CapÃtulo 11 - Uma música, um momento
“Helena, eu encontrei a mulher da minha vida!” Lívia exclama ao encontrar a amiga na porta do prédio. “Eu sei que ela mora aqui no prédio e é caloura da sua turma. Toda tatuada, meu Deus, que mulher, que mulher, eu sei que eu amo homens mas essa é a mulher da minha vida!!”
“Quem? A Alessandra?” Helena pergunta.
“Você a conhece? Por favor, pelo amor de todos os santos, apresente-a para mim, eu nunca lhe pedi nada!”
“É minha colega de apartamento. Posso apresentar, mas já lhe aviso que ela não é de se apaixonar. Cada final de semana com um cara ou uma menina diferente.”
“É que ela ainda não passou uma noite comigo.” Lívia pisca, brincando. “Mas, diga-me, a Paula nunca mais falou com você depois do lance da Isabel?”
“Não. Sumiu, simplesmente. Mas tudo bem, ela merece alguém que a ame de verdade.” Helena é acompanhada por Lívia até o elevador.
“Falando em amores, você está pegando a chatinha da Isabel?”
“Não. E ela não é chata, Lívia.” Helena ri. “Quase nos beijamos umas semanas atrás, mas foi só isso.”
“E você não a chamou para sair? Não fez nada? Caramba. A Paula terminou porque achava que vocês se gostavam e você não fez nada. Digo, com certeza eu torcia para a Paula, mas já que não deu e não se manda no coração...”
“Não é que eu não tenha feito nada, Lívia. Estou indo aos poucos, dando tempo ao tempo.” Helena franze a testa.
“Um dos calouros vai dar uma festa no sítio dos pais dele, uma espécie de rave particular e chamou toda a galera da Medicina, por que não combina de ir com a Isabel? Quer dizer, se ela não reclamar e der todo aquele discurso de sempre, né.”
“Na verdade estou dois passos à frente de você, eu já a chamei e ela aceitou prontamente.”
“Sério? Então tomara que não chova porque olha, para um milagre desses acontecer...” Lívia ri. “E vê se a Alessandra vai também!!” Ela não deixa de insistir.
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“Você colocou as barracas no seu carro?” Alessandra pergunta, enquanto procurava sua pulseira de vibrações boas.
“Coloquei sim.” Helena responde. “As meninas já estão nos esperando lá embaixo, vamos?”
Lívia e Isabel aguardavam do lado de fora do carro. Quando Alessandra apareceu, o sorriso foi quase que instantâneo. Lívia parecia aquelas adolescentes vendo o primeiro amor passar por elas.
“Tu que és a Lívia do terceiro semestre, certo?” Alessandra, incrivelmente alta, inclina-se para abraçar a garota.
“S-sou sim. Amiga das suas veteranas.” Lívia não consegue tirar o sorriso de orelha a orelha.
“Tecnicamente és minha veterana também, então.” A gaúcha ri.
Helena dá um beijo no rosto de Isabel, bem próximo aos lábios, cumprimentando-a. “Você está linda.” Ela comenta, observando a blusa tomara que caia alaranjada e o shorts jeans de cintura alta.
As meninas se dirigem ao local indicado, um pouco afastado da cidade. Os estudantes aproveitaram o feriado de aniversário da cidade que caiu em uma quinta-feira para fazer a festa, que a princípio duraria dois dias inteiros.
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O calouro anfitrião, da sala de Alessandra, fez questão de contratar uma pequena equipe e montar uma estrutura até que razoável para a tal festa. Uma banda formada por veteranos de Lívia revezavam com o irmão de um outro estudante, que fazia bicos como DJ. O sítio era relativamente grande, e o pai de uma estudante que já estava no internato era dono de uma distribuidora de bebidas, portanto, ela e seus colegas montaram um pequeno stand para vender.
Bruno já estava com a cara toda pintada de guache e a blusa suja de terra. Ele apareceu com uma daquelas garrafas pequenas de vodka, mais sociável e amigável do que nunca.
“E aí gurias!!!”
“Bruno, você está aqui desde que horas?” Isabel pergunta.
“Sei lá, cheguei aqui com os moleques umas cinco da manhã para ajudar a arrumar algumas coisas que faltavam.”
“Você trouxe roupa reserva, né? Já viu sua camisa?” Isabel ri.
Bruno olha para baixo. “Ih! Nem tinha reparado!” Ele tira a camisa e a joga no chão. “A gente se vê depois?” Ele pisca para Isabel e Helena fecha a cara.
Lívia normalmente perceberia a cena, se não estivesse entretida admirando Alessandra.
“Posso lhe chamar de Alê?” Lívia pergunta, enquanto a caloura pega uma das barracas para montá-la mais a frente.
“Claro! Meus amigos lá em PoA me chamam assim mesmo. E tu, tens algum apelido?”
“Alguns me chamam de Liv...” Após cada frase, Lívia dá uma pequena risadinha, ainda não sabendo se portar diante da garota.
“Então Liv, estais achando muito difícil o terceiro semestre?” Alessandra pergunta, enquanto faz um coque no cabelo e tira o moletom, revelando o top esportivo florido que combinava com o início da primavera.
“Fala de novo com esse sotaque que eu me apaixono...” Lívia sussurra enquanto assiste a caloura montar a pequena tenda.
“O quê? Não escutei.” Alessandra se encontrava atenta na montagem.
“Eu disse que tem algumas aulas que dão sono...dizem que começa a ficar interessante no quinto semestre, quando começa o ciclo clínico.” Lívia pigarreia, nervosa. “Ouvi dizer que você saiu do Ensino Médio e já passou direto, é verdade?”
“É sim. Passei praticamente todos os finais de semana estudando. Os únicos dias que não estudava eram os dias que eu ia retocar as tatuagens.” Alessandra ri.
“Seus pais deixavam você fazer tatuagem assim, tranquilamente?”
“Sim, meu tio, irmão mais novo da minha mãe, é tatuador, então sempre fiz com ele.” Alessandra explica. “Só tem uma que não fiz com ele, fiz com um amigo de um amigo meu porque minha mãe azedou um pouco.”
“Que tatuagem?” Lívia pergunta, curiosa.
“Essa aqui. Queres ver?” Discretamente, Alessandra abaixa parcialmente a calcinha e mostra o desenho de uma caveira, próximo à crista ilíaca direita.
“Uau!” Lívia se impressiona. “Ficou perfeita! O amigo do seu amigo desenha bem.” Ela inocentemente toca na tatuagem.
“Faz cócegas!” Alessandra ri, e então chegam alguns colegas de classe dela com bebidas e conversa fiada.
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No final da tarde, Helena pega uma garrafinha de água que havia comprado e vai beber no carro, que, por sorte, estava estacionado bem na direção do pôr do sol, bem longe do som alto e da movimentação. Em silêncio, ela observava a paisagem, até que resolveu ligar o som do carro, em um volume bem baixo. Colocou uma playlist aleatória que começou a tocar justamente os artistas que a fizeram lembrar do término, a dupla mexicana daquele dia na casa de Paula. Mas não era a mesma música. A letra, na verdade, ia para um caminho completamente diferente.
Cuanto tiempo tardara ¿O no es para todos? ¿Por qué de mí se esconderá? ¿Dónde está? Quiero amar y sin pensar entregarlo todo...quiero que mi corazón intercambie su lugar con el de alguien especial...quiero despertar, te quiero encontrar y me quiero enamorar...
Ela colocou a garrafa no porta-copos pouco antes de ouvir a outra porta do carro se abrir.
“Refletindo sobre a vida ou sobre a próxima prova de fisiologia?” Isabel senta-se no banco ao lado.
“Achei que você fosse beber com o Bruno...” Helena comenta.
“Bruno? Sério?” Isabel ri. “Você ainda não superou essa, Helena? Não ficaria de novo com ele nem se me pagassem.”
“Eu não falei de ficar, falei de beber...”
“Sabe que você fica fofa quando está com raiva do Bruno?” Isabel se vira, ficando de frente para Helena, que ainda olha fixa para o pôr do sol.
“Já reparou como o pôr do sol é lindo quando é visto do campo?” Helena muda de assunto.
“É de uma perfeição sem tamanho...” Isabel continua a olhar para a amiga, com a lateral da cabeça encostada no banco e, de modo brando, coloca sua mão sobre a mão de Helena. O polegar de Isabel acaricia lentamente o dorso da mão da outra. Helena vira o rosto e encara Isabel. Olho no olho. A menina sentada no banco do motorista dá um pequeno sorriso, e a garota do cabelo da cor de petróleo sorri de volta.
“Eu adoro seu sorriso.” Helena elogia, deixando Isabel sem graça.
“E eu adoro...” A outra sussurra. Helena não consegue escutar o resto e se inclina. “E eu adoro o seu.” Isabel completa, logo antes de morder o lábio inferior ao sentir seu coração acelerar. As cabeças se aproximam novamente, como naquela vez no apartamento de Helena. Sem interrupções, finalmente, Isabel toma a iniciativa e sela seus lábios nos de Helena, abrindo-os lentamente para que as línguas pudessem se encontrar de modo delicado, em perfeita sincronia, com movimentos circulares que aos poucos foram se tornando mais intensos. No compasso certo, o ritmo do beijo variava entre pequenas pausas e trocas de sorriso. Helena foi levando seus lábios para o pescoço de Isabel, que segurava a nuca da outra, com os cabelos entre seus dedos. A pegação começava a esquentar quando ouviu-se três batidas no vidro do carro.
“Helena abre aí, por favor.” Lívia, com uma cara frustrada, pede.
“O que foi, Lívia?” Helena acaba acatando e abaixa o vidro do carro.
“Deixa eu deitar aí no banco de trás? Eu estou triste e chateada. Por favor.”
“O que aconteceu?” Isabel pergunta.
“A Alê está pegando um guri da sala dela.” Lívia se joga no banco de trás.
“A Alessandra que mora contigo?” Isabel olha para Helena.
“Sim. Eu falei para a Lívia que ela é assim, não se apega.”
“Mas gente, eu ainda nem a peguei, a gente só conversou. Foi eu dar uma pausa para pegar bebida, ela já estava atracada com o menino.”
“Lívia, se você espera que ela vá se apaixonar e viver uma história de amor com você em plena festa...”
“Não é isso, né, Helena, só achei que conseguiria pegá-la ainda hoje, mas já que não vai dar certo vou dar uma pausa nos meus planos. Agora eu preciso de uma ficada de emergência.”
“Ficada de emergência?!” Isabel não entende o termo.
“É. Preciso de alguma guria ou guri desesperado o suficiente para repor essa minha carência momentânea.”
“Vê se o Bruno está por aí.” Helena brinca.
“Nossa, eu não estou tão desesperada assim.” Lívia ri. “Aquele Kléber da sala de vocês é bonitinho. Sabem se ele está solteiro?”
“Não faço a menor ideia.”
“Vocês podem vir comigo procurá-lo? Ou sei lá, a gente acha outro desesperado no caminho.”
Isabel olha para Helena, implorando mentalmente para que ela não siga a ideia de acompanhar Lívia, mas Helena acaba aceitando.
Elas passam pelos vários grupinhos de pessoas de vários semestres, até que se deparam com Bruno peitando um dos calouros.
“Bruno passando vergonha, novidade.” Lívia revira os olhos e as meninas vão ver do que se trata.
“E aí moleque, por que você não me encara? Para ofender os dois ali quietos no canto deles você ofende, agora para encarar você não é macho o suficiente?” Bruno encosta sua testa na testa do calouro.
“O que está acontecendo?” Helena pergunta, pegando o braço de Bruno.
“Esse moleque, essa criança aqui veio fazendo piadinha com o Yan e o guri que ele está ficando. Yan é um dos meus melhores amigos, não vou deixar esse pirralho ofender meu brother.” Bruno se esquiva de Helena e tenta partir para cima do garoto, mas Yan e outras pessoas conseguem segurá-lo.
“Bruno, Bruno, vem aqui.” Lívia o pega pela mão e o chama para um canto. “Apesar de ser bonita a sua intenção de defender e mostrar que você mudou, violência não é a opção. Nunca.”
“Mas o moleque estava fazendo piadinhas, meu, estava irritando já. Eu lembro como eu fazia piadas, hoje eu sei o quão estúpido aquilo era. E eu queria ensinar para esse moleque que não é legal, que as pessoas se ofendem, ele não pode sair impune assim.”
Lívia se surpreende com a autenticidade e honestidade de Bruno.
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Helena e Isabel conversavam com Yan para saber com mais detalhes o que aconteceu.
“Esse aí é outro que vai levar umas bordoadas da vida até aprender a ter mais empatia.” Yan explica, enquanto aponta para o calouro que o ofendeu. Seu atual parceiro viu que a situação estava mais calma e foi comprar mais bebidas. “E o Otávio, como está?” O veterano do oitavo semestre aproveita para perguntar.
“A mãe dele disse que ele está em uma ótima clínica, vai passar uns meses por lá, sob tratamento intensivo, sendo ajudado por psiquiatras e psicólogos.” Helena explica.
“Ele usava escondido de mim, também. Digo, uma vez eu e o Bruno o pegamos usando no final de uma festa, conversamos com ele, mas parece que não adiantou.”
“E me diz uma coisa, desde quando você e o Bruno são amigos?”
“Bom, vocês sabem que eu dava monitoria de farmacologia semestre passado, aí ele estava no meio desse processo de tentar ser melhor para as pessoas. No final da monitoria eu o vi assistindo a um vídeo na internet falando sobre justamente isso, e começamos a conversar. Ele me pediu para ser uma espécie de mentor para que ele pudesse começar a entender melhor as pessoas, então eu o ajudei e nos tornamos amigos.”
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“Não sabia que você tinha potencial para ser um humano decente.” Lívia brinca.
“Hey!” Bruno ri. “Aliás, desculpe-me pelas brincadeiras que já fiz contigo. Eu ainda estava aprendendo. Aliás, ainda estou. Como por exemplo, agora eu estou morrendo de vontade de dizer que você está gostosa para caramba com esse decote de parar o trânsito mas não vou falar...”
“Bruno...” Lívia coloca a mão no rosto, como em um ‘facepalm’. “Você estava indo tão bem, tinha que deslizar e estragar tudo, não é?”
“Perdão, foi brincadeira. Eu sei que esse tipo de comentário só demonstra como é tóxica a masculinidade e eu já disse que vou me refrear desse tipo de bobagem.”
Lívia se impressiona com a argumentação do colega. No mesmo instante, Alessandra se aproxima do grupo, sozinha. Lívia arregala os olhos.
“Bruno, não fala nada, só segue o fluxo.” Ela manda, e depois o agarra pelo pescoço, beijando-o lascivamente. Alessandra se assusta um pouco porque Lívia faz questão de mostrar que está aproveitando o beijo, dando pequenos gemid*s.
“Arrumem um quarto...” Alessandra brinca, e Lívia ri exageradamente. “Liv, eu vim aqui para perguntar se você vai dividir a barraca comigo, mas pelo visto...”
“Vou! Eu vou sim! Lógico que vou, Alê! Você já vai dormir?”
“Não, ainda vou beber mais um pouco, mas se você quiser, a barraca já está lá perto do stand com as bebidas.”
Lívia agradece e Alessandra volta para o quartel general de bebidas.
“O que foi isso?” Bruno pergunta, confuso. “Você está ligada que me agarrou do nada e nem explicou, né?”
“Perdão, Bruno, eu-”
“Estava fazendo ciúmes para aquela guria, não? É só para isso que você me quer mesmo, só usar meu corpo para esse tipo de coisa...” Bruno finge fazendo bico.
“Tonto.” Lívia revira os olhos.
“Estou brincando. Se quiser deixar a guria ciumenta, estou dentro.” Bruno dá de ombros, e Lívia aperta a bochecha dele como forma de agradecimento.
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Helena e Isabel caminhavam de mãos dadas pela festa, até voltarem para o carro. Elas abrem o porta-malas e se deitam ali, abraçadas.
“Eu achava que você iria aproveitar o feriado para ir a São Paulo, jurava que você não viria para a festa.” Helena comenta.
“Estou juntando um dinheirinho para levar o Rafa no parque de diversões nas próximas férias, ele está doido para ir, então não dá para gastar com passagens agora. Mas e você, por que não foi?”
“Queria evitar um pouco o drama restante do divórcio dos meus pais. Sei que já está tudo mais calmo, mas não estava a fim. Acho que até o fim do ano me acostumo com essa nova dinâmica.”
“Pensa pelo lado bom, agora você tem duas casas. Três casas, se contar seu apartamento.”
“É estranho dizer que não tenho aquele sentimento de lar em nenhum dos três?”
“Por que não?”
“Bem, na casa que eu cresci eu não me sinto dentro de um lar porque penso que mudei bastante, então deixei aquela criança que morava naquela casa para trás. No novo apartamento da minha mãe ainda não tive tempo suficiente para me acostumar e aqui eu sinto que é temporário, pois quando me formar provavelmente vou para outro lugar.”
“Ou talvez você não se sinta assim porque lar não é algo físico. É algo mais metafórico...” Isabel coloca a mão carinhosamente um pouco acima do peito esquerdo de Helena. “O lar pode estar em um abraço, em um beijo...”
Helena então encosta seus lábios nos de Isabel, beijando-a lentamente.
Fim do capítulo
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Alci
Em: 10/02/2019
Nesse ano de ogum, eu sei o quanto tá difícil para Bruno ser um cara legal.
Porque se neste sítio tivesse espada de são Jorge o calouro já era.
Mas ai chega quem!!??Iemanjá liv, rainha das aguas do alambique e num beijo sem sentimento acalma o guerreiro .
Resposta do autor:
Pois é, no ano de Ogum Bruno acaba recebendo a sentença daquilo que plantou e colheu.
Adorei as comparações! Você sempre me fazendo analisar sob ângulos inéditos, cada comentário me fascino mais pelas metáforas! Beijoss
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AlRibeiro
Em: 10/02/2019
Na moral, vou encher seus capítulos de comentários hahahahaha
Bruno definitivamente subiu no meu conceito, ele tem noção de que erra e que pode aprender ainda assim. Ainda acho que ele e a Lívia irão gostar genuinamente um do outro.
Finalmente o tão esperado beijo aaeee
Quase indo bater na sua porta pra pedir o próximo capitulo!
Um abraçaço :D
Resposta do autor:
Fique à vontade bb, eu leio com prazer e confesso que fico relendo hahahahahaha
Bruno realmente representa o tipo de ser humano que o Brasil anda carecendo nesses últimos tempos, porque o que parece dominar atualmente são pessoas parecidas com a antiga versão dele, infelizmente.
E que bom que gostou da parte do beijo, tentei me esforçar para botar um sentimento e um draminha ali hahahaha beijão e obrigada!
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