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As escolhas de Helena por escolhasdehelena

Ver comentários: 4

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Palavras: 3248
Acessos: 3579   |  Postado em: 04/02/2019

Capítulo 8 - Férias: Parte III

 

Franciele aguardava no sofá ao lado da bancada da recepção de um renomado consultório de psicologia no Itaim Bibi. Helena fazia terapia lá desde os 15 anos de idade, com uma Ph.D. em psicologia comportamental.

“Helena!” Sua terapeuta a cumprimenta com um largo sorriso. “Sua mãe parecia preocupada no telefone quando agendou. Como estão as coisas?”

“Meio bagunçadas, eu acho.” Helena se deita no divã, como de costume.

“Consegue dar mais detalhes?”

“Nunca fui muito fã de grandes mudanças. No entanto, parece que esse ano tudo o que anda acontecendo na minha vida está relacionado a mudanças.”

“Bem, você passou em medicina, sua vida universitária começou, logicamente muitos aspectos em sua vida iriam mudar, nós chegamos a conversar sobre isso no final do ano passado.”

“Sim, mas não só relacionado a isso. Parece que meus pais esperaram eu sair de casa para poderem se separar...Fico imaginando há quanto tempo eles ficaram se suportando por minha causa.”

“E o que você sente em relação a isso?”

“Culpa, eu acho? Não sei. Foi após a minha mudança que eles resolveram mudar algo. Talvez se eu não tivesse mudado, se tivesse ficado aqui, poderia ter ajudado minha mãe a enfrentar essa situação, ou sei lá, poderia ter sido útil de alguma forma...”

“Helena, não adianta ficar perguntando ‘e se’. Não tem como você saber o que teria acontecido e pensar nisso só vai lhe consumir. Se sua mãe tomou a decisão de deixar seu pai só depois de você ter se mudado, provavelmente foi porque ela não queria ver você sofrer. Essa era uma questão que competia a ela, não a você.”

A estudante pondera por alguns segundos.

“Eu acabei de começar um namoro mas não sinto conexão com a minha namorada.” Ela muda de assunto abruptamente.

“E o que você entende por conexão?”

“A gente se dá bem, tanto no sentido físico quanto no intelectual, mas desde que começaram as férias e eu vim para São Paulo, estamos diferentes.”

“Bem, vocês estão distantes, isso interfere no relacionamento.”

“Mas não é só isso, eu sinto que temos nos desencontrado em ligações, sempre quando uma liga a outra não pode atender, nos reduzimos a sentenças curtas, nem dos meus pais eu contei.”

“E você se sente íntima o suficiente com ela para contar?”

Helena hesitou.

“Talvez esses desencontros tenham diminuído as oportunidades. Eu realmente queria conversar com ela, ver o ponto de vista, escutar algum conselho.” Helena cruza os braços enquanto fechava os olhos por um instante. Imaginou Paula e relembrou decisões que já tomou baseado nos conselhos da namorada, sentindo-se em paz pelas lembranças.

 

_________//_________

 

Helena aguardava ansiosa no aeroporto de São Paulo-Congonhas. Andava de um lado a outro com um milk-shake em mãos, até que finalmente se quietou no local de espera. Olhava o celular a cada quinze segundos, como se o tempo fosse passar mais rápido assim. Apesar de se terem se falado pouco, Paula também aguardava ansiosamente o momento da chegada. Ela apareceu com duas malas gigantescas e avistou a namorada. O abraço foi acalorado, seguido por um longo beijo, com direito a um sorriso no final. Helena a conduzia para o apartamento de sua mãe, e, no caminho, finalmente explicou a situação.

“Por que você esperou eu chegar aqui para contar? Eu não fazia ideia pelo que você estava passando, amor!” Paula franze a testa.

“Não parecia certo lhe contar por telefone. Estávamos distantes, não sei...”

“Estávamos distantes porque você se distanciou! Ficou fria, eu nem sabia se você queria que eu viesse!”

“Você que se distanciou!” Helena retruca.

“Você nem respondia minhas ligações, Helena! Se eu tivesse paranoias diria até que você me traiu, mas independente de qualquer coisa eu confio em você e finalmente sei pelo que você passou.”

As duas chegam no apartamento da mãe de Helena, que teve uma primeira impressão formidável da nora. Paula sabia se portar educada e elegantemente, o que encantou Franciele.

“Da próxima vez não seja tão querida assim com minha mãe senão ela vai querer me trocar por você.” Helena brinca, fechando a porta do quarto atrás de si.

“Não tenho culpa de ser adorável!” Paula também brinca, colocando as malas em um canto. Ela caminha até Helena e engaja seus braços ao redor do corpo da namorada. “Estava sentindo falta do seu abraço.”

“Também estava, amor meu.” Helena retribui o carinho apertando a namorada.

“E sobre os seus pais, pode contar comigo com o que quiser. Estou aqui se quiser desabafar mais.”

Helena responde com um tênue selinho nos lábios de Paula.

“Está cansada da viagem?” Helena pergunta, preocupada.

“Um pouco, mas tenho ânimo suficiente para outras coisas...” Paula ligeiramente abaixa as mãos e as posiciona nas nádegas de Helena.

“Perfeito, porque a Isabel disse que iria no cinema ver um filme com o Rafael lá no shopping Campo Limpo e eu disse que talvez iria contigo, vou ligar para ela e vamos buscá-la, tudo bem?”

Paula se frustra um pouco e se afasta da namorada, sentando-se no canto da cama. “Campo Limpo? A gente não está perto da Avenida Paulista? Não conheço muito bem São Paulo, mas não é meio longe?”

“Sim, mas é mais perto da casa dela, então compensa mais.”

“E por que esse Rafael não a leva? Ele é namorado dela?”

“Namorado? Ele é filho.”

“Filho?” Paula se surpreende. “Ela já tem filho?”

“Sim, teve na adolescência.”

“Educação sexual para quê, né...” Paula revira os olhos.

“Cara, a gente não sabe pelo que ela passou, eu não sei se ela teve isso ou não, mas ela está lutando para o menino ter uma vida melhor.” Helena responde, pegando um casaco do guarda-roupas.

“Okay, não precisa ficar toda defensiva, Helena.”

“Não estou na defensiva, eu só lhe expliquei que as coisas são mais complexas do que parecem.” Helena responde enquanto envia para Isabel a mensagem de que já está saindo.

 

_______//_______

 

“Tia, coloca um rockão bem pesadão!” Rafael aponta para o rádio do carro de Helena, enquanto Isabel o segura pela cintura tentando fazer com que ele se sentasse no banco de trás e se comportasse.

“Aé? E qual você quer?” Helena responde disposta a fazer as vontades do garoto.

“Não Helena, não dê ouvidos a ele. Acabou de chegar no carro e já acha que manda.” Isabel dá bronca.

“E eu também não estou muito a fim de música agora, estou com uma leve dor de cabeça.” Paula reclama e, a certo contra-gosto, Helena deixa o som desligado.

 

________//________

 

“Você precisava comprar tudo isso para o filho dela?” Paula resmunga para Helena, que acabara de comprar um pote de pipoca e diversos doces para Rafael.

“O garoto estava com vontade, amor, eu não posso ver uma criança passar vontade.”

“Essa criança vai ter um pico de glicose e vai começar a atormentar no cinema, vai vendo.” Paula reclama novamente e, dessa vez, Isabel escuta.

“Helena, não se preocupe, eu lhe pagarei tudo assim que chegar em casa, eu peço dinheiro emprestado para minha mãe e-“

“Isabel, fica em paz. Você não me deve nada.” Helena afirma.

O garoto entrega as guloseimas à mãe e abraça Helena. “Obrigado, tia.”

“Está vendo? Não tem como resistir a isso.” Helena comenta com Paula.

 

________//________

 

Já dentro do cinema, Paula e Helena sentaram-se na última fileira. Rafael escolheu sentar-se na fileira da frente, e Isabel o seguiu.

No meio do filme, Paula desliza sobre a perna de Helena, que por sua vez entrelaça seus dedos nos da namorada. Paula então aos poucos retira seus dedos entrelaçados e sobe um pouco, na região interior da coxa da namorada. Dali, a mão sorrateira repousa sobre o botão da calça de Helena, que impede qualquer ação posterior colocando a mão de Paula de volta ao braço do banco.

“Qual o problema?” Paula sussurra.

“Tem crianças aqui, Paula.” Helena repreende.

“Não tem ninguém vendo, amor.” Paula tenta novamente, sendo mais uma vez impedida.

“Paula, não.”

“Entendi.” Paula se levanta com raiva e se dirige ao banheiro.

Helena a segue, mesmo preferindo terminar o filme primeiro.

“O que foi, Paula?” Ela pergunta, encostando-se atrás da porta do banheiro para ter certeza que ninguém entrasse e interrompesse o prenúncio da discussão.

“Meu, eu acabei de chegar, sabe? Ao invés de você querer passar tempo comigo, você prefere vir ao cinema com a sua colega de classe!”

“Mas eu vim com você, Paula! Eu trouxe a Isabel porque havia prometido esse rolê para eles! Mas eu não deixei de vir com você, oras!”

“Eu queria ter ficado na sua casa, com você, poxa! Cheguei cansada, queria curtir um tempinho a sós com você, mas não, você tinha que vir fazer favor para os outros, para uma menina que você mesma tinha me contado que tinha hora que não suportava!”

“Eu disse que às vezes ela me dava nos nervos, e não que eu não a suportava! E por que não me falou que estava cansada? Eu ainda perguntei!!”

“Não importa, Helena, vamos voltar lá e ver o filme.” Paula tenta passar, mas Helena a segura.

“Espera. Olha aqui para mim. Você quer ir embora agora? Se quiser, eu aviso a Isabel e deixo dinheiro para ela pegar um uber.”

“Você sustenta essa garota por acaso?” Paula se irrita. “Em tudo você pensa nela!”

“Paula, eu deixei o transporte sob minha responsabilidade, é o mínimo que eu tenho que fazer!”

“Esquece, vamos ficar até o final. Agora sai logo da frente da porta para a gente voltar a ver a porcaria do filme.” Ainda irritada, Paula sai do banheiro.

 

________//_______

 

Já de volta ao apartamento, Helena sentia o clima pesado entre ela e a namorada. Paula tomou banho e se deitou em silêncio.

“Hey...” Helena cutuca a namorada, deitando-se ao lado dela.

“O que foi, Helena?” Paula responde, ainda de olhos fechados.

“Estamos brigadas?” Helena pergunta.

“Não, Helena.”

“Mas parece que você está irritada.”

“Helena...” Paula finalmente abre os olhos e encara a namorada. “Foi bobeira minha, okay?”

“Não foi bobeira, eu lhe entendo.” Helena acaricia o rosto da namorada. “Eu também estava morrendo de saudades e poderíamos ter curtido o momento juntas, só nós duas.”

Paula sorri e dá um selinho na namorada.

“Ainda está muito cansada?” Helena faz a famosa expressão de quem quer algo a mais daquele doce momento.

“Idiota.” Paula ri e dessa vez tranca seus lábios com os de Helena em um beijo abrasado, veemente. Não demorou muito para que elas estivessem se amassando sob o edredom amarrotado.

Aos poucos, Paula jogou o corpo de Helena para o outro lado da cama. As duas ficaram face a face. Sem retirar o contato visual, Paula segurou os dois braços da namorada, deixando-a imóvel. Com suas próprias pernas, abriu as coxas de Helena e encostou sua vulva na dela, friccionando repetidamente. Aos poucos, ela para o movimento, e solta os braços de Helena.

“É. Realmente eu estava sentindo saudades disso.” Paula sussurra, ofegante, deslizando o corpo até sua boca encontrar a genital pulsante da outra, que pedia, implorava, exigia por aquele contato que finalizaria em um clímax indescritível.

 

 

_______//_______

 

Os dias se passaram tranquilamente. Mas a cobrança dos amigos para conhecer a famosa namorada de Helena era constante. Paula pedia para Helena enrolar os amigos, e ela o fazia. Na última sexta-feira de férias, Paula finalmente cedeu e elas marcaram com Victor e Marina para uma balada em uma das danceterias da Rua Augusta.

“Caramba! Ela é ainda mais linda do que nas fotos!” Victor exclama.

“Você anda stalkeando minha namorada, Victor?” Helena arqueia uma de suas sobrancelhas.

“Eu só estava checando com quem minha amiga estava se envolvendo...” Victor brinca. “E mais uma vez o Otávio cancela a presença no rolê, não?”

“O Otávio já viajou. O ficante ou namorado ou sei lá o quê dele estava comemorando aniversário então ele acabou voltando mais cedo.” Helena explica, enquanto Paula compra as bebidas e as entrega para Marina e Victor.

“Você faz psicologia, não é?” Marina questiona Paula em meio ao pancadão que tocava no momento.

“Sim!” Paula responde entre goles de seu drink.

“E qual pensador você curte mais?”

“Vou lhe falar, eu amo Freud, de paixão mesmo, mas o Lacan trouxe algo mais novo para psicanálise, ele fala bastante de narcisismo, amor e ódio, e minha monografia vai ser relacionada aos estudos dele. Você faz psicologia também?”

“Não, mas meus pais são psicólogos então entendo um pouco...” Enquanto Marina responde, Helena parece preocupada observando o celular.

“Amor, vou ao banheiro rapidinho, vou fazer uma ligação e já volto, ok?” Helena fala ao ouvido da namorada.

“Quem ligou?” Paula questiona, preocupada. “Está tudo bem? É sua mãe?”

“Não, é Isabel, ela mandou mensagem dizendo que precisava falar comigo urgente. Já volto.”

Antes que Paula pudesse responder, Helena se retira. Paula então volta ao bar para beber mais.

“Alô? Isabel?” Helena liga, preocupada.

“Oi Helena! Desculpa incomodar tarde da noite, desculpa mesmo, eu-”

“Calma. Respira. Não precisa ficar afobada. Respira fundo e me diz o que está acontecendo.”

“Então...o Rafa vomitou de dia, eu dei um antiemético e ele até parou, mas agora voltou a vomitar, já vomitou seis ou sete vezes, a temperatura está acima de 39 graus, tentei chamar o SAMU mas disseram que estão sem ambulância no momento, meu pai ainda não recebeu para podermos pagar algum transporte e o hospital mais próximo fica meio longe, eu estou desesperada, fui chamar o vizinho que tem carro mas acho que eles não estão, o carro não está na garagem e as luzes estão apagadas, eu não sei o que fazer! Eu sei que é extremamente longe de onde você mora, mas-”

“Não tem problema, em uns 40 minutos estou aí.” Helena responde prontamente.

“Tem certeza? Não vai ser problema? Pelo som aí parece que está em uma festa, não quero lhe atrapalhar...”

“Não vai ser problema algum, Isabel. Saio voando daqui. Até daqui a pouco.”

Helena não hesitou e logo foi para a pista avisar Paula.

“O quê? Sério? De novo ela pedindo favor?” Paula, já bêbada, começa com manha.

“Paula, você não precisa ir. O Victor e a Marina levam você para o apartamento da minha mãe, depois.” Helena, sem paciência, responde.

“Não, eu vou né.” Paula revira os olhos. “Tchau gente, a estraga-prazeres da amiguinha da Helena chamou e agora ela sai quebrando as canelas.”

Victor e Marina se olham constrangidos enquanto as meninas saem.

“Você não precisava me fazer passar esse tipo de vergonha na frente deles, Paula.” Helena reclama, colocando o cinto em Paula.

“Então quer dizer que eu faço você passar vergonha, Helena? E o fato de você ficar se escravizando para ajudar essa sua amiguinha? Você estava no meio de um compromisso com seus amigos e sua namorada, mas não, você tinha que sair correndo desesperada porque ela chamou.”

“Paula! O filho dela está doente e ela não tem como levar para o hospital!”

“Já que você é tão prestativa assim então por que não emprestou sua conta do uber para ela usar? Pelo menos o carro estaria mais perto para buscá-la.”

“Eu não tinha pensado nisso.” Helena se sente um pouco desconfortável com a conversa enquanto pisa no acelerador.

“Não tinha pensado nisso...você queria mesmo era levar o pirralho para o hospital e bancar a salvadora da pátria, não é mesmo?” A versão bêbada de Paula era visivelmente amarga. “Agora me diga: por quê? Por que você tem essa necessidade insana de se mostrar importante e útil para essa menina e o filho dela?”

“Paula, você está bêbada. Não sei o que raios você tomou mas você está se superando dessa vez.”

“Começou a defletir...isso tem nome.”

“Não venha me analisar. Você não é minha psicóloga, é minha namorada.”

“Que bom que você me considera sua namorada...porque do jeito que está, a Isabel é mais sua namorada do que eu, né?”

Helena segurou o volante com força. Respirou fundo e simplesmente não respondeu mais nada. Um silêncio martirizante tomou conta do resto do caminho. Quando Helena chegou, estacionou o carro de qualquer jeito  e correu para o portão de Isabel, que de prontidão atendeu. Helena entrou correndo e viu o garoto enfraquecido, pálido, quase a ponto de desmaiar. Ela o pegou no colo e o colocou no carro. Isabel sentou-se ao lado do filho deitado em decúbito lateral, segurando e acariciando sua cabeça.

 

________//_________

 

O garoto passou por uma bateria de exames e ficou em uma maca na enfermaria, em observação. A mãe ficou ao lado do garoto e Helena ao lado dela, o tempo todo, enquanto Paula aguardava no carro, cochilando.

“Rafael Carvalho, certo?” Um dos médicos da emergência aborda as meninas.

“Sim, doutor, já saiu o resultado dos exames? O que ele tem?” Isabel pergunta, aflita.

“Bom, os exames saíram sim, não apontaram nada mais grave, concluímos que é uma gastroenterite viral, apenas. Vou fazer a receita e entregar para a senhora, a princípio ele necessita somente de antibióticos, um inibidor de bomba de prótons e muito líquido, tudo bem?”

Isabel, aliviada, abraça Helena, que a consola beijando o topo de sua cabeça.

“Tudo bem, doutor. A gente estuda sobre isso na faculdade, mas quando é com o filho da gente, a situação muda...” Isabel ri, tentando conter a vontade de chorar.

“Vocês são estudantes de medicina? Olha que bacana. O filho de vocês é um menino de sorte.”

“Ah, nós n-” Isabel tenta explicar, mas Helena a interrompe.

“Obrigada doutor.” Helena sorri e o médico volta para sua sala para escrever a receita.

“Não é todo dia que sou confundida com uma pessoa responsável e mãe de família, deixa eu levar essa hoje.” Helena brinca e Isabel ri, abraçando novamente a amiga.

O médico volta e entrega os papéis para as meninas.

“Então, que especialidade vocês pensam em fazer?”

“Eu ainda não sei...” Isabel responde.

“Como não, amor? Esses dias você estava me dizendo que queria ser cirurgiã de cabeça e pescoço. Essa aqui, doutor, é a melhor da sala dela. No meu caso, eu ainda tenho minhas dúvidas sobre especialidade, estamos começando ainda, acredito que quando eu for para o ciclo clínico terei mais certeza. Agora no caso dela, ninguém tem mais dúvidas.” Helena afirma, deixando Isabel envergonhada.

“Ah é? Eu tenho um colega de faculdade que se tornou cirurgião de cabeça e pescoço. Ele também era um dos melhores da sala dele.” O médico comenta.  “O filho é de vocês duas? Vocês adotaram? Pergunto isso porque estou tentando adotar uma criança com a minha esposa, e vocês parecem jovens, o processo é burocrático?”

“Na verdade é filho biológico dela então é tecnicamente meu enteado.” Helena continua a conversa, mantendo uma postura séria. “Mas eu o amo como se fosse meu filho mesmo.”

“Bom, e não deixa de ser!” O médico sorri. “Foi muito bom ter conversado com vocês, meninas.” Ele se despede e Isabel ri da criatividade de Helena.

“O que foi? Vai dizer que você não se divertiu?” Helena brinca mais uma vez, enquanto ajuda Isabel a levantar Rafael, ainda meio sonolento.

“Confesso que por um breve segundo acreditei ser real.” Isabel demonstra um sorriso genuíno.

“E você gostou de ter acreditado?” Helena arrisca perguntar.

“Se acreditei foi porque imaginei, e se imaginei é porque minha mente por um segundo quis que fosse verdade, mas você sabe como a mente humana é mirabolante, não é?” A resposta de Isabel planta dúvidas na cabeça de Helena. O fato de a mente humana ser mirabolante não necessariamente invalida desejos, não é mesmo?

 

Fim do capítulo


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Comentários para 8 - Capítulo 8 - Férias: Parte III:
rhina
rhina

Em: 22/08/2020

 

Oi

Estava olhando todos os meus comentários pois achei uma irregularidade.

Eu ainda não cheguei no 70.

O comentário que está lá era para este capítulo.

Como foi parar lá?????

Tenho uma idéia.

Mas só percebi agora a pouco quando li suas respostas e vi o número do capítulo.

E outra.

Não importa no comentário que eu lhe mande uma respostas para sua respostas todos vão parar no capítulo 1......rsrsrs.

E ainda tentei ter mandar algo pelo seu contato no Bio mas não foi.

Rhina


Resposta do autor:

Oi! Aquele email da bio faz mais de ano que parei de usar, eu alterei o email de notificações por contato com a propria equipe do lettera mas nao consigo alterar aqui para aparecer no site, fica dando "erro fatal". Não sei se posso passar contato por aqui (medo de quebrar as regras, tomar denúncia e retirarem a história) mas estou tentando atualizar na bio!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

rhina
rhina

Em: 22/08/2020

 

Olá

Boa tarde.

Mudanças.

Será que existe alguém que realmente goste sem nenhuma reserva?

No entanto mudar é preciso. Mudar é a essência da vida. Mudar é sinal de melhoria. Mudar é crescer,amadurecer,aprender,entender,. Mudar é movimento.

Se não há mudança,há estagnação. E o que está estagnado aprodece e junto está a tristeza.

Mas existe distintas e sutis diferenças em tipos de Mundança.

Mudança nos dá sensação de falta de controle. E nos seres humanos queremos está no controle sempre. Tolice pois não temos controle de nada a não ser do qye diz respeito a nós mesmos,ao nosso interior. Ao nosso autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

Rhina


Resposta do autor:

Oi querida!

Concordo, acho que gostar 100% de mudança sem nenhuma reserva é praticamente impossível, e nossa Helena parece ter mais dificuldade do que a grande maioria em se adaptar nessas mudanças é o que complica.

"Mudança nos dá sensação de falta de controle. E nos seres humanos queremos está no controle sempre. Tolice pois não temos controle de nada a não ser do qye diz respeito a nós mesmos,ao nosso interior. Ao nosso autoconhecimento e desenvolvimento pessoal." 

Faço de suas palavras as minhas!! Beijãoo

Responder

[Faça o login para poder comentar]

AlRibeiro
AlRibeiro

Em: 05/02/2019

Olá! 

Comecei a ler sua história hoje e em menos de 2 horas devorei todos os capítulos já postados e me encontro ansiosa pelos próximos hahaha.

Estava sentindo falta de uma história bem estruturada, com personagens que facilmente poderiam fazer parte do meu/nosso cotidiano.

Isabel, pobre e periférica estudando medicina em uma universidade de renome, rodeada por pessoas que se dizem entender sua história, mas que na verdade nunca se imaginariam passar por tanto. 

Consigo ver algumas poucas Isabeis nos corredores da universidade onde estudo, consigo ver a Isabel em mim e me senti amplamente representada por uma história de qualidade e verdadeira como há muito não me sentia.

Uma história dessas, bicho hahahahaha

Mal posso esperar pelo próximo capítulo!

Obrigada e um abraçaço!!!


Resposta do autor:

Ah, que fofa mds!!!!

Confesso que você fez meu dia ahhahahahaha

Fico muito, mas muito feliz mesmo de ter gostado! Esse tipo de comentário incentiva a gente a continuar. Obrigada mesmo.

Esse final de semana já sai mais, espero muito que goste! Beijão querida e mais uma vez obrigada!!!!!!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Alci
Alci

Em: 04/02/2019

Talvez tenha sido um et diante do complexo humano "para sempre e enquanto dure" a dizer: que o amor pode não ser eterno,mas se cuidar dura muito mais.

Muito bom o capítulo!


Resposta do autor:

Sabia que eu não tinha pensando nisso? Mas faz total sentido: a eternidade seria a felicidade enquanto ela durar. Adorei observar por esse ângulo! Obrigada!

 

 

Beijossss

Responder

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