Capítulo 9 - Dúvidas
No dia seguinte Laura acorda com uma puta ressaca e sem saber bem o que fazer. O apartamento estava uma bagunça e ela poderia enlouquecer antes mesmo de se levantar. Mas se controlou e resolveu ligar para Alícia. Nada. Chamou até cair. Quando ligou de novo ela rejeitou a ligação.
Após Bene e mais dois convidados da festa aparecerem para ajudar na limpeza da bagunça, Laura tomou coragem e resolveu mandar uma mensagem:
“ Oi. Sei que você viu algo que não deve ter gostado muito, mas saiba que eu não sinto nada pela Vivi. Se quer saber mesmo eu estou péssima por não ter respondido as suas mensagens depois que ficamos e acho sinceramente que tô sentindo algo totalmente novo e diferente por você. Espero que retorne as minhas ligações ou as minhas mensagens pq eu não vou parar até você me dar um sim. Ou um não.”
Os minutos que se seguem a uma mensagem dessas parecem eternos. Não demorou muito até Alícia responder:
“Um sim ou um não? A respeito de que? ( eu nem deveria te enviar essa mensagem, meu amor próprio acaba de levar um soco)
Laura sorriu e enquanto esfregava o piso do banheiro respondeu:
“A respeito do pedido de namoro que eu vou fazer para você hoje a noite se você ainda quiser me ver. Com aliança e tudo. De menos a mudança, por enquanto. Claro. Rs”
Laura contou os minutos que antecederam a sua última mensagem até a resposta de Alícia. Se estava se precipitando, não sabia, mas não correria o risco de perdê-la novamente. Foram vinte e cinco minutos.
“Desculpa a demora para responder, mas é que eu estava tentando digerir a sua última mensagem. Acho que você não sabe o limite de uma piada ruim.”
“Não é piada, Alícia, estou falando sério.”
“Se for assim, venha até a minha casa hoje a noite. Quero ver até onde você consegue mentir.”
Laura riu do desafio. As coisas com Alícia pareciam mesmo um jogo. Um desafio em que o melhor era colocado a prova e o pior também.
Quando saiu de casa aquele dia à noite, Laura guardou na bolsa a pequena caixinha com uma aliança. Estava vestida com o único vestido que tinha e que parecia recém-saído de uma novela das oito.
Parou na porta de Alícia alguns minutos depois e ela abriu a porta igualmente linda.
_ E não é que você veio mesmo? _ as mãos de Alícia tremiam levemente e ela tentava disfarçar o nervosismo. Logo ela, dona de si.
_ Cumpro com as minhas palavras.
_ Você beija a Vivi no dia do seu aniversário e agora aparece na minha porta. Alguém está se divertindo multíssimo por aqui e esse alguém não sou eu.
Laura sorriu sem graça.
_ Sei o que você viu e se você não entendeu, eu entendi menos ainda. Mas não estou aqui para falar sobre isso.
_ Pois deveríamos, porque não posso entrar nessa sua novela se não for para ser a única protagonista. Não vou me arriscar a fazer um ménage com você e com a Vivi entende?
No mesmo momento Laura lembrou-se do sonho que havia tido e sem perceber, sorriu.
_ Então você acha graça de tudo isso? A vida parece mesmo rir da minha cara, eu demoro a sentir algo por alguém e quando sinto sou feita de idiota.
_ Para com isso, Alícia, ninguém está fazendo você de idiota, até porque nós não temos nada sério. Pelo menos até agora.
E ali mesmo, na porta do apartamento, Laura se ajoelhou e estendeu a caixinha na direção de Alícia:
_ Você aceita namorar comigo, meu amor?
Os olhos de Alícia vibravam. Então era mesmo verdade? Aquilo estava mesmo acontecendo?
Alícia se abaixou também e entre lágrimas beijou Laura. Elas trocaram a aliança:
_ Claro que aceito. Aceito e pretendo dessa vez fazer tudo o que não fiz e não fazer as coisas horríveis que fiz. Pensei que eu não teria uma segunda chance com você, mas pelo jeito o destino resolveu me ajudar.
As duas se levantaram e entraram no apartamento. Em menos de cinco minutos, as roupas das duas estavam misturadas sobre o carpete verde gasto da sala enquanto elas trans*vam ali mesmo no sofá.
Fim do capítulo
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