Lorenza

O dia hoje passou voando. Trabalhei feito um burro de carga. Se não fosse Pedro, meu braço direito, eu não daria conta do tanto de serviço que me esperava. Já passava das 11 horas da noite quando terminei o que eu tinha para fazer. Então, liguei para Paty falando que seria melhor eu dormir em casa. Não queria incomodar Carolina e Zefa. Dona Onça ficou furiosa e me amolou por uns 15 minutos dizendo que eu tinha prometido. Então, depois de um banho rápido, tomei o rumo da fazenda das minhas amigas.

Chegando lá, Nadir atendeu a porta e disse que eu era de casa e podia entrar. Subi as escadas querendo deitar logo na cama e dormir abraçada na minha Oncinha. Quando eu abro a porta, meu... quase enfartei...

Paty estava deitada de bruços na cama, com as pernas levantadas e cruzadas, lendo um livro e vestindo... apenas... uma lingerie de renda vermelha!  Senti meu sex* encharcar no mesmo instante! Que vontade de morder aquela bunda deliciosa. Lembrei o que a Dra. Natália disse sobre não fazer sex*. “Eita, diacho, me lasquei! Ela não pode, Lorenza! Ela não pode! Ela não pode...”  Fiquei repetindo como um mantra, mas sem conseguir desviar os olhos.

— Oi, princesa. – Eu disse me aproximando da cama. Ela não respondeu e eu fiquei salivando de vontade de morder e esfregar meu rosto naquela bunda maravilhosa. Aquele fio dental que deixava muito pouco para imaginação.

Ela sabia que eu a estava admirando... Posso saber onde está a chiliquenta tímida e envergonhada? “Puta que pariu... Que safada!!!”

Me ajoelhei na cama e segurei seus pés, os beijando. Ela gem*u... Mesmo com o ar condicionado ligado, eu comecei a suar.

— Desculpa chegar tão tarde, coração, mas... – Parei de falar ao ver que ela discretamente empinou mais aquela bunda deliciosa.

“A bolsa de Nova York fechou em queda hoje... Ela não pode... Depois da crise: preço do boi gordo tem maior queda em 20 anos... Ela não pode... Ela não pode...”

Comecei a pensar em tudo que eu tinha lido de notícias ruins hoje para tentar controlar o meu corpo que estava tenso de Tzão por aquela safada se insinuando para mim. Me levantei da cama. Ela se virou me olhando sem entender. Os Montes Everests quase saltando de dentro do sutiã apertado.

— O que foi, Lô? – Me apoiei na cama, e beijei seus lábios.

— Tá muito calor, linda. Posso tomar um banho antes de me deitar com você?

— Mas você não acabou de tomar banho, Lorenza? – Ela perguntou impaciente.

— Tomei sim, coração, mas tá quente lá fora, eu suei vindo para cá.

—  Posso tomar banho com você? – Ela perguntou mordendo o lábio inferior.

— NÃO! – Falei rápido demais, saiu mais alto que eu queria... AI, CARALHO, PUTA QUE PARIU!!! — Desculpe, coração, estou muito cansada. Vou só tomar um banho rapidinho e me jogar aí com você, tudo bem? – Beijei seus lábios. Foi nítido seu desapontamento, mas eu jamais faria nada que prejudicasse a sua saúde.

— Claro, Lô, tem toalha limpa na cesta... – Ela dizia enquanto se deitava nos travesseiros se cobrindo com o edredom até o pescoço. Notei seu semblante triste. “Não, não, nãoooo... fiz merd*! Pensa, Lorenza!” Imediatamente retirei minhas roupas e fiquei só de top e cueca me jogando na cama ao seu lado.

— Oncinha, não pensa besteira. – Acariciei seu rosto e carinhosamente retirei o edredom de cima dela. — Eu estou toda molhada, quase subindo pelas paredes de Tzão, você tá um pecado com essa lingerie, olha isso... – A fitei com desejo, olhando todos os detalhes daquele corpo que já é meu, só meu — Tá um absurdo de gostosa, morena... Minha vontade é te jogar nessa cama e... – Fechei os olhos e respirei fundo, mordendo o lábio superior para tentar me controlar. A encarei novamente, ela me olhava com uma carinha ansiosa. — Princesa, você não pode ainda... Você teve um trauma sério na cabeça, e eu tenho que me controlar... Jamais farei algo que te faça mal, você me entende? Não fica chateada, coração. Eu amo você, e só quero o seu bem. – Ela permanecia calada. Cruzou os braços, ficando visivelmente emburrada. “Que linda!!!”

A tomei em um beijo profundo e sôfrego. Ela me puxou para cima dela e eu me encaixei entre suas pernas. Eu ch*pava sua língua com gana enquanto me imaginava ch*pando seu sex* que deveria estar todo molhadinho... Aí, senhor... Me dê força!!!

Nossas respirações já estavam completamente alteradas, e quando ela arranhou minhas costas, com a sua mão boa, eu saí de cima dela de um pulo.

— Melhor a gente parar, amor... lembra o que a médica disse... - Ela me olhou com uma carinha tão tristinha, mas fez que sim com a cabeça.

—Tá bom, Lolô, mas beijar pode, né?

— Pode, mas não assim Oncinha, assim eu não aguento... – Eu disse olhando para seus seios, eles estavam maiores ou era impressão minha? Balancei a cabeça tentando me focar. Me deitei ao seu lado. Ela se aconchegou nos meus braços, apoiou o queixo no meu peito me encarando e sorrindo para mim.

— É tão bom ter você na minha cama! Eu imagino você aqui desde o dia que você me trouxe no colo e o Alfredo quase te mordeu. Aquele foi o primeiro dia que eu me senti segura nos teus braços, Lô... Você foi tão carinhosa comigo, puta merd*... Eu me senti especial.

— Quando eu te vi chorando, Oncinha, algo em mim mudou. Eu não sei te dizer o que é... Na verdade eu não diria que mudou, mas sim que me despertou... Mas peraí, se você estava dormindo, como sabe que aquele ratinho que você cria como cachorro tentou me morder? – Virei a cabeça de lado a encarando com os olhos cerrados. Ela estava vermelhinha de vergonha e tampou a boca com a mão engessada.

— Puta merd*... – Ela começou a rir alto de nervoso.

— Ahhhh, sua safadaaa!!! Você estava acordada!!! – Comecei a fazer cócegas na sua barriga. Minha oncinha começou a rir as gargalhadas e tentar se esquivar do meu ataque. — Confessa! Confessa que eu paro... Continuei mais ameaçando do que fazendo cócegas.

— Eu confesso, eu confesso!!! Eu acordei quando você estava entrando dentro de casa comigo... Eu senti o seu cheiro, o seu calor e isso me fez querer mais... – Ela me encarou tocando o meu rosto. — Como eu quis que aquele beijo que você deu na minha testa tivesse sido na minha boca... – Ela finalizou traçando o contorno dos meus lábios com seu indicador. A puxei novamente para meus braços a beijando com suavidade.

— Agora meus beijos são só seus... Eu sou só sua, Patrícia.     – Coloquei sua mão em cima do meu coração. — Só você faz ele bater assim. Forte, descompassado... Eu te amo, minha chiliquenta! – Ela colou os seus lábios nos meus me beijando.

— Ai... Como você tá fofa! Parece uma ursinha carinhosa!

— Que fofa que nada! Eita diacho! Tá me estranhando, mulher?! – Falei brincando com ela, cutucando sua barriga. Beijei seu pescoço o mordendo em seguida. — Cara, como você pode ser tão cheirosa assim...

— Então... Lô... – Eu estava ocupada mordicando seu pescoço. - Sabe aquele beijo que foi na testa? Eu quero em outro lugar...

—  É? Posso saber onde?

 Ela me puxou pelos cabelos, me olhando com uma cara de safada, senti meu sex* se contrair em uma quase dor quando ela desnudou um dos seios, e passou o dedo indicador em movimentos circulares em cima do biquinho já rígido. Salivei...

—  Aqui... olha... ele tá durinho... tá precisando de carinho... – Encarei seus olhos, e ela me levantou uma sobrancelha como se me desafiasse.

— Não faz isso comigo, coração... Não judia não... – Passei a língua pelos lábios os umedecendo. — Eu quero demais... Eita diacho... – Foi a última coisa que eu disse antes de passar meus lábios por ele e o abocanhar em seguida.

— Puta merd*!!! Morde, Lô... Nossa, que saudade... Ch*pa forte!

Eu fiz o que ela pediu, mas com um esforço sobre humano eu me afastei dela me deitando ao seu lado. O meu coração parecia que iria saltar boca afora e tinha certeza que ela estava igual.

— Vamos dormir? – Eu disse com a respiração entrecortada.

— Mas, Lô... Você vai me deixar neste estado? – Ela disse enfezada.

— Linda, não podemos, você precisa se recuperar primeiro, e... – Não me deixou terminar de falar.

— Ok, Lô, puta merd*... – Ela disse se levantando da cama com uma carinha linda de brava, que me fez rir assim que ela entrou no banheiro.

Cruzei os braços atrás da cabeça, triste por deixar ela assim, mas orgulhosa de mim por ter conseguido resistir e não arriscar a saúde dela. Quando penso que conseguiria em fim dormir de conchinha com ela, Paty sai do banheiro sem me olhar e retira o sutiã o jogando na poltrona.

— O que é isso, Oncinha? – Me sentei na cama.

— Isso o quê, Lorenza? Você não quer dormir? Vamos dormir então.

— Mas porque tirar o sutiã?

— Ué, sempre durmo assim porque aperta. – Eita diacho, lascou-se.

Consegui ficar mais molhada do que eu já estava. Realmente eu estava certa, essa garota vai acabar comigo.

— Então vamos dormir? – Eu disse me virando de costas pensando na verruga da tia Leonor lá de Caxias. Ela tinha uma verruga na ponta do nariz, coisa mais nojenta. Tudo isso para tentar acalmar o fogo que eu estava...  Contando até mil. Senti o colchão ao meu lado afundar e respiro aliviada. Quando penso que passaria ilesa... Ela vem e se encaixa nas minhas costas, apertando os Montes Everestes contra mim. Os biquinhos durinhos nas minhas costas...  Ai caralh*, é hoje que eu não durmo!!! — Boa noite, Lolô! – Ela beijou minhas costas. Tentou me abraçar, mas gem*u de dor, o gesso não permitiu o movimento.

— Ei, cuidado... Vem cá, minha Oncinha – Me virei a aconchegando em meus braços. Ela apoiou o gesso na minha barriga. Mesmo com os seus seios tocando a minha pele eu me senti mais serena. Trocamos um beijo suave, e em poucos minutos nós nos entregamos ao sono.

Durante os primeiros 10 dias essa era a minha rotina, trabalhava e corria para os braços da minha Oncinha. Uma tarde me tranquei no quarto e consegui terminar os dois desenhos que eu tinha iniciado o esboço no trailer. Quando me dei por satisfeita eu assinei, adicionei a data e coloquei o nome: Nossa primeira manhã. 

No dia seguinte, fui até a cidade para deixar os desenhos para emoldurar e, no caminho, recebi um telefonema de Jonas me pedindo para que fosse até a fazenda pois queria me mostrar um novo plantel que ele tinha arrematado no último leilão.

Assim que cheguei lá, vi que Ângela estava no redondel com sua égua. Ela parou me olhando de cima abaixo. Fez menção de vir até mim, mas Jonas apareceu para me recepcionar com cara de poucos amigos. Era sem dúvida, a primeira vez que eu o via assim, sem seu costumeiro bom humor.

— Boa tarde, Jonas – Estendi a mão e ele não apertou, só fez um gesto pedindo para que eu o acompanhasse. Olhei para Ângela que já parava ao lado do marido, ela mantinha uma sobrancelha erguida com um sorrisinho no canto dos lábios. “Eita diacho, me lasquei!!! Mas já estava no inferno, agora era abraçar o capeta”

Assim que entramos no seu escritório Jonas trancou a porta, juro por Deus que tudo que eu senti naquele momento foi saudades da minha pequena, e lamentei não ter mais tempo de vida para ficar com ela.  Agora era enfrentar as consequências dos meus atos. Sequei o suor da testa com a manga da camisa ao mesmo tempo em que senti a mão de Jonas no meu ombro.

— Minha amiga, desculpe a forma que te recepcionei. – Disse ele quase cochichando, me estendendo a mão. Apertei desconfiada. “Mas que merd* estava acontecendo aqui?”

Eu me sentei na poltrona indicada por ele. Eu estava mais perdida que cego em tiroteio. O velho amigo sentou-se a minha frente com o sorriso bonachão de sempre.

— Jonas, me desculpe, mas estou meio perdida. O que está acontecendo?!

Ele nos serviu de uma dose de whisky que estava na mesinha ao lado, assim que me entregou o copo, se encostou confortavelmente na poltrona.

— Lorenza, eu quero te pedir como amigo se tem alguma possibilidade de você voltar a ser amante da minha mulher? –Arregalei meus olhos colocando o copo na mesinha de centro, enxugando as mãos na calça em seguida.

— Co...omo é que é?

Fim do capítulo