“-- Acho que vou me atrasar hoje. – Carolina disse entre beijos –“

 

-- Eu esperei tanto tempo por esse momento. – Fechou os olhos sentindo o toque da cardiologista –

 

-- Eu estou aqui, e não vou mais a lugar nenhum. – Segurou seu queixo e o levantou –

 

            Ângela abriu os olhos e encontrou Carolina lhe observando, aquela era uma promessa velada, estava recebendo uma confirmação de seu amor que nunca mais estaria sozinha, ela já conseguia vislumbrar aquela relação começando, mas era muito cedo ainda para saber o que aconteceria entre as duas.

            Carolina analisava as expressões de sua residente, percebeu que Ângela estava muito nervosa, imaginou que seria por ser sua chefe, mas não queria entrar nesse detalhe naquele momento, queria apenas aproveitar que estava ali com aquela mulher que estava mudando sua forma de encarar o amor, que conseguiu destruir suas muralhas com imensa facilidade. Mas precisava confirmar aquela lembrança que insistia em voltar, como um loop que não parava de girar, queria saber se o que ela ouviu era mesmo real, ou se era um sonho.

 

-- Ângela fala de novo o que você disse quando eu estava na UTI. – Olhou em seus olhos –

 

-- O que? – Não entendeu –

 

            Ângela não entendeu o pedido, foram tantas coisas que ela havia dito dentro daquele cubículo gelado que abrigou Carolina por mais de duas semanas, ela não sabia do que a cardiologista estava falando, até porque não imaginava que ela podia lhe ouvir.

 

-- No dia que eu acordei, o que você falou? – Segurou seu rosto --

 

            Agora sim a ficha caiu, Carolina estava falando sobre sua declaração em seu leito de morte, quando ela achava que não teria mais a possibilidade de viver aquele momento, quando ela achou que tinha perdido Carolina. Ficou apreensiva por um instante, mas não havia mais nada para esconder, apesar do medo de entrar em uma relação tão diferente para ela, depois daquele beijo, teve certeza que esperou sua vida inteira por Carolina. Fixou seus olhos nos castanhos que lhe encaravam ansiosos pela resposta e deu a Carolina o que ela precisava para se sentir mais segura.

 

-- Eu disse que eu te amo, Carolina.

 

            Os olhos da cardiologista brilharam como uma grande estrela iluminando o céu dentro da noite. A felicidade que a invadiu não tinha tamanho e nem explicação, pela primeira vez sentiu verdade naquela frase, pela primeira vez se sentiu verdadeiramente amada. E finalmente se sentiu livre, não sentiu medo ou desconfiança, e aquela felicidade foi estampada em um sorriso aberto e completo.

            Ângela pôde sentir a alma de Carolina sendo preenchida com tamanha felicidade e lentamente assistiu aquele sorriso se abrir como se fosse um farol lhe guiando para longe da escuridão, sabia que não tinha mais volta, mas ela não queria mesmo que tivesse, estava ali com a mulher que amava, se entregando de corpo e alma.

 

-- Eu ouvi, e foi você quem me trouxe de volta. – Beijou seus lábios –

 

            Aquela declaração foi um bálsamo para o coração de Ângela, saber que ela tinha sido responsável por trazer Carolina de volta à vida foi como uma confirmação do que estava fazendo, se entregando totalmente.

 

-- Carolina, eu te amo desde a primeira vez que eu te vi, eu fiquei apavorada com a possibilidade de te perder. – Lágrimas surgiram em seus olhos –

 

-- Eu estou aqui e não vou te deixar. Isso é uma promessa! – Tirou uma mexa de cabelo que caía em seu rosto –

 

-- Mas você não está namorando? – Disse com um pouco de receio --

 

-- Eu? Não. De onde você tirou isso? – Levantou uma sobrancelha --

 

-- Ouvi a doutora Raquel conversando com você uma vez ao telefone. – Abaixou os olhos – Desculpe, mas não pude evitar.

 

-- Eu não sei o que você ouviu, mas ela com certeza estava brincando comigo, eu não tenho namorada. – Pausou – Ainda.

           

            Ângela a olhou e sorriu, tinha esperanças de finalmente conquistar a mulher que mudou seu jeito de ver a vida. Um beijo ardente iniciou e as mãos começaram uma exploração sem limites, Carolina retirou a blusa de Ângela e olhou novamente aqueles seios firmes moldados pelo sutiã meia taça branco, salivou com o pensamento de encontrar aqueles montes com sua boca. Abriu o fecho da lingerie e a retirou, envolveu os seios da residente que gem*u com aquele contato. Ângela estava em chamas, seu sex* latej*v* de tesão, abriu o botão da calça de Carolina com certa pressa, o que deixou a cardiologista encantada com sua ansiedade.

            Calmamente Carolina segurou suas mãos e sussurrou tentando acalmar sua amada: -- Calma, não precisa ter pressa.

 

            Carolina foi conduzindo as duas para o seu quarto enquanto beijava Ângela pelo seu pescoço, ombros, acariciando suas costas nuas, ouvia os gemidos contidos da outra e isso lhe acendia por completo, sua calcinha já estava encharcada. Ao sentir a cama em suas pernas, Ângela sentou e viu Carolina retirar sua própria blusa e admirou seu abdome quase definido, acariciou sua pele quente e sentiu o arrepio que percorreu o corpo da cardiologista, chegou ao fecho do sutiã e o abriu, deixou a peça escorregar e deslizou os dedos pela sua pele arrepiada até chegar em seus seios que já estavam com os biquinhos entumecidos de tesão.

            A calça foi deixada no chão e Carolina beijou Ângela pesando seu corpo sobre o dela e deitou na cama pressionando seu sex* com a coxa, sentiu a umidade em sua calcinha e delirou de desejo. Suas línguas bailavam em completa sincronia, o beijo acelerava à medida que o desejo ia aumentando. Ofegante, Carolina foi descendo e beijando o corpo de sua residente e segurou sua calcinha nas laterais para retirá-la e ter total acesso ao ponto que tanto desejava.

            Ângela em um pequeno momento de lucidez, ficou com medo, pois era sua primeira vez com uma mulher e segurou as mãos de Carolina sentando na cama em um rompante, deixando a cardiologista apreensiva, sem saber se tinha feito algo de errado.

 

-- Ângela, está tudo bem? – Segurou seu rosto em suas mãos –

 

-- Sim, eu só... – Hesitou – É que... eu nunca...

 

            Carolina percebeu o desconforto da moça e tentou passar segurança para ela, percebeu que ela estava confusa.

 

-- Ângela, é a sua primeira vez com uma mulher? – Ajoelhou no tapete –

 

-- Sim. – Disse envergonhada, abaixou os olhos –

 

-- Ei, não se preocupe, -- Levantou seu rosto segurando seu queixo -- só faremos o que você estiver disposta a fazer, é um ato de amor e prazer, não é para você se sentir desconfortável, tudo bem?

 

-- Tudo bem.

 

-- Você quer realmente isso? – Acariciou seu rosto –

 

            Ao encontrar aquele olhar seguro, sentiu total confiança em Carolina, sabia que estava em boas mãos, sabia que a cardiologista cuidaria dela como ela merecia. Balançou a cabeça positivamente e puxou Carolina para um beijo.

 

-- Eu quero, quero muito. – Disse entre beijos –

 

Ajudou a retirar sua calcinha e sentiu o peso do corpo dela sobre o seu. As duas se ajeitaram na cama e Carolina foi bem devagar para deixar Ângela bem confortável.

            Beijava sua boca enquanto suas mãos exploravam seu corpo, passeavam pelos seus seios, provocante, brincando com os mamilos durinhos, passava os dedos pela pele da residente que se arrepiava a cada toque. Segurou sua coxa e a puxou aumentando o contato em seu sex*, Ângela gem*u alto.

            Carolina foi descendo deixando um rastro de saliva pelo pescoço de Ângela, beijando e lambendo cada pedacinho de seu corpo, se deteve em seus seios, beijando e ch*pando um por um, enquanto sentia aquele corpo marcado para o prazer se contorcer debaixo de si. Ficou com uma das mãos estimulando um dos mamilos e continuou seu caminho de luxúria pela barriga que tremia ao sentir aquela língua quente deslizar por sua pele. Ângela estava quase atingindo o ápice apenas com aquelas provocações, e estava adorando todas essas novas sensações.

            Quando alcançou seu sex*, Carolina olhou para cima e encontrou os olhos famintos de Ângela lhe fitando e como se pedisse autorização esperou que a residente lhe pedisse, e ela suplicou.

 

-- Por favor, eu te quero, -- Dizia ofegante – eu preciso de você.

 

            Carolina sorriu e lambeu o sex* de Ângela lentamente causando um espasmo em seu corpo ao sentir aquele contato tão íntimo e prazeroso. Carolina iniciou seus movimentos lentamente e com a língua ágil contornava os grandes lábios de Ângela que gemia loucamente e rebol*va procurando por mais contato, Carolina brincava com seus mamilos e apertava sua barriga, também sentia os efeitos daquele prazer que estava proporcionando em sua amada, e começou a se masturbar enquanto ch*pava o sex* de Ângela. Ao perceber que ela estava chegando ao clímax, aumentou a cadência dos movimentos e sentiu a explosão do gozo que sua residente experimentava em sua boca, sentiu seu gosto tão peculiar escorrer em seu rosto e atingiu o orgasmo logo em seguida, alcançando também sua libertação.

            Escalou o corpo nu de Ângela que ainda estava de olhos fechados e com a respiração ofegante, tentando em vão se recuperar daquele orgasmo delicioso que havia acabado de experimentar, e beijando sua boca, a fez sentir seu próprio gosto.

            Ângela segurou o queixo de Carolina e intensificou aquele beijo, selando ali que estava completamente entregue àquela mulher. Ao abrirem os olhos se encontraram felizes e completas.

 

-- Eu também te amo, Ângela. – Arrumou uma mexa de cabelo que caía em seu rosto

 

            Ouvir aquela declaração fez tudo o que ela passou valer a pena, Ângela finalmente estava certa que tomou a decisão correta para sua vida, era correspondida em seu amor e em tudo que desejava naquele momento.

 

– Você está bem?

 

-- Jura que você está me perguntando isso? – Riu –

 

-- Juro ué, -- Apoiou a cabeça em uma das mãos – foi sua primeira vez com uma mulher, eu só quero saber se você gostou, se está bem.

 

-- Se eu gostei? – Fechou os olhos – Foi de longe o melhor sex* que eu já fiz em toda minha vida! – Abriu e voltou a olhar para a cardiologista –

 

-- Não foi apenas sex*, foi amor. – Falou baixinho –

 

-- E não foi qualquer mulher, foi com a mulher que eu amo. – Beijou sua boca --

 

            Ângela estava se apaixonando ainda mais por Carolina, se é que isso seria possível, ela era sensível, carinhosa, cuidadosa, estava encantada com aquela mulher que se mostrava para ela sem barreiras. Sabia que ela carregava muitas dores, mas ali quem estava com ela era uma mulher livre e feliz. Apesar dos avisos de Izabel, ela queria namorar com a cardiologista e contra tudo o que ela já havia vivido, resolveu arriscar um pedido. Não importava se era precipitado, o que ela sabia é que não queria perder mais nenhum tempo longe daquela que mudou seu jeito de amar.

 

-- Você quer namorar comigo? – Perguntou sorrido de nervoso –

 

            Carolina se assustou com aquele pedido tão repentino, por um momento sentiu seus músculos enrijecerem, como se tivesse sido lançada de volta àquela escuridão em que vivia antes, mas um carinho em seu rosto a trouxe de volta daquela viagem desagradável, tentou não demonstrar para Ângela e lembrou-se da conversa com sua mãe. Estava na hora de ser feliz, e ela estava feliz ali, com aquela mulher em seus braços, a residente já estava quase morrendo de ansiedade quando Carolina respirou fundo e respondeu finalmente.

 

-- Ângela, eu carreguei por muito tempo um peso que era maior do que eu conseguia suportar, e isso me afastava das pessoas, mas agora eu sinto que esse peso se foi e eu posso me doar como você merece, apesar de ter medo de te magoar, eu quero namorar com você sim. É hora de ser feliz. – Sorriu – Só tenha um pouco de paciência comigo, pode ser?

 

Ângela lembrou de respirar naquele momento, e recebeu um beijo apaixonado de Carolina que a trouxe para cima de seu corpo e acendeu novamente aquele desejo que a pouco já tinha sido libertado.

 

-- Claro que eu terei toda paciência do mundo. Eu te peço o mesmo, eu também tenho questões, mas podemos conversar sobre isso outra hora.

           

            O beijo intensificou, Carolina rolou na cama deixando Ângela por baixo novamente e se deliciou com aquele corpo lindo e bem moldado que agora era inteiramente seu, deslizava suas mãos pela sua pele quente e sentia a outra se contorcer de prazer, encaixou sua coxa na dela e alcançou seu sex* trazendo prazer para as duas, podia sentir a umidade escorrer em sua coxa, gem*u entre os beijos e sentiu as mãos de Ângela segurarem seus cabelos castanhos e os apertar. Ela estava completamente entregue.

            O ritmo foi acelerando gradativamente e Carolina alcançou o sex* de sua amada fazendo movimentos circulares em seu clit*ris enquanto ouvia os gemidos roucos em seu ouvido, lhe causando um arrepio por todo seu corpo. A residente já estava quase em êxtase novamente e suplicou por sua redenção.

 

-- Carol, me possua. – Trouxe o rosto da outra para encarar seus olhos –

 

            Ouvir seu nome daquele jeito, sussurrado, com aquela voz rouca de tesão fez Carolina quase goz*r, encarou os olhos azuis que brilhavam enquanto lhe admirava e sorriu atrevida, atendeu ao pedido de sua namorada com louvor e entrou com dois dedos no sex* de Ângela, bem lentamente para que ela se acostumasse, temendo machucá-la, Ângela arqueou as costas e gem*u alto, sentiu-se preencher com total prazer, com o polegar, Carolina estimulava o clit*ris durinho dela e ouvia seus gemidos. Roçava seu sex* na coxa da residente e depois de aumentar o ritmo dos movimentos, as duas explodiram em um orgasmo intenso, recheado de palavras desconexas e juras de amor.

            Carolina deitou ao lado de sua namorada e a beijou levemente em seus lábios enquanto era abraçada com os braços e as pernas de Ângela que foram praticamente jogadas sobre ela. Adorou aquela posição, poderia se perder ali.

            Exaustas e saciadas, momentaneamente, as duas levantaram para um banho, enquanto conversavam animadas, se preparavam para encarar o mundo lá fora, onde elas sabiam que iriam encontrar muitos obstáculos para viver aquele amor, mas tinham a certeza que enfrentariam qualquer coisa para ficarem juntas.

 

-- Doutora... – Recebeu um olhar reprovativo – Desculpe, eu preciso me acostumar a te chamar pelo nome.

 

-- Carol, pode me chamar só de Carol. – Abraçou por trás e beijou o pescoço – Você agora é minha namorada.

 

-- Isso ainda é estranho pra mim. – Sorriu através do espelho do banheiro –

 

-- Pra mim também, mas nós vamos nos acostumar.  – Piscou --

 

            Com o atraso avançado, coisa que não era do seu feitio, Izabel acabou ligando preocupada para Carolina, para perguntar se ela estava bem. Carolina saiu do banheiro para atender a amiga.

 

-- Alô. Oi Bel.

 

-- Carol, você está bem? Aconteceu alguma coisa?

 

-- Não aconteceu nada, está tudo bem, eu só estou atrasada. – Colocava os sapatos – Daqui a pouco eu estou chegando aí.

 

-- Não faz isso menina, eu fiquei preocupada, você nunca se atrasa. Fiquei com medo de ter acontecido alguma coisa.

 

-- Está tudo bem, amiga. – Sorriu ao olhar Ângela sair do banheiro – Muito bem, até.

 

-- Hum, então quando chegar aqui você me conta o que fez você sorrir desse jeito. Estou te esperando.

 

            Carolina se despediu de Izabel e continuou admirando sua residente terminando de se arrumar, ela é linda! A personificação da mulher carioca, bronzeada, curvas bem desenvolvidas, os olhos azuis como o mar. Sentiu seu perfume na pele dela e adorou aquele aroma, gostou mais assim do que nela mesma.

            Caminhou e a abraçou, não queria sair dali, mas precisava, tinha que ir trabalhar, estava enfeitiçada com a presença de Ângela em sua casa, mas precisava sair.

 

-- Eu preciso ir trabalhar, apesar de pela primeira vez na minha vida, eu não querer ir. – Beijou os lábios da namorada –

 

-- E eu não quero mais te deixar. Mas eu também preciso ir pra casa, essa ressaca está me matando. – Riu --

 

-- Eu tinha até esquecido disso. Nos vemos quando?

 

-- Quando você quiser. – Beijou sua boca –

 

Fim do capítulo