35.

Num sábado à noite, enquanto eu estava terminando de ler um livro da faculdade, Zípora estava em uma vídeo chamada com meu cunhado, eles não conversam com regularidade, então quando combinam de ligar um para o outro, ficam por um bom tempo pendurados ao telefone.

Quando ela retornou para o quarto, eu já estava fechando o livro e antes de deitar na nossa cama ela tirou cada peça que estava usando; blusinha, shorts, calcinha e sutiã.

- Tua vez!

Eu apenas ri e assenti. Deixei o livro de lado. Retirei minha camiseta, bermuda, top e calcinha. Em seguida ela se jogou na cama e me puxou junto de si. Com elevado nível de volúpia ela me beijou, deixando bem claro as suas intenções. Suas mãos passeando por todo o meu corpo, com uma pegada deliciosa e me acendendo com toda a sua habilidade. Ela é muito sensual, provocante e deliciosa. Seus toques são lascivos e eu me perco em seus gemidos. Perdi a conta de quantas vezes goz*mos naquela noite, tivemos um orgasmo juntas, que foi alucinante, durante um 69. Zípora estava mais insaciável que o normal.

- Já volto (ela disse e levantou da cama).

Achei que ela fosse até o banheiro, mas, ela parou em frente ao guarda roupa, de lá tirou uma sacola preta e por isso, eu não fazia ideia do conteúdo da mesma. Ela voltou da cama e antes de me entregar disse:

- Quero algo diferente e novo (explicou com malícia).

Abri e ainda bem que eu estava sentada. Primeiro, não acreditei. Fiquei paralisada. Em seguida procurei manter a tranquilidade, contudo, eu estava atônita.

- O que é isso? (Questionou, mas, claro que eu sabia o que era).

- É um strap *n (respondeu naturalmente).

- Eu sei, só que, bom, então...

- O que foi?

- Achei grande (comentei olhando desacreditada).

- É o tamanho médio.

- Fui pega de surpresa e estou sem reação (expliquei).

- Relaxa!

- Como? (Perguntei balançando o objeto de um lado para o outro).

- É um problema para você?

- Nem sei.

- Gostaria que você usasse em mim, mas, caso não queira, compreendo.

- Para você falta algo na nossa relação? (Quis saber).

- Eu não acredito que você me perguntou isso (reclamou).

- Só quero saber.

- Não! Ully, não falta um pinto. É só um brinquedo, apenas um acessório.

- Ok.

- Inovar pode ser legal e usar um strap *n, não nos torna menos lésbicas.

Ela pegou a sacola da minha mão, guardou o objeto de volta no guarda roupa e desta vez foi para o banheiro. Eu ainda permaneci sentada na cama, por alguns minutos sem reação, até ouvir o barulho do chuveiro.

- Eu não tenho nada contra, só fiquei surpresa e nem imaginava (expliquei ao entrar no banheiro).

Silêncio. Nenhuma palavra dela, permaneceu embaixo d’água lavando seu corpo. Resolvi me juntar a ela, abri o box e entrei.

- Credo, a água está gelada (comentei e me afastei).

Novamente nada dela falar comigo. Fiquei a observando.

- Você ficou brava?

Ela virou de costas e não me respondeu; ou seja, ela está me ignorando. Continuei olhando para ela e aguardando a chateação dela diminuir. Até que resolvi encher a banheira e preparar do jeito que ela gosta. Quando ela desligou o chuveiro a abracei e ficamos alguns minutos em silêncio.

- Desculpa se não tive a reação que você queria. Peço a sua compreensão, é tudo tão novo e diferente para mim. Estou disposta a inovar, só que algumas coisas, inicialmente, podem me assustar e surpreender.

Ela suspirou fundo, ainda permaneceu mais alguns segundos em silêncio antes de falar:

 - Eu deveria ter falado contigo antes de comprar, me desculpa!

- Vamos namorar um pouco na banheira?

Zípora assentiu e nos acomodamos na banheira. Felizmente o clima entre nós melhorou e voltamos a namorar. Por ali ficamos por um bom tempo, antes de retornarmos para a nossa cama. Ela deitou e eu peguei a sacola preta. Fui até a cama, torcendo para que tudo dê certo e que não tenhamos arrependimentos.

- Me ajuda? (Pedi).

- Claro! (Ela sorriu e me ajudou a vestir).

- Tem que colocar camisinha?

- É recomendado utilizar camisinha sempre e lubrificante também auxilia.

- Tem certeza que não vai te machucar?

- Relaxa e vamos curtir.

Ela me deu vários beijos e aos poucos relaxei. Foi uma experiência deliciosa. Ainda bem que deixei preconceitos e medos de lado. É ótimo ter as duas mãos livres para brincar com ela, massagear seu clit*ris e ainda apalpar sua nádega. Experimentamos algumas posições e foi deleitoso! Procurei ser cuidadosa e deixei ela ditar o ritmo.

A nossa noite hot, só acabou quando estávamos esgotadas e saciadas. No dia seguinte fiz questão de levar café da manhã na cama para ela, que comentou o quanto tinha gostado de tudo e felizmente não sentiu nenhum desconforto, nem mesmo ficou dolorida no ia seguinte, o que me tranquilizou.

Minha rotina com a Zí tem sido mágica, nós nos entendemos muito bem na cama e também fora dela. Temos até planos de ter filhos após terminarmos nos cursos.

Juntas, compreendemos que o amor é incrível! Que não existe relacionamento sem concessões, que em alguns momentos temos que ceder, em prol da nossa felicidade. A nossa amizade é a base e o alicerce da nossa relação.

Certa vez, eu li que “um relacionamento bem-sucedido requer mais do que beijos e declarações de amor. Requer entrega, e ao se entregar de verdade, você se torna um pouco vulnerável também. Porque no fim das contas, você estará nu, não somente por fora, mas (e talvez essa seja a parte mais difícil) por dentro também. Para ter um relacionamento de verdade, você precisará se despir dos filtros e se despedir da necessidade de aprovação a todo custo. Terá que entender que é somente uma alma humana, e como tal não carrega passaporte, diplomas ou medalhas. Terá que baixar a guarda, simplificar a aparência, ampliar o sorriso e abrir o coração. Só assim atrairá a “pessoa certa”, pois como já foi dito por alguém, “semelhante atrai semelhante”. E no final, você se sentirá recompensado, não somente pelos beijos, química e risadas, mas pela possibilidade de estar com alguém que conhece e aceita sua alma nua”.

Como judoca, venho superando as minhas expectativas. Sou grata por todas as conquistas e continuo batalhando rumo ao sucesso.

Hoje, compreendo que a vida não é só estudar, que a minha garra não pode ser exclusiva no tatame, pois “viver, significa lutar”, sinto que cresci, amadureci e venho melhorando a cada novo dia. Já me sinto realizada, pois, tenho uma bela história para contar.

Ully.

Fim do capítulo