AnaLu

Era um festão. Eu me sentia dentro daquelas revistas dos ricos e famosos onde as celebridades pagam para aparecer. Tentava não me preocupar, mas algo me deixava inquieta e pelo jeito que Mainha se portava não era só eu que estava com esse pressentimento.

Havíamos chegado em bando hoje pela manhã na “Ilha da Fantasia”. A ruiva já estava a postos nos esperando em cima de uma longa escadaria. Parecia cena de novela, aqueles dramalhões mexicanos. Vários amigos da minha namorada vieram do mundo todo e ela estava radiante. Eu não queria de jeito nenhum tirar o brilho do olhar dela em ver reunida a sua família e todos quem mais ama.

A cabelo de saco do diabo parecia primeira dama. Andava pelo salão com a minha namorada cumprimentando todo mundo. Se eu tô com ciúmes?  Morrendo! Se eu tenho medo de perder a Lu? Nenhum. Tenho certeza que ela me ama, e agora tudo está esclarecido.

— Um momento de atenção, por favor. – Cris estava com uma taça de Champagne em mãos e um sorriso nos lábios. A orquestra ao fundo parou de tocar. “Vai vir merd* por aí.”. – Eu queria agradecer a presença de todos nesse dia tão especial. – Comecei a ver os garçons entrando com taças de Champagne para todos os presentes e um brinde seria realizado. – Luiza, desde que eu te conheci eu te amei... – PÁRA TUDO! Comecei a caminhar para elas e AnaBea do outro lado do salão desesperada fazia sinais e quase gritava para eu ficar calma. – Então hoje no dia do seu aniversário eu queria propor um brinde – todos levantaram as taças – a mulher mais linda do universo e queria te perguntar... Luiza... você aceita...

Luiza

Sabe quando te colocam numa saia justa e você não tem como sair? Se falar qualquer coisa é grossa. Eu estava apavorava olhando para Cris completamente surtada fazendo um brinde e... PUTA QUE LOS PARIU... ela vai me pedir... em casamento... SÉRIO?

Tentei fugir o dia todo dela, mas não consegui. AnaLu está tentando aceitar, mas tenho certeza que ela está sentindo demais a minha falta e está morrendo de ciúme. Agora, com a Cris segurando a minha mão com uma pequena caixinha de veludo aberta mostrando um enorme diamante... e todos os olhares em nós... eu só queria sair correndo daqui... quando o som do microfone da Cris é cortado e se ouve o piano.

A atenção toda vai para a orquestra. AnaLu está sentada no piano seu vestido vermelho brilhava com as luzes, cabelos arrumados em gel, boca vermelha... e ela começa a cantar com a sua voz rouca... eu prendo a respiração e tudo o que eu vejo é ela, e sem nem perceber começo a ir caminhando até o piano. Cris tenta segurar a minha mão mas eu me desvencilho.

(N/A: Ouça Luiza – Cover Garam  - Vejam essas duas meinas, serio vejam https://www.youtube.com/watch?v=XLdiwswqlto)

♫ Lua

Espada nua
Boia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza

Nossos olhares se cruzam e ela sorri para mim. Eu já estava ao seu lado. Eu pedia desculpas em silêncio. Nós nos entendíamos. Nós nos amávamos. Eu era dela. Ela era minha. Simples assim. Como tinha de ser.

Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração

Ela dedilha o piano e para pegando o microfone nas mãos. A orquestra começa a acompanhando sua voz assim que ela reinicia.

Vem cá, Luiza
Me dá tua mão

Ela segura meus dedos e os beija. Tudo ao redor deixou de existir quando senti o seu perfume. Quem ainda não sabia que éramos um casal teve a certeza naquele momento. Eu tinha certeza que vários iriam recriminar, mas muitos iriam nos parabenizar. A minha menina cantava as palavras de Tom Jobim e lágrimas rolavam pelo meu rosto.

O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza♫

AnaBea apareceu ao nosso lado e entregou uma pequena caixinha. Houve um barulho no recinto, mas não me importei. AnaLu abriu a caixinha e retirou uma aliança de tungstênio com detalhes azul esverdeada, a cor dos seus olhos.

— Lu, nosso amor vem de outras vidas. – ela diz com a voz embargada pela emoção enquanto colocava a aliança na minha mão. Notei que havia gravado “Love is not a a choice” (O Amor não É Uma Escolha). – Então eu procurei o metal mais duro do planeta e que vai durar eternamente para simbolizar o nosso amor... no passado, no presente e no futuro. Eu te amo! – ouviu-se um “awn” das mulheres presentes.

Nós nos beijamos e aplausos e assobios foram ouvidos. Eu peguei a aliança que seria dela e notei que era igual a minha apenas com detalhes verdes como meus olhos.

— Isso é um pedido de casamento? – perguntei entre beijos.

— Precisa? Pra mim a gente já é casada... você é minha e eu sou sua. Mas se você acha que o papel é importante, é sim. Casamos agora, hoje, amanhã... semana que vem, quando você quiser!!!

— Não, maluca...

— Lu... nada importa desde que a gente fique juntas.

AnaLu

Depois da Cris ter esbarrado “sem querer” num garçom cheio de taças, nós não vimos mais ela. Então a festa ficou maravilhosa. Algumas pessoas vieram nos cumprimentar e muita zueira com as minhas mães sobre elas serem sogras da Lu. Papy era o mais feliz e já estava meio bêbado, falando toda hora como amava nós duas e tal.

— AnaLu, eu acho cedo. – Mainha falava para mim sobre eu me mudar para a casa da Lu e assinarmos os papeis de união estável. – Você nem fez 19 anos, filha. – nós duas estávamos conversando enquanto Lu, mamãe, Papy, AnaBea, João e os outros dançavam Macarena. Até meus avós dançavam felizes.

— Mainha, pode ser cedo pra mim, mas pra Lu não. Lembra que eu nasci 20 anos atrasada, né?

— Então você preferia ter nascido antes e não ser minha filha? – ela pergunta brincando enquanto tomava um gole da sua bebida.

— Sabe que não é isso... olha pra ela... – nossos olhares focaram na minha mulher que estava de pés descalços, faces coradas e dançando feliz – a quanto tempo você não vê ela assim? Tão feliz e leve?

— Acho que nunca a vi assim, filha...

— Então... – a abracei e ficamos frente a frente. Era quase como ver seu reflexo num espelho. – A gente vai precisar do apoio de vocês... eu sei que vai ser uma barra, vão falar... e Lu – olhamos para ela. – Lu se faz de durona, mas é uma manteiga derretida.

— Cara... – ela me abraça e me beija. – você realmente é a minha obra prima, e não é a cerveja falando. – sim era. – Não falo pros teus irmãos isso. – Certo que ela falava isso pra eles também. Lindona. – Eu te amo e pode contar com a gente.

A festa tinha acabado e eu estava muito nervosa. Apenas alguns familiares estavam no salão. Já falei que estava nervosa? NERVOSA! Tinha alugado um iate para fazer uma noite romântica com a Lu e não conseguia focar. Mamãe e AnaBea tinham arrumado uma muda de roupa para cada uma de nós e já estava nos esperando dentro do iate. Se a cabelinho de saco do diabo não tivesse tentado pedir a MINHA mulher em “sei lá o que” eu teria dado as alianças depois. Será que o diabo tem saco peludo? O Lúcifer da série é aquele ator que acho ele bonito, mas ele tem um jeito estranho, parece que tá sempre de delineador preto no olho tipo egípcio antigo.

— Amor, o que você tá pensando? – Luiza pergunta para mim e eu penso se devo ou não falar que pensei sobre saco do diabo.

— Quer dar uma volta? Tipo não literalmente né... dã... uma volta a pessoa dá uma volta... que expressão estranha...

— Tá nervosa por que, Ju? – Vish essa mulher me conhece mesmo.

— Nada não. Vamos andar por ai? Vamos?

— Espera eu vou até o banheiro... – ela foi e eu fiquei com “eu vou” na cabeça. “Caminhando contra o vento sem lenço sem documento... eu vouuuu por que nãooo... por que nãooo por que nãoooooo por que nãoooo”. Notei que ela estava de volta quando levei um tapa na cabeça.

— PUTA QUE LOS PARIU! Qual o teu problema amor? Eu tô aqui a quase cinco minutos e você balançando a cabeça e cantarolando uma música do Caetano.

— Desculpa, gata. Vamos?

— Ai... meus pés estão doendo, Ju. – aí caralh*, o que eu faço.

— Tá, vou te contar... – me aproximei dela e beijei seu pescoço em cada palavra dita. -  eu...  quero... muito... te... comer... no... píer... a... luz.... do... luar....

— Por isso tá assim? Era só ter me falado, amor. – acenei para AnaBea e puxei a minha mulher para fora do salão. Juntamos nossas mãos e saímos andando, trocando beijos e carícias. Em alguns momentos ficou difícil continuar e não ficar pelo caminho.

Chegando ao píer o grande iate estava ancorado. A tripulação iria aparecer só no outro dia pela manhã e teríamos a noite toda só para gente.

— Que lindo!  Será que é da Cris? Acho que não... vamos entrar?

— Não, AnaLu e se tiver alguém aí dentro?

— A gente fala que veio olhar. – falei com meu melhor olhar safado para ela.

— Aí, tá...

Luiza

AnaLu estava daquele jeito quando ela fica muito nervosa, mas depois entendi o porquê. Às vezes esqueço que ela é uma menina e que coisas normais para mim podem constrange-la.

Durante todo o caminho até o píer a coisa pegou fogo esquentou. Que fogo! Puta que los pariu! Ela me beijava, apertava, apalpava, mordia, ch*pava, lambia, sugava.... eu estava completamente zonza, trêmula e com as pernas bambas.

Chegamos no píer e tinha um grande iate parado lá, eu nunca havia visto. AnaLu me convenceu a “invadir” o barco! “Luiza, depois de velha fazendo coisa de adolescentes! Puta que los pariu!”. Imagina se nos pegam.

Subimos ao convés e estava tudo escuro. Realmente a embarcação era linda! Eu nunca tive interesse em ter uma lancha ou iate, porque eu pouco iria usufruir. AnaLu me puxa até deck do último andar falando que já que estávamos ali tínhamos que ver a vista.

AnaLu sobe a escada na frente e eu admiro a sua bunda gostosa. Quero sair logo daqui e continuar o que começamos no caminho. Quando por fim chego ao último degrau vejo a minha mulher. Sim. Minha mulher. Parada sensualmente ao lado de uma jacuzzi repleta de espumas e pétalas de rosas. Um gazebo armado num canto nos esperava. Além de tudo isso... uma mesa com Champagne, meus chocolates preferidos de uma marca suíça que são difíceis de encontras e algumas outras coisas que eu gosto de comer, estava organizada.

— Sua maluca...

— Se você quiser algo diferente, gata, eu chamo e mando vir é rapidinho não tem problema fiquei com um celular de emergência e .... – colei nossos lábios e só assim ela relaxou. Ela segurou meu rosto com devoção aprofundando o beijo. – Eu faço qualquer coisa pra te ver feliz. Eu te amo, Lu.

— Qualquer coisa?

— Qualquer coisa, se você quiser eu pulo no mar e vou até a praia buscar algo para você... – conforme ela falava eu retirava meu vestido e minha calcinha, ficando nua. AnaLu estava falava sobre coisas que ela faria por mim naquele estado em que ela fala tudo que passa na cabeça. Entrei na banheira e ela falava sobre “ir a pé do Rio a Salvador” e que uma vez ela encontrou o Frejat. Sentei na beira a olhando.

— AnaLu! Cala a boca e me ch*pa. – falei quase ordenando. Vi seus olhos tornarem-se mais escuros quase faiscarem de tesão, como se isso fosse possível. – Vem, bem gostoso! – A chamei com o indicador abrindo as pernas expondo meu sex* depilado molhado de excitação.

A minha menina não perde tempo e retira rapidamente todas as suas roupas entrando na jacuzzi quase tropeçando. Ela se aproxima e me beija sugando com gana a minha língua. Todo o tesão de minutos atrás, durante a nossa caminhada volta com tudo, era impressionante como ela era capaz de me excitar com tão pouco.

Sem esperar ela se ajoelha dentro d´agua, as bolhas ao seu redor, e lambe toda a minha extensão fazendo eu soltar um gemido rouco. Abri mais ainda as pernas o que tirou-lhe um sorriso sacana, daquele jeito que eu gosto.

— Isso, gatinha... ch*pa, assim mesmo... assimmm... – ela foi a primeira mulher que sabe como me levar a um orgasmo intenso TODAS as vezes. Eu não sei como ela faz isso..., mas faz... e eu AMO.

Minhas mãos passaram pelos seus ombros arranhando sua pele morena, subindo até encontrarem seus cabelos, que mesmo curtos, eu adorava embrenhar meus dedos. Minha respiração ficava cada vez mais difícil, mais ofegante conforme sua língua avançava e provava meu gosto. Eu sabia exatamente onde ela iria e o que faria.

Fechando os olhos não pensei em mais nada quando os lábios macios chegaram meu clit*ris que pulsava querendo atenção. A cada ch*pada espasmos percorriam meu corpo me fazendo entrar em um frenesi crescente e meus gemidos, cada vez mais roucos, acompanhavam em sincronia.

Sua mão passou por baixo da minha perna esquerda arranhando a minha barriga fazendo um caminho até o meu sex*, o expondo mais ainda com seu indicador e o médio. Eu ondulava o meu corpo de encontro a sua boca e tive que segurar na borda da banheira para não cair. Seus lábios prenderam meu clit*ris e sua língua o contornou. Em um grito abafado g*zei dentro da sua boca.

Quando olhei para baixo ela estava deitada no meu púbis com um sorriso nos lábios. Sua face afogueada, os cabelos agora grudados na testa... LINDA! Linda e minha!

— Eu te amo, Ju. – disse fazendo carinho nos seus cabelos.

— Eu também, mas vamos sair daqui? Nunca engoli tanta espuma na vida! Parecia um tsunami de espuma! – eu comecei a rir sem parar e fomos ate o pequeno chuveiro para retirar o sabão, que realmente era muito. Depois colocamos roupões que estavam estrategicamente colocados ao lado e deitamos no gazebo fechado com mosquiteiro.

— Tá com frio, Lu? A gente pode descer. Eu aluguei até amanhã a tardinha.

— Eu quero ficar mais um tempo aqui, depois a gente vai lá pra baixo.

Olhando as estrelas, ficamos namorando como duas adolescentes, fazendo planos para o futuro. Ela me contou que conversou com a Nanda sobre nós duas casarmos.

— E o que ela acha?

— No início achou cedo, depois concordou comigo que não é cedo. – ela brincava com a minha aliança. – Eu posso ser nova em idade. Posso parecer imatura, mas quem me conhece sabe que eu não sou. E eu quero ter filhos logo. Quero Luizinhas e AnaLuzinhas.

— Nossa, tantas assim?

— Eu quero filhos teus, meus, nosso, adotados... muitos... quero muitos.

— Nossa! Calma! Vamos por partes! Primeiro eu engravido, depois você e depois adotamos um casal. Pode ser?

— O que você quiser! E pra engravidar você sabe que a gente vai ter que treinar muito né? – ela sorri safada com a mão dentro do meu roupão.

— Ah, é?

— Aham... não sabia?

— Safada. – dei um tapinha de leve nela.

— Sua safada.... Lu... falando nisso – ela me olha mordendo o lábio e sorri. – Você tem alguma fantasia que ainda não realizou porque sei que é mais velha e tal... – ela começou a ficar nervosa de novo.

— A minha fantasia é realizar todas as tuas fantasias... – abri meu roupão deixando a mostra meus seios. Ela senta e lambe meu mamilo vagarosamente me olhando nos olhos. – Quais as tuas fantasias?

— Te comer por todos os cômodos da casa com aquele vestidinho que você usava quando fazia aquela novela... – ela ch*pa meu mamilo e sua mão aperta a minha bunda.

— O que mais? – segurei a sua cabeça e notei que seu roupão abriu e nossas peles entraram em contato.

— Eu já fiz sex* a três, mas você sabe que eu sou estranha, preciso me conectar com as pessoas. Elas têm que me cativar. Eu nunca fiz a quatro por causa disso, nunca encontrei as pessoas certas. E também eu não sei como seria o ciúme, como eu ficaria em relação a isso.

— Ok, sex* a quatro só se não houver ciúme das duas partes e você se conectar. Anotado. – rebolei no seu colo sentindo a sua pele no meu sex*. Que sensação maravilhosa!!

— E gata – ela olha para cima e seguro seu rosto com as minhas mãos. – a minha maior fantasia eu já realizei: ter você só pra mim!

AnaLu

O sol queimava o meu corpo e eu sentia um gosto horrível na minha boca. Sem abrir os olhos senti que o colchão estava mais duro do que eu me lembrava na noite anterior. Será que a gente voltou para o deck superior? Eu lembro de ter descido com a Lu para dormir no quarto, depois de come-la novamente na cabine do capitão. Tomamos o Champagne que estava no quarto e dormimos.

Abro os olhos e vejo areia. PUTA QUE PARIU. Me levanto meio zonza e vejo que estou nua. Olho ao meu redor e tudo que existe são coqueiros, mar e mais areia. AI CARALHO SERÁ QUE ME INSCREVI PRO LARGADOS E PELADOS E NÃO ME LEMBRO?

Fim do capítulo