Capítulo 4 - ...Reencontros
Voltou para a mesa quando a garota que tocava se despediu, além de cantar muito bem ela tinha o sorriso encantador e o olhar meigo. Estava jogando no celular quando sentiu um toque no ombro, viu a amiga agachar ao seu lado.
– Tá tudo bem? Quer ir embora?
– Tá sim, não vejo necessidade.
– Tem certeza?
– Sim sim. Uma hora ou outra isso ia acontecer, não é mesmo?!
– Desculpa, nem passou pela minha cabeça que algo desse tipo pudesse acontecer hoje.
– Não tem porque pedir, sei muito bem que não me colocaria em uma situação desse tipo propositalmente. – apontou o queixo na direção de Douglas que chegava a mesa envergonhado – Ouso dizer que ele também não fazia ideia.
– Bia, perdão. Não sei o que fazer para me desculpar, é a primeira vez que vem em minha casa e já passa por um constrangimento desse. – beijou suas mãos com carinho.
– Não se preocupa! Estava agora mesmo dizendo a Mari, que provavelmente você também tinha sido pego de surpresa.
– Nem me fala. Quase briguei com Dani por conta disso, ela não podia ter feito isso sem me falar, ainda mais sabendo que Mari vinha, logo a chance de você vir era grande também.
– Não tem porque brigar com sua esposa por essa bobagem. Ela não fez por mal – disse mais para si que para eles. Preferia acreditar que Daniela não tinha “feito” aquele encontro acontecer.
– É fácil para você falar, não foi você que teve que aturar Marcella falando por horas o quanto a namorada é maravilhosa, e a trata como uma rainha – disse irritado.
– Maninho, quer dizer que você agora é o melhor amigo da víbora?
– Sabe que não tenho nada contra ela, só não achei certo o que ela fez! Infelizmente já fui a casa dela algumas vezes, – olhou para Bia constrangido – sabe que ela e Dani são bem chegadas.
Mari trocou um olhar intimidador com o irmão que tratou de mudar o foco da conversa. A troca de olhares não passou despercebida por Bia, o que será que ele quis dizer, não era possível, tinha mesmo sido traída por Marcella como as pessoas ao seu redor diziam quando o casamento chegou ao fim? Era só o que faltava.
– Não vai almoçar? – Mari perguntava chamando sua atenção enquanto o novo “amigo” dela chegava a mesa com seu prato.
– Estou sem fome!
– Para com isso, você tá bebendo, é melhor comer alguma coisa.
– Tá bom, dona Nicole, – sorriu levantando – vou comer alguma coisa.
– Espera, – segurou sua mão – este é Renato, amigo do meu irmão.
– Tudo bem, Renato? – apertou a mão do rapaz – Sou Beatriz, com licença.
– Se está saindo porque cheguei, eu me retiro!
– Não é isso, – sorriu da brincadeira – preciso comer alguma coisa – balançou a taça que estava em sua mão.
– Ah, se é assim, então está tudo bem!
Quando retornou a mesa Douglas estava por lá conversando animadamente com o amigo e a irmã.
– Bia, que bom que está aqui. Quero te apresentar alguém, – olhou ao redor e parecia não ter encontrado.
Ela olhou para Mari pedindo socorro com o olhar.
– Relaxa, ele acertou comigo dessa vez.
– Qual a chance de um mesmo raio cair duas vezes no mesmo lugar?
– Nenhuma. – gargalhou. – Desculpa, mas agora não dá mais pra fugir – apontou na direção do irmão que abraçava a moça que esteve cantando antes.
– Sophia, essas são minhas irmãs, Marilia e Beatriz, – disse sorridente.
– Tudo bem, moças, é um prazer conhece-las, já tem um tempinho que ele falou que ia me apresentar você, – apontou para Bia, – Marilia que estava viajando, não é isso?
– Exato! Ela tava presa em casa, Mari que a libertou.
Ele se referiu a Bia, que ficou sem entender ao que eles se referiam. A moça conversou um pouco mais com ele e logo pediu licença se retirando.
– Acho que ela gostou de você, quer um babador?
– O que?
– Viu aí, pega o babador ali, maninho. A mulher tá fora de orbita.
– Marilia, o que Renato vai pensar com você falando assim da nossa amiga?
– Nada, gente. A moça é bonita e toca divinamente, deixa a Beatriz babar por ela.
– Não, até você entrando na onda deles, eu mereço!
– Olha lá, agora ela tá dançando. Acho que têm outras pessoas babando por ela também – apontou na direção de um rapaz que estava perto dela.
Beatriz estava vermelha como um tomate, além de seus amigos, Renato também estava se divertindo as suas custas. Tudo piorou quando Sophia voltou a mesa deles.
– Sô, posso te chamar assim, não é? – Marilia perguntou e viu a moça assentir com a cabeça. – Me diz uma coisa, você toca desde quando?
– Tem um tempinho, – sorriu – aprendi a tocar com meu pai e meu vô.
– Não seja indiscreta, maninha! Daqui a pouco vai perguntar a idade da moça.
– Não tenho problema com isso, Douglas. Pelo contrário. Minha mãe fala que com 3, 4 anos eu já corria atrás do meu pai pela casa arrastando um acordeom que meu vô tinha feito pra mim.
– Ah, tá explicado todo o talento. Não vá me dizer que você também sabe fabricar o instrumento?
– Infelizmente não, quando meu pai faleceu estava me ensinando ainda. E depois do ocorrido preferi deixar isso de lado, e só me aprimorar mesmo no instrumento.
– Bela escolha. Você toca e canta muito bem! – Beatriz elogiou.
– Concordo! Trabalha com música?
– Mari, você tá um tanto invasiva, não acha não! – Douglas disse tentando conter a curiosidade da irmã.
– Tá tudo bem, na verdade, trabalho e não com música, ela é mais um hobby. E de vez em quando faço uma grana com ela. Mas trabalho na mesma academia que a Dani.
– Personal?
– Marilia! – Beatriz chamou a atenção da amiga.
– Ah gente, por favor, a moça não tá ligando e vocês estão ai enchendo o meu saco. Acabei de conhece-la, é normal a minha curiosidade. Se eu tivesse o talento que você tem, com certeza já tinha virado uma estrela e das mais chatas. – gargalhou levando os demais a fazer o mesmo. – Desculpa, as vezes a minha curiosidade fala mais alto.
– Sei como é! – olhou para Bia – As vezes algumas pessoas despertam nossa curiosidade.
– Isso mesmo! – piscou para Sophia – Já gostei de você.
A advogada percebeu o olhar, não sabia ao certo o porquê, mas estava inibida na frente da moça. Tanto que eles conversavam animadamente e ela continuava calada. Até Sophia perguntar:
– Beatriz pertence a área de Humanas, ou é outra apaixonada pela área de Exatas?
– Ei, – Mari estralou os dedos na frente dos seus olhos – terra chamando.
– Desculpa. Sobre o que falavam?
– Limpa esse queixo aí. – disse em seu ouvido, Bia levou a mão ao queixo e só depois de ver o sorriso nos lábios da amiga entendeu a brincadeira. – Para de babar, a moça tá falando contigo.
– Estava perguntando em que área você atua, Humanas ou Exatas.
– Ah, Humanas.
– Bia é uma daquelas mulheres que vivem super chiques e só mandam as pessoas fazerem as coisas, sabe! – Marilia disse arrancando risos de todos.
– Agora fiquei confusa, estava achando que você era uma administradora, daquelas bem sérias e que pouco se divertem, sabe. Mas agora estou com dúvidas.
– Não cai na loucura da Mari, não! E não mando em nada, pelo contrário.
– Dra., não precisa fingir! Sabemos muito bem que a senhora é bem temida dentro do meio empresarial.
– Assim não vale, contem para nós em que ela trabalha.
– Estão apostando? – perguntou intrigada.
– Mais ou menos isso, Renato e Sô estão tentando descobrir sua profissão, depois dele ter errado a minha mais cedo, e a dela a pouco.
– Então? – a advogada perguntou tentando se localizar na conversa.
– Eu desisto, você é muito séria, esconde bem os traços profissionais! – Renato disse arranco risos de todos.
– Desistiram muito rápido, Biazinha é advogada, manda e desmanda no Direito Empresarial.
– Quero saber de onde vocês tiraram essa história de mandar e desmandar.
– Vixi, passamos bem longe mesmo. – Sophia disse alegre. – Então quer dizer que você é a mulher das leis – um sorrisinho surgiu em seus lábios.
O papo fluiu solto na mesa, depois de um tempo Dani se juntou a eles. Mari e Doug não paravam de colocar Bia em “saia justa”, ao que perceberem como a amiga ficava desconcertada na presença de Sophia. A moça por sua vez estava adorando o jeito envergonhando da advogada, o que deixava ela ainda mais atraente aos seus olhos. Nesse papo descontraído a tarde foi passando e em dado momento todos ficaram mudos, Mari, Doug e Dani olharam imediatamente para Bia. Sophia e Renato que nada sabiam da situação ficaram sem entender o porquê de todos se calarem instantaneamente.
Marcella chegou a mesa acompanhada da namorada, parando ao lado de Beatriz, com um sorriso debochado.
– Boa tarde! Tudo bem Bia? Que bom te ver por aqui.
Fim do capítulo
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Socorro
Em: 27/02/2019
Beatriz minha filha, mande essa sua ex.catar coquinho.
Gostei da Sophia e a Bia tbm kkkk
bjs
Resposta do autor:
Oie Socorro, tudo bem?!
Ela tá até tentando fazer isso, mas a Marcella tá marcando em cima, o coração da Bia é meio mole, ai já viu, né.
Sophia é um encanto de mulher, Bia tem lá os atributos dela tbm, rsrs.
Se cuida querida, bjs.
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Elizaross
Em: 27/02/2019
EX é sua SACO putsssssssssss
Essa Marcella precisa levar uns tapas kkkkk
Quero +++++
Resposta do autor:
Boa tarde, Eliza!
Se não for um saco, não é ex, kkkk, brinks, tem umas que são até boazinhas.
Claro que Marcella foge a essa exceção, mas ela vai ter uns "sustinhos" ainda, rsrs.
Amanhã tem mais um.
Se cuida querida, bjs.
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