Como prometido, aqui está a pequena surpresa de meio de semana. Eu iria deixar para postar um capítulo maior no próximo domingo, mas achei melhor fugir a nossa regra e postá-lo hoje mesmo.
Espero que as festas de vocês tenham sido boas.
Uma ótima leitura e restinho de semana.
Xeros!
Capítulo 78 A Certeza do Fim
A escuridão que envolvia aqueles corpos era a única testemunha do que havia acontecido ali. O caos deixado por toda parte indicava que algo realmente intenso acontecera. E um pesado suspiro ressonado dizia que aquela mulher estava entregue a quase exaustão.
Ao seu lado a outra também parecia estar inconsciente, perdida num sono profundo e reconfortante para a energia que gastara. Um breve espasmo de um sonho ao qual não seria capaz de recordar lhe despertou e ela levou alguns instantes para que seus olhos se ajustassem a pouca luz daquele quarto.
Logo os breves segundos de confusão foram dissipados e Cosima lembrou-se exatamente onde estava. Uma leve pressão sobre sua perna e quadril também lhe serviram de motes para que a consciência lhe fizesse sorrir. Ergueu levemente a cabeça e sentiu o delicioso perfume dos dourados cabelos de sua amada que estavam espalhados sobre seu peito. Logo abaixo deles repousava tranquilamente a mão dela, com seus longos dedos, aquele que eram capazes das mais inimagináveis loucuras. Arrepiou-se com tais pensamentos e voltou a fechar os olhos, concentrando-se na pressão que a perna dela fazia sobre seu corpo.
Sentiu um calor crescente lhe varrer a barriga e focar-se em seu sex* que já deu a primeira latejada quando valeu-se de sua excelente memória e deixou que as imagens alucinantes de algumas horas atrás invadissem sua mente.
Após a incrível forma como Delphine gozou pela primeira vez roçando em sua bunda, afundaram seus corpos na convidativa água morna da ampla banheira que a esperava. As caricias trocadas remeteram ao carinho que fora momentaneamente deixado de lado na relação que acabaram de ter e novas e verdadeiras juras de amor foram trocadas.
Mas a saudade que ambas tinha uma da outra era quase tão grande quanto a falta que seus corpos sentiam mutuamente e logo os dedos de Delphine voltaram ao seu sex* com facilidade graças a posição que ocupavam. Cosima estava confortavelmente aconchegada entre as penas de Delphine, de costas para ela, com a cabeça repousando sobre o ombro dela. Logo, o que era inédito para a morena aconteceu, um terceiro êxtase num intervalo de tempo extremamente curto.
Cosima lembrou-se da leve tontura que sentiu quando tentou deixar a banheira e da forma como brincou com sua amada, provocando-a, dizendo que ela estava sugando todas as suas forças. A loira chegou a quase acreditar naquilo, mas sorriu extasiada quando foi jogada na larga cama e a viu subindo sobre ela, engatinhando e parando onde queria. Com a mais provocativa das caras, lambeu seus próprios lábios e em seguida mergulhou sua cabeça entre as pernas da loira que só pode abrir-se totalmente e sem ressalvas.
Mas aquilo não bastou para a morena!
“Venha! Sente-se em meu rosto!” Ela a provocou e jogou-se ao seu lado. Cosima delirou com a lembrança da cara de Delphine que mistura surpresa, encantamento e tesão. E ela obedeceu direitinho mais aquela ordem e escalou o corpo tremulo da morena, porém parou um pouco antes de atingir o local demandado, pois uma ideia deliciosa percorreu sua mente experiente e apoiando-se nos joelhos e em uma das mãos que segurava o dorsal da cama, usou a livre para afastar seus grandes lábios já novamente encharcados.
Com a sintonia perfeita que possuíam, Cosima teve uma enlouquecedora ideia do que ela desejava e tratou de ajuda-la em seu intento. Segurou um dos próprios seios cujo o mamilo estava duríssimo e esperou que Delphine se abaixasse mas um pouco. O encaixe foi instantâneo e absurdamente perfeito. E as sensações que ambas experimentaram foi difícil de explicar. Apenas se permitiram estremecer com aquela deliciosa conexão de carnes intimas e super sensíveis.
Cosima delirava ao lembrar com as coisas aconteciam de forma perfeita entre elas. Parecia que seus corpos se conheciam há anos e mesmo que houvesse algum segredo, não haviam dúvidas que eles seriam explorados num exata harmonia.
Ainda de olhos fechados, se deliciando com as lembranças que estava tendo, percebeu que os efeitos em seu corpo estavam sendo imediatos e uma pontada em seu baixo ventre lhe causou o primeiro espasmo, como se estivesse prestes a experimentar mais um êxtase. Mas logo se deu conto do que estava acontecendo. Dedos haviam invadido seu sex* e já iniciaram uma exploração provocativa.
Sorriu largamente e depois mordeu o lábio ainda sem abrir os olhos. Então recebeu aquele som único e encantador que tinha poderes sobre-humanos sobre cada fragmento de Cosima. A risada de Delphine. E soube que assim que abrisse os olhos a encontraria lhe olhando de um jeito que derrubava qualquer tipo de resistência que pudesse existir.
- Olá meu amor! – Nova surra com aquela voz que estava levemente rouca. E como se isso não bastasse, ela mergulhou ainda mais os dedos que logo encontraram o início da umidade dela que já se espalhava.
- Olá! – Cosima sibilou mediante do que estava sentindo e como esperado, apaixonou-se ainda mais quando encontrou o olhar devotado de Delphine, que estava misturado com um ar malicioso enquanto ela baixava um pouco a cabeça para abocanhar um dos seios dela. Simultaneamente que prendeu o mamilo entre os lábios, pressionou a carne sensível de Cosima que arqueou o corpo e pouco se importou com o sono que deixava sua cabeça pesada, ou tão pouco com qualquer tipo de preliminar. O que Delphine lhe provocava era mais urgente e praticamente imediato.
Jogava seu quadril contra a mão dela e rebol*va descontrolada. Sem tirar os dedos nem interromper sua tarefa, Delphine ergueu-se e se posicionou sentada, devidamente encaixada entre as penas de Cosima que fez questão de assistir aquela movimentação enquanto aumentava os decibéis dos seus gemidos.
Naquela posição, Delphine pode usar ambas as mãos na “difícil” tarefa de proporcionar prazer a sua amada que a observava extasiada. Simultaneamente a penetrou enquanto massageava o clit*ris de Cosima que delirava com as sensações provocadas.
“Delphine realmente sabia o que estava fazendo!” Pensou certa que estava na iminência do gozo. Porém, a loira não estava satisfeita e antes que o êxtase da sua amada viesse ela a sentou de frente para si, possibilitando assim que Cosima também a tocasse e constatasse o estado em que ea estava.
Com dedos e mãos explorando sex*s encharcados, um gozo avassalador tomou conta primeiro da morena, mas com aquela visão das deusas, Delphine logo a alcançou naquela explosão de sensações.
Com seus corpos trêmulos e respirações ofegantes, as duas desabaram lado a lado na enorme cama e se permitiram ficar em silêncio, apenas sentindo tudo o que um gozo como aquele poderia lhes deixar.
- Então agora você é mortal! – Cosima quebrou o silêncio e de uma maneira abrupta abordou aquela delicada condição em que sua amada se encontrava. Delphine a olhou de lado depois fitou o teto impecavelmente branco do hotel e voltou a ponderar sobre aquilo.
- Sim Cos... Estou perdendo a minha imortalidade. – Soltou o longo suspiro. Não entendeu bem o motivo daquele pesar, pois o que mais queria em toda a sua longuíssima existência era acabar com aquela maldição. Contudo, agora que realmente estava acontecendo ela se encontrava numa encruzilhada. Há muito não se lembrava como era ser mortal e do quanto a vida era preciosa pois era finita.
Mas o que de fato a estava afligindo e ela não ousava compartilhar era exatamente o que tornava a vida tão especial, a certeza do fim. Do que era inevitável. A morte! E novamente sentiu um gosto amargo subir por sua garganta, Aquele desagradável sentimento de impotência diante de algo. Sensação que mais detestava encarar.
- Você está com medo! – Cosima pareceu ler a sua mente, mas não foi exatamente o que aconteceu.
- Por que você diz isso? – Questionou surpreendida.
- Posso dizer que já lhe conheço o suficiente para ler suas expressões... E sei que a possibilidade de um fim é real e assustadora. – Delphine apenas concordou com um aceno de cabeça. – Bem-vinda o mundo dos mortais meu amor. – Cosima procurou suavizar aquela dificílima conversa e em troca recebeu os braços de Delphine que a puxaram para si, deixando que a morena repousasse a cabeça em seu ombro, evolvendo-a num caloroso abraço.
- Sim meu amor... Eu ainda não estou sabendo como lidar com tudo isso. Com a perda da minha imortalidade e todas as possíveis implicações disso. – Procurou escolher bem suas palavras, pois sabia que certamente também era difícil para Cosima pensar na morte e isso ficou claro quando essa afundou a cabeça contra o peito dela na tentativa de estreitar ainda mais aquele contato. – Mas eu esperei muito tempo por isso... Por você! – Gentilmente ergueu a cabeça dela para encará-la. – E não tenho dúvidas que passaria por tudo novamente, enfrentaria todos esses anos... Séculos apenas para estar aqui com você em meus braços. – Lágrimas escorreram dos olhos da morena e foram limpas por Delphine.
- Me apavora a ideia de lhe perder! – Confessou Cosima.
- Oh meu amor... Eu sei exatamente o que você quer dizer. Eu quase enlouqueci quando achei que havia lhe perdido definitivamente. Mas veja só... Agora somos... Iguais. – A apertou ainda mais em seus braços.
- Mas eu tenho medo do que o Lamartine e o Martelo podem fazer com você. A essa altura ele já deve ter presumido que não estou morta.
- De fato eles estão tramando alguma coisa. De alguma maneira a perda da imortalidade está acontecendo de maneiras diferentes para nós dois. Pelo que pudemos apurar ele está adoecendo. Pois está perdendo o que lhe é mais precioso.
- E certamente ele vai fazer de tudo para reaver o que ele mais quer. – Cosima concluiu e Delphine apenas anuiu positivamente com a cabeça.
- Mas estamos nos preparando para ele. Todo o nosso esquema de segurança está sendo revisto e toda a nossa rede de informações mundo a fora está alerta para as movimentações deles.
- Isso significa que estamos nos aproximando da... Do... Embate final? – Não encontrou expressão melhor.
- Isso mesmo... O derradeiro. E precisamos estar prontas. Toda a nossa história nos trouxe até esse momento. Ele é definitivamente o ponto final nessa luta contra o Martelo.
- Se vencermos não é?
- Como assim Cosima? – Pareceu um pouco indignada.com a dúvida da outra.
- É claro que quero e torço por nossa vitória, mas numa batalha sempre há um ganhador e um perdedor. Acredito que, pelo que pude ver, A Ordem e o Exercito de Ártemis são preparadíssimos. Mas reafirmo que devemos estar prontas para tudo, inclusive uma derrota. – Havia sensatez na fala de Cosima e Delphine a analisou por alguns instantes.
Ela e a Ordem já sofreram derrotas e grandes perdas ao logo de toda a sua existência, e a maior delas certamente foi naquela fatídica noite em que Melanie fora morta e sacrifícios imensos foram realizados. Desde então Delphine jurou para si que faria tudo ao seu alcance para derrotar o Martelo, especialmente Lamartine. Aquele que, assim como ela, assumiu inúmeras identidades, mas todas elas sempre carregadas de poder, para lhe conferir a força necessária para lançar seus tentáculos e propagar tudo o que acreditava.
De inquisidor da Igreja a General Nazista, Armand Verger já causou muitos danos e tem em seu percurso um número incontável de vidas ceifadas por ele ou por suas ações. Mas o que trazia algum conforto para Delphine era de que em cada uma dessas miseráveis identidades que ele assumiu, ela estava lá para lhe fazer frente e sabia que, em muitas ocasiões, os estragos só não foram maiores por causa da sua atuação e da Ordem, mesmo que sob os bastidores.
- Você está certa Cos. Mas eu não posso e nem devo ousar em pensar numa derrota. – Delphine espreguiçou-se e virou a cabeça para tentar ver as horas. – Mas eu acho que, pelo menos essa noite, merecemos uma folguinha. – Cocegou os olhos e bocejou, indicando que o cansaço ainda se fazia presente. – Venha cá! – A puxou para mais perto ainda e a aninhou em seus braços. Entre caricias suaves sentiu o peso do corpo de sua amada aumentando e embalada pela respiração dela, adormeceu. Tratando de afastar todas as sombras que permeavam sua mente.
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“Sra. S?”
Aquele chamado ecoava em sua mente que estava confusa e perdida em meio a confusão que se encontrava. A escuridão que lhe dificultava a visão também não ajudava e o ar começou a lhe faltar. Aquela pequena menina estava entrando em pânico. Por mais que tentasse, parecia que sua voz não possuía a força suficiente para sair de sua garganta, assim como parecia ser incapaz de abrir os olhos.
Algo estava muito errado!
Mas, como se tomasse um derradeiro fôlego, cuspiu um berro e conseguiu chamar pela mulher.
- SRA. S! – O desespero daquele grito era assustador e fez com que todo o seu corpinho chacoalhasse e lhe deixasse tremendo. Repetiu mais duas vezes aquele chamado e, de repente, a escuridão que a oprimia deu lugar a uma claridade suave. Como se alguém tivesse acendido uma luz ao longe.
- Manu? – Era a voz de Siobhan que estava inicialmente distante e fraca, mas que aos poucos foi se aproximando. – Você está bem criança? – Lentamente pode perceber um toque suave e quente em sua face e isso começou a tranquiliza-la. – Acorde pequena! Manu? – Um leve balançado seguido de uma claridade ainda maior fizeram com que ela conseguisse, finalmente abrir os olhos.
- Sra... S? – Disse titubeante quando percebeu a imagem do rosto da mulher sobre ela, lhe olhando com certa aflição e cuidado.
- Sim Manu... Sou eu. O que foi? – Siobhan tratou de carregar sua voz da ternura e segurança que ela percebeu que a menina precisava.
- A gente... O carro... – Olhou para os lados assustada. – A Sra. está bem? – Ergueu-se de súbito e ficou de joelhos diante da mulher que a olhava intrigada.
- Sim Manu... Estou bem, apenas preocupada com você. – Disse seriamente. A menina apalpou o rosto dela e constatou que não havia ferimento algum. Desceu sua mão pela longa trança que pendia sobre um dos ombros da mulher e só então se deu conta que não estavam mais no carro.
- Estamos na fundação... Mas e o acidente?
- Que acidente criança? – S parecia confusa.
- A perseguição...
- Como assim? – A mulher ficou preocupada e então se deu conta do que provavelmente estava acontecendo. – Criança... – Segurou o queixo da pequena com cuidado. – Você estava sonhando! – A menina piscou seus redondos olhos algumas vezes e olhou ao redor novamente. Coçou a cabeça e passou as duas mãos no rosto, tentando se restabelecer.
- Mas era tão real... – Ela sentou-se na cama. E antes mesmo que Siobhan verbalizasse a sua conclusão, a menina foi mais rápida. – Foi uma visão não foi? – Ela a olhou de baixo para cima.
- Não sei Manu... O que você viu? – Havia temor na voz de Siobhan que imediatamente lembrou-se daquele terrível carma das pitonisas ao qual havia lido. Normalmente eram pessoas solitárias não por opção delas, mas porque ninguém queria ter por perto uma pessoa que era capaz de, a qualquer momento, prevê sua morte.
- Tínhamos saído para encontrar a Sra. Sally. Eu e você. – Baixou os olhos e ficou encarando a estampa do seu lençol da Mulher Maravilha que havia ganhado da Helena. – Nós duas... Então dois carros vieram atrás da gente. – Siobhan empertigou-se, temerosa com o conteúdo do que seria um sonho, mas que poderia muito bem tratar-se de uma fatídica previsão.
- Continue. – Estimulou mesmo receosa do que estava por vir.
- Nós fugimos deles... E quando pensamos que estávamos seguras, tudo começou a girar. O carro ficou girando de cabeça para baixo. Bateram na gente!– Franzia a testa e apertava os olhinhos. – Sangue! – Ela arregalou os olhos e encarou Siobhan que estremeceu. – Tinha muito sangue... Vidro por todo lado... – Sua vozinha foi abaixando de tom. – A Sra... Não a senhora! – Um choro copioso teve início e a menina jogou-se nos braços dela em plena agonia.
Siobhan a acolheu com ternura, mas por dentro estava completamente apavorada. Ao que tudo indicava aquela menina... Aquela pequena pitonisa havia visto a sua morte.
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- MANU! – Delphine acordou bruscamente com o pensamento voltando para a menina.
- O que foi meu amor! – Uma sonolenta Cosima acariciou as costas nuas dela.
- Algo está errado Cosima... A Manu não está bem! – Disse olhando por cima do ombro para ela.
- Do que você está falando? – Mas antes que Delphine conseguisse responder, batidas na porta as alertou. Num pulo, a loira já estava de pé e indo em direção a porta.
- Espere ai! – Cosima a segurou pelo braço. – Vista isso aqui! – Esticou-se e pegou um dos roupões que estava impecavelmente dobrado sobre uma mesinha de canto. Delphine jogou o roupão sobre os ombros e nem se preocupou em amarrá-lo. Cosima vestiu o outro e quando chegou na sala da suíte, Stella já estava nela junto a Delphine.
- O que está acontecendo?
- A Siobhan tentou entrar em contato com vocês... – Stella continuou o que já havia iniciado a explicar.
- Os celulares estão desligados... – Cosima respondeu.
- Foi o que presumi, então ela ligou para Helena.
- Fala logo Gibson! – Delphine exigiu.
- É a Manu! – As outras duas mulheres se entreolharam assustadas.
- O que aconteceu com ela? – Cosima antecipou-se.
- Ela teve mais uma visão! – Delphine respondeu antes de Stella. Levou uma das mãos a cabeça em um gesto de aflição. A conexão que possuíam permitiu que, de alguma maneira, Delphine soubesse o que havia acontecido com a menina. – Mas como ela está?
- Fisicamente bem... Mas está em pânico! – Aquela informação deixou as duas aflitas. – A Helena já foi para lá e eu vim aqui chama-las.
Cosima parou de escutar qualquer outra coisa que Delphine e Stella estavam conversando, pois sua cabeça imediatamente criou uma aterradora imagem de qual poderia ter sido a previsão da menina. Seu sangue gelou e uma leve vertigem fez com que cambaleasse para trás e precisasse se apoiar no sofá.
- Cosima? – Delphine alarmou-se com aquela ação dela.
- Eu... eu... – Olhou para os olhos preocupados de Delphine e percebeu quando o entendimento do que estava acontecendo passou por eles.
- Não foi com a Delphine! – Stella também havia compreendido o pavor da outra. – Parece que é algo com a... – Tomou folego, pois aquela era uma informação muito delicada para ela mesma. – Siobhan! – As duas a encararam e compartilharam um pouco do pesar de Stella, embora Cosima estivesse se recriminando um pouco pelo alívio que sentiu com aquela informação.
Em pouco mais de vinte minutos, ambas já estavam devidamente vestidas com as roupas que haviam sido enviadas para elas no hotel. A lua de mel teria de esperar!
Stella guiava o carro com Delphine ao seu lado e Cosima estava no banco de trás e por sobre o ombro viu que havia dois carros as seguindo e sabia que era a sua escolta.
Como um soco no meio do estômago a realidade lhe atingiu.
Se o Martelo planejava algo contra alguém tão poderosa como a Siobhan Sadler... O momento crucial havia chegado. O embate final era mais do que nunca inevitável.
Poucas palavras foram trocadas entre elas ao longo daquela viagem, o que caracterizava a tensão que as envolvia naquele momento. O alívio culpado que Cosima sentiu, deu lugar ao pavor do que estava por vir. Já conhecia Delphine o suficiente para saber que ela também estava bastante preocupada, ousaria pensar até que ela estava com medo.
“E com razão!” Pensou ela. Certamente ela estava sentindo medo por si pela primeira vez em muito tempo. E isso a afligia tanto quanto a ela.
Quando se aproximaram da Fundação, Cosima percebeu que algo estava diferente. A segurança que já era muito boa havia sido aumentada significativamente dentro e fora dos muros, mas era algo discreto. Visível apenas para quem soubesse o que procurar.
Passaram pelo portal da Fundação após uma severa inspeção no carro, mesmo tendo a Mestra da Ordem no banco da frente.
- Siobhan sendo Siobhan! – Stella ressaltou após serem autorizadas a passar. Contornaram o prédio principal e pararam no estacionamento, o que era mais uma medida de precaução. Assim que desceram do carro o berro de Manu se fez ouvir ao longe.
- Delphine! Cosima! – Ambas procuraram a origem e perceberam que vinha do primeiro andar. Procuraram a menina mas só conseguiram ver a cabeleira loira esvoaçante por sobre o parapeito. Ela corria, e logo atrás dela Siobhan tentava alcança-la. A ansiedade, comum aquela pequena pessoa, a fez ignorar a escada que levaria mais tempo e ela utilizou os galhos de uma trepadeira para chegar mais rápido ao chão.
- MANU! – Cosima e Delphine berraram juntas e só conseguiram assistir a destreza da menina em escalar aquela planta e saltar três vezes a sua altura até atingir o chão e permitir que as duas mulheres soltassem o ar que prenderam quando ela saltou. Como se nada tivesse acontecido ela se levantou e correu em direção as duas, jogando-se no colo delas.
-Vai ficar tudo bem meu amor! – Cosima a abraçou gentilmente e assustou-se ao perceber que a pequena soluçava e sacudia todo o seu corpinho. Olhou desesperada para Delphine que demonstrava estar do mesmo jeito.
- Ela está inconsolável... Desculpem por tê-las... Atrapalhado. – Disse uma ofegante Siobhan que havia chegado atrás da menina.
- Não tem do que se desculpar S! – Delphine disse com olhar cúmplice. Era visível que a ruiva estava tentando ser forte e fingir que nada demais estava acontecendo, só que ela estava falhando com louvor. Siobhan Sadler nunca foi boa em fingir ou esconder suas emoções. Havia um estranho reflexo nos acinzentados olhos dela.
Delphine segurou o olhar no dela e viu que aquela poderosa mulher que aprendeu a admirar estava verdadeiramente apavorada.
- Não queria tê-las incomodado em sua... Lua de mel... – Ajeitou a sua trança freneticamente indicando que estava fora de si ainda. – Mas essa criança não sossegaria enquanto vocês não estivessem aqui.
- Não tem problema algum S. Por essa garotinha, nós fazemos tudo. – Cosima disse afastando os cabelos do rosto ensopado dela. Olhou com cumplicidade Dephine que fez o mesmo.
- Eu precisava que vocês voltassem... – Voltou a chorar após uma breve pausa. – Vocês têm que... Tem que... – Os soluços intercalavam com sua súplica. – Tem que proteger a Sra S. – Disse de uma só vez causando uma comoção geral. – Você promete que vai protegê-la? Por favor Del! – Manu segurava o rosto de Delphine entre suas mãos e valia-se de toda a sua sinceridade.
- Claro meu bem! A protegerei... Protegerei todas! Não deixarei que nada aconteça a nenhuma de vocês! – Levantou sua voz, embutindo-a de uma força e segurança que lhe era sempre comum, embora que, pela primeira vez, havia um fragmento de dúvida em voz. Mas estava verdadeiramente disposta a sacrificar a própria vida se isso significasse salvar a de alguma daquelas mulheres.
Mas a dúvida pareceu não ser percebida pela menina, que diminuiu seu choro e até esbouçou um leve sorriso.
- Que bom que você está aqui! – Manu a puxou pelo pescoço. – Que vocês estão aqui! – Sorriu para ambas. – Mas... Existe uma lua feita de mel? Como assim? - Só mesmo aquela peculiar criatura para conseguir arrancar gargalhadas de todas em meio a toda aquela tensão.
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- O que ela viu no sonho S? – Delphine questionou assim que se sentou em sua usual cadeira na sala de reunião no subsolo da Fundação.
- É algo muito confuso... – Foi Helena quem respondeu, pois Siobhan ficou em silêncio, pensativa. – Ela mencionou um acidente de carro... Ou algo assim. Arrisco dizer que ela não tem certeza do que de fato viu.
- Você não pode ver na mente dela? – Stella as interrompeu.
- Poder eu posso, mas faz mal a ela. A machuca! - Todas se entreolharam apreensivas.
- Bom... Como estão preparando os esquemas de segurança? E os relatórios de nossas equipes? – Delphine quis ser mais pragmática e ouviu os informes de Helena e Stella. Tudo o que ambas diziam indicava que a movimentação do Martelo dizia que estavam cada vez mais próximos. E o desespero e a imprudência de Lamartine o estava trazendo exatamente para onde Delphine queria.
- Ela também estava lá! – Após mais de uma hora de reunião, essa foi a primeira frase de Siobhan. Todas a olharam um tanto quanto confusas e esperaram que ela se explicasse. – Manu... – Foi o que disse com expressão desolada, deixando Delphine atônita diante daquela constatação.
Assim como S, ela também sabia que a pior sina de uma Pitonisa era aquela. Não bastava antever o futuro ou a morte das outras pessoas. O pior fardo seria o de ver a própria morte.
- O que isso significa? – Cosima exasperou-se ao ver semblante desesperado de Delphine. – Delphine? – Mas essa apenas lhe olhou cabisbaixa.
- Quer dizer que a menina pode ter visto muito mais do que a... – Stella tomou a palavra e fitou Siobhan. – Morte da S! – Cosima arregalou os olhos e a boca quando compreendeu o que estava implícito e começou a anuir em negativa.
- Não! Isso não está certo... – Dizia debilmente e Delphine tentou acalmá-la.
- Uma pitonisa nunca erra! – Siobhan baixou os olhos.
- Isso não é verdade! – Cosima se desvencilhou dos braços de sua amada. – Não percebem? Eu sou a prova de que ela pode errar sim. - Abriu os braços. Siobhan a encarou com um filete de esperança, pois ela estava certa. A menina havia previsto sua morte, mas ela ainda estava viva.
- Mas Cos... Você... Morreu. – Helena se pronunciou.
- A verdade é que ninguém sabe ao certo o que Manu viu! – Cosima estava firme em sua posição de negar o que parecia inegável. – Pelo que sei é as interpretações das visões de uma pitonisa são bastante subjetivas.
- Tomara criança. – S a tocou no braço.
Em meio aquele clima carregado, que misturava a desesperança com fragmentos de esperança, a reunião teve fim já no fim do dia. Todas foram saindo da sala prontas a seguirem suas missões e quando Cosima ia entrando no elevador, percebeu que Delphine havia ficado para trás.
- Del? – Tocou-a no braço e percebeu que ela olhava fixamente para um ponto ao lado esquerdo. Virou-se até lá e encontrou o que ela encarava. A loira tocou gentilmente a mão dela e caminhou em direção até lá.
- Faz décadas que não entro aqui. – Tocou a superfície metálica da porta que dava acesso ao “santuário” que fora cuidadosamente montado para ela. Cosima digitou o código que havia memorizado e ela se abriu.
- Vamos! – A puxou gentilmente e não recebeu resistência alguma.
Delphine parou no meio do grande salão e silenciosamente o inspecionou, permitindo-se breves lampejos de lembranças que aqueles fragmentos de memórias lhe traziam.
- Tem coisa nova aqui! – Dirigiu-se até uma das paredes mais ao fundo da sala e parou diante de uma coletânea de fotos e livros cuidadosamente guardados. – Ella Russel! – Sussurrou o nome que adotara antes de Delphine e acariciou uma das fotos que a mostrava com os cabelos cortados curtos e tingidos de preto. Usava um grande óculos de lentes marrom claro, calça de cintura alta e uma casaco logo e bege. – Não sinto nem um pouco de saudades das ombreiras. – Brincou ao apontar o divertido detalhe da moda dos anos 1980.
- Ah, elas tinham seu charme vai! – Cosima entrou na brincadeira. – Minha mãe ficava muito bem com elas. – A provocou. Delphine a olhou de lado fingindo que a reprovava.
- Isso lhe incomoda? – Perguntou após observá-la por alguns instantes enquanto folheava um dos livros escritos por ela sob a alcunha de Ella Russel. Cosima ergueu os olhos e a encarou tentando ler no semblante de sua amada a que ela se referia.
- O fato de você ter usado ombreiras... – Riu, mas não foi seguida por Delphine. – Se eu me incomodo com a nossa... Digamos... Diferença de idade? – A loira arregalou os olhos, pois não havia encarado aquela situação por aquela perspectiva. Anuiu positivamente com a cabeça. – Sinceramente eu não pensei direito sobre isso. Na verdade, desde eu descobri toda a verdade, não parei para analisar... Se bem que... – Pensou por alguns instantes e ajustou seus óculos no rosto para em seguida coçar a testa enquanto organizava as ideias em sua mente. – Eu sempre admirei a Evelyne Chermont!
- Como assim? – Ela questionou estranhamente desconfortável com seu nome sendo usado indiretamente daquela forma com ela estando ali.
- Veja bem... Quando eu recebi os livros, o diário da Melanie... Tudo aquilo e realmente me encantei por aquelas mulheres e por tudo que representava a Ordem. – Iniciou dando breves pausas, para ter certeza se Delphine a estava acompanhando. – Então me descubro envolvida em toda essa trama, descubro que a Ordem ainda existe... Me apaixonei cada vez mais com as minhas leituras... – Parou e riu, desviando o olhar.
- O que foi? – Delphine interessou-se.
- Promete que não vai rir?
- Por que eu riria de você?
- Tudo bem! É que... – Esfregou uma mão na outra, num gesto tão seu. – Quando eu li as memórias da Mel eu me encantei ainda mais com a história desse amor... Me identifiquei com a Melanie e hoje eu sei exatamente o por que... Mas a Evelyne... – Levantou a mão para interromper o protesto que seria feito pela loira. – Eu sei meu amor. Eu sinceramente me apaixonei por ela. – Sorriu docemente da reação de Delphine. – Até cheguei a comentar com a Melissa sobre isso, que certamente me apaixonaria por ela se a visse em minha frente. – Gesticulou indicando todo o ser de Delphine que inclinou a cabeça um pouco para o lado e teve seu olhar iluminado. – E o que é mais surreal é que eu me apaixonei por ela... Por você. Inconscientemente eu acredito que sabia, ou sentia algo.
- Ah meu amor... – Delphine suspirou e a evolveu em seus braços.
- E tudo isso aqui... – Indicou o conteúdo daquela sala. – Só aumenta ainda mais a minha admiração por você. – Depositou um beijo nos lábios dela. – Rogo pelo dia que teremos paz e que possas me contar algumas dessas histórias que certamente você vivenciou.
- Então isso tudo não lhe assusta? Tudo o que vivi... O que sou, ou melhor... Era?
- Sua imortalidade? – A loira respondeu que sim. – Não me assusta... Me impressiona... Mas assustar, não. Se bem que... – Desvencilhou-se dela causando uma pontada de receio em Delphine.
- O que?
- Tantos anos... Tantas vidas... – Perambulou pela sala pensativa, mas certo ar de riso. – Deves ter tido muitas mulheres... – Finalmente soltou o que lhe afligia a algum tempo.
- Algumas sim... – Delphine se aproximou dela. – E alguns homens também. – Cosima virou-se bruscamente para ela, pois não esperava aquela informação. – Isso mesmo. Venha cá... – A guiou até o outro lado e indicou a foto do General Antoine Gailard.
- Esse foi quando você assumiu uma identidade masculina... Durante a guerra de secessão.
- Isso mesmo... Mas veja aqui... – Apontou para a foto onde ela posava travestida de homem. Olhando mais atentamente Cosima percebeu que na foto haviam outros homens, em sua maioria jovens. E então, sem que Delphine precisasse apontar, ela percebeu a quem sua amada queria se referir. Um jovem soldado de feições muito bonitas e delicadas era a única pessoa naquela foto que não olhava para o fotógrafo, pois seus olhos denunciavam a adoração que direcionava para o sue General.
- Quem era ele?
- Adrien Huet! – Disse pensativa e com certa ar de tristeza.
- Você gostava dele? – Havia receio naquela pergunta. Delphine a fitou com demora e sorriu tristemente.
- Sim... Gostei dele. Mas não da mesma forma ou da mesma intensidade que ele de mim. Na verdade ele se apaixonou pela ideia de quem eu era. – Continuou. – Ele estava confuso quanto a sua sexualidade... E eu o ajudei nesse sentido e quando ele descobriu que eu não era um homem com o qual ele sonhava, já era tarde.
- Mas vocês... Fizeram sex*? – Cosima estava estranhamente envergonhada com aquele assunto.
- Sim... Mas... Digamos que não o sex* convencional heterossexual. – Observou a reação de Cosima e quase pode ouvir as engrenagens tentando processar aquela informação. – Ele nunca me possuiu... Por falta de outra palavra. – Riu do seu breve desconforto.
- Então era você quem o... – Gesticulou o que queria dizer e o sorriso levemente constrangido de Delphine respondeu. – Mas como você...? Eita... Desculpa! Que bobagem a minha! – Repreendeu-se pelo breve momento de ignorância.
- Eu tinha meus truques... – Delphine piscou um dos olhos. Aumentando ainda mais o rubor em Cosima. – E quando não, mandava fazer alguns... Apetrechos! – Cosima levou a mão a boca e voltou a conferir a data daquelas fotos. Realmente Delphine tinha muitas histórias para contar. – Mas ei... – Voltou a abraça-la. – Nenhum deles significou o que você significa pra mim. Fazem parte da minha história sim... Da mesma maneira que tens pessoas em seu passado. – Cosima baixou os olhos e concordou.
- Tem razão... A questão é que o meu passado nem chega aos pés do seu. – A cutucou na cintura causando cócegas e risos. – Mas sei que eles nos trouxeram até aqui! – A abraçou ainda mais.
E naquela troca de carinhos e de juras de amor, se permitiram desligar um pouco do perigo imediato que as cercava.
- Achei vocês! – Manu irrompeu na sala surpreendendo as duas.
- Será que você sempre sabe onde estamos? – Delphine caminhou até ela.
- Hum... Quase sempre. Basta só eu pensar bem forte em vocês que sei! – Disse com extrema naturalidade, causando certo desconforto e desconfiança nas duas. – Eu vim aqui para chama-las para andarmos a cavalo. Eu não aguento mais ficar dentro enfurnada aqui dentro. – Usou de todo o seu charme infantil para convencê-las.
- Tudo bem... Mas só um pouco. – Delphine cedeu e a menina vibrou. Para o alivio delas a menina estava mais calma e estava parecendo a Manu de sempre.
- Tia Helena disse que quer uma revanche! – As três saíram juntas rindo das imitações que a menina fazia da Protetora da Ordem.
______
Após convencerem Siobhan de que poderiam sair da Fundação e até mesmo leva-la junto, todas elas cavalgavam com uma rara tranquilidade para aquele momento.
- Tudo vai ficar bem S! – Cosima disse ao se aproximar dela. Estava montada num alazão marrom, bastante pacato, pois fazia muito tempo que ela não montava. A ruiva a olhou com seriedade e esbouçou um sorriso, mas era forçado demais. Não conseguia pensar em mais nada exceto pelo fato de a menina ter previsto a sua morte e que, de alguma maneira, a pequena também estaria envolvida e era isso que a estava atormentando.
A menina corria perigo por causa dela!
- Viu Sra. S? Consegui saltar com três sarrafos. – Manu chegou com tudo montada em Argo.
- Vi sim criança. Parabéns! – Mentiu. – Mas agora acho melhor voltarmos para dentro, já está ficando tarde. – Desmontou sua égua Cosima, que estava tendo dificuldades, para fazer o mesmo.
- Manu, que tal vermos mais um dos seus filmes antes de dormirmos? – Delphine a chamou tentando animá-la, pois viu a carinha triste dela quando soube do final do passeio.
- Pode ser Valente?
- De novo? – Delphine protestou e Stella e Helena gargalharam.
- Você sabe que é um dos meus filmes favo... – A menina paralisou e arregalou os olhos. As mulheres a olharam achando que era mais uma das exageradas reações de drama da menina, mas quando a viram começar a tremer entraram em alerta.
- Manu? – Cosima esticou o braço para tocar na menina, mas não conseguiu, pois ela saiu correndo em disparada.
- SRA. S! – Manu berrou e mais a frente Siobhan virou-se assustada em direção à menina e a viu vindo em sua direção desesperada. Logo atrás dela as outras mulheres também corriam e num estalo, S percebeu o que estava prestes a acontecer.
Um estampido surdo foi ouvido ao longe!
O primeiro tiro ecoou ao longe.
No instante seguinte, todas paralisaram por alguns instantes exceto por Manu que deu um ultimo impulso chocando-se com Siobhan que a segurou nos braços no exato momento em que uma rajada de quatro balas as atingiu.
- MANU!! – Foi o que todas berraram em choque e uma gigantesca movimentação teve inicio na busca pela origem dos disparos.
Sentindo as forças fugirem de suas pernas, Delphine foi a primeira a chegar a elas. Ambas caídas no chão. Cosima chegou logo atrás e Helena e Stella as cercaram com suas armas em punho, prontas para defendê-las.
- Não... Manu! – Cosima ajoelhou-se ao lado delas e o som da tosse de Siobhan as alertou.
- O que aconteceu? – Mas assim que sentiu o peso do corpo da menina sobre o seu sentiu como se a vida se esvaísse de si.
- Ai... – Um gemido abafado vindo da menina lançou um lampejo de esperança.
- Manu? – Siobhan tentou movê-la com um delicado sacudir.
Aos poucos a pequena menina começou a se mover com mais força e logo ela sentou-se ao lado de Siobhan diante de estarrecidas mulheres que a olhavam totalmente incrédulas.
- Você está bem? – Cosima tateou o corpo da menina com cuidado, procurando por ferimentos que deveriam ter destruído o tórax dela. Mas não havia nada. Exceto pelos furos em sua camisa e manchas escuras do que parecia ser pólvora. Atônita, Delphine também examinou a menina e confirmou que algo a havia atingido. Três vezes!
- Delphine? – Helena a entregou dois projeteis de balas de longo alcance com as pontas achatadas, indicando que haviam se chocado em algo.
- O que é isso? – A menina quis ver o que era, mas Delphine fechou a mão, impedindo que ela as visse.
Ela trocou um olhar extremamente significativo com Siobhan. Ambas perceberam o que havia acontecido ali.
“Imortal!” “Ela é imortal!” Delphine pensou sob o choque daquela descoberta.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Pryscylla
Em: 03/01/2019
Oi, chegando agora kkkk. Eu comecei a ler hoje pela manhã e fiquei maravilhada com sua história. É impressionante como me deixou impactada e louca para ler tudo, eu consegui e fico sem palavras, meus parabéns você é uma autora extraordinária. Beijos é até o próximo é já tão esperado capítulo kkkk
Resposta do autor:
Olá. Seja muito bem-vinda. Agora me confirma uma coisa... Você leu todos os capítulos em um dia?
Você quem está de parabéns viu?
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