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As escolhas de Helena por escolhasdehelena

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Palavras: 3241
Acessos: 3625   |  Postado em: 28/01/2019

Capítulo 7 - Férias: Parte II

 

Helena chegou em casa já de manhã. Da hamburgueria, foram para outro bar do bairro, também perto de casa, de modo que Helena voltou a pé com seus amigos, que também moravam ali nas redondezas.

Quando Helena entrou na cozinha, escutou umas vozes alteradas.

“Você ainda não contou a ela, Heveraldo?” Helena reconhece a voz de sua mãe na sala.

“Lógico que não, Fran! Eu estava esperando você chegar para contar a ela, tive que pedir até para a Dona Alvina mentir!” A garota também reconhece a outra voz, é de seu pai.

“Contar o quê?” Helena aparece na sala, confusa.

“Filha! Que saudades!” A mãe de Helena se aproxima para abraçar a garota.

“Saudades? Eu já cheguei há dias e tudo que escuto são desculpas de que você nem dá as caras aqui em casa! Sempre uma reunião, um jantar, convenção...o que está acontecendo?” Helena se afasta.

“Minha flor...sua mãe e eu...” Heveraldo olha para Franciele.

“Já faz tempo que seu pai e eu não éramos os mesmos, Helena. Depois que você foi para a faculdade, achamos mais fácil fazer isso, e...”

“Espera, vocês não estão mais juntos? Que tipo de brincadeira sem graça é essa?”

“Não é brincadeira. Só não deu certo, minha flor...” O pai dela também tenta se aproximar.

“Como assim? Vocês...vocês sempre saíam, comemoravam aniversários de casamentos, vocês eram perfeitos juntos! O que aconteceu?” Os olhos de Helena marejam, enquanto sua garganta aperta. “Espera...tem uma terceira pessoa envolvida?!”

Franciele e Heveraldo se entreolham.

“Não quero ouvir mais nada.” Helena se vira e sobe para seu quarto.

 

 

_________//_________

 

Helena tenta insistentemente ligar para Paula, mas cai na caixa postal.

“Helena. Abre a porta, por favor, minha querida.” A mãe da garota tenta, inutilmente, falar com  a filha.

“Helena, nós temos uma chave reserva, então se você não abrir, nós vamos entrar de qualquer jeito.” Heveraldo afirma e Helena acaba abrindo a porta.

“Filha, nós gostaríamos de conversar contigo, e pedir desculpas por não termos lhe contado antes...” A mãe de Helena enxuga as lágrimas da filha, que, dessa vez, permite uma aproximação.

“Há quanto tempo estão separados?” Helena resolve se sentar na cama para respirar um pouco.

“Há alguns meses, minha flor.” Sr. Tavares responde, e ambos também se sentam, cada um de um lado da filha.

“Então a mamãe saiu da casa? Quer dizer que ela tinha outra pessoa?” Helena olha para baixo.

“Minha, flor, eu-”

“Não houve outra pessoa para nenhum dos lados, Helena.” Franciele corta Heveraldo, antes que ele pudesse falar qualquer outra coisa.

“Então por que se separaram?”

“Você já tem 20 anos, minha querida. Entende que relacionamentos simplesmente não dão certo, às vezes.” Franciele segura a mão de sua filha, afagando-a.

“E onde você está morando, mãe?”

“Eu comprei um apartamento próximo à Av. Paulista. Agora que você já sabe, pode ficar comigo uns dias lá.”

“E por que não me contou antes? Teria doído menos por telefone, e eu não teria ficado dias sem ver você.”

“Seu pai preferiu pessoalmente, e realmente eu tive que fazer uma viagem relâmpago para resolver uns assuntos da empresa logo depois do jantar que ele teve com uns acionistas.”

Helena escutava quieta, tentando entender tudo que aconteceu. Não fazia sentido.

“Eu quero dormir. Vocês pode fazer o favor de fechar a porta ao saírem?” Ela pede, deitando-se.

“Se quiser visitar sua antiga terapeuta, segunda-feira eu marco uma sessão de urgência para você, minha querida.” Franciele sugere.

“Eu só quero dormir agora, por favor.” Helena fecha os olhos, na esperança que isso fosse apenas um sonho, ou melhor um pesadelo.

 

 

 

 

_______//_______

 

Quando Helena abriu os olhos novamente, já era noite. Ela checou seu celular, cinco chamadas perdidas de Paula. Mas uma estranha sensação percorria dentro de si, não queria ligar para Paula. Sentia-se off. Só tinha uma única pessoa que sentia vontade de ligar.

 

“...e aí eles tentaram me vender toda essa história de que não era culpa de ninguém, não tinham outras pessoas, mas não sei, tem algo muito estranho nisso tudo, Isabel.” Helena desabafa pelo telefone.

“Caramba, que situação complicada, Helena. E como você está se sentindo?”

“Meio alheia à situação, não sei lhe explicar. Acho que vou aceitar a proposta da minha mãe em voltar para a terapia semana que vem.”

“Vai fazer bem para você. Eu vou às vezes na clínica comunitária de psicologia da faculdade, faz muito bem para mim. Inclusive acho que o projeto que sua namorada faz é lá na clínica. Falando nela, vocês já conversaram sobre isso?”

“Ainda não. Tentei ligar para ela hoje de manhã, ela não atendeu. Daí agora à noite tinha algumas chamadas perdidas dela, mas não retornei.”

“E por que não retornou?”

“Senti um negócio ruim. Não quis ligar. Meio complicado de explicar. Enfim...hoje eu estou indo numa balada lá na Frei Caneca, quer ir?”

“Esqueceu que eu tenho um filho de seis anos, Helena?” Isabel ri.

“E o que que tem? Seus pais não cuidam dele quando você tem aula? Não podem cuidar dele agora? Eu vou aí e busco você, depois vou deixar o carro na minha mãe, no prédio que ela mora, lá perto, ou seja, não vou dirigir bêbada, está vendo como sou responsável?” Helena também ri. “Aí você dorme lá também e quando eu estiver sóbria levo você de volta para casa sã e salva.”

“Meus pais cuidam quando eu estou estudando sim, mas agora que estou de férias eu não quero ficar longe do Rafa, Helena, eu estava morrendo de saudades dele. Mas divirta-se, boa festa e obrigada pelo convite.”

“Bom, você que sabe. Vou tomar um banho e avisar minha mãe, se mudar de ideia, pode me ligar.”

 

 

 

_______//_______

 

“Amiga o que está acontecendo com você?” Otávio, que acabara de chegar da casa dos avós, aguardava na fila enquanto fumava um cigarro pouco convencional. “A Paula me ligou desesperada, dizendo que você não atendeu o dia todo.”

“Foi chegar em São Paulo já esqueceu que namora..” Victor, como sempre, bancando o engraçadinho.

 

“Eu acabei dormindo o dia inteiro. Já mandei mensagem para ela explicando.” Helena pega o cigarro de seda de Otávio e dá duas tragadas.

 

“Como assim? Está tudo bem, Helena? Você nunca fuma...” Marina comenta, preocupada.

 

“Está tudo bem.” Helena responde, meio seca.

 

“Gente, como assim, só eu trouxe combustível para o esquenta?” Daiane chega com uma garrafa barata de vodka gelada.

 

“Você trouxe a garrafa cheia? Cara, a gente tem menos de dez minutos para zerar isso aí.” Otávio comenta.

 

“Não será problema.” Helena devolve o cigarro para Otávio e pega a garrafa, abrindo-a com certo desespero e tomando largos goles, bebendo sozinha pouco mais de um terço do conteúdo da garrafa.

 

 

______//______

 

Os amigos entram no local da festa. A batida ensurdecedora trazia certo conforto emocional para Helena, que havia acabado de comprar uma bebida de whisky misturada com água de côco. Ela fecha os olhos e se envolve no ritmo que o DJ remixava. Uma reedição do hit de Clean Bandit, Symphony, iniciava-se. Helena cantava em voz alta, com as mãos para cima, exorcizando-se de quaisquer preocupações que lhe atormentavam. Não era de seu feitio de soltar desse jeito. Pediu mais bebidas. Em determinado momento, saiu da roda dos amigos, que variavam entre danças e pequenos goles de suas bebidas, e foi para a área VIP se sentar. Otávio a seguiu.

 

“Amiga, está tudo bem entre você e a Paula mesmo?”

 

“Está sim. Vai lá dançar, Otávio.” Helena segurava a bebida e olhava fixamente para as luzes coloridas da pista de dança.

 

Otávio então envia uma foto de Helena com uma cara apática para Paula. ‘A Helena está completamente estranha. Não quer me falar o que houve. Vocês brigaram?’ Ele envia.

 

‘Não...ela só me disse que dormiu o dia todo. Não brigamos. Ela só me disse que ia sair com vocês e não falou mais nada.’ Paula responde.

 

Helena continua imóvel, e seu celular toca. Helena ignora.

 

‘Eu não sei o que está acontecendo contigo, mas seus amigos e eu estamos preocupados. Se você quer ignorar minhas ligações, faça como quiser. Só saiba que uma hora posso cansar.’ Ela visualiza a mensagem vinda de Paula e desliga o celular.

 

 

_______//_______

 

“Bom dia, minha querida...” A mãe de Helena aparece no quarto de hóspedes do apartamento, enquanto Helena dormia com as roupas da noite passada.

“Oi? Ah, bom dia...” Helena esfrega os olhos e vagarosamente os abre, com uma dor de cabeça infernal.

“Quer ir para um brunch comigo? Você adorava fazer isso comigo e seu pai aos domingos...”

“Acho que não...eu não estou muito bem, mãe. Vou dormir mais um pouco e depois eu volto para casa, digo, a casa do meu pai.”

“Não quer passar o dia aqui?” Franciele pergunta, esperançosa.

Helena fica em silêncio e fecha os olhos novamente. Sua mãe deixa o quarto. Cerca de uma hora depois, ela acorda novamente, pega suas chaves e sai.

 

 

_______//_______

 

“Como foi lá com sua mãe?” Heveraldo pergunta, ao ver Helena entrar.

“Foi normal.” Helena dá de ombros. “O que tem para comer?”

“Tem uma lasanha no congelador. Só esquentar.”

Helena pega a embalagem e a coloca no micro ondas. “Pai, pode me dizer a verdade, a mamãe lhe traiu?”

Heveraldo arregala os olhos.

“Pode me contar, pai. Já tenho idade suficiente para saber a verdade.”

“Minha flor...não foi ela quem traiu.” O pai de Helena abaixa o olhar, envergonhado.

“O quê? Foi você?! Eu estava seca com ela porque achei que o senhor fosse a vítima!!”

“Ela não suportou ficar aqui nessa casa, no início ela não suportava nem olhar na minha cara. Agora que você voltou que voltamos a nos falar.” Ele explica, sem graça.

“Eu não acredito que o senhor fez isso! E eu a estava julgando!”

“Filha, eu me arrependi, eu...”

“De que adianta?! Você estragou seu casamento, pai! Quer saber, fica com a lasanha.” Helena sobe para o quarto e pega sua mala. Também pega algumas coisas antigas e coloca no carro. Ficou rodando por aí. Parou em um mercado, fez algumas compras e voltou para o veículo, selecionando um endereço no GPS do celular.

 

_______//_______

 

Helena buzinou diversas vezes. Já estava desistindo quando Isabel surgiu no portão.

“O que você está fazendo aqui?” Isabel pergunta, secando as mãos em um pano de prato.

“Promessa é dívida.” Helena aparece segurando sacolas com pães e frios. “Eu disse que voltaria para o lanche.”

“Não precisava, Helena, acabei de lavar a louça do almoço...”

“Eu trouxe sobremesa também, gosta de cheesecake?” Helena pisca, e Isabel ri, dando passagem para a visitante entrar.

Isabel pega as sacolas das mãos de Helena e as deixa em cima da mesa.

“Deixa eu perguntar, vocês têm videogame?”

“Não temos, mas o Rafa joga na casa do vizinho esses joguinhos de corrida. E como toda criança, ele adora esses jogos de celular.”

“Então espera um pouco.” Helena volta para o carro e volta com uma caixa. “Eu tinha esse Xbox em casa, mas já faz pelo menos um ano que eu não jogo. Não penso em levar, e ia acabar estragando por falta de uso. Quer ficar com ele?”

“Não posso Helena, é muito caro, não tenho dinheiro para pagar.”

“Eu não estou vendendo, estou dando de presente, oras.”

“Helena! Não posso aceitar...”

“Seus pais estão aí? Então eu falo com eles, se a casa é deles  e eles aceitarem o videogame então você não vai poder fazer nada.”

“Não, meus pais estão em um evento da igreja deles, e a noite vão fazer vigília, só voltam amanhã.”

“E o Rafa, cadê? Rafael!!!”

Ao ouvir o chamado, o garotinho aparece.

“Tia!!!” Ele abraça as pernas de Helena.

“Rafa, diga-me uma coisa, você gosta de joguinhos de videogame?”

“Sim!!”

“Quer ganhar um videogame?”

“Quero!!!!!” Os olhinhos do garoto brilham.

“Está vendo, Isabel? Ele quer, você não pode negar isso.” Helena entrega a caixa para o garoto, que só falta pular de alegria.

“Você não tem jeito mesmo, né Helena?” Isabel tentava esconder a alegria de ver o filho emocionado pelo presente.

Helena então auxilia a instalar o console na televisão da sala. Ela coloca um jogo de corrida e dá um dos controles para Rafa.

“Sabe jogar?” Ela pergunta.

“Eu jogo na casa do Filipe, esse aqui acelera, esse aqui para, esse aqui vira na curva, num é?” O menino responde, apontando para os botões.

“Muito bem!” Helena esfrega a mão no cabelo dele, bagunçando-o. Isabel observa os dois jogando.

“Eu vou ultrapassar você, tia!” Rafael joga completamente atento.

“Não vai não!” Helena finge que está dando seu melhor, mas desacelera para deixar o menino ganhar.

Isabel pega o cheesecake e corta três pedaços, colocando-os em pratinhos pequenos de louça.

“Mãe eu não quero comer, eu quero jogar!” Rafael reclama quando sua mãe lhe oferece o prato.

“Vamos pausar um pouquinho, Rafa, que a tia está com fome.”

“Helena, você almoçou?” Isabel pergunta, preocupada.

“Não. A última coisa que coloquei no estômago foi um remédio para dor de cabeça de manhã.”

“Menina! Por que não me avisou? Eu fiz macarrão com molho branco. Sobrou bastante, eu esquento para você.”

“Não precisa, mais tarde a gente vai comer lanche, não vai?”

“Mas não sustenta! Devolve esse doce aqui. Primeiro você vai almoçar!” Isabel tira o prato de Helena e volta para a cozinha.

“Tia, tem que almoçar primeiro para depois ganhar doce!” Rafael responde como se estivesse dando bronca, e logo tira a pausa do jogo.

 

 

_____//______

 

“Vem almoçar, Helena.” Isabel a chama na cozinha, enquanto Helena coloca o jogo no modo de jogador único para Rafa aproveitar.

“O cheiro está ótimo.” Helena sorri e enche seu prato.

“Mas me conta, você está bem? Digo, em relação ao divórcio dos seus pais.”

“Por que todo mundo insiste em perguntar como eu estou? Eu já disse que estou bem.” Helena franze a testa.

“A Paula veio me procurar, não sei como conseguiu meu celular, mas ela me ligou.”

“Por que que ela ligou para você?!” Helena se assusta.

“Estava preocupada com você, ela queria saber o que estava acontecendo.”

“E você disse algo para ela?”

“Não. A obrigação de conversar com ela é sua, e não minha.”

“Eu não estou com paciência de conversar com ninguém. Preciso levar minhas coisas para o apartamento da minha mãe mas estou completamente sem coragem de voltar lá hoje.”

“Quer dormir aqui?” Isabel propõe.

“Não vou incomodar?”

“Que isso, sua boba, lógico que não incomoda. É o mínimo que posso fazer por você.”

Helena devora o macarrão feito por Isabel como se fosse sua última refeição na face da Terra.

 

 

________//________

 

“Rafa, vem, está na hora de dormir. Vocês já jogaram demais, já.” Isabel chama o filho.

“Mamãe, eu posso dormir na cama do vovô e da vovó?” Ele pede. “A cama deles é macia!”

“Então você prefere dormir sozinho do que do lado da mamãe, mocinho?” Isabel brinca.

“Mãe!” Rafael tem vergonha de dormir com a mãe quando tem visita.

“Vai lá então, que já vou cobrir você.”

“Acho que se deixasse, ele viraria a noite nesse videogame.” Helena comenta.

“Pois é. Bom, eu vou arrumar minha cama lá para você, e vou trazer minhas coisas para a sala.”

“Que isso, Isabel, não precisa, eu durmo na sala sem problemas.”

“Helena, você é visita, não se preocupe.”

“Sua cama é de casal? A gente pode dormir na mesma cama, oras.”

Isabel se assusta com a proposta.

“Calma, cada uma no seu canto.” Helena ri e explica o pensamento, percebendo o espanto da outra.

“Se você não se incomodar, por mim, tudo bem.” Isabel acaba topando.

 

 

 

_______//______

 

 

“Você conseguiu deixar meu filho hiperativo. Já disse que amanhã vai acordar e vai passar três fases daquele jogo do homem aranha.” Isabel comenta, entrando no quarto, enquanto Helena já se encontra deitada, de pijama, mexendo no celular.

“Seu filho é o máximo.” Helena sorri. Ela manda uma mensagem de boa noite para Paula e desliga o celular.

“Queria poder levá-lo, mas não aceitam crianças lá na moradia.” Isabel se vira de costas e troca de roupa, colocando uma camisola de renda rosa-bebê.

“Que pena. Mas também seria complicado, a gente tem aula o dia inteiro.”

“Tem isso também. E eu trabalho a noite. É melhor ele ficar com meus pais mesmo.” Isabel se deita ao lado de Helena. Ambas viram-se de modo que uma fica de frente para a outra. Isabel se apoia no travesseiro, e Helena se apoia no próprio braço.

“Mas se quiser vir vê-lo em um feriado, podemos combinar e eu trago você...” Helena sorri novamente.

“Helena, por que você é tão boa para mim?” Isabel olha no fundo dos olhos de Helena.

“Você tem algo diferente das outras pessoas, Isabel. Nunca vou saber explicar, mas você tem um olhar diferente para o mundo, um olhar que me deixa intrigada.” Helena responde, sem desviar o olhar.

“Às vezes eu queria não ir com a sua cara, sabia?” Isabel brinca e passa a mão sob o cabelo acastanhado de Helena.

“Eu não sou fácil de odiar, não é mesmo?” Helena pisca, brincando.

“Não é.” Isabel responde como se tivesse sido uma pergunta séria e começa a acariciar o rosto de Helena, que, de repente, tem seu sorrido esvaecido.

“O que foi?” Isabel continua a acariciar o rosto da garota.

“Estou aqui pensando nos meus pais, em como eles chegaram ao ponto de nem se suportarem.”

“Não pensa neles agora. Se aconteceu o que aconteceu, é porque tinha que ser assim.” Isabel se aproxima aos poucos. “Há coisas que simplesmente são para ser.” Ela encosta sua testa na testa de Helena, sua mão sobre a bochecha da visitante.

O coração de Helena acelera. Isabel percebe que Helena não está bem. Parece amedrontada, traumatizada.

“Vai ficar tudo bem.” Isabel se afasta um pouco e beija a testa de Helena. Ela acaricia o cabelo da garota até Helena pegar no sono.

 

________//________

 

Isabel acorda com o barulho de portão da garagem sendo aberto. Seus pais chegaram. O braço de Helena envolvia seu tórax. O rosto de Helena encontrava-se encaixado no pescoço de Isabel. De algum modo, no meio da noite, elas acabaram dormindo de conchinha, sendo Isabel a concha menor.

“Helena, Helena, acorda, meus pais chegaram!” Isabel se desespera.

“O quê? Relaxa, Isabel, a gente não fez nada.” Helena boceja.

“Sim, mas você não conhece meus pais! Eles vão falar horrores! Eu vou levar uns lençóis e travesseiros e dizer que dormi na sala. Se perguntarem, você diga o mesmo!” Isabel corre para a sala e consegue chegar a tempo.

 

_______//________

 

“Isabel, de quem é aquele carro lá na frente?” O pai de Isabel a cutuca no sofá.

“Oi? Ah, pai, é da minha colega de classe, ela precisava de um lugar para dormir e ficou aqui essa noite.” Isabel responde, fingindo ter acabado de acordar.

“E essas coisas aí na televisão? Isso é um videogame?”

“É sim, pai, ela vai deixar aqui para o Rafa porque não usa mais.”

O pai de Isabel analisa o objeto, olha para a tv, com uma expressão pensativa. “Tem jogo de futebol?”

“Deve ter sim, só olhar, tem um monte de CDs ali.” Isabel aponta para a pilha de caixas de CDs de jogos, aliviada.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 7 - Capítulo 7 - Férias: Parte II:
rhina
rhina

Em: 21/08/2020

Quase me vi na Helena agora a pouco. Ela tem amigos. Ela tem a Paula mas por uma explicação sem explicação sua bússola a leva a Isabel. É em Isabel que está sua vontade de dividir tudo.

Sendo que no meu caso a pessoa não me receberia. Não me daria abrigo. Mas a vontade de dividir a mínima coisa que acontece ê com ela. É ela que vem em minha mente e faz meu coração transbordar.

Pra mim não tem futuro. Isabel e Helena apenas mais um retalho na longa jornada que iniciou.

Rhina


Resposta do autor:

O mais impressionante é que, ao colocar Helena nessa situação, sempre nos vem a mente pelo menos uma ou duas pessoas de passados distantes que eram como polos magnéticos para uma bussola. Conte-me, rhina, como foi a sua história com a sua bússola? 

Responder

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Alci
Alci

Em: 01/02/2019

Helena vai ser uma boa médica. Quando a alma lhe doeu pela separação dos pais, Helena foi se remediar com Isabel.


Resposta do autor:

Ah, essa doce remediação que Helena tenta escapar e não consegue...hahahahaha

Muito boa observação sobre o futuro perfil profissional de Helena, isso está muito atralado a personalidade da personagem. Boa!

Responder

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