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Entre Lambidas e Mordidas por Vandinha

Ver comentários: 2

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Palavras: 3001
Acessos: 1976   |  Postado em: 13/02/2019

Capítulo 65

 

Entre Lambidas e Mordidas -- Capítulo 65 

 

Daniela olhou para Yasmin com a mandíbula cerrada para evitar uma resposta mais dura. Colocou a xícara com tanta força sobre o delicado pires de porcelana que imaginou que fosse quebrá-lo. Então, virou-se para Yasmin: 

-- Essa mala, significa que estou indo para Canoinhas -- disse ela em tom seco. 

A resposta curta e sem interesse fez os dentes de Yasmin rangerem enquanto suprimia uma resposta afiada. Irritava-a o fato de ela ter tomado a decisão de viajar sem ao menos ter perguntado a sua opinião. 

-- Decidiu assim do nada? Posso saber o que te levou a isso? 

Um rubor intenso se espalhou pelas faces de Daniela, evidenciando o brilho esmeralda em seus olhos. 

-- Eu não decidi do nada, Yasmin -- dito isso, ajeitou-se melhor no sofá, suspeitava que seria a conversa mais desagradável que teria em toda sua vida -- Estive todos esses dias tentando conversar com você a respeito de minha viagem. Talvez você não se lembre pois estava ocupada demais em fechar o contrato com os alemães -- respondeu Daniela com uma suavidade que se tornava mais assustadora pela frieza e convicção com que fora dita. 

Yasmin lutou para permanecer calma, apesar de o olhar acusador lançado sobre ela. 

-- Desculpa, mas é um contrato muito importante. Eu, como presidente, tenho a obrigação de cuidar dos interesses da empresa -- com a ponta do polegar, esfregou distraidamente a aliança no dedo anular esquerdo -- Não precisa ser tão radical a ponto de querer ir embora. Podemos muito bem termos essa conversa agora. 

-- Durante todo o tempo que trabalhou na Vargas, você sentia-se em constante competição com os demais. Especialmente, Luiz Carlos, o seu marido. Sentia a necessidade de provar seu valor. Assumir responsabilidades maiores. Você esperou paciente por desafios, como se em sua vida existisse a falta de algo muito maior que uma simples diretoria.  

Ficaram em silêncio. Durante algum tempo, os únicos sons eram produzidos pela respiração. 

-- Mais do que nunca, você quer provar a todos que é capaz de fazer mais e melhor que eles. Não tem nada a ver com os interesses da empresa e sim, com os seus próprios interesses.  

Yasmin observou o rosto dela sem nada dizer. 

-- Não estou indo embora. Eu amo você e amo os nossos filhos. Apenas quero ficar um pouco longe desse mundo ganancioso e ambicioso que transforma em pedra o coração das pessoas -- então, finalmente, Daniela se levantou. Fitou Yasmin nos olhos, como houvesse tirado um peso enorme das costas -- Já disse Anderson Barros: A ganância do ser humano destrói o seu próprio lar. 

Yasmin agarrou o pulso dela com força. 

-- Eu nunca fui uma pessoa gananciosa e você sabe muito bem disso -- ela retrucou, furiosa. 

-- Eu sei -- Daniela respirou fundo, procurando controlar-se -- Então, o que está acontecendo com você?  

-- Não use esse tom comigo -- seus olhos castanhos procuraram os verdes de Daniela -- Eu não mereço. 

-- Desculpa, não pretendia ser grosseira -- Daniela olhou para o relógio, um pouco decepcionada com o resultado da conversa -- Agora vou para o quarto me vestir. Quero sair bem cedo. 

Quando Daniela saiu, Yasmin virou-se para a janela. O sol já ia aparecendo no horizonte. Impaciente, sacudiu seus brilhantes cabelos ruivos. Aquilo não era verdade, não poderia ser verdade, não estava acontecendo. Elas se amavam, isso era indiscutível. O amor não é capaz de vencer tudo? De enfrentar obstáculos, e todas as barreiras? Então por que seu mundo estava desmoronando? 

As lágrimas de Yasmin finalmente caíram, doía muito. Como se fossem facadas em seu coração. 

 

 

Uma das primeiras imagens com que Bianca se deparou ao chegar em Canoinhas foi de uma bela loira num shortinho minúsculo caminhando graciosamente com um sorvete na mão. 

Parada à plataforma de desembarque da estação rodoviária, ela não conseguia tirar os olhos da garota. 

-- Quer parar de olhar para a moça! Ela é a filha do delegado. 

-- Sério? Porque não falou antes? -- tudo o que não queria era agir como uma tarada. Só que estava sendo difícil se controlar. A mulher era puro deslumbramento. Tinha a impressão de que seu queixo estava caído e nunca mais voltaria ao lugar. 

-- Ela não é para o seu bico -- disse Daniela, pegando no braço dela para afastá-la dali.  

-- Por que não? -- Bianca virou a cabeça para dar uma última olhadinha no corpo privilegiado da garota. 

-- Ela é hétero, filha do delegado e uma fera. 

Ignorando as palavras nada animadoras de Daniela, Bianca pôs-se a admirar, outra vez boquiaberta, o rebol*do da loiraça. 

-- Nunca precisei de Activia pra fazer merd*. 

Daniela jogou a mochila no ombro direito e puxou Bianca pela roupa, saindo de vez da rodoviária. 

-- Odeio quando você faz isso! -- ela protestou, assim que Daniela a soltou. 

-- Se odeia tanto, pare de ficar tarando a Benta. 

-- Caramba! Além de tudo é Benta! Obrigada Deus! 

-- Panaca! E quando encontrarmos o prefeito, deixe tudo por minha conta, limite-se a concordar comigo. Entendido? 

-- Não. 

-- Pois fique calada, assim mesmo. 

-- Não desconte em mim sua raiva. Se é pra ficar assim por que discutiu com a Yasmin. Alguém tem que ceder. 

Daniela parou de andar e virou-se rapidamente para a amiga. 

-- Escute. Ceder sempre para agradar ao outro não faz um relacionamento feliz -- irritada, virou à direita e continuou a andar -- Eu sei que muitos dizem que amar é ceder, mas não é por isso que você precisa realizar todas as vontades da sua parceira. Submissão não é sinônimo de amor, é uma ilusão romantizada de entrega que pode levar ao adoecimento emocional, físico e mental. 

-- Então vai ficar assim? Brigada com a Yasmin? Vocês se amam! 

Daniela parou rapidamente. Bianca, que estava atrás, ergueu a mão e parou de andar para que não tropeçasse nela. 

-- Quando eu penso em nosso relacionamento, eu lembro da frase do poeta Vladimir Maiakóvski: "Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor". 

-- Belas palavras. 

-- Toda vez que eu cedo algo para a Yasmin, eu cedo a minha vida, a minha carreira, em prol dos caprichos dela. 

Bianca suspirou com o rosto contraído por um terrível pesar. 

-- Então, vai ficar difícil de vocês se entenderem. Yasmin tem a sua própria opinião formada e não muda nunca.  

-- O outro só faz com a gente o que a gente permite. É a lição que aprendi com meu pai Luiz Carlos. Anita mandou e desmandou na vida dele e, veja só no que deu -- Daniela deu alguns passos à frente, puxando o boné que lhe cobria a cabeça -- Não quero que Yasmin abra mão dos seus valores, dos seus projetos, dos seus sonhos. Quero que ela pense em uma forma diferente de conquistar tudo isso. Uma forma que inclua parceria, equilíbrio, consenso, diálogo, incentivo, cuidado, apoio, amizade, compreensão, amor -- Daniela parou antes de atravessar a rua -- Se for para o nosso bem topo até fazer terapia de casal. 

Bianca seguia alguns passos atrás, tão silenciosa que fez Daniela se virar e sorrir para ela. 

-- Na porta de casa, o marido diz à mulher: Querida tenho uma surpresa para você. Vou vendar os seus olhos antes de entrar em casa -- Logo após entrarem, o marido diz que vai buscar qualquer coisa que se esqueceu no carro, e que, entretanto, ela não poderia tirar a venda dos olhos. Enquanto ele foi ao carro, a mulher deu um potente peido, e abanou o vestido, para arejar um pouco. Quando o marido chegou, disse-lhe: Pode tirar a venda dos olhos. Feliz aniversário, querida! -- Estavam na sala todos os seus parentes e amigos. 

-- Sua caipira. Como consegue fazer piada em um momento como esse? 

-- O meu lema de vida é rir para não chorar. 

Elas atravessaram para o outro lado da rua calmamente. Poucos pedestres nas calçadas, tudo muito tranquilo, em nada se parecia com São Paulo, de onde partiram poucas horas atrás. Não havia nem sinal de fumaça e poluição, tão normal nas grandes metrópoles. Muito menos as filas intermináveis de veículos que despejam na atmosfera o gás resultante da queima de combustível em motores, formando nuvens fedorentas às quais estavam tão acostumadas. 

-- Olha, Dani. Só pode ser coisa do destino. Bilhões de pessoas no mundo e eu encontro a Benta pela segunda vez no mesmo dia -- esforçando-se para manter o queixo no lugar, Bianca parou para observar a moça passar -- Queria tanto ser aquele sorvete. 

-- Larga de ser boba. Essa cidade é tão pequena, que se alguém espirrar, todo mundo pega gripe. Você vai se esbarrar com a Benta a cada cinco minutos. 

Daniela parou diante de um pequeno prédio de tijolos escuros. Não havia placas ou janelas, apenas uma porta de madeira pesada.  

-- É aqui. Prefeitura de Canoinhas -- Daniela subiu dois degraus e se voltou para Bianca -- Vamos entrar. 

-- Acho que vou ficar por aqui mesmo -- ela olhou ansiosa para o relógio -- Já se passaram cinco minutos. Quem sabe não me esbarro com a Benta novamente. 

 

Yasmin empurrou o notebook para longe e apoiou os cotovelos na mesa. 

-- A Dani não devia ter feito isso -- a ruiva suspirou e fechou os olhos -- Ela não podia ter nos deixado dessa forma.  

Matias olhou para cima.  

-- Não seja tão dramática, minha deusa. Não creio que o que aconteceu entre vocês tenha provocado algum mal permanente. Não deixem que um fato normal venha a atrapalhar o futuro de vocês. 

-- Normal? -- Yasmin levantou a cabeça e fitou-o demoradamente. Se ele ao menos soubesse como ela se sentia... considerava-se uma mulher segura de si, forte e decidida. Mas acabara de descobrir o quanto era vulnerável. 

Matias colocou a mão sobre o ombro dela e sorriu. 

-- Digo normal porque todo casal tem na vida, momentos bons e ruins. É absolutamente inevitável. Então, sossega mulher. Daqui a três dias ela volta e vocês se ajeitam. 

Yasmin sorriu, com uma ponta de nervosismo. Em vista das circunstâncias, talvez o melhor fosse voltar a usar a máscara de segurança. Era o melhor modo de proteger seu orgulho ferido. 

 

 

Vovó Dinda trouxe-lhe um prato de comida, e Daniela fez o possível para comer, ao mesmo tempo que conversava com Bianca a respeito da clínica veterinária e a enorme quantidade de animais abandonados nas ruas de Canoinhas.  

-- As condições deles são de dar pena, não é Dani? 

-- Animais acostumados a receber cuidados de humanos não estão preparados para viver por conta própria. Eles terão dificuldades de encontrar alimentos e local apropriado para se abrigar do frio, da chuva e dos possíveis perigos que as ruas oferecem. 

-- O que faremos agora? Estou muito ansiosa, por mim, começava agora. 

-- O primeiro passo é encontrar, mobilizar e trocar ideias com as pessoas, dessa região. Vamos convocá-las para uma reunião através de telefonemas, anúncio na rádio local, panfletos, ou outros meios, mostrando a importância do nosso trabalho. Na reunião, vamos discutir os objetivos da nossa causa, sua importância e sua necessidade, além de se definir quais as pessoas que estão dispostas a trabalhar conosco. 

-- Vocês vão catar a cachorrada da rua? -- perguntou vovó Dinda, achando engraçado a conversa das duas -- Que coisa minha filha, você fala isso desde criancinha. 

-- Agora é papo de adulto vovó. O objetivo do Projeto "Sou Animal" é muito mais do que resgatar animais abandonados. É se responsabilizar por eles. 

Dinda meneou a cabeça, pensativa, olhando diretamente para Daniela. 

-- A Maria Joana, mulher do João da vaca, lembra? Pois é, ela alugava um sítio por cerca de R$ 700,00 por mês. Após três aluguéis atrasados, o filho da dona da propriedade foi até o local, botou a baixo as cercas e destruiu todas as casinhas que abrigavam os animais. Os cachorros ficaram soltos, muitos deles foram para o mato, outros para a cidade, foi um furdunço daqueles. 

-- O que ela fez vovó? 

-- A Maria retirou os animais daquele local e abrigou em sua casa, mas a situação tá bem difícil, são muitos animais. Tem até uma mula velha -- Dinda levantou-se, pegando os pratos e carregando-os para a cozinha. Daniela a seguiu. 

-- É de pessoas como a dona Maria Joana que nós precisamos. Pede pra ela me procurar vó. 

-- Claro, vou hoje a tarde na casa dela. Preciso mesmo ter um dedinho de prosa com ela. 

 

 

No dia seguinte; Yasmin se levantou mais tarde que de costume. Entrou no banheiro, fez a higiene pessoal, voltou para o quarto e sentou-se desanimada na beirada da cama. A lembrança da conversa com Daniela era tão viva que não podia pensar em mais nada. Mirou-se no espelho, seu belo rosto estava pálido, tinha olheiras profundas e a face estava abatida. É irônico, pensou Yasmin que, depois de tudo o que passaram juntas, justamente no melhor momento de suas vidas, apareceu o primeiro conflito.  

A ruiva voltou repentinamente ao presente, assustando-se ao ouvir batidas na porta. 

-- Pode entrar -- disse esfregando as costas das mãos pelo rosto, depois virou a cabeça em direção à porta -- Está aberta. 

-- Oiê -- Paula entrou, aproximando-se lentamente, observando a amiga com curiosidade. 

-- Oi -- Yasmin fez um esforço para parecer normal. Levantou-se, sorriu e, caminhou até ela com os braços abertos -- Que saudade. 

-- Também estava -- Paula se afastou um pouco e olhou para ela com ar de preocupação -- Tudo bem? 

-- Tudo -- Yasmin disfarçou, caminhou até o closet, pegou uma calça social preta e uma blusa caqui e jogou sobre a cama -- Como está a Débora? Faz dias que não a vejo. 

-- Ela está de férias. Estamos indo para Canoinhas, só passei para dar um beijo em meus anjinhos e em você. 

Yasmin reprimiu uma risada áspera.  

-- O que tem essa cidadezinha de tão atraente que todos estão se debandando pra lá -- disse Yasmin, com o rosto sério. 

Paula evidentemente estava confusa e surpresa com a irritação repentina de Yasmin. 

-- Esqueceu que eu e a Débora vamos nos casar em Canoinhas? Estamos viajando para acertarmos os últimos detalhes da festa -- Paula respondeu com o mesmo tom ácido de voz. 

Yasmin levantou os braços. 

-- Está bem. Desculpa se fui dura com você, mas é demais pra minha cabeça. 

-- Posso ajudá-la em alguma coisa? 

-- Muito obrigada, Paula, mas realmente está tudo em ordem -- Yasmin passou a mão na nuca tensa, olhando Paula de soslaio. Ah, se ao menos pudesse conversar com ela, pensou. Seria tão bom contar seus problemas para alguém. Conversar com Paula, no entanto, era difícil, uma vez que ela, por ser grande amiga de Daniela, nunca ficaria do seu lado. 

-- Se você está dizendo... -- Paula abraçou Yasmin com força -- Quando voltarmos de Canoinhas combinaremos um almoço lá em casa. 

-- Claro. 

Paula já caminhava em direção à porta, mas então se virou e encarou Yasmin: -- Esse apartamento é muito triste sem a Dani. Por que estão tentando resistir ao que as duas querem? 

 

 

Daniela virou rápido a cabeça quando Bianca se ajoelhou ao lado dela. 

-- Nenhum sinal de infecção -- comentou ela, satisfeita -- Afaste-se, vou soltar a mula. 

Daniela soltou o animal e ele saiu dando coice para todos os lados. 

-- Em um ou dois dias ele ficará novinho em folha. 

-- Carinha mal-agradecido. Ajudamos ele e em troca quer acertar um coice em nosso escórnio -- comentou Bianca. 

Daniela franziu a testa. 

-- Tirou essa palavra de onde? Com certeza não faz parte do seu vocabulário. 

-- Sou precavida. Enquanto você esticava as pernas, eu dava umas zolhadas no dicionário caipira. Ói só: Abancar, abênça, abestalhado, abobalhado, bardeá, carecer, embuchada, cochar... 

-- Pra que isso? 

-- Pra quando eu, mais Benta, se esbarrar novamente. 

Daniela cruzou os braços, incrédula. 

-- Larga de ser sonsa, Bianca. A Benta... 

--Dani! -- dona Maria Joana chegou de surpresa e parou diante dela -- Muito obrigada -- ela agradeceu, tendo os olhos fixos nos animais que corriam de um lado para outro, felizes com tanto espaço livre para explorarem. 

-- Não agradeça, Maria. De agora em diante esse será o lar deles. 

À luz do dia, a fazenda era decepcionante e não lembrava em nada o seu lar da infância. As enormes árvores centenárias já não existiam mais e o jardim colorido e alegre dos Pauly, fora substituído pelo mato alto que tomou conta de todo o quintal. 

-- Teremos muito trabalho, Dani. A fazenda está em estado deplorável. 

-- Eu sei Bianca. Mas, como diz a vovó Dinda: O dinheiro não traz felicidade para quem não sabe o que fazer com ele. Vamos contratar uma empresa especializada. Eles vão transformar a nossa fazenda na mais bela da região. 

Um carro em alta velocidade passou pelo portão da fazenda levantando uma nuvem de poeira.  

-- Quem será? -- perguntou Bianca protegendo os olhos com a mão. 

-- Não sei. 

O carro parou bruscamente em frente a elas. A porta do motorista foi aberta com violência e Roberta desceu do carro, muito nervosa. 

-- Dani, eles estão vindo... 

Daniela olhou para Bianca, depois novamente para Roberta. 

-- Quem tia? Quem está vindo? 

-- Um grupo de pessoas estão concentradas na praça da cidade. Estão se preparando para vir até aqui, destruir tudo e expulsar todos os homossexuais da cidade -- Roberta respirou fundo para tomar ar -- Eles odeiam gay, Dani. Vamos embora antes que eles cheguem. 

Daniela sentiu um forte tremor e suas pernas esmoreceram. Voltou ao passado, onde reviu tudo que passou com sua família, todo o seu sofrimento e injustiça. Uma grande quantidade de pequenos flashes povoava a mente dela. 

-- Vamos embora enquanto há tempo! -- disse Roberta, pegando no braço de Daniela para guiá-la até o carro.  

 

 

 

Créditos: 

http://psico.online/blog/relacionamento-ceder-sempre/ 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 65 - Capítulo 65:
cidinhamanu
cidinhamanu

Em: 14/02/2019

No Review

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Mille
Mille

Em: 13/02/2019

Ola Vandinha 

Bianca de olho em quem não pode isso dará treta.

Ri miito da piada da Dani, melhor rir que chorar. 

Olha acho que a Yasmim precisa conversar mais com a Dani e juntas ver como resolver esse impasse. 

Com certeza a Dani não vai fugir ela ira enfrentar de frente. 

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Bom dia Mille.

Bianca está muito a fim de apanhar.

Quem sabe não é o momento da Dani enfrentar os seus traumas de infância.

Beijão. Até.

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 13/02/2019

Eita! Que a coisa vai ficar feia para Dani, mas acho que ela não vai fugir não

Espero que Yasmin vai atrair Dani. Tem como oeganorga para ficarem la e cá

Abraços fraternos procês aí!

 


Resposta do autor:

Bom dia NovaAqui.

Últimos capítulos da nossa história. Agora é o momento da Dani e da Yasmin sentar e conversar. Pelo bem delas e das crianças.

Beijos. Até.

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