sorriso – Mas não quero vê-la se matar, perseguindo uma vingança... –  voltou-se para morena – Eu não quero isso... – acariciou o rosto da advogada – Quero amá-la livremente, sem medos e amarras. Eu não sou de cristal, Haidê. Posso ficar ao seu lado.

-- Está me deixando sem opção. – afirmou encarando-a.

-- Estou lhe dando a opção de vivermos e nos amarmos... Tocarmos nossas vidas sem medo. – passou o dedo pelos lábios da advogada – Eu sei que o motivo de não estarmos juntas, casadas é pelo seu medo... Haidê, você morre de medo que lhe aconteça alguma coisa e eu fique sozinha, sofra...

-- Lívia... – não conseguia falar nada, estava com a voz embargada.

-- Eu não quero lhe perder, não quero deixar de viver isso que nós temos de tão bom... – estava emocionada – Eu quero fazer parte da sua vida, por favor, desista ou... – pediu olhando-a com os olhos cheios d´água.

-- Ou?

-- Deixe-me lutar ao seu lado. Somos mais fortes juntas.

-- Eu... – também estava emocionada – Lívia, não posso imaginar isso... Eu não suportaria lhe perder. – pegou a mão da loirinha. - Entenda meu anjo, eu devo isso a Ulisses, ele segurou tudo ao redor quando eu precisei e...

-- Mas esse preço é alto.

-- Por favor, sem minha ajuda, ele pode se perder... É meu irmão.

-- Então me deixe participar, não me afaste.

-- Não... – a abraçou forte e se afastou para encara-la. – Eu não me perdoaria se lhe acontecesse algo. – Lívia abaixou a cabeça, escondendo as lágrimas que corriam, pegou sua bolsa e saiu sem olhar para trás. Haidê sentiu as lagrimas rolarem pelo seu rosto. – Vou me arrepender disso. – falou para si mesma e foi atrás da loirinha.

-- Lívia... – chamou. – Tudo bem. – a surfista a olhou.

-- Sem segredos?

-- Sem segredos. – ela foi até a morena e a olhou dentro dos olhos.

-- Aceita que fique ao seu lado?

-- Sempre. – respondeu e sentiu a mão da loira limpando seu rosto.

-- Vamos para o quarto.

 

************************************

Haidê acordou com telefone tocando insistentemente, ela pegou sem olhar, não queria que Lívia acordasse.

“Quem quer morrer tão cedo?” – pensou em falar. – Alô.

-- Eu quero propor um acordo. – Haidê olhou para Lívia dormindo ao seu lado e se levantou para não a acordar.

-- Jacques, eu não sei se sabe, mas não faço acordo com bandidos.

-- Haidê, você não tem escolha. – sorriu. – Não sabe o que posso fazer?

-- Claro que sei, esta semana mandei alguns dos seus homens para cadeia. – imaginou a expressão do ex.

-- Eu vou acabar com ela se estiver duvidando.

-- Qual proposta?

-- Nossa mãe está passando dificuldades, quero ajuda-la e como a filha ingrata dela não liga...

-- Quanto?

-- Ah, gostou da proposta, não é? Pensei em uma boa mesada e você.

-- Eu? – deu uma gargalhada. – Sem possibilidades.

-- Está disposta a pagar para ver?

-- Estou disposta a me livrar de vocês.

-- Veja bem minha querida, eu não abro mão de você nem morto. – afirmou com sarcasmo.

-- Quando estiver morto não diga que não avisei.

-- Então melhor preparar a missa dela. – desligou o telefone. Haidê colocou o celular sobre a mesinha e viu o mar pela janela.

-- O que você avisou a ele? – Haidê se assustou e virou em direção a loirinha.

-- Está acordada? – Lívia se sentou e apontou para o lado da cama.

-- Vem aqui bichinho selvagem. – Haidê subiu pelo corpo menor enchendo-a de beijos. – Não enrola, você disse que seriamos uma só. – a advogada deslizou e sentou na cama.

-- Era seu amado irmão.

-- O que aquele verme queria?

-- Um acordo. – Lívia a olhou surpresa. – Ele me queria e em troca lhe deixaria em paz. – jogou a cabeça de um lado a outro. – Além disso, pediu uma mesada para sua mãe.

-- Mais? Eles acham que sou a casa da moeda? – a olhou séria. – O dinheiro eu posso passar, mas você: nem pensar.

-- Não vai passar nada. Não tem negociação para você, somos uma da outra e sem mais conversa.

-- Assim que se fala. – a beijou. – E nada de Jacques perto de você.

-- Vamos nos levantar.

-- Já? Pensei em brincar mais um pouco. – perguntou se insinuando.

-- Eu não gostei do tom seguro de Jacques.

-- E vamos fazer o que?

-- Eu vou lhe deixar em um local seguro, depois vou me encontrar com Ulisses.

-- Nem pensar e sem discussões Haidê Aqueu. O que combinamos ontem?

-- Eu tenho medo de lhe perder.

-- Eu também tenho. – a olhou com censura. - Por isso ficaremos juntas, e se alguém se perder, que sejam as duas juntas. – Haidê revirou os olhos e depois concordou.

 

********************************

As duas desceram sorrindo de mãos dadas, exalavam felicidade, o que foi imediatamente percebido por Helena e Yan.

-- Tia, a senhora “tá” feliz. – constatou e olhou para loirinha – Tia Lívia também.

-- Acho que temos novidades Yan. – Helena constatou após perceber o anel da sogra na mão de Lívia.

-- Que novidades tia? – Haidê percebeu o olhar da avó.

-- Meu querido... – abaixou-se até a altura da criança – Eu vou me casar.

-- Jura? – sorriu – Com tia Lívia?

-- Com ela mesma. – Olharam para surfista, ela transmitia felicidade.

-- Obaaaa! – pulou em direção à loirinha para abraça-la.

-- Estou muito feliz por vocês, meninas. – Helena puxou as duas para um abraço.

-- Obrigada vó.

-- O anel das mulheres de nossa família ficou lindo na mão de Lívia. – A loirinha olhou e sorriu.

-- E como sou a única filha que restou... – constatou com pesar.

-- Estou duplamente feliz: pelo pedido da morena e por ter o anel de família.

-- E eu por ter aceitado. Pensei que esse pedido nunca sairia. – Helena brincou.

-- Vovó!

*************************************

-- Oi maninha.

-- Seu barbeador quebrou? – ele estava com a barba por fazer e uma aparência de cansado. Ele olhou para Haidê e logo depois Lívia apareceu.

-- Ela?

-- Agora somos uma dupla. – Lívia comunicou se abraçando a morena.

-- Por que não me surpreendo? – revirou os olhos.

-- Qual a novidade? – Haidê perguntou e Ulisses olhou de uma para outra.

-- Certeza que são mesmo uma dupla?

-- Ulisses, você me pediu para vir a São Paulo porque queria me falar algo de importante, então fale. – ele olhou para Lívia que deu um meio sorriso e um sinal com a cabeça.

-- Olha loirinha, isso pode lhe irritar. – as duas se olharam. – Investigamos seu amigo advogado.

-- Augusto? Mas por quê?

-- Sim. – ele ignorou e continuou, achou melhor sua irmã explicar. - Esse cara era irmão da tal Jeanine.

-- Sim, eles eram irmãos por parte de pai, mas isso vocês poderiam ter me perguntado.

-- Ele não é de confiança Lívia. – Haidê a interrompeu.

-- Como assim?

-- Fui visita-lo e quando estava de saída, Jacques ligou para ele.

-- Por isso fui atrás de informações. – Ulisses completou. Lívia pensou um pouco.

-- Haidê, depois quero saber sobre esta visita. – a morena fez uma expressão de blasé e seu irmão sorriu de lado. Lívia olhou para Ulisses. – Descobriu mais alguma coisa?

-- Foi realizado alguns depósitos com regularidade na conta de Augusto. – assobiou. – Uma quantia muito boa. - antes que Haidê falasse Lívia prosseguiu.

-- Uma boa quantia em sua conta e contato com Jacques... – disse pensativa. – Gente, Augusto não falava com ele desde a morte de Jeanine... – estava nervosa. – Jacques me culpou porque estava enchendo com a questão de namoro e ela não aguentou a pressão e se matou...

-- Por que ela pressionando por namoro não me surpreende? – as duas olharam e Ulisses se rendeu. Lívia continuou.

-- Outra teoria era de que Jacques a havia violentado e ela se matou. Esta teoria foi descartada pelos investigadores, mas todos concordaram que foi suicídio, exceto...

-- Você e Augusto. – Haidê concluiu.

-- Sim. Milena também evitava Jacques, mas uns dois anos atrás eles tiveram um caso. – sorriu com pesar. – Isso eu descobri nas minhas investigações.

-- Ou rede de fofoca. – Ulisses concluiu e as duas olharam para ele.

-- Agora nós temos uma grande questão: como uma pessoa que culpa outra pela morte da sua irmã mantém contato com ele? – Haidê questionou.

-- Esses depósitos mensais? – Lívia perguntou.

-- Dinheiro vivo e em caixa eletrônico. – olhou para irmã. – Haidê, esse cara está envolvido em coisa grande.

-- Poderíamos faze-lo falar e...

-- Não Lívia. – Haidê a interrompeu. – Não posso me arriscar em colocar você sozinha com esse cara.

-- Haidê...

-- Nem pensar. – encerrou e Ulisses interrompeu antes que brigassem.

-- Lívia, quando essa garota morreu?

-- Jeanine? – expressou um sorriso, estava nervosa. – Eu tinha quatorze anos e ela quinze.

-- Como Jacques se envolveu com ela? Ele é bem mais velho.

-- O pai dela fazia gosto, ele é um Di Monti. – respondeu com pesar e Haidê percebeu.

-- Ulisses, estamos cansadas da viagem e ainda fomos acordadas por Jacques.

-- O que ele queria?

-- Um acordo.

-- Acordo?

-- Dinheiro de Lívia e que eu ficasse com ele.

-- Vai sonhando. Depois termino o relatório, estou quebrado. – espreguiçou-se. – Eu vou dormir mais um pouco, ainda está cedo. – bocejou. – Haidê, você conhece a casa melhor que eu, qualquer coisa só chamar. – saiu deixando-as sozinha.

-- Conhece melhor que ele?

-- Eu morei aqui, esse apartamento era do nosso pai. – foi até Lívia e a abraçou. – Está tudo bem?

-- Dentro do possível. – retribuiu o abraço. – Amo tanto você. – Haidê beijou o topo da cabeça loira.

-- Eu também lhe amo. – se beijaram. – Vamos guardar as coisas, depois quero lhe levar em um lugar.

 

****************************************

 

-- Que lugar é esse?

-- Onde aprendi artes marciais. – sorriu. – Agora vou lhe apresentar, meu mestre. Pensei que seria uma boa aprender mais algumas coisas do que bater com bandeja e salto.

-- Haidê, não me provoque. – ela se curvou um pouco e disse baixinho.

-- Eu adoro provocar você. – Lívia a olhou surpresa.

-- Comporte-se!

-- O´Brien... – um senhor se aproximou com as mãos para trás. A morena ficou séria e juntou as mãos. Lívia conheceu mais um lado da mulher que amava e se sentiu feliz, ela estava compartilhando todos os momentos e, os segredos, aos poucos estavam acabando.

 

****************************************

-- Dormiu? – Ulisses se espreguiçou.

-- Foi uma noite e tanto. – olhou pelos lados. – Cadê sua guarda-costas loira?

-- Foi tomar banho. – serviu-se de suco. – A levei para conhecer o mestre.

-- Uau! O lance então é sério. – pegou o copo de suco da mão de Haidê antes que ela bebesse.

-- Educado.

-- Educado que protege a irmã e a loirinha irritante dela. – deu uma gargalhada. – Interrogamos Cicatriz e só com a lembrança de deixa-lo perto de Lívia, ele abriu o bico.

-- Ainda bem que prefere ficar longe, ou faria mais cicatrizes naquele corpo asqueroso. – sentou-se a mesa e Ulisses roubou algumas batatinhas fritas.

-- Sabe aquele telefone?

-- Alguma novidade?

-- Todas. Ele ligou de volta para Jacques, o negócio ali é pesado. – foram interrompidos por Lívia.

-- Que negócio?

-- Tráfico de drogas. – Ulisses concluiu e bebeu mais um pouco do suco.

-- Como assim?

-- Haidê, ela não sabe o que é tráfico de drogas?

-- Querida, eu suspeitava disso, mas agora que confirmou...

-- Esse sujeito é só a ponta de um esquema que se funde ao que aconteceu com nossa família.

-- Eu nunca suspeitei de Jacques, não para esse tipo de coisa. Ele tem aquela mania de ser saudável... Drogas? – Lívia completou.

-- Amor, ele não consome. É tráfico, para ele são negócios.

-- Ele chefia isso?

-- Ele não é o cabeça.

-- Temos algum nome? – foi a vez de Haidê perguntar.

-- Rosário Provence.

-- Rosário Provence? – Lívia perguntou surpresa e Haidê se aproximou.

-- Amor, você a conhece?

-- Ela é a avó de Augusto e já morreu. – os irmãos trocaram olhares.

-- Lívia, por favor, fale tudo o que se lembra.

-- Não tem o que falar. Ela era a avó de Augusto e Jeanine, morreu poucos meses antes de Jeanine. Elas eram muito apegadas.

-- Ela era brasileira? – Ulisses perguntou.

-- Não. Ela era uruguaia, assim como o pai.

-- Lívia, fala dessa família. – Haidê pediu.

-- Estão desconfiando dela? Gente, ela morreu quando eu era uma adolescente. – revelou sorrindo.

-- Não estamos suspeitando dela, mas de alguém que está usando o nome dela.

-- Tem mais um uruguaio, Javier. Ele quem comanda essa parte do transporte entre vários países.

-- Javier Provence? Ele é o irmão mais velho deles.

-- Tudo bem... – Haidê disse pensativa. – Nós temos dois nomes que são irmãos, uma pessoa com falsa identidade que não sabemos se é mulher ou homem e Jacques.

-- É mulher. – Haidê o olhou. – Todos relatam que é uma chefe, além de interceptarmos uma mensagem de voz feminina. – terminou de comer a batatinha. - Ela falava em inglês. Toda a conversa era em inglês.

-- Inglês?

-- Imagino que tinha outra pessoa ouvindo. – Haidê olhava com curiosidade para o irmão que pegou um envelope lhe entregou. – Interceptamos várias ligações, mensagens de texto e voz, além de fotos.

-- Esse é o Johnny. – disse surpresa após abrir o envelope. – Esse ao lado é Lavário?

-- O próprio.

-- E quem são eles? – Lívia perguntou com curiosidade.

-- Johnny é um dos agentes da Interpol que trabalha conosco. – Ulisses explicou.

-- Um traidor?  

-- Sim. Lavário vende armamento pesado para grupos guerrilheiros, está na lista da Interpol e CIA.

-- E um traidor americano que se envolve com um procurado pela CIA... – Haidê constatou pensativa. – John já sabe disso?

-- Deve chegar amanhã com mais dois agentes.

-- Seatle e Houston?

-- Cidades? – Lívia perguntou sem entender.

-- Apelidos e coisas do tipo.

-- Então maninhas... – olhou de uma para outra e Lívia sorriu com a declaração. – O bicho vai pegar, oficialmente e declarado.

-- Quando irão prender o Johnny?

-- Primeiro vamos conversar com John, mas, provavelmente vamos oferecer mais corda para ele se enforcar. Agora vamos almoçar? Estou com fome. – ele se sentou e Lívia olhou para a namorada.

-- Sou maninha? – antes de Haidê responder Ulisses interrompeu.

-- Fazer o que? Pescou minha irmã, agora vai ter que levar o pacote família completo.

-- E aquele negócio de loirinha irritante? – ele deu de ombros.

-- Haidê também é muito irritante... – olhou a irmã abraçada a loira. – E esquisita, gosta de enfiar a boca...

-- Ulisses! – o olhou de forma ameaçadora e ele ergueu as mãos.

-- Almoçar? – chamou as duas que se sentaram a mesa.

 

****************************************

-- Oi amor...

-- Loirinha, você já almoçou?

-- Estava esperando um convite especial.

-- Posso saber de quem? – fez uma voz alterada e Lívia sorriu.

-- Da mulher mais linda que já vi: a minha.

-- Ah bom. – sorriu feliz. – Passo aí em quinze minutos.

-- Amor, não posso demorar muito, tenho uma reunião daqui a pouco.

-- Não tem problema, eu levo a comida.

-- Cuidado.

-- Prometo não chutar nenhum traseiro. – Lívia riu e voltou a analisar as fotos que seriam incluídas no material de marketing da empresa.

-- Lívia... – a loirinha olhou para cima e viu Elisabete.

-- Oi Lis.

-- Augusto está aí. – ela a olhou preocupada. – Deixo entrar? – Lívia ponderou um pouco.

-- Haidê está chegando.

-- Como Fernando diria: “danou-se!”.

-- Lis, deixa a porta da sala de reunião entreaberta para ela ouvir a conversa e pede para esperar.

-- E se estiver armado? Ele é perigoso... Haidê não vai esperar, será difícil segura-la.

-- Diga que eu pedi... – suspirou – Ela atende a tudo que peço e ele não terá coragem de me fazer alguma coisa aqui. – Lis saiu.

-- Lívia, eu posso entrar? – ela levantou a cabeça e encarou o advogado, acenou para que ele entrasse. O rapaz olhou algumas fotos que ela analisava. – Lindas modelos.

-- Elas são lindas mesmo. – concordou sem tirar os olhos das fotos.

-- Antes você estaria mais “animada”, avaliando-as. – apontou para uma das fotos em que a modelo estava apenas de biquíni. – Parece nem gostar mais de mulher. – sorriu e se arrependeu ao perceber o olhar frio que lhe foi lançado.

-- Eu não deixei de gostar, apenas transferi todo o meu sentimento para uma só mulher. – ajeitou-se na cadeira. – Augusto, nada do que vivi faz a menor diferença, parece que minha vida começou a partir do momento em que encontrei Haidê. – fez uma pausa analisando o advogado e foi irônica. – Você como meu amigo deveria se sentir feliz, por mim.

-- Feliz? Lívia parece que nossa amizade acabou... – aproximou-se da loirinha e se abaixou, ficando da mesma altura – Eu sempre estive ao seu lado, nunca fizemos nada separados, agora existe um abismo imenso.

-- Abismo?

-- Isso... – apontou para amiga – Você não liga mais para nós dois. Até Milena você jogou para escanteio.

-- Mas vocês que são festeiros demais, eu não tenho ritmo para isso. – segurou a raiva.

-- Não seja cínica. – bateu na mesa. – Eu e Milena que ficamos ao seu lado quando Jeanine morreu. Apoiamos, saímos, ficamos até tarde...

-- Espera aí... – o olhou irritada. – Eu viajei com meu pai, sai da cidade e quando voltei você empurrou Milena para cima de mim... Augusto, eu era a namorada da sua irmã. – passou a mão pelo rosto. - Isso não foi justo.

-- Eu sei, mas pensei que Milena faria você melhorar. Ela gostava de você.

-- Sabe que ficamos e não deu certo, ficou no passado. Eu não sinto mais nada por ela, então não adianta falar que foi Haidê quem tirou ela da jogada.

-- Nós três nos divertíamos. – justificou.

-- Diversão? Augusto, você mesmo insistia para que eu saísse e encontrasse alguém legal.

-- Não ela. – gritou, ele não sabia que Haidê estava ouvindo toda a conversa.

-- Juro que se ela não tivesse pedido, entraria aí agora e arrancava...

-- Haidê. – a repreendeu.

-- Entendi. – fez sinal com a mão. – Eu vou esperar.

 

-- Por que ela “não”? – perguntou exaltada e ele abriu a boca para falar e não saiu nada. – Fala! – gritou.

-- Porque ela é mais velha. – respondeu alto. - Não compartilha da mesma forma de pensar que a nossa... Uma metida, não sabe nem advogar, mas se acha. – alegou com pressa. – Lívia, ela tem o que? Quarenta anos? - perguntou com sarcasmo – Parece até mais velha.

-- Não fiz a datação pelo carbono, não posso responde-lo - respondeu com sarcasmo.

 

-- Oh loirinha boa! – fez um gesto de vitória. Lis a olhou surpresa. - Essa conversa está ficando quente... – disse com ironia. – E só para constar: eu tenho trinta e cinco anos. – forçou um sorriso.

-- Aceita um café? Uma água? – ofereceu na tentativa de desviar atenção da morena que estava cada vez mais irritada.

-- Chá de cicuta, assim eu posso fazê-lo beber, também. – respondeu com desdém. A secretaria pigarreou, sem saber o que fazer.

 

-- Viu? Só ela tem razão. – passou a mão pelo rosto – Lívia, eu sempre lhe amei, tenho certeza que posso fazê-la feliz.

-- Já conversamos sobre isso. Antes queria que eu ficasse com Milena, depois que saísse com outras, agora me ama... O que vai ser mais?

-- Com outra mulher posso ficar com você, nem que seja por uma ou duas noites... Eu posso fazê-la feliz. Lembra-se quando dormimos com aquelas garotas? Você gostou, fez até um...

-- Você é doente. – Empurrou o rapaz interrompendo-o, mas ele a pegou entre seus braços e a beijou a força. O silêncio deixou Haidê em alerta.

 

-- Chega! - levantou-se irritada.

-- Haidê, por favor... – a morena abriu a porta e viu o jovem advogado beijando sua namorada.

-- O que é isso? – viu Lívia tentando se desvencilhar dos braços de Augusto. Ele era mais alto e mais forte, mas ela o empurrou após mordê-lo no lábio inferior. Ele ergueu a mão para bater na loirinha, mas, foi detido e quando olhou para trás viu os olhos azuis que pareciam labaredas de fogo.

-- Nem pensar nisso. – declarou com uma voz rouca, contendo a raiva.

-- Eu a beijei e fui retribuído. – Lívia a olhou e sentiu um frio ao ver seus olhos azuis tão escuros.

-- Haidê... – segurou a morena pelos braços tentando chamar sua atenção.

-- Viu Lívia? Ela é uma primitiva.

-- Para! – gritou – Não está vendo que você vai piorar as coisas? – o rapaz continuou sorrindo até sentir um peso sobre seu rosto, que o deixou no chão. Lívia sabia que ela seria capaz de mata-lo, tinha que segura-la.

-- Haidê... – Lívia se jogou na frente da namorada, impedindo-a de bater mais em Augusto. – Sai daqui, Augusto. – gritou e chamou a secretaria – Lis chama os seguranças.

-- Já chamei. – avisou após entrar acompanhada de Fernando.

-- Haidê, não vale a pena, venha. – Fernando pediu com tranquilidade, mas ela parecia alheia às vozes, permanecia com o olhar fixo no jovem advogado.

-- Haidê, por favor, olha para mim... Esquece ele amor. – Lívia pediu mais uma vez, segurando-lhe o rosto em sua direção.

-- Assim é fácil, esconder-se atrás dela. – Afirmou após se levantar e voltou a cair com outro soco. Os seguranças chegaram e seguraram a morena que se soltou após derrubar os três homens.

-- Ela não. – Lívia gritou – É ele quem está incomodando. – Apontou o advogado. – Os seguranças se entreolharam sem entender, levantaram-se e olharam para Fernando que fez sinal com a cabeça.

-- Não ouviram? Quem está incomodando é ele. – apontou.

-- Isso não vai ficar assim. – gritou enquanto era levado. – Eu vou lhe pegar Haidê, sabe disso, não é? Vou tirar sua máscara de boa moça.

-- Eu quero que demita esses homens. – Declarou irritada por não ser atendida de imediato. Haidê observou a tudo e puxou a loirinha para si.

-- Lívia, eles viram Haidê machucando seu melhor amigo, é normal. – Fernando falou em tom apaziguador.

-- Não... – foi interrompida pela morena.

-- Claro Fernando. – segurou mais forte a loirinha. – Você tem razão. – As duas mulheres se olharam, Lívia pareceu entender que era para encerrar a conversa.

-- Acho que vocês estão certos, eu que estou nervosa. – falou mais calma. – Você pode nos dar licença? – o homem mais velho assentiu e saiu, fechando a porta. – Haidê, eu não sei o que está pensando, mas eu juro que só queria provoca-lo para ele soltar algo. – explicou-se.

-- Calma. Eu vi e ouvi tudo. – puxou para um abraço – Não tente isso de novo, ele não vai soltar fácil.

-- Você ficou irreconhecível.

-- Sabe que seu plano, não impede o ciúme de tramar uma renda.

-- Querida, eu não troco você por nada. – disse olhando-a nos olhos e se beijaram.

-- Foi ele quem começou. – declarou segurando a raiva. Lívia a observou e voltou a beijá-la e só então falou.

-- Por que encerrou o assunto com Fernando?

-- Aqueles seguranças trabalham aqui faz muito tempo?

-- Não sei, contratamos uma empresa e não tenho contato com todos.

-- Pode parecer loucura... – acariciou o rosto da loirinha. – Só achei estranho eles questionarem sua autoridade e a troca de olhares entre eles e Augusto, só atenderam quando Fernando mandou.

-- Acha que Augusto... – colocou os dedos sobre os lábios da loirinha.

-- Não. Vamos almoçar?

-- Onde vamos?

-- Eu vou pegar, deixei na sala ao lado. – ela saiu e pegou as sacolas com a comida. – Lívia, você pode pedir a essa empresa a lista de seguranças que trabalham aqui?

-- Claro. – a olhou após pegar a comida. – Quer vê-la?

-- Quero saber quem faz a segurança da minha namorada.

-- Noiva. – corrigiu.

-- Futura esposa está melhor?

-- Melhorou. – sorriu e deu a comida na boca de Haidê que adorou o tratamento.

 

*****************************************

 

-- Lívia! – uma morena, mais ou menos da mesma altura, veio em sua direção com os braços abertos e as mãos cheias de sacolas, abraçando-a depois. – Querida, eu tentei falar com você algumas vezes esta semana, mas parece que estava muito ocupada.

-- Desculpa Rachel, estava cheia de compromissos e quase não parei na fábrica.

-- Sim, Lis me falou da correria, deixou escapar uma pequena novidade. – Sorriu com malícia.

-- O que aquela fofoqueira deixou escapar? – perguntou sabendo do que se tratava.

-- Alguém está namorando sério, quase casada.

-- Bem, eu me sinto casada, completamente. E respondendo a sua curiosidade: sim. Estou namorando sério.

-- Nossa! – a puxou pelo braço. - Vamos sair do corredor, quero um local para tomar café e colocarmos a conversa em dia.

-- Não posso demorar.

-- Quero apenas que me fale as novidades, assim aproveito para lhe fazer um convite. – Sorriu e se explicou - Por isso liguei várias vezes esta semana.

-- Não é nada novo. – Apontou a mesa para sentarem. – Acabamos de fazer seis meses juntas.

-- Menina, eu estou tão orgulhosa de você. – Segurou as mãos da loirinha – Sempre achei aqueles seus amigos, destrutivos e tinha medo que impedissem sua felicidade.

-- Milena e Augusto? – perguntou com desânimo.

-- Lógico! Quem lhe afastou de nosso círculo?

-- Augusto saiu da fábrica há três meses. Vacilou com algumas coisas. – Balançou a cabeça em negação – Perdi alguns contratos importantes por irresponsabilidade e falta de profissionalismo. Quanto a Milena, ela se afastou espontaneamente depois que Haidê a colocou para correr.

-- Haidê? Este é o nome da sua heroína? – Lívia balançou a cabeça em afirmação. – Já amei esta mulher. O que ela faz? Eu a conheço de algum lugar? – Lívia falou sobre a advogada e a forma como se conheceram. Rachel era sua amiga de faculdade, viviam juntas, mas se afastaram após algumas interferências de Augusto e Milena. – Gente, essa morena roubou meu coração! Estou apaixonada por ela e os milagres que operou em você. – Sorriu – Lívia, você é uma pessoa maravilhosa, merecia alguém especial.

-- Ela é mesmo, muito especial. – respondeu com um sorriso.

-- Então quero saber: voltou a escrever?

-- Tenho ocupado todo meu tempo à empresa e a minha morena.

-- Ela sabe que você escreve?

-- Não. – Sorriu – Dia desses abriu um dos meus livros e leu. Fiquei ansiosa para ouvir sua opinião.

-- E ela deve ter amado a forma como você escreve.

-- Sim, ela adorou. – voltou a sorrir. – E eu amei a forma apaixonada como ela descreveu o livro.

-- Falou que era seu?

-- Não. – respondeu triste.

-- Faça isso, ela precisa saber quem você realmente é.

-- Eu sei, mas acharei um tempo apropriado. – voltou a sorrir. – Agora preciso ir, tenho um jantar para aprontar e um presente a comprar.

-- Presente?

-- Uma surpresa especial. – Sorriu.

-- Deixe-me falar o motivo que lhe procurei. Próximo final de semana, ofereceremos um jantar e estou convidando os amigos que participaram do meu casamento. – segurou a mão da loirinha. – Você nos apresentou e praticamente é nossa madrinha. Quero muito que vá.

-- Claro que irei, não faltaria por nada.

-- Leve sua namorada, quero conhecê-la.

-- Eu não deixo aquela morena sozinha, em um sábado à noite, por nada.

-- É linda assim?

-- Muito. – Conversaram mais um pouco e se despediram.

***************************************

-- Mari estou satisfeita com o trabalho destes dois. – referia-se ao advogado recém-contratado e o estagiário.

-- Se soubesse que um advogado que acabou de sair da faculdade iria trabalhar tão bem assim...

-- Teria largado aquele “lesbão” antes. – Interrompeu e as duas começaram a rir.

-- Esse termo eu não conhecia.

-- Aulas práticas com Dona Helena. – riram. – Quanto ao estagiário?

-- Sem reclamações, conduta irrepreensível. Uma palavra? Ótimo!

-- Eu sei, ele é muito bom e tem me ajudado com os contratos de Lívia.

-- Por falar nisso, estou com dois deles que me pediu para avaliar.

-- O que achou?

-- Fiz algumas anotações que poderemos alterar.

-- Podemos conversar amanhã sobre isso? – levantou-se, estava apressada e foi em direção à porta.

-- Para onde vai com tanta pressa?

-- Quero fazer uma surpresa para Lívia, nossa papelada saiu. – jogou a cabeça e fez uma careta – “Quase casamento”.

-- Uau! Parece que foi ontem.

-- Parece mesmo. – disse pensativa – Agora tenho que ir, beijos. – saiu quase correndo do escritório.

Haidê estava distraída, mas, seu sexto sentido sempre alerta, percebeu que alguém a observava. Olhou ao redor e não localizou ninguém, achou melhor ser rápida, saiu do estacionamento do edifício. Por mais que quisesse pegar quem a seguia, sabia que seria muito pior se chegasse atrasada ao jantar de Lívia. Conhecia bem o gênio da loirinha, isso a fez sorrir.

-- Garota, melhor me adiantar, pior do que enfrentar bandidos, é enfrentar seu ciúme e sua ansiedade.

Fim do capítulo


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Comentários para 21 - Capítulo 21:
Baiana
Baiana

Em: 05/03/2019

Eita que os ratos estão saindo do buraco e dando as caras. Já tô ansiosa para a festa de casamento,e aposta que tera uma atração a mais, afinal com essas duas nada é previsível


Resposta do autor:

Os ratos, baratas e logo conhecerão as cobras e lagartos. kkkkkkk Bjs.

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Gaa
Gaa

Em: 05/03/2019

Olá, autora!!

Estou esperando a conclusao da estória pq sou bem compulsiva hehehehe

Gostaria de saber qnto a Saga da família Mateus, vc pretende concluir??? Poxa pra quem lhe acompanha a anos é bem ruim a falta de conclusão....Estou cobrando pq realmente admiro sua escrita e seu trabalho!


Resposta do autor:

KKKKKKKKK.... Então tá, quem sou eu para discutir com compulsivas por leitura. Olha Gaa, estou passando uma fase pesada na vida e não tive cabeça para correr atrás da editora, mas a história já está completa. Aproveitando, se alguém tiver dicas de editoras... Bjs

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Mille
Mille

Em: 05/03/2019

É isso ai Haide, Lívia junto é melhor assim não fica preocupada com ela sozinha e nao tem brigas.

Sera que vão estragar o jantar???!!!

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

O certo seria: cuidado Haidê, agora Lívia vai aprontar mais. kkkkkkkkkkkk Olha, sempre tem bafos nestes jantares delas. Bjs

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josi08
josi08

Em: 05/03/2019

No Review

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