AnaLu

        — PORRA, ANA LUIZA! A GENTE TÁ MORRENDO DE PREOCUPAÇÃO TE PROCURANDO FEITO LOUCA HÁ UM DIA E VOCÊ AQUI BRINCANDO DE BONECA? – Mainha me abraça apertado e Carlão me dá a camiseta que estava vestindo olhando feio para os homens do resgate que fizeram cara de paisagem e olharam para o outro lado. – O que é isso no seu rosto? De onde vem esse sangue? – ela me olhava com uma expressão preocupada.

        — Sangue? – toquei onde ela estava com os dedos. – Ah, foi quando eu cai do coqueiro, acredita Mainha que Bete é vegana? Como alguém que tá numa ilha deserta é vegana? Eu fui buscar alguma coisa pra essa criatura comer...

        — Bete? – Mainha olhou para os lados a procura de alguém.

        — Sim, Bete Sem Cabeça... – peguei a boneca e mostrei a ela.

        — EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ SE MACHUCOU PEGANDO COCO PRA UMA BONECA!! – Uiii, a coisa ia ficar feia.

        — Mainha, escuta – falei enquanto ela me levava até uma lancha, que nem sei porque, não vi chegar. – Eu acordei aqui na ilha, nua e fiz tudo o que você me ensinou. Vi que estava bem, verifiquei o perímetro, notei que era uma ilha, procurei fonte de água doce e comida. Depois disso fiz o abrigo e relaxei. Eu sabia que você iria me achar. – abracei forte seu pescoço, já estávamos dentro da lancha e eu comia algo que deveria ser uma barrinha de proteína ruim pra cacete diga-se de passagem.

        — AnaLu, se alguma coisa acontecesse com você eu não sei o que seria de mim, da sua mãe... da Luiza. – ela me apertava forte no seu peito. – Seus irmãos... seus avós... Caralh*, mano...

        — Mainha, eu tô bem! Aprendi com os melhores. – sorri para o Carlão que acompanhava a tudo atentamente. Bete sentada no meu colo estava feliz porque iria ter uma casa novamente.

Luiza

Mesmo tendo conversado com a minha menina por telefone eu só sosseguei no momento em que a tive nos meus braços. Nanda a encontrou logo depois que falou com o ex funcionário do resort. Ele a tinha deixado em uma ilha há alguns quilômetros de distância e a ideia era busca-la depois de uma semana.

Tia Alice conseguiu, com ajuda especializada, internar a Cris em uma clínica. O coração dessa mulher é grande demais. Confesso que vai demorar até eu conseguir desculpa-la, mesmo ela estando tão perturbada quanto todos dizem. Nanda falou que ela conversava com uma planta como se fosse a dona Vera. Mesmo assim, só em pensar que ela poderia ter ferido o amor da minha vida a raiva me cega.

Assim que AnaLu passou pela porta foi bombardeada por perguntas, abraços, carinhos. Ela ficou sentada entre Clarinha e eu no grande sofá da sala da casa das minhas amigas, com AnaBea abraçada as suas pernas. Tinha um curativo logo acima do supercilho e segurava nada mais nada menos que uma boneca sem cabeça. E falava... falava... falava... sem parar. Tudo o que vinha a sua cabeça. E eu sorria feliz em só poder escutar todo aquele monte de besteira que nos arrancava risadas, ainda mais com Nanda nos contando como foi o “resgate”. João, meus pais, os pais da Clarinha e Mazé foram os primeiros a irem dormir.

— Nanda, qual vai ser a versão oficial? – Clarinha perguntou a esposa.

— AnaLu saiu de jet-ski e esse deu pane. Ficou a deriva e achou essa ilha deserta. Fizemos várias buscas e a encontramos. Já cuidei de tudo, pode ficar tranquila. – ela disse enquanto fazia carinho na minha amiga. – E sobre a Cris, ela vai tirar férias. O padrinho já entrou em contato com os diretores da emissora e como ela não tem mais nenhum parente, a gente vai cuidar dela.

— Eu não sei.... eu não quero vê-la tão cedo! – falei quase que para mim mesma.

— Gata, a mulher tava falando com uma planta! Pegou 100 paus e rasgou no meio... caraca... pô... sei lá, nunca fui muito com a cara dela, sei que era ciúme, mas acho que ela tá precisando de você também... – fui tentar argumentar, mas ela me cortou. – Não to falando para você ir agora nesse momento. Nãooo! Mas dá um tempo!

— Lu, você tem o contato da Leila, né? Então, quem sabe ela não seria a resposta para a Cris? O relacionamento das duas só não deu certo porque a Cris estava muito focada na emissora. – Clarinha disse.

— Sem falar na mãe maluca e homofóbica que ela tinha. – Nanda continuou. – Que só faltava queimar a menina numa fogueira...

— Acho que vou dormir. – AnaLu falou bocejando. – Vem comigo Lu?

Nos despedimos de todas e fomos silenciosamente até o quarto dela. AnaLu assim que entrou colocou aquele pedaço de boneca, aquela coisa medonha, horrorosa, ao lado do Heleno.

— Que merd* é essa AnaLu! Vou ter pesadelo com essa boneca sem cabeça aqui nos “olhando”.

— Gata, prometi pra Bete! Que iria trazer ela pra morar com a gente. Vovó até vai arrumar um rango vegano!

— Porr*, mas coloca ela numa gaveta.

— Lu, fala baixo que ela é sensível! E voinha prometeu que vai achar uma cabeça pra ela! Tinha que ver a felicidade da Bete, gata! – o pior de tudo é que a AnaLu criava esse mundo de fantasia dentro da cabeça dela e acreditava nas merd*s, eu só podia rir.

— Tá bom... – falei me dando por vencida.

— Vou tomar uma ducha rapidinho e já volto. – coloquei um dos seus pijamas e deitei na sua cama ainda olhando para Bete e Heleno, pelo menos o ursinho vai ter com quem conversar. “Puta que los pariu, Luiza! A convivência com a AnaLu tá te deixando igual!”. 

Me virei de bruços sentindo o cheiro do seu perfume no travesseiro e pensando que a partir de amanhã iriamos organizar a nossa vida juntas. Sei muito bem que muita gente irá nos olhar com preconceito, não apenas por sermos mulheres, mas pela diferença de idade e pelo vinculo que tínhamos. Eu estava quase dormindo quando sinto um corpo quente em cima do meu. Sua língua quente na minha orelha, suas mãos apertando a minha bunda por cima do pijama.

— Vira pra mim, que eu tô louca pra te comer gostoso. – o que aconteceu com a minha Ju? Arrepiada fiz o que ela pediu e antes que pudesse falar qualquer coisa minha menina me puxou pela nuca tomando meus lábios, com força, com gana... até mesmo com certa brutalidade, mas isso não me incomodou nem um pouco.

Tudo o que eu passei nesses últimos dias veio à tona e não era apenas ela que estava sendo bruta. Eu também. Minhas unhas arranhavam as suas costas por debaixo do camisetão e isso a fazia gem*r.

Meus lábios eram a sua casa e ela parecia que estava sedenta. Sua língua invadiu a minha boca e travávamos uma disputa por espaço insana pois sabíamos que nenhuma das duas sairia vencedora. E nem queríamos isso. Ao mesmo tempo em que ela ch*pa com força a minha língua, seu joelho se encaixa no meio das minhas pernas, onde é o seu lugar... pressionando, forçando... sucumbi ao que o contato estava me fazendo sentir e rebol*ndo na sua perna gemi seu nome. Mordendo meu lábio inferior ela arranca minha calcinha, rasgando-a. Eu também precisava logo do seu corpo nu sobre o meu e puxei sua roupa desesperada.

—  Ju, caralh*... tira isso... – era como se a angustia, o medo... só pode ser totalmente extinguido se eu a tivesse por inteiro e logo. A mordi forte no pescoço e ela gritou um palavrão ao mesmo tempo que se desfez das próprias roupas e arrancou o resto das minhas. Tentei inverter nossas posições, mas ela não deixou. A minha mulher tinha fogo nos olhos verde azulados. Agarrando as minhas mãos acima da minha cabeça, sentindo nossas respirações descontroladas, nossos corações batendo descompassados, ela analisa meu rosto como se quisesse decorar cada traço, cada marca, cada ruga...

—  Eu só pensava em você. Em como você estava. Quase que eu me perdi e me desesperei, mas fiz o que a Mainha me ensinou... meditei... e tive a certeza que a Cris não faria nada de mal a você. Então, eu só pensei em ficar inteira para voltar... para você. – e ela me beijou novamente.

AnaLu

—  Então, eu só pensei em ficar inteira para voltar... para você. – beijei seus lábios delicadamente. O beijo aos poucos foi se intensificando. Arrastei minha perna direita entre as pernas dela e o ar me faltou quando senti sua umidade marcando a minha pele. Gemi quando ela abriu mais as pernas para ter mais contato com a minha pele. Luiza não queria ir devagar. Suas unhas me marcavam, me arranhavam... Eu beijava seus lábios, seu pescoço, seu colo...

—  Saudade disso – disse ao beijar com carinho o biquinho do seu seio rijo. - Como você é gostosa, Luiza! Caralh*! – a ponta da minha língua tocou seu mamilo e ela estremeceu falando um palavrão, seus dedos adentraram nos meus cabelos e minha cabeça foi forçada em direção ao seu corpo. Sorri e aprofundei o toque ch*pando com vontade. Minha mão direita apertava o outro seio e eu ouvia o som que mais amava: Luiza Nadge gem*ndo meu nome.

—  Ju... uhmm ...

—  Gostosa! Minha gostosa! – mordi seu abdome e voltei para os seus lábios, mordendo seu lábio inferior. – Me diz, Lu... como você quer goz*r? Na minha boca ou nos meus dedos?

—  Eu quero goz*r junto com você. – dei um sorriso de lado entendendo o que ela queria dizer. Me posicionei de lado frente ao seu sex* para o meu deleite, deixando o meu para ela.

Arranhei o interior das suas coxas e lambi sua virilha. Luiza abocanhava a minha bucet* com fome e isso fez com que eu desse um gritinho e uma pequena mordida na sua coxa. Tentando manter o foco nela, dei vários beijinhos na sua bucet*... com minha mão esquerda exponho seus pequenos lábios e ch*po, fazendo com que ela pare o que está fazendo e rebole na minha língua. Mas logo a sua língua quente recomeçou a sua exploração e eu praguejo.

Essa posição para mim nunca deu muito certo, porque eu nunca conseguia me focar e acabava apenas curtindo o prazer. Só que eu estava com a mulher da minha vida. Fazendo força para pensar apenas nela e esquecer o que estava acontecendo lá embaixo, eu dou uma voltinha no seu clit*ris com a língua.

Abracei a sua coxa e deslizei dos dedos na sua entrada molhada, sentindo seus músculos internos nos meus dedos. Meus movimentos eram curtos e fortes, e a cada nova investida ela gemia fraco. Luiza se deu por vencida e abandonou o que fazia, ela estava completamente entregue. Suas unhas arranhando minhas coxas, seu corpo se contorcendo nos meus dedos... Ch*po seu clit*ris endurecido enquanto ela grita meu nome. Espasmos atravessam seu corpo e sorrio feliz em saber que dessa vez eu consegui dar prazer, e não apenas receber.

Fim do capítulo