Capítulo 43
Durante a semana passada inteira eu tive a sensação de que estava andando sobre as nuvens, estava leve, feliz e vivendo momentos singelos, porem inesquecíveis ao lado da minha noiva. Adele andava mais atenciosa do que o normal, e eram raros os momentos em que não nos aproveitávamos o que não nos curtíamos.
Na sexta feira à noite, quando Samanta e Roberta apareceram aqui em casa, fizeram a maior festa quando a loira contou com um sorriso imenso e a mão estendida na direção das duas que estávamos noivas. Fizeram questão de comemorar, e por isso, depois de um esquenta, fomos para uma boate onde dançamos até nos acabar.
Tenho que ressaltar que Adele dançando era coisa de outro mundo, NOSSASINHORA! Dizem que os gringos não possuem jeito e o gingado de um brasileiro, mas o quadril daquela inglesa parecia ter vida própria. Babei, literalmente babei!
Júnior quase armou um escândalo quando viu a aliança na minha mão. Bem que eu evitei contar a ele, pelo menos, no nosso ambiente de trabalho, e justamente por ter uma vaga idéia de como seria a sua reação. E eu não estava enganada, assim que ele viu o objeto reluzente, saltou da cadeira onde estava sentado e gritou um “Bicha tu vai casar?”. Estávamos no meio da redação e todo mundo olhou na nossa direção. Quase procurei um buraco para me esconder.
Minha noiva era muito discreta, o tipo de pessoa que não saia espalhando as coisas por aí e evitava postar fotos nas redes sociais, mas eu estava tão empolgada com o nosso noivado que não resisti em postar uma foto de nossas alianças e escrever um texto dedicado a ela. Foi um textão, repleto do carinho e do amor que eu sentia por ela em cada palavra que eu escrevi.
O problema foi que essa postagem nos trouxe um pequeno mal estar. Já ouviram falar que ex que se preze (na sua grande maioria) sempre volta para nos dizer um “oi” quando viramos a página e estamos finalmente felizes com outra pessoa? Pois é! Rebeca teve a cara de pau de vir falar comigo através de uma conta falsa na rede social. A primeira coisa que ela disse, foi que sentia saudades, e em seguida disse mais um monte de disparate, enviou uma foto nossa do início do nosso namoro – o detalhe dessa foto é que nos beijávamos nela -, e finalizou com um convite para nos vermos. Acreditam nisso?
Eu estava no banho e pedi para Adele ligar para a minha mãe e dizer que nos atrasaríamos um pouco para o almoço – aquele que rolava aos domingos na casa dela. A loira estava com o meu celular em mãos no momento que chegou as mensagens da Rebeca, e ela apareceu na porta do box com a foto aberta na tela do celular, perguntando:
-- What is it?
Adele falando em inglês comigo, era um mau sinal. Eu estava de costas, e até me assustei quando ouvi a sua voz dentro do banheiro. Pelo idioma e pelo tom, tinha certeza de que ela estava chateada comigo, só não sabia o porquê. O que eu podia ter feito de errado? Nem mesmo dava tempo para ter feito algo, porque tínhamos acabado de fazer amor e eu corri para o banho.
Mas entendi tudo quando forcei a vista tentando compensar a falta das minhas lentes, e consegui focalizar na imagem que ela me mostrava. Desliguei o chuveiro, abri a porta do box, me enrolei em uma toalha e me aproximei dela sentindo aquele tranco que o coração dá quando algo nos pega de surpresa. Eu não tinha mais foto alguma de Rebeca, nada que lembrasse o tempo que namoramos, e não entendia como aquela havia ido parar ali.
-- Amor...isso...isso... – ah, ótimo, comecei a gaguejar.
-- What?
-- Essa foto tem no mínimo uns dois anos amor. E essa...essa é Rebeca, minha ex namorada...eu sei que parece recente, mas não é.
Adele não disse nada, apenas voltou a olhar para a tela do celular. Fiquei calada porque não sabia o que falar, menos ainda o que fazer. Mesmo não tendo feito nada de errado, não posso ser cínica e dizer que a situação em si não me deixou tensa. Eu realmente não estava sabendo lidar. E só depois de alguns segundos ela soltou um suspiro exasperado.
-- Por que essa garota está te enviando mensagem de uma conta com o nome de Luan? Por que ela te enviou essa foto? E que encontro é esse que ela está marcando com você?
Apesar de ela ter feito várias perguntas sem me dar tempo algum para responde-las, o tom de voz dela agora era mais brando. Enrolei a toalha em meu corpo e puxei o ar, com uma breve esperança de que junto com o ar, viesse um pouquinho de discernimento para saber agir. No entanto, não tinha muito o que pensar, eu só podia dar a ela a verdade.
-- Meu amor, eu estou tão surpresa quanto você, porque isso ai – apontei para o celular – nunca aconteceu. Faz muito tempo que não temos nenhum tipo de contato, terminamos da pior forma possível e depois disso nunca mais nos falamos. Juro pra você que não sei qual o propósito dela com isso.
A inglesa me ouviu e me olhou com atenção, mas continuou no seu silêncio, mirando ainda a foto em meu celular.
-- Adele... – falei tocando seu braço e chamando a sua atenção – Isso ai não tem mais a menor importância, acredite em mim.
-- Ela é bonita.
Foi o que ela disse ainda sem me olhar. Sorri de lado e toquei novamente o seu braço, e dessa vez, ela me encarou. Ainda parecia a primeira vez, sempre parecia a primeira vez. Quando aqueles azuis cristalinos me alcançavam eu sentia que estava entrando em outra dimensão, outro mundo, um mundo onde só existia nós duas. Minhas pernas ainda tremiam, e meu estômago ainda parecia girar de cabeça para baixo, se é que isso é possível.
-- Por que vocês terminaram?
-- Não vale a pena falar disso amor.
-- Ela te traiu? – insistiu.
-- Sim. Algumas vezes, na verdade, não sou nem capaz de dizer quantas vezes foram, mas sei que não tenho conhecimento de todas as vezes que isso se repetiu.
-- Ela é uma idiota! – falou firme – Uma verdadeira idiota! Não sei o que ela tinha na cabeça, provavelmente merd*, porque não é possível que uma pessoa em sua sã consciência perderia por escolha própria, uma mulher assim como você. Não vejo nenhuma outra explicação pra alguém escolher viver sem você do lado Beatriz. Ela te teve do lado, ela tinha você. Essa Rebeca provavelmente deveria ter algum problema, talvez vários...
O mais incrível não era as palavras que ela usava, e sim a forma convicta e séria que ela usava, indicando que ela pensava realmente daquela forma. Já faz um bom tempo que deixei de me vitimizar com essa história e que deixei de permitir que ela me afetasse, mas é claro que ouvir palavras assim da mulher que você ama, era realmente muito bom.
Sai completamente do box e tirei o aparelho celular das mãos de Adele, colocando-o sobre a bancada ao lado da pia. Envolvi meus braços em volta de sua cintura e a apertei, repousando meu rosto sobre o seu peito, na altura do seu coração.
Seus braços passaram em volta de meu corpo, me apertando contra ela com a mesma força que eu usava para mantê-la ali, juntinha de mim. Ela depositou alguns beijos em meus cabelos e eu suspirei. Me afastei e voltei a mirar dentro de seus olhos, sorrindo.
-- Deus, eu vou morrer te agradecendo, mas nunca vai ser o suficiente. Muito obrigada por ter colocado na minha vida essa mulher, por ela me amar e por ser tão perfeita pra mim, mesmo com todos os seus defeitos.
Adele me deu aquele sorriso de canto, cheio de promessas e repleto de significados que eu tenho certeza, nenhuma outra pessoa entenderia, apenas nós duas. Puxei delicadamente o seu rosto na direção do meu. Nossos lábios ficaram próximos, muito próximos um do outro, mas não se tocavam. Nossas respirações se misturavam.
-- Acho que não estou sabendo lidar com você assim, com o corpo cheio de gotículas de água, enrolada nessa toalha, pequena... – ela sussurrou contra a minha boca.
Sorri em resposta, e na ponta dos pés capturei sua boca. Rapidamente a temperatura daquele banheiro começou a subir, meu corpo inteiro arrepiou quando nossas línguas se enroscaram e ela encheu suas mãos com cada uma de minhas nádegas. Suspirei mordiscando os seus lábios, e em resposta, ela me livrou da toalha na qual eu ainda estava enrolada.
Essa foi a primeira vez que Adele e eu discutimos, ou quase discutimos por causa de uma terceira pessoa. Apesar do primeiro impacto que isso teve, não durou muito, logo resolvemos. O ar pesado se dissipou, e o que ficou naquele banheiro foram apenas os sussurros, os gemidos e inúmeros suspiros. Nos atrasamos ainda mais para o almoço com a minha mãe, mas valeu completamente a pena. Estávamos super bem, em um clima bom, e nem parecia que há pouco estávamos em uma bolha de tensão provocada por Rebeca.
Ao chegarmos à casa da minha mãe, ela insistiu para saber o porquê nos atrasamos tanto. Eu estava completamente sem jeito e tentando sair pela tangente quando a minha noiva entrou no quarto que eu estava com a minha mãe e disse uma única frase “Desculpa minha sogra, foi coisa de gente apaixonada”. Minha mãe sorriu em entendimento e eu fiquei completamente roxa de vergonha.
Na casa da minha mãe as coisas não foram muito diferentes. Adele novamente foi a primeira a se pronunciar, beijou a minha mão e disse olhando nos olhos de minha mãe que havia me pedido em casamento e eu havia aceitado – como se houvesse espaço para negar um pedido de casamento vindo de Adele Evans! O mais engraçado de tudo, foi que minha mãe comemorou, nos abençoou, felicitou, mas em momento algum pareceu surpresa. Como se...como se ela já soubesse da novidade. Será que era aquela coisa de mãe que sentia tudo o que acontecia com os filhos?
Agora as duas estavam no sofá da sala, e eu estava na cozinha, olhando-as. Dali de longe, olhando as duas conversarem e rirem numa cumplicidade invejável eu tinha certeza de que eu era uma pessoa de muita sorte. Sei que havia alcançado algo que muita gente infelizmente ainda buscava, que era a aceitação e o respeito da família, principalmente da mãe, e é justamente por isso que eu não consigo colocar em palavras o que eu sentia ao ver as duas mulheres da minha vida se dando tão bem.
Tenho fé e esperança de que muitos ainda terão o apoio e amor incondicional dos pais, independente de sua orientação sexual e da pessoa que foi a escolhida para dividir uma vida. A minha mãe sempre foi uma mulher incrível comigo, já o meu pai, eu não sei bem, não sei o que ele pensa e nem como me julga já que quando assumi a minha sexualidade ele já havia nos deixado. Não houve contato e nenhuma convivência que me permitisse saber como ele reagiria quando eu levei a minha primeira namorada em casa.
-- Princesa?
Estava tão perdida em meus próprios pensamentos que não percebi o momento em que a loira se levantou e veio em minha direção. Apenas senti o corpo da inglesa se colando às minhas costas. Fechei os olhos e suspirei pousando minhas mãos sobre os seus braços.
-- Está tudo bem? – perguntou.
-- Está tudo perfeito, meu amor.
**********
Nos últimos dias, incrivelmente, eu estava conseguindo sair da revista no horário certo, nem um minuto a mais, e nem um minuto a menos. Não que eu estivesse negligenciando o meu trabalho, as coisas apenas começaram a fluir com uma suavidade maior, sem estresses e sem percalços. Acho que finalmente consegui pegar o jeito da coisa.
Desliguei o meu computador e estiquei o meu corpo relaxando os músculos. Mandei mensagem para Ciro avisando que já estava de saída e em seguida levantei, recolhendo meus pertences sobre a mesa e os colocando dentro da bolsa.
Deixei a minha sala e corri para o elevador que já fechava as suas portas. O marcador já exibia o 3º andar quando o meu celular começou a tocar dentro da minha bolsa. Me atrapalhei para tirá-lo lá de dentro e estranhei quando li o nome de Jack na tela do aparelho.
-- Jack?
-- Oi minha querida. Tudo bem?
-- Tudo ótimo! Você está bem?
-- Sim, mas precisando de uma ajuda. Você ainda está na revista? Estou precisando de um grande favor, já liguei para inúmeras pessoas, mas nenhuma delas está na revista, então eu tive que ligar pra você. Me desculpe.
A porta do elevador abriu no térreo e eu não me movi. Por alguns segundos pensei no que deveria responder, afinal, eu estava prestes a sair da revista para encontrar Adele, e o fato de ele me pedir um favor, era o mesmo dizer que eu me atrasaria por alguns minutos, ou até hora. Mas era Jack, e eu não podia lhe negar um favor, não por ser meu sogro, mas porque ele sempre foi complacente e compreensível comigo.
-- Estou aqui na recepção. Em que posso te ajudar?
-- Ainda bem! Me perdoe, mas eu realmente preciso deste favor. Eu estou em São Paulo e surgiu um imprevisto, portanto, não conseguirei estar presente no encontro de patrocinadores que se dará amanhã. Por favor, vá até a minha sala e pegue a pasta vermelha que está sobre a minha mesa. Preciso que entregue essa pasta em mãos para o senhor Soares, ele cuidará do resto. Te mandarei o endereço por mensagem.
Não acredito! Suspirei completamente frustrada, mas me recompus apertei no painel o andar da sala de Jack e respondi.
-- Estou indo até a sua sala.
-- Obrigada minha querida! Não sei como posso lhe agradecer, você está salvando a minha vida.
-- Não precisa agradecer Jack. E não se preocupe, entregarei a pasta em mãos.
-- Obrigada! Estou lhe enviando o endereço por mensagem.
-- Tá certo.
Jack encerrou a ligação e no mesmo instante eu disquei o número de Adele. Minha noiva me mataria por isso. Era meu aniversário, e havíamos combinado de sair para jantar e depois pegar um cineminha, e aqui estava eu, indo sei lá para onde. Definitivamente eu sou um chama para esse tipo de situações. É cada uma que me acontece.
Liguei duas vezes, mas nas duas tentativas chamou até cair na caixa postal. Ah que droga! Definitivamente minha noiva iria me matar. Será que ela já estava no restaurante? Tentei ligar mais uma vez, mas como nas duas vezes, caiu na caixa postal.
Joguei o celular dentro da bolsa e tentei me concentrar no que eu havia ido fazer na sala do Jack. Procurei sobre a sua mesa, mas não havia nenhuma pasta vermelha ali. Procurei no móvel atrás da mesa que ficava debaixo da grande janela de vidro e lá estava a bendita. Agarrei-a e sai correndo de volta para o elevador.
Quando as portas se abriram no andar da recepção dei de cara com Ciro, que me olhava com preocupação enquanto mantinha a mão sobre o coldre que eu sabia que ele carregava debaixo do terno.
-- Aconteceu alguma coisa? – perguntou afoito.
-- Não. Tive que voltar até a sala de Jack para pegar uma coisa. – tirei o celular da bolsa e verifiquei a mensagem do meu sogro – Pode me levar até esse endereço? – falei mostrando a mensagem para ele.
-- E o jantar?
Semicerrei os olhos e sorri pra ele.
-- Como sabe do jantar? – perguntei enquanto caminhávamos na direção do carro que estava estacionado na frente do prédio.
-- Vocês combinaram o jantar dentro do carro, e eu estava no banco da frente. E assumo que nem sempre consigo evitar e acabo ouvindo uma coisa ou outra.
-- Eu sei bobo, estou brincando. Estou ligando para Adele para avisar que vou me atrasar um pouco, mas ela não atende o celular.
Sim, Ciro e eu erámos quase amigos de infância. Eu adorava aquele cara grandão que um dia me fez correr enlouquecida por uma rua movimentada enquanto fugia do cara que me perseguia, e eu jurava que estava tentando me matar.
-- Vamos, no caminho você continua tentando falar com ela.
Entramos no veículo e Ciro colocou o endereço no aplicativo na tela do painel do carro. Voltei a ligar para a inglesa, mas ainda sem sucesso. Ah Adele, porque não atende esse celular hein? Mandei uma mensagem para ela explicando o que tinha acontecido, ainda com a esperança de que isso suavizasse as coisas.
Eu estava numa tensão só! O caminho em que seguíamos era completamente estranho para mim. Estávamos saindo de Fortaleza, essa era a única certeza que eu tinha. Eu vou me atrasar e não é pouco! – pensei.
Quarenta minutos depois, paramos diante de um luxuoso condomínio fechado. Ciro parou na portaria e eu desci para nos identificarmos, dando o nome do senhor Soares – que era o único nome e informação que eu tinha.
O homem liberou a nossa entrada após interfonar para a casa e alguém autorizar a entrada do carro. Ciro dirigiu duas ruas abaixo depois da entrada e só então percebi o quão gigantesco era aquele condomínio. Para todo lado que eu olhava eu encontrava uma mansão.
-- É essa a casa. – disse Ciro ao estacionar diante de uma mansão.
Agarrei a pasta vermelha que estava sobre o meu colo e mais uma vez chequei o meu celular, em busca de algum sinal da minha noiva, ou alguma outra informação passada por Jack, mas como não havia nada, apenas pedi para que Ciro me esperasse um pouquinho que logo eu voltaria.
Desci do carro e me encaminhei para a enorme porta da casa. Toquei a campainha e ajeitei a bolsa sobre o meu ombro. Olhei para trás e avistei Ciro fazendo sinal positivo com o polegar. Ouvi a porta se abrindo a voltei o corpo na direção dela. Uma mulher que não devia ter mais do que 40 anos de idade me encarava, séria.
-- O senhor Soares te espera. Me acompanhe. – ela disse antes que eu conseguisse sequer abrir a boca.
A mulher não esperou nenhuma resposta minha, ela simplesmente me deu as costas e saiu andando. Balancei a cabeça em sentido negativo e caminhei logo atrás dela. Passamos por várias portas e não demorou para que eu percebesse que ela estava me levando para a parte externa da casa.
Acertei! A mulher me levou até a área externa, mais necessariamente para o deck, onde havia um gramado muito bem cuidado e uma enorme piscina com o seu interior iluminado.
-- Ele já vem.
Ela disse e saiu me deixando plantada ali. Olhei em volta deixando minha atenção ser levada principalmente pela piscina – eu adorava piscina. Ouvi alguns barulhos que não consegui identificar e de repente tudo, TUDO, ficou escuro. As luzes se apagaram completamente, deixando apenas as luzes internas das piscinas iluminando fracamente o ambiente. Assustada, eu paralisei. Tudo o que eu conseguia ouvir era a minha respiração que não estava nem um pouco normal.
Passaram-se alguns segundos, ou minutos, não sei. Estava prestes a gritar e chamar por alguém quando as luzes piscaram e voltaram a ascender.
-- SURPRESA!
Pisquei os olhos sem conseguir acreditar no que estava diante de mim. Soltei a pasta que estava em minha mão e levei as mãos à boca. Meu Deus! Adele estava parada diante de mim, do outro lado da piscina segurando vários e vários balões presos por cordões. Minha mãe segurava um bolo temático do Bob Esponja – sim, eu ainda era infantil.
Meus olhos marejaram enquanto eu passava a vista por cada rosto que me sorria. Adele, minha mãe, Jack, Antony, Samanta, Roberta, Cléo, Zara, Ciro, Nívea, Júnior, Roger, Pedro, Natália e alguns colegas da revista.
Adele caminhou na minha direção com um sorriso enorme. Já eu, não conseguia mais segurar a emoção pela surpresa que estavam me proporcionando.
-- Feliz aniversário, meu amor. – a loira disse me dando um beijo na bochecha.
-- Não tô acreditando...
-- Vem, a festa é sua. – ela disse me puxando pela mão.
Segurei a sua mão e caminhei até onde as pessoas estavam. Uma das minhas músicas favoritas tocava no ambiente. Não sei quando e nem como, mas havia uma mesa decorada e repleta de doces e salgadinhos no canto do gramado.
Minha mãe me abraçou e sussurrou um “Feliz aniversário meu bebê” no meu ouvido. Samanta e Roberta me abraçaram uma de cada lado e deram pulinhos me fazendo imitá-las.
Pedro se aproximou e me deu um abraço super apertado enquanto dizia estar morrendo de saudades de mim, me agarrei a ele e quase não o soltei. Confesso que chorei um pouco ao reconhecer o calor daquele abraço, o abraço do meu primo, do meu irmão de coração. Natália se aproximou e me felicitou, e sem muito esforço percebi uma leve protuberância em sua barriga, sorri encarando-a e ela me deu uma piscadinha.
Antony me abraçou, tirando meus pés do chão e encheu meu rosto de beijos, até que Adele se aproximou e num tom de brincadeira disse “Larga! Ta bom! Essa aqui é minha”. Ri com o falso tom enciumado da loira. Jack me cumprimentou sorrindo largamente.
-- Desculpe pela mentirinha querida, foi por uma boa causa.
-- Tudo bem Jack. – falei devolvendo o sorriso.
Quando todos me cumprimentaram, Adele voltou a se aproximar de mim, dessa vez, parando diante de mim e passando seus braços por minha cintura. O brilho dos seus olhos estava ainda mais intensos devido a iluminação que vinha da piscina, também de um azul límpido.
-- E eu pensando que você estava no restaurante, me odiando por estar atrasada.
Ela me deu um sorriso sapeca e apertou a minha cintura.
-- Jamais te odiaria.
-- Obrigada!
-- Não precisa me agradecer minha princesa. Estou muito feliz por estar aqui, comemorando o dia da sua chegada nesse mundo. Eu que agradeço por permitir que eu esteja do teu lado nessa data.
-- Eu te amo tanto!
-- Eu também te amo, minha pequena.
Fiquei na ponta dos pés e sem conseguir me segurar, ignorei quem estava a nossa volta e puxei o seu rosto de encontro ao meu, selando os nossos lábios em um beijo discreto e contido. Embrenhei meus dedos nos cabelos que estavam presos em um rabo de cavalo e me afastei mirando seus olhos.
-- Então é isso mesmo?
Uma voz grave e masculina surgiu em minhas costas. Larguei Adele e olhei para trás. Senti meu coração bater acelerado em qualquer lugar, menos dentro do peito. Minha boca secou e minhas mãos rapidamente ficaram gélidas.
-- Pai?
-- Eu tinha que ver com meus próprios olhos.
Adele apertou a minha mão na sua, e foi nesse instante que eu percebi quem estava um pouco mais atrás da figura do meu pai: Diego, o meu irmão. Retesei o corpo quando o homem mais velho caminhou rapidamente e a passos duros na nossa direção. Ah meu Deus!
Continua...
Fim do capítulo
Olá meninas! Tudo bem?
Em primeiro lugar, eu queria me desculpar com vocês, sei que estou em falta porque não atualizei a estória no dia em que combinamos.
Em segundo lugar, eu queria me explicar. Duas coisas aconteceram comigo: primeiro fiquei sem computador justamente quando estava finalizando o capítulo que estou postando hoje, e depois, perdi o bendito pen drive onde costumo salvar as histórias que escrevo. E para a minha sorte (só que não), eu não havia esquecido de fazer a cópia de segurança que cortumo fazer da nuvem. O resultado disso foi que comecei a escrever tudo de novo pelo celular (e eu sou péssima nisso).
É, as vezes baixa a lerda em mim...
Enfim, espero que me desculpem. Podem deixar que eu vou dar um jeito de recompensar o meu atraso.
P.S.: Minhas sinceras desculpas meus amores...
Beijos e até o próximo!
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Silvanna
Em: 24/02/2019
Nada melhor que a intimidade, basta a Adele falar em inglês para saber que alguma coisa tá pegando!kkkkk
Quando nos chamam pelo nome e não pelo apelido! Já prepara que vem bala!kkkk
Linda surpresa!
Abraço
Resposta do autor:
Oi Silvanna!
Eu adoro esse tipo de intimidade, sabe? Que não é preciso mais que uma palavra, que um olhar ou que um sinal. A Bia já conhece muito bem a noiva, e quando o inglês vem, já sabe que é sinal vermelho.
Vixe, quando chamam pelo nome, pode preparar mesmo. E quando é o nome inteirinho? Cruzes! Até me abaixo pra não pegar em mim. kkkkk
Abraço amore, até o próximo!
Aurelia
Em: 24/02/2019
Oie, sentimos sua falta mulher. Chato isso de perder coisas, que bom que voltou, surpresa essa do pai bem no aniversário. Tomara que Adele não precise defender a Bia do pai também e se for preciso não se atenha, defenda-a com unhas e dentes.
Bjos...
Resposta do autor:
Olá Aurelia! Eu também senti a falta de vocês, sério! Ah, eu nem te conto o quanto eu sou especialista na arte de perder coisas. Mas ainda bem que deu certo no final.
Oh, tomara mesmo que a Adele não precise defender a Bia, porque já vimos que ela não poupa esforços quando o assunto é a noiva. Mas se for preciso, fazer o quê, né?
Beijos amore, até o próximo!
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preguicella
Em: 24/02/2019
Ai gente, mania de terminar o capítulo na melhor parte! Vcs fazem isso pra testar nosso coração! hahaha Sabia que esse otário do Diego ainda ia tentar aprontar. Vai ser dar mal! Assim espero! hahaha
Quando Bia falou que era aniversário dela matei logo a charada, esse telefonema do Jack é pegadinha de festa surpresa, ainda mais tendo Adele, toda maravilhosa, como noiva.
Bjuuuu
Resposta do autor:
Oi Preguicella! Tudo bem?
Oh, desculpa te deixar na espera e na ansiedade, mas a mania é pra prender vocês e deixar com um gostinho de quero mais kkkk Mas calma ai com esse coração, não vamos sofrer porque a autora aqui quer todo mundo bem. O Diego é incrível na arte de tentar ferrar com a Beatriz. Pena (pra ele, claro) que dessa vez ele não conseguiu.
Menina você é esperta demais! Sacou tudo logo de cara? Gente eu acho que a Ana Beatriz morre de ciúmes dessa noiva, porque ow inglesa pra ser amada kkkkk
Beijos e até o próximo!
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