Capítulo 3 – Trégua???

      Algumas semanas se passaram desde o dia daquela festa improvisada no meio da semana e Lia sentia leves mudanças depois disso. Sempre que passava por Carlos ele a cumprimentava com uma simpatia nunca vista antes e não sabia se ficava puta ou com o ego inflamado. Sério mesmo que precisava de tantas coisas para fazer com que ele a enxergasse pela primeira vez!? Agora sorria internamente ao pensar o inferno que ele devia estar passando com dois foras.  Poderia até gostar de Liz por isso, por tê-la vingado mesmo que indiretamente. Mas claro que aquele pensamento não significava que fosse vingativa, não mesmo. Cada um tinha o que merecia.

      No entanto, o que deixou Lia intrigada e curiosa, de fato, havia sido esse gelo que a outra dera em Carlos. Ela tinha certeza que os dois estavam ficando, abismou-se até quando Cris deu a notícia. Carlos, apesar de ser um lento, era um rapaz bom, estudioso e respeitador, características que a atraíam um pouco e o que era muito raro, isso tinha que admitir. E claro, além de ser lindo. Analisando a situação via que os dois (Liz e Carlos) até que formariam um belo casal e mesmo não estando mais interessada nele não sabia dizer por que esse pensamento ainda lhe incomodava tanto.

      Será que a tal Liz estava de caso com outro cara? Aquela era a primeira vez que Lia se pegava especulando verdadeiramente sobre assuntos alheios e não entendia o porquê desta curiosidade. ARGH! Tinha que parar de perder tempo pensando sobre esses dois. Que besteira! Decidiu que não valia a pena e Carlos que fosse para a casa do caralh* com os seus sorrisos educados, pois agora já era.

      No decorrer do semestre estava chegando os dias de revisão para as próximas provas e Lia já começava a ficar tensa novamente. Cris, vendo a tensão da amiga, fez com que a mesma ligasse para Rodrigo, o carinha da festa. Lia não queria muito no início, não tinha vontade alguma de ficar com ele novamente, para ela havia sido um rolo de uma só noite e pronto. Porém, quando pensou na possibilidade de esfregar o rapaz na cara de Carlos, aquilo poderia até valer a pena. Sentiu-se meio culpada com esse pensamento, mas não pode evitar, não era nenhuma santa. Não queria também dar nenhuma esperança falsa para o outro, mas nunca prometeram nada mesmo.

      Rodrigo ficou muito animado quando soube que era ela na ligação. No dia da festa ela disse que ligaria e como ele não queria forçar a barra estava esperando. No fundo se arrependera ao dar seu número para um completo estranho. Ele logo tentou marcar um novo encontro com ela que tinha medo se sair a sós com ele, queria ir para algum local público ou com muita gente por perto, apesar de tudo, morria de medo dessas coisas. Ela pediu que ele tivesse paciência que logo mais depois das provas os dois se veriam novamente.

      - Cris, ele quer se encontrar comigo!

      - Eu percebi isso. Por que você não aceitou?

      - Eu tenho medo, não sei nem quem é esse menino. – Lia respondeu como se fosse óbvio. – Mas você pode me ajudar. Quando vai rolar uma próxima festa?

      - Eu não sei. Vou pedir para o Alberto se informar com os amigos dele e te aviso.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

      Na primeira semana de prova, eles já estavam liberados para irem depois das avaliações, num desses dias Lia saiu mais cedo do que Cris e ficou no pátio deitada na grama e mexendo no celular enquanto esperava a amiga. Entrou em sua rede social e ficou olhando algumas solicitações que haviam chegado, dentre essas, a de Rodrigo. Mas uma pessoa nas suas sugestões de amizade chamou a atenção, era Liz (Lisandra era o nome dela, mas reconhecera pela foto). Liana bufou e relutou em abrir o perfil da outra e tentou distrair sua mente assistindo aos vídeos de gatos. Ela amava gatos, inclusive tinha um em sua casa e sentia muita falta dele desde que havia se mudado.

      Incrivelmente as duas não se arranharam nenhuma das vezes ao longo das semanas. Quando acontecia de estarem no mesmo ambiente não trocavam farpas e se trataram até com educação, via que Liz tinha uma leveza no olhar, apesar de tudo. Pensando nisso, já estava digitando o nome Lis na tela quando seu telefone tocou. Era Rodrigo. Suspirou pausadamente antes de atende-lo.

      - Oi linda! – Cumprimentou-a com simpatia como sempre.

      - Olá! – Ela se sentou na grama e fitou os pés. Se sentia um pouco incomodada por ele ter atrapalhado sua pequena investigação.

      - Liguei para saber se você havia se decidido. Acho que você está fugindo de mim.

      - Eu não estou fugindo. Por que faria isso?

      - Não sei. Não quero lhe pressionar, mas você está demorando para me dar uma resposta. – Ele riu meio nervoso. – É porque quero muito te ver de novo. Será que não podemos nem nos encontrar na faculdade? Já te vi de longe várias vezes, mas você parece ser tão reservada fiquei com receio de que ficasse com raiva caso eu fosse falar com você.

      - Desculpas se passei essa impressão. Mas você pode vir falar comigo aqui sim. Inclusive eu estou livre agora.

      - Onde você está?

      Lia explicou sua localização no campus imenso e em menos de dez minutos ele já vinha ao seu encontro. Ele era lindo, mas mesmo assim não conseguia se sentir empolgada ou ansiosa ao vê-lo. Ele estava usando uma blusa social azul clara.  Assim que a viu ele sorriu e tirou os óculos e sem cerimônias, sentou-se ao seu lado e a cumprimentou, agora pessoalmente, com um abraço caloroso. Percebia como ele era seguro de si. 

- Finalmente!

      - Finalmente! – Lia concordou com ele e ficou olhando-o à espera de um assunto. Ele parecia ser bom nisso.

      - Você estava fazendo prova?

      - Sim. Terminei a algum tempo e vim esperar minha amiga aqui.

      - A Cris? – Perguntou curioso.

      - É. – Respondeu surpresa. – Como a conhece?

      - Não vai achar que sou um psicopata, ok? Mas perguntei por aí sobre você.

      Lia o olhou e viu que ele tinha um sorriso contido nos lábios. Ele era realmente muito bonito, meio loiro de olhos claros e uma barba bem-feita. Um homem dos sonhos.

      - O que você perguntou?

      - Segredo! – Ele lhe deu um sorriso sapeca e lhe deu um selinho rápido, pegando-a de surpresa.

      Lia não se aguentou e começou a rir da situação. De repente o clima parecia leve entre eles e os dois conversavam como dois bons e velhos amigos, até que ele tentou beijá-la novamente e dessa vez Lia permitiu, que mal faria? Os dois passaram um tempinho ali sentados na grama apenas se beijando até que o telefone de Lia tocou e ela agradeceu internamente por isso.

      - Seu telefone não gosta muito de mim. – Disse ele se referindo ao dia da festa. Lia sorriu e atendeu.

      Era Cris que a estava procurando. Os dois ficaram de pé e antes de se despedirem Lia viu Liz passando apressada e não pode evitar de olhá-la até que ela dobrou em uma quadra de salas. Lia balançou a cabeça e observou que Rodrigo a olhava. Os dois sorriram e deram um selinho.

      - Te ligo mais tarde, então.

      - Ok.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

      Antes de irem para casa passaram em uma sorveteria, onde Lia contava a Cris que tinha se encontrado com Rodrigo no "gramado", como era conhecido o pátio daquela parte do campus.

      - Mas você disse que estava com medo de se encontrar com ele!

      - E eu estava, mas tinha várias pessoas por perto.

      - E aí? O que rolou?

      - Ah! Conversamos por um tempo e depois a gente ficou até a hora que você me ligou.

      - Liana arrasando corações! – Cris aplaudia alegremente. – Quem diria!?

      Cris parecia curiosíssima para saber do rolo dos dois, na certa porque Lia era uma menina muita quieta e a amiga nunca a vira com mais alguém além de Carlos. No fundo o que Lia queria mesmo era saber algo sobre Liz. Pela tarde quando ficou tentada a olhar a rede social dela num estalo percebeu que ninguém sabia muita coisa sobre ela. Além de ser exibida, a menina também gostava de colocar mistério em tudo.

      - Mas Cris, você sabe por que ela deu gelo no Carlos?

      - Não, o Alberto me contou muito por cima, só disse que ele tinha tentado e que ela dispensou legal, que só podia oferecer amizade a ele.

      - Então ela deve estar com alguém.

      - Eu acho que não, sei lá. Ela não fala muito sobre si apesar de ser uma pessoa muito legal. Nunca vi ela ficando com alguém.

      - É. Ela parece ser muito misteriosa mesmo.

      - Você ainda está de implicância com ela?

      - Ah Cris, sei lá. Tem uma coisa no jeito dela que eu não gosto. Não sei o quê.

      - Ainda vou fazer vocês duas se aproximarem. Vocês duas tem muito a ver.

      - É? – Lia falou num tom de deboche. – Não tenho nada a ver com aquela fulana. Eu não sou exibida igual a ela.

      - Exibida? – Cris achou graça – Por que você acha isso?

      - Não vou ficar perdendo tempo falando dessa menina. Eu vou tomar banho e estudar um pouco que é melhor.

      Já tarde da noite depois de estudar até não aguentar mais, Lia deitou-se e pegou seu celular. Viu que tinha duas chamadas perdidas do Rodrigo a uns 20 minutos atrás. Não iria retornar. Como já era quase meia noite tinha a desculpa de dizer que estava dormindo. 

      Ficou algum tempo mexendo na sua rede social quando aquela curiosidade bateu novamente. Procurou o perfil de Liz e começou a olhar tudo. A foto de perfil dela era linda, ela segurando o violão de óculos escuros com o sol como plano de fundo e ela tinha um sorriso muito bonito e autêntico. 

Logo na primeira publicação tinha um vídeo dela tocando. Lia não resistiu e abriu o vídeo. Uma coisa Lia tinha que admitir ela era muito boa cantando e tocando. No vídeo ela começou a tocar a música "All I wanted" do Paramore. Lia assistiu ao vídeo de boca aberta, aquela música era bem difícil de tocar devido às altas notas, mas Liz a cantou perfeitamente. De alguma forma vê-la tocar essa música amoleceu algo em seu coração, não entendia  o quê.

      Continuou olhando mais de suas postagens. Não tinha muitas fotos dela nem informações muito pessoais, eram mais vídeos dela tocando a pedido dos seus seguidores e avisos de shows de bandas que ela gostava e mais nada. Aquela menina era muito ligada à música. Não entendia porque ela estudava engenharia com os meninos e não música. Parecia meio errado, não que fosse da sua conta.

      Quando se deu conta já estava a quase uma hora "stalkeando" Liz. Fechou o telefone rapidamente e fechou os olhos com força tentando dormir. Não entendia esse súbito interesse na cantorazinha agora. Era só o que faltava mesmo!

XxxxxxxxxxxxxxxxxxX

      A última semana de provas se passou e com isso Cris lhe trouxe a novidade de uma festa que ia ter para dar boas vindas às férias. Por sorte esse semestre os professores não haviam feito nenhuma greve e com isso o cronograma do ano foi preenchido normalmente. Lia se surpreendeu em como esse semestre havia passado tão rápido, praticamente não sentiu o tempo passar.

      - Então a festa vai ser em uma mansão, e dessa vez a Liz vai levar a banda dela toda e vai ser no sábado o dia todo.

      - Hum! – Exclamou tentando parecer desinteressada. - Acho que vou comprar algo para comer. Estou morrendo de fome.

      - Você não vai ligar para o Rodrigo e avisar da festa?

      - Eu faço isso no caminho. Você vem?

      - Eu vou esperar o Alberto aqui, tudo bem?

      - Sim, claro. Te encontro no apartamento.

      Lia resolveu comprar algo pelo campus mesmo e quando vinha voltando pela lateral da quadra, viu que Lia estava tocando para um grupinho de pessoas ao seu redor. Inclusive o reitor da faculdade estava presente e assistia Liz cantar concentrado. Com seu crepe na mão, Lia sentou ali por perto e ficou vendo-a tocar algumas músicas de MPB. Ela parecia muito à vontade com as pessoas ao seu redor lhe admirando, parecia muito natural. Lia amava música, embora não tivesse nenhum dom para isso, mas era uma apreciadora de música boa e ver Liz cantar com certeza era um prazer aos ouvidos.

      Em determinado momento Liz percebeu o olhar concentrado dela em si que logo tratou de desviar, fingindo que não estava nem aí. Depois de mais uma música ela disse que não iria mais tocar e o grupo lhe aplaudiu antes de se dispersarem. Lia só ficou de cabeça baixa e fingia que mexia no celular. Ficou meio nervosa quando percebeu que ela se aproximava de onde estava. Não aguentou e a olhou de volta assim que chegou mais próximo e parou.

      - Oi. – Liz falou simplesmente.

      - Oi. – Lia respondeu educadamente.

      - Onde está a Cris?

      - Esperando o Alberto. Por quê?

      - Por nada. Vocês duas estão sempre juntas, enfim...

      – Olha, eu tenho que dizer, você canta muito bem. - Falou em um rompante, não conseguiu se segurar.

      - Obrigada! – Liz deu um leve sorriso. – Acho que é a única coisa que eu sei fazer bem.

      Ficaram em silêncio por alguns segundos até que Lia não se sentisse mais desconfortável. Agora eu pensar nos motivos das picuinhas tudo parecia sem sentido com ela ali a olhando e sendo tão simpática. Ela era autêntica, talentosa e simpática. Não tinha como ter raiva dela por muito tempo.

      - Desculpe ter sido uma grossa. – Liz falou baixo e meio a contragosto. Não entendia nada, mas tinha ficado com uma vontade súbita de terminar aquele mal-estar entre as duas.

      - Ah, um pedido de desculpas assim é sempre bom receber. - Havia um tom alegre em sua voz.  As duas riram. -  Ainda mais quando as pessoas passam por cima do orgulho para isso.

      - Há! – Lia deu de ombros e ficou procurando o que dizer. – Posso ser orgulhosa, mas sei reconhecer quando erro. Não gosto de ser injusta com ninguém.

      - Tudo bem, Liana. Está desculpada. - Sua voz saiu macia, como se cantasse.

      Lia a olhou supresa, não era comum as pessoas lhe chamarem de Liana e na verdade o nome soou muito bonito quando Liz o pronunciou daquela forma.

      - Tem algum pedido de música para fazer? – Falou e mostrou o violão. Lia se surpreendeu novamente com aquela "trégua"?

      - Você sabe tocar alguma do Paramore? – Perguntou tentando disfarçar que não tinha passado quase uma hora a stalkeando.

      - Sei sim. Qual você quer?

      - All I wanted. – Não resistiu.

      - Uau! – Liz se surpreendeu. – Já filmei tocando esse uma vez, é bem difícil.

      - É bem difícil mesmo. Você consegue? – Lia não se contentou e falou em tom de desafio, Liz percebeu e lhe enviou um sorriso cínico.

      - Claro que eu consigo.

      Logo Liz sentou, aprumou o violão no colo e olhou Lia mais uma vez e começou. Ela se sentia hipnotizada pela voz cativante de Liz que cantava de uma forma tão segura, até parecia ser uma celebridade, uma rock star experiente. Durante toda a música não conseguia desviar os olhos dela, mesmo que quisesse disfarçar e bancar de indiferente, mas era impossível desviar o olhos dela, já havia sido lindo ouvi-la na gravação, ao vivo então era ainda mais mágico. Caralh*! Como aquela música podia ser tão linda!?

Ouviram passos ao longe e olharam. Cris, Alberto e Carlos as olhavam meio espantados. Já era da conhecimento geral que as duas não se batiam muito. Na verdade, aquele momento era uma surpresa por si só para as duas. Lia baixou a guarda e Liz não parecia ser uma garota que guardasse mágoas de ninguém.

      - Hi girls! - Cris disse alegre.

      - Hey, Cris. – Liz respondeu entrando na vibe. – Olá meninos!

      - Oi. – Alberto respondeu. – Então Liz, festinha sábado né?

      - É sim, dessa vez vou levar os meninos que tocam comigo. Está confirmado mesmo?

      - Está sim. Todo mundo vai colaborar para a banda ir. Estamos organizando.

      - Ah, ok então.

      - Eu pensei que você já tinha ido para casa, Lia. Estou surpresa de ver as duas aqui interagindo. – Cris falou nada discreta, Lia revirou os olhos.

      - Ok Cris, estamos em uma trégua. – Liz respondeu segurando o violão. – Não gosto de mágoas.

      - Trégua? – Falou Lia fingindo surpresa. – É fácil fazer as pazes com você.

      - Ah Lia, pelo amor de Deus! Cala a boca vai!

      Todo mundo caiu na gargalhada, menos Liz que parecia meio incomodada, mas nada falou. Apenas colocou seu violão na case e deu um "tchau" para todos. Antes de ir ela e Lia trocaram olhares e depois ela se virou lentamente indo.

      Antes dos quatro irem em direção ao carro, Carlos pediu que os outros dois amigos fossem  na frente e pediu para conversar com Lia por um momento. Cris saiu, mas lhe lançou um olhar de aviso antes.

      - Olha, só queria dizer que fui um completo idiota com você.

      - Uhum. – Lia concordou diretamente. – Foi mesmo!

      - Desculpas e se eu puder fazer algo para reparar isso, me diz. – Ele se aproximou mais dela. – Se é que eu ainda tenho alguma chance.

      - Carlos não sou idiota. – Lia afastou a mão dele de seu rosto - Eu sempre tentei me aproximar de você e nada. Aquele dia naquele bar onde a gente ficou, parecia que você estava ficando comigo por pura pressão, ou sei lá o quê. E eu não sou o tipo de pessoa que fica sofrendo rejeição e indo se consolar com outra. Sinto muito que a Liz tenha lhe dado um pé na bunda.

      - Ei, não estou aqui por isso, Lia... – Carlos franziu o cenho e tentou passar verdade nas palavras. – Eu só fui um lerdo em perceber que você estava aqui o tempo todo.

      - Ok Carlos, eu aceito seu pedido de desculpas e quero dizer que está tudo bem entre a gente. Mas já passou sua vez, entende? Já estou em outra.

      Lia foi curta e grossa e deixou Carlos sem palavras. Ele maneou a cabeça cabisbaixo.

      - Então você está ficando com aquele tal de Rodrigo.

      A palavra ficar incomodou um pouco Lia, não queria fazer parecer que poderia começar algo sério com o Rodrigo, mas acabou confirmando para ver se aquela conversa tinha um fim. Lia se despediu dele e foi se encontrar no carro com Cris e Alberto.

      Em casa Cris lhe abordou e perguntou se finalmente ela e Liz haviam se acertado amigavelmente. Lia contou o que tinha acontecido e Cris apenas sorria. Depois ela investigou sobre o que Carlos queria e em seguida foi para o assunto Rodrigo. Cris parecia interessada na sua vida amorosa ainda mais do que ela própria. Lia suspirou e mentiu que já tinha falado com ele e se retirou para o próprio quarto.

      Estava com sono e tinha a esperança de conseguir cochilar um pouco. Antes de pegar no sono ficou lembrando de Liz tocando para ela no pátio, aqueles olhos negros lindos, aquela voz... Chega! Mas que diabos de pensamentos eram aqueles!? Mas mesmo assim queria saber por que do nada ela viera puxar conversa. Não que não tivesse gostado disso...

Fim do capítulo