Coincidências por Rafa e
CapÃtulo 19
-- Haidê... – colocou as mãos para trás e esperou que a morena lhe olhasse.
-- Oi...
-- Começou a reforma lá em casa. – Haidê a olhou séria.
-- E?
-- Eu vou ter que arrumar um espaço no seu closet para colocar minhas roupas. – a advogada cruzou os braços e ergueu uma das sobrancelhas.
-- Não tem outros quartos na sua casa?
-- Claro que tem, desde que você fique comigo. – Haidê deu uma gargalhada e sentou.
-- Eu prefiro minha cama. – provocou.
-- Ótimo! Dormimos na sua casa e depois economizo na cama, levamos a sua. – Sentou-se no colo da morena e lhe deu um beijo rápido. - Preciso fazer uma pergunta, papo reto.
-- Papo reto? – ergueu a sobrancelha.
-- Quer casar comigo? – ela deu outra gargalhada.
-- Quero. – cheirou o pescoço da loirinha.
-- Então está tudo combinado. – sussurrou sentindo arrepios com a respiração da morena em seu pescoço.
-- Está sim... – mordeu o ombro da loira, depois de levantar a camisa e acariciar sua barriga.
-- Quero seus documentos... – ela parou para observa-la.
-- Documentos para que?
-- Ué, acabou de aceitar meu pedido.
-- Mas é sério?
-- Claro que é. – a observou. – O que você quer comigo? – levantou-se.
-- O que é isso Lívia? Parece até interrogatório do tipo: “quais suas intenções”?
-- E quais são? – perguntou com as mãos na cintura. – Quer só trans*r?
-- Querida, lógico que eu pretendo muito mais de você. – levantou-se e puxou pela cintura. – Eu lhe amo, só achei que o casamento seria para depois.
-- Para depois quando? Haidê, eu quero casar e ter filhos.
-- Filhos? – engoliu em seco e voltou a sentar. – Lívia, eu... – percebeu a expressão da advogada, não era uma boa hora para falar em filhos. – Não sei se ainda posso ter filhos.
-- Depois nós consultamos um especialista. Agora vamos comemorar nosso casamento. Quero os documentos e hoje temos um jantar especial em casa, só nós duas.
-- Nós duas? O que você fez com a população daquele apartamento que está parecendo um condomínio?
-- Lá na nossa futura casa, o quarto de hospedes está pronto, assim como o jantar. – Olhou o corpo da advogada. – Comprei uma roupa especial para a ocasião.
-- Vamos então. – A beijou e pegou a bolsa.
-- Haidê, estou com a moto estacionada lá na frente.
-- Eu vou pegar meu carro na garagem e nos encontramos na sua casa.
-- Na nossa futura casa. – corrigiu sorrindo e beijou a boca da morena, o telefone tocou e ela se virou para atender. – Nos encontramos em casa. – Haidê fez sinal com a cabeça.
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Lívia caminhou até onde a moto estava estacionada, quando atravessou a rua um carro preto acelerou em sua direção, ela se virou a tempo de pular sobre a calçada, quando tentou se levantar, viu que ele retornava em alta velocidade. Ela se ergueu e correu pela calçada, queria voltar para o edifício. O carro estava próximo quando ouviu dois tiros e uma freada brusca. Encolheu-se e fechou os olhos, outro carro parou ao seu lado, ela ouviu a voz que tanto amava.
-- Entra... – Haidê abriu a porta do passageiro, estava com a mão estendida em sua direção.
-- Haidê? – estava segurando uma arma com a outra mão.
-- Entra logo. – ordenou. A loirinha lhe obedeceu e pulou para dentro do automóvel. O carro preto voltou, mas desta vez, ela se sentia segura. – Machucaram você? – perguntou irritada.
-- Não.
-- Infelizes! – abriu a janela e atirou em direção ao carro.
-- Não vai conseguir dirigir e atirar. – constatou.
-- Alguma ideia melhor?
-- Eu posso dirigir e você atirar. – ela a olhou rapidamente.
-- Você? – Lívia não lhe respondeu, pulou para seu colo – O que está fazendo?
-- Mostrando a você como se dirige. – Haidê segurou a direção, enquanto trocavam de lugar. – Agora sim, pode atirar e explodir esses imbecis. – a advogada ergueu uma das sobrancelhas e a olhou sem dizer nada, apenas esboçou um sorriso, adorava as iniciativas da loirinha. – Vou em direção à praia dos pescadores, assim não colocamos tantas pessoas em perigo.
-- Vamos pegá-los, baby! – ela fez sinal em se erguer e atirar pela abertura do teto solar, mas Lívia lhe impediu.
-- Não. – olharam-se rapidamente – Segure-se e lhe direi o melhor momento. –Quando o carro se aproximou, ela acelerou, afastando-se mais, de repente girou toda a direção, ficou de frente para o automóvel escuro. – Agora! – gritou. Haidê colocou a cabeça para fora e atirou no pneu, depois próximo ao tanque de gasolina. O carro ficou desgovernado, subiu pelo acostamento, bateu em uma pedra e explodiu. Lívia voltou a acelerar e retornaram em direção à casa da morena. Olharam-se rapidamente, a advogada estava impressionada com o jeito da surfista. – Eu vi isso em um filme e tinha a maior vontade de fazer o mesmo.
-- Para onde estamos indo? – perguntou segurando o nervosismo.
-- Para casa...
-- Lívia... – tentou interrompê-la.
-- Haidê, eu sei os riscos que corro se ficar com você, mas não estou disposta a ficar longe e vê-la se virar sozinha. Agora só lhe dou uma opção: casar. – afirmou e lhe sorriu.
-- Tem certeza? – Lívia assentiu com a cabeça, a morena se aproximou e beijou sua mão. – Meu anjo...
-- Fiquei com fome.
-- Novidade! – revirou os olhos.
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Haidê ligou para o irmão e contou o que havia acontecido, ele orientou as duas a permanecerem em casa, iria pedir a alguém para pegar a moto da loirinha.
As duas mulheres acharam melhor não comentar nada com Bá, temiam pela saúde da velha senhora.
-- Meu anjo, vamos esquecer isso por hoje e apenas descansar.
-- Estragou todo o clima do jantar romântico.
-- Vamos ficar sem comer? – Lívia a abraçou por trás.
-- Claro que não meu amor. Vou preparar um banho gostoso e depois vamos jantar, só que a surpresa fica para outro dia, ainda estou nervosa.
-- Lívia, ficar ao meu lado será assim: uma montanha russa de constantes mudanças físicas e emocionais.
-- Não estou nem aí, sei que isso é passageiro e nosso amor para sempre. - Haidê sorriu e depois alongou o corpo. - Quer uma massagem?
-- Seria bom.
-- Tira essa roupa e deita na cama. – Haidê se deitou após fazer o que ela pediu. Lívia se sentou por cima, iniciou a massagem.
-- Está muito tensa.
-- Tem como ser diferente? – Lívia se abaixou e sussurrou próximo ao seu ouvido.
-- Relaxe.
-- Estou tentando... – respondeu depois de sentir o arrepio pelo corpo.
-- Não está gostando da massagem?
-- Estou adorando, mas os problemas ficam passando pela minha cabeça como um filme... – foi silenciada.
-- Farei algo para lhe deixar completamente relaxada. – sorriu com malícia e ergueu a perna da morena, abrindo-a. – Amo seu cheiro. – Haidê respirou pesado. - Sem pressa, apenas sinta. - beijou-lhe a região interna da coxa, introduzindo dois dedos, que reversavam com uma língua exigente. A advogada agarrou com força o lençol, contorcendo-se com as investidas da surfista, sua respiração pesada, abafou os gemid*s provocados por carícias ousadas. Lívia sentiu o corpo maior tremer sob o seu, e com o mesmo sorriso, escalou o corpo maior, deixando um rastro molhado de beijos – Viu como relaxou? – sussurrou – Mas eu quero mais. – colocou-se entre uma das pernas maiores, abrindo-a e se esfregou sobre ela, lenta e sensualmente, aumentou o ritmo. As duas goz*ram juntas, entre beijos e gemid*s. Lívia caiu ao seu lado, elas se olharam e sorriram.
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Lívia terminava de se enxugar quando ouviu uma batida na porta.
-- Pode entrar.
-- Bom dia! – Lívia sorriu e passou a toalha pelo corpo maior, puxando-o para um beijo.
-- Por que se levantou tão cedo?
-- Queria correr um pouco. – respondeu após beijá-la. – Esse bom dia foi gostoso, posso ter outro?
-- Quantos outros... – sorriu - Mas depois, agora preciso ir.
-- Por quê? – perguntou fazendo bico – Disseram que dono pode ir quando quiser. – brincou.
-- Acho que se confundiu - sorriu e piscou ao completar - Advogados que são assim. – brincou.
-- Então a senhorita acha que levo a vida na moleza?
-- Depois da última noite, acredito que sua vida seja um roteiro eletrizante... – a beijou rapidamente – E sem dublês. – afastou-se após provocá-la. Haidê a fitou com os olhos quase fechados, demonstravam uma tonalidade azul escura, quando se aproximou, Lívia viu que ficaria presa, não tinha como resistir.
-- Precisa mesmo ir tão cedo? – perguntou com uma expressão triste após beijá-la.
-- Haidê, eu tenho dois grandes desfiles, além de uma porção de coisas para organizar.
-- Eu sei que namorar, neste próximo mês, será algo raro em sua agenda. – bufou desanimada enquanto retirava a camisa.
-- Claro que não. – aproximou-se – Minha morena, você é minha prioridade. Toda noite, retornarei para nosso canto... – deu de ombros – Seja ele onde for, estarei lá e cumprirei minhas obrigações matrimoniais. – explicou com um olhar zombeteiro. – Sempre disponível para ser usada por vossa digníssima deidade. – a reverenciou como se fosse uma majestade.
-- Credo Lívia! Que coisa machista de falar. – declarou após fazer uma careta – Parece que sou um “daqueles homens que coçam o saco”, morde palito de dente e usa óculos “Ray-ban” falsificado. – Fez alguns gestos grosseiros - “Aí docinho, vá se lavar que hoje quero lhe usar”. – Imitou um homem e seus gestos enquanto o descrevia. Lívia estava às gargalhadas, adorava quando sua namorada relaxava e se permitia brincar.
-- Faltou a carteira em baixo do braço.
-- Capanga.
-- Como?
-- O nome dessa carteira é capanga. – voltaram a rir e Haidê se aproximou da loirinha, abraçando-a e colocando as mãos sobre sua bunda vestida apenas com o roupão. – Belo traseiro... – afirmou apertando-a e olhando nos olhos verdes – Boa anca, excelente parideira. – completou segurando o sorriso.
-- Posso dizer o mesmo de você, ainda mais quando penso em um couro se moldando a ele... – não conseguiu completar a frase, começou a rir, Haidê estreitou os olhos perigosamente ao lembrar a fantasia da namorada. – Calça de couro, mana! – gritou.
-- Está rindo? Pois saiba que adquiri um grande número de fãs fieis por onde passei com meu rebol*do. – Lívia a empurrou para cama chegando a assustá-la, depois subiu por seu corpo, como um felino se aproximando da sua presa.
-- Nunca mais brinque com isso, você é minha. – alertou de forma possessiva.
-- Mesmo? – olhou por seu corpo - Onde está a plaquinha: “pertenço à Lívia”? – brincou.
-- Não brinque com armas pesadas Haidê, você pode se ferir. – ameaçou segurando suas mãos e encarando-a.
-- Adoro brincar com o perigo. – sussurrou.
-- Então vamos ver até onde aguenta ir. – sorriu com malícia e abriu seu roupão, retirou a fita de amarra sem deixar de observar os olhos azuis. Com a fita, amarrou as mãos da morena, sentou-se em uma das coxas e esfregou seu sex* encharcado. Quando ouviu os primeiros gemid*s de Haidê, aproximou-se, beijando-a na boca, e depois pelo rosto. Lívia saiu da cama, cantarolando, deixando-a sem entender nada.
-- Ei, volta aqui. – chamou. – Termina o que começou. – pediu ofegante.
-- Não gosta do perigo? Então se divirta! – respondeu, voltando para o banheiro.
-- Lívia volta aqui... – tentou se soltar, mas a loirinha havia feito um nó de marinheiro. – Lívia, você já se vingou, agora volta aqui... – pediu novamente. Quando percebeu que ela não retornaria, tentou desfazer o nó – Lógico! Depois da demonstração de autorama, ela tinha que fazer esse nó de marinheiro. – resmungou para si mesma, tentando se soltar. Minutos depois a surfista retornou, arrumada e com um grande sorriso.
-- Ah, tadinha da minha policial internacional com múltiplas habilidades! – falou com deboche - Ela não conseguiu desatar um nozinho de marinheiro? – perguntou fazendo um bico.
-- Sem comentários. – respondeu irritada. – Não quero quebrar a cama. – resmungou.
-- Vou soltar meu bichinho selvagem. – respondeu com sarcasmo. - Hoje você passou de guerrilheira a cordeirinho domesticado. – levantou-se e arrumou a roupa no corpo. - Querida, eu vou de carro, ainda estou nervosa. - Haidê saiu em direção ao banheiro resmungando em algum dialeto desconhecido. Lívia sorriu e esperou que ela entrasse no banho, foi até lá e gritou. – Eu também te amo! – saiu sem respostas.
“Essa baixinha ainda vai me matar!”. – pensou enquanto tomava banho.
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Haidê estava irritada, Lívia havia provocado, para depois abandona-la, deixando-a excitada e na mão. Precisava esquecer, pensar em outra coisa. Ligou o som para mudar o foco, armar um plano para pegar de vez Jacques e evitar que ele fizesse algo contra sua loirinha. Aumentou um pouco o volume e ouviu o tipo de música que preferia evitar naquele momento.
-- Líviaaaa! – ouviu Air Supply e bateu com força no volante. – Ela coloca este tipo de música após me abandonar. Aguarde que terá troco. – falou para si mesma.
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Lívia chegou ao seu escritório cantarolando feliz.
-- Nossa! Não tem um dia que essa loira linda não chegue irradiante. – Afirmou após abraça-la e beija-la.
-- Nando, não existe motivos para ficar triste.
-- Ótimo! Porque temos inúmeras coisas para fazer e outras mil para definir.
-- Calma, uma coisa de cada vez. – sorriu – Farei uma ligação, volto em seguida para resolvermos tudo isso. – entrou na sua sala e permaneceu sorrindo enquanto discava o conhecido número, sentou-se em sua mesa. – Como vai a morena mais linda do mundo? – Haidê apenas resmungou. – Eu também lhe amo, minha morena. – girava a cadeira enquanto conversavam.
-- Tudo bem, você venceu.
-- Venci? O que? – perguntou com malícia.
-- O que quiser.
-- Assim tão amplo?
-- Sim.
-- Então...
-- Lívia, todos estão lhe aguardando para começar a reunião. – Lis avisou após entrar na sala.
-- Um minuto, por favor. – respondeu e fez sinal mostrando o telefone. – Amor preciso ir, só liguei para avisar sobre o jantar de ontem, ficou para hoje, só nós duas.
-- Meu anjo, eu preciso resolver algumas coisas hoje. Ulisses...
-- Não. Nada de irmãos, apenas nós duas.
-- Lívia...
-- Espero você às sete. Beijos. – desligou sem tempo para protestos. – Esse Ulisses é o maior empata tudo que eu conheço. Saco! – disse para si mesma e saiu.
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Haidê permaneceu parada, observando o telefone em sua mão.
-- Sim, este telefone é muito bonito. – Mariana constatou após entrar na sala da morena e pega-la sentada, contemplando o objeto. – Mas para garantir que funcione, precisa digitar os números antes.
-- Oi Mari, faz tempo que está aí?
-- Entrei agora. – piscou – O que aconteceu?
-- Excessos de cuidados de Ulisses e ciúmes de Lívia.
-- Parece uma boa história, não quer falar sobre ela? Mas antes, não acha melhor guardar o telefone? – perguntou se sentando.
-- Ah! Sim. – colocou sobre a mesa e olhou para amiga - Tenho que analisar uns processos, mas acho que posso resumir.
-- O negócio é grande assim?
-- Gigantesco, minha amiga. – Haidê contou tudo o que lhe aconteceu na última noite, além dos cuidados e intervenções do seu irmão.
-- Olha, dona Helena está certa. – levantou-se e começou a andar em círculo. - Dê, você não pode abrir mão da sua vida por causa de uma vingança... – ponderou antes de falar e voltou a sentar de frente para morena - Não sei até que ponto ir atrás disso valerá a pena. O perigo maior se foi, Roberto era quem mandava, ele morreu e vocês conseguiram colocar os comparsas na cadeia, os outros são paus-mandados?
-- Ainda falta Jacques, ele oferece muito perigo para Lívia, pelos menos enquanto não esclarecermos alguns pontos como esse da líder ser uma tal chefe. Ainda tenho dúvidas quanto a duas mortes. – Desabafou.
-- As mortes da ex de Lívia e do pai dela? – a morena balançou a cabeça em afirmação. – Haidê, você não é da polícia, isso sim é o trabalho de Ulisses, não o seu, imagina o que pode lhe acontecer?
-- Mariana... – levantou-se – Eles agora estão atrás de Lívia... – andou de um lado a outro – Eu a coloquei nisso, não voltarei atrás.
-- Minha amiga, ela estaria nisso independentemente de você, ou esqueceu quem é irmão dela?
-- Ela tem dúvidas sobre as circunstâncias da morte do pai... – bateu forte na parede – Eu perdi meus pais, meu irmão e meu filho, doeu demais. Não tem como se explicar a perda de um filho. – Sentia as lágrimas rolarem por seu rosto – Eu não posso perder Lívia... Eu... Eu morreria. – Mariana sabia o quanto era difícil para sua amiga tocar neste assunto, por isso deixou falar – Jurei por todos eles que prenderia o responsável, o levaria a julgamento... Ele não teve essa oportunidade... Eu mesma matei o seu pai e assassino da minha família.
-- Ela não vai morrer. – abraçou a amiga – Lívia sabe se defender, ela mostrou isso naquela festa, deixe-a fazer ao seu modo. – Tentou acalmar.
-- Irei conversar com ela.
-- Isso mesmo deixe-a participar, já que não pode quebrar o acordo com Ulisses. – sabia do duelo que a amiga travava internamente, resolveu brincar. – Pelo que você me disse, essa cambada aí que deveriam temer a loira explosiva
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-- Bá, está tudo pronto? – Lívia perguntou após aparecer arrumada e maquiada. Dirce quase caiu assustada ao vê-la tão linda. – Quero ficar à altura daquela morena. – Estava usando um lindo vestido amarelo, com rendas da cintura para cima, deixando pouco do corpo musculoso da surfista para imaginação. O cabelo estava com cachos espaçados e soltos, dando-lhe uma aparência mais leve, porém, clássica. Os olhos verdes brilhavam como se emanasse luz própria.
-- Meu Deus! – murmurou e depois colocou a mão sobre a boca em sinal de surpresa.
-- O que? – olhou-se – Estou feia? Não gostou? Deve ser a maquiagem, nunca passo mais do que um batom. – Procurou algo para se olhar.
-- Não é isso minha criança... – aproximou-se – Você está linda. – Acariciou seu rosto. – Faz muito tempo que não lhe vejo tão linda assim. – confessou com ternura - A última vez foi em sua formatura.
-- Eu sei Bá. – disse pensativa. - A vida não me deu tantas alegrias como essa, hoje eu sei que me fechei.
-- Não foi culpa sua, querida. Lembrei-me do seu pai... Seus olhos são expressivos e cheios de vida como os dele.
-- Eu queria me parecer mais com ele. – confessou com tristeza – Olhe para mim – abriu os braços – sou uma cópia da mulher que mais me despreza no mundo.
-- Ela não sabe o que está perdendo. – abraçou-se a ela – Enquanto sobra mais de você para mim.
-- Bá, eu não conheci meus avós, mas você representa bem o papel de avó, a única que conheci e amo.
-- Agora chega ou ficará com a maquiagem borrada.
-- Não posso. – sorriu. – Minha morena merece meu melhor.
-- Onde pretendem ir após o jantar?
-- Pensei em ficar por aqui, mas acredito que ela esteja tramando algo, por isso quero convencê-la a uma segunda etapa nas comemorações. – sorriram.
-- Vocês duas se amam, mas vivem competindo para se agradarem.
-- O que posso fazer? Aquele mulherão precisa disso: ser muito bem atendida. – Confessou sorrindo. – Não posso deixar brechas para estas pessoas que vivem sobrevoando a minha área.
-- Pois saiba: ela só enxergará você. Haidê só tem olhos para você, minha querida.
-- Assim espero, morreria se perdesse aqueles faróis azuis me guiando. – Confessou sentindo um aperto no peito, mas preferiu mudar de assunto e voltar aos preparativos da noite. – Vai ver é o efeito da maçã com mel. – brincou.
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-- Vó, o que a senhora achou? – Haidê apareceu na sala e se mostrou para velha senhora.
-- Oh deusa! Minha neta, você está linda. – disse surpresa com as roupas que a neta usava. – Calças de couro e casaco de couro? Nunca lhe vi assim. Quando usa o couro sempre é uma calça ou o sobretudo, nunca assim.
-- Estou ridícula, não é? – fez uma expressão de fracasso.
-- Não. Querida, você está linda. Não estou habituada a lhe ver vestida tão informalmente.
-- Por isso mesma vó, quero leva-la para dançar depois do jantar, pensei em ficar no mesmo estilo que o dela. – olhou o próprio reflexo no vidro de uma parede. – Eu só me visto assim para um tipo de ocasião.
-- Minha filha, isso é desnecessário, vocês são feitas sobre medida. Agora pare de pensar em momentos ruins, hoje vocês duas terão uma noite agitada. Uhu!
-- Vovó! – a repreendeu e voltou a se olhar. - Caprichar nunca é demais. Tem muita gente dando em cima da minha loira.
-- E essa loira só tem olhos para você. – Foram interrompidas pelo menino.
-- Tia, meu pai quer falar com você.
-- Oh céus! Hoje não tenho tempo para nada, apenas para minha baixinha.
-- Tia, ele parece irritado.
-- Irritada estará Lívia se eu me atrasar, aquela sim é digna de temor. – Fez algumas caretas e saiu em direção ao telefone.
-- Yan, seu pai falou alguma coisa?
-- Falou sim vó, ainda me chamou para pegar bandidos com ele. – respondeu com cinismo.
-- Ai... Aí! Você é bem sobrinho de Haidê. Agora pare de falar assim com sua bisavó que isso é deselegante.
-- Mas vó, você quem vive respondendo assim. – protestou inocentemente.
-- Mas não é para você fazer o mesmo. – neste momento viram a morena passar correndo para o seu quarto e em seguida voltar ajeitando o casaco de couro. Lena sabia que ela havia colocado uma arma dentro da roupa, rogou algumas palavras mentalmente, para que sua neta estivesse bem.
-- Estou indo vó.
-- Haidê...
-- Só precaução vó, nada que Ulisses tenha falado. Isso é apenas precaução.
-- Você me dizia a mesma coisa quando era mais nova, voltava da rua com o corpo cheio de hematomas.
-- Mas estava viva. Isso que importa: regressar viva e com saúde.
-- Haidê! – ela beijou a sua avó, sobrinho e saiu.
-- Bisa, esses adultos são bem piores que criança. – a velha o olhou e sorriu.
-- Estamos só nós dois, que tal biscoitos de chocolates e leite?
-- Posso assistir Guerra nas Estrelas?
-- Pensei no Homem de Ferro.
-- Isso é coisa de criança. – reclamou e Helena revirou os olhos.
-- Tenho certeza que você é filho de Haidê.
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-- Boa noite Bá, você viu uma loirinha por aí? – a mulher a olhou surpresa.
-- Está lá fora, esperando por você. – “Elas devem ter combinado de trocar os hábitos e trajes.” – pensou enquanto avaliava a roupa da advogada.
-- O que foi dona Maria Dirce? - olhou para o próprio corpo, procurando algo de errado - Estou tão mal assim?
-- Não é isso... Bem, vá lá fora e fale com Lívia, no decorrer da noite você vai entender minha surpresa.
-- Tudo bem, lá vamos nós. – Cantou as últimas palavras e foi ao encontro da namorada. Ela correu para a área externa da casa e se surpreendeu com o caminho todo iluminado com tochas que seguiam até uma imensa rocha que dava para o mar, ao lado havia uma mesa posta para duas pessoas e com velas dentro de garrafas, protegendo-as do vento. Um balde de gelo com uma garrafa de vinho branco. Ao lado um ombrelone improvisava um canto mais confortável, com uma chaise e sobre ela, estava Lívia, sentada com o corpo ereto, apreciando a noite e Radar ao seu lado, fazendo-lhe companhia. Haidê ficou encantada com a cena. – Oi. – falou timidamente. Lívia olhou para namorada, momentaneamente sem palavras - Meu anjo... – a loira não encontrava palavras. - Amor, você está bem?
-- É que... – saiu do silêncio – Amor, você está linda. – sorriu e se levantou.
-- Gostou? Pensei que iria achar meio forçado, sei lá... – voltou a olha-la melhor, estava linda.
-- O que foi? – perguntou preocupada.
-- Lívia, você está linda! – confessou admirando-a.
-- Eu quis ficar um pouco mais formal para você. – respondeu sorrindo, e só depois girou o corpo se mostrando. Radar se levantou, anunciando sua presença, lambeu a mão de Haidê, ela lhe fez um carinho, depois ele se afastou, preservando a privacidade das duas mulheres.
-- E eu informal. – Haidê se aproximou, admirando-a. – Meu amor... – segurou a emoção – Alguns meses atrás eu não imaginava que seria tão feliz como estou agora. – seus olhos estavam cheios d´água. A loirinha contornou suas sobrancelhas e lhe beijou.
-- Eu lhe desejei desde o primeiro momento que lhe vi. – voltaram a se beijar. As mãos da morena passearam pelo corpo menor, mas foi impedida de prosseguir, quando tentou levantá-la. – Não amor, nós ainda temos a noite toda para curtir.
-- E sentir seu corpo, sua pele, não é curtir? – sussurrou, o que deixou Lívia arrepiada.
-- Hoje eu quero que você veja e curta tudo o que preparei... – Haidê levantou as sobrancelhas, estava surpresa – Por enquanto. – completou com malícia. Haidê apenas sorriu, antes de voltar a beijá-la.
-- Na verdade, eu pensei que poderíamos dançar, após o jantar. – coçou a cabeça, sentia-se envergonhada – Mas, com você vestida assim, eu prefiro ficar aqui, só nós duas. – Lívia sorriu.
-- Meu amor... – passou a mão pelo rosto moreno, achando-a linda envergonhada - Vamos dividir nossa comemoração em duas partes? – sugeriu enquanto a olhava com malícia.
-- Como assim?
-- Hoje ficamos por conta do que pensei e amanhã, sairemos para dançar, ou qualquer coisa que queira.
-- E o que você planejou? – tentou agarrá-la, mas Lívia se afastou.
-- Eu pensei em namorarmos, depois... – permaneceu afastada, provocando-a.
-- Depois... – repetiu erguendo a sobrancelha.
-- Uma noite que promete ser inesquecível.
-- Uau! Agora vem aqui bebezinho.
-- Bebezinho? Não me chama assim quando lhe deixo sem forças. – Continuou provocando-a.
-- Touché! – a reverenciou – Agora venha aqui, eu quero começar...
-- Só depois. – Afirmou com firmeza – Agora vamos à entrada, depois o jantar e só então, a outra parte. – Pegou as taças de vinho, depois a chamou para um brinde. – Por você. – disse levantando a taça.
-- Por nós. – Completou com um sorriso e um olhar intenso.
-- Como hoje é a minha etapa de elaborar o plano... – voltou a sorrir com malícia.
-- Hum... – mordiscou o lóbulo da sua orelha.
-- Primeiro, uma dança para apimentar o clima - brincou.
-- Um rock, meu amor? – sussurrou próximo ao ouvido da loirinha.
-- Um rock bem pesado, assim como você gosta. – Permaneceu na brincadeira. Lívia empurrou um pouco a morena para se afastarem e alcançou o controle, mas logo retornou à posição inicial, pois Haidê choramingou com a distância.
-- Hum... Muito longe... – disse fazendo um bico.
-- Pronto, minha morena dengosa, já voltei. – beijou seu pescoço, deixando-a, novamente, com as pernas bambas.
-- Não faz isso, eu fico louca.
-- Então vou parar, porque quero dançar. – Haidê sorriu.
-- Até que gosto dela.
-- Sabe quem é?
-- Lana Del Rey. – Sorriu - Pensei que poderia ser pior... – jogou a cabeça – Air Supply, por exemplo. – Lívia deu uma gargalhada.
-- Não tem problema, é a próxima. – disse baixinho e a puxou para dançar.
-- O que você falou? – perguntou com a sobrancelha erguida.
-- Falei para me beijar e dançar. – respondeu beijando-a no pescoço. Haidê se sentia fraca na presença da Lívia, sem forças e completamente entregue, sorriu com o pensamento – O que está pensando?
-- Em você.
-- E eu lhe faço rir?
-- Muito. – apertou mais o abraço. A resposta saiu quase como um sussurro. Lívia se afastou um pouco e a olhou.
-- Eu pensei em deixar a surpresa para o final, mas não vou me segurar.
-- O que está planejando? Volta aqui, vamos continuar assim... – Lívia a olhou dentro dos olhos azuis.
-- Haidê, eu já perguntei e você aceitou, mas agora preciso refazer a pergunta. – a advogada a olhou surpresa. – Quer casar comigo? – puxou uma caixinha que estava sobre a mesa e abriu.
-- Lívia... – não conseguiu falar mais nada, estava emocionada.
-- Pense bem, você já aceitou e não aceito devolução. – disse nervosa.
-- Meu anjo, como posso desistir da melhor coisa que me aconteceu? Aceito. – tentou beija-la, mas Lívia se afastou e pegou a mão da morena para colocar o anel.
-- Que este anel simbolize todo o amor, respeito e admiração que tenho por você. – Haidê a puxou para um beijo.
-- Amor, eu tenho uma coisa para você também. – tirou uma caixinha no bolso do casaco e entregou a Lívia que abriu e ficou emocionada com a joia. – Era da minha mãe, foi da dona Helena e antes da minha bisa. – deu de ombros. – Está na minha família há mais de cem anos. – pegou e colocou no dedo da loirinha. – Agora eu quero que fique com você.
-- Haidê, eu amo você. – a morena a pegou nos braços e beijou.
-- Eu amo mais. – Declarou com os lábios grudados aos da loirinha.
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-- Essa cadela não vai sair hoje? – um homem com uma imensa cicatriz no rosto perguntou irritado.
-- Deixa o chefe ouvir você falar da morena dele assim, logo estará perdido. – Foi à vez do homem que estava como motorista responde-lo.
-- Ela é uma cadela mesmo. – Virou-se e apontou a cicatriz no rosto – Ela fez isso em mim, tenho contas a acertar.
-- Jacques mandou levar a mercadoria intacta, sem arranhões.
-- Acidentes podem acontecer, ainda mais quando a mercadoria é arisca como gata selvagem – sorriram.
-- Elas devem é “tá” no remelexo – sacudiu-se – Entendeu? Remelexo. – Riu da própria piada.
-- Vou “mijar” – saiu do carro.
-- Vai é se “liberar” um pouco pensando nas duas. – Voltou a sorrir e colocou a cabeça para fora – Porque é isso que elas “tão” fazendo.
Enquanto voltava para o carro, ele observou melhor a casa da loirinha que ficava de frente para o mar.
-- Olha lá... – apontou para imensa pedra que dava para casa de Lívia.
-- Se subir por ali entra na casa da loirinha encrenqueira. – coçou a cabeça – Uma boa escalada, mas a gente facilita em muito o serviço e não perde o jogão do “Mengo”. – Terminou de ajeitar as calças, enquanto o outro olhava a pedra.
-- Eu consigo. – olhou para o outro – Você não consegue?
-- Acho que sim. – respondeu avaliando o local – E se a gente entra por lá, as duas saem?
-- Esperamos lá dentro.
-- E se não aparecerem mais hoje?
-- O chefe vai ter que ser paciente, essas “duas não levam uma vida muito normal”.
-- Melhor esperar, o chefe não tem paciência.
-- Eu vou pedir ajuda ao Black e Cleiton. – pegou o celular - Quando eles chegarem à gente sobe, eles ficam de vigia aqui.
O homem com cicatriz chamou seus amigos, explicando-lhe o plano. Depois de quase quinze minutos, um carro escuro parou um pouco distante e quatro homens desceram.
-- Trouxemos reforços... – coçou a barba. - Depois do que você falou, nós também queremos assistir o que pode “tá acontecendo” lá em cima. – falou com um palito de dente na boca e coçando.
-- Essa é a mulher do chefe, nada pode acontecer com ela. – revelou apreensivo.
-- E a loirinha? – perguntou o outro que descia do carro, tinha um aspecto sujo, com a barba por fazer.
-- Podem fazer o que quiser, desde que a morena não veja, faz parte do plano. Ela não pode saber de nada que possa acontecer a tal “irmã” de Jacques. – saíram do carro e pegaram cordas para alguma necessidade, seguiram em direção à imensa pedra.
Fim do capítulo
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LeticiaFed
Em: 03/03/2019
Epa, momento super fofo das duas e esse bando tramando por fora...prevejo muita confusão mas confio na morena e no Ulisses.
Nao comentei semana passada, foi tão bom rever Melissa Cristina (ui, posso apanhar?!) e Isa. Curiosa com o que aconteceu com Camila e Emília, espero que vc retome mais adiante para nos contar o que se passou de verdade. E pode ter sempre participação do potinho de mel e da Isa ;)
Bom carnaval! Beijo,
Resposta do autor:
Melissa aparecerá em outos capitulos, não se preocupe. Haverá muito confusão e um circuito de socos e pontapés, só aguardar. Beijos e até mais.
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preguicella
Em: 03/03/2019
Eita, lá vem treta da boas! Não sei pq mas acho que LÃvia e Haydê vão acabar com esses manés! Pelo menos assim espero!
Bjãoo
Resposta do autor:
Será mesmo uma boa treta com muitos socos e chutes nos traseiros. Beijos
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