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Teorias Linguísticas: o efeito Carol por srtaanalaura

Ver comentários: 1

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Palavras: 3190
Acessos: 1021   |  Postado em: 29/12/2018

Encontros por acaso

O despertador tocou e eu, apesar de saber que era dia da aula da professora Carolina – voltamos às formalidades antes que eu me empolgue muito –, não estava tão animada assim. Claro, ninguém consegue ficar animada às 06:00, ainda mais eu, que estava há muito tempo acostumada a ir dormir quase nesse horário – depois que as minhas aulas do Ensino Médio acabaram, eu passei muito tempo de férias, esperando as da universidade começarem, então, quando elas finalmente começaram, minha vida mudou bruscamente de ritmo. Tomei um banho gelado para despertar de vez, me vesti, passei um batom apenas para dar uma corzinha à minha boca, preparei o meu café da manhã e, depois de comer, saí. 

Como o meu apartamento ficava estrategicamente muito próximo ao meu campus, eu fui caminhando até lá e cheguei em menos de dez minutos. O relógio marcava 07:03 e eu, portanto, estaria três minutinhos atrasada, mas, ao me aproximar da sala, vi que a galera estava toda reunida lá em frente e concluí que a professora ainda não havia chegado. Eles conversavam bastante e, quando me viu, o Juliano logo gritou: 

– Fala, Mirela! –  disse, demonstrando a sua empolgação e vindo me dar um abraço. Bom dia, sagitariana.

– Bom dia, Juliano – falei sorrindo – e bom dia, gente. 

Eu já gosto desse menino, apesar de ele ser um pouco inconveniente, às vezes. Ele é divertido, animado e transmite, como diria a minha mãe, uma energia boa. 

– Ei, Mirela – falou o Henrique, outro colega, também gay, mas bem mais "contido" que o Juliano – a gente tá marcando de ir à praia hoje. Bora também? 

– Vamos, Mirela – agora foi a vez da Samara reforçar o convite – vai ser legal. 

– Claro. Tô dentro – confirmei, animada. 

Logo em seguida, a professora Carolina chegou e todos nós entramos com ela. 

– Bom dia, meu povo querido, que me esperava ansiosamente na porta da sala – disse abrindo aquele sorriso lindo. 

Ela estava com um lindo e discreto vestido preto. Usava um batom suave, mas muito bonito, uma maquiagem bem leve. Seus cabelos estavam muito bem arrumados. Enquanto eu babava – por mais que não quisesse admitir – a professora, o Juliano resolve soltar a seguinte: 

– Professora, eu percebi pelo seu Facebook que a senhora gosta e entende muito de poesia. Me diz, elas são de sua autoria? 

– Bem, Juliano – como assim ela lembrava do nome dele? – eu adoro poesias. Dos outros. As minhas eu não adoro tanto, mas expulsá-las de mim faz com que eu me sinta mais viva, mais atuante. Por isso, eu compartilho com as pessoas. 

– Elas são lindas, professora. A senhora escreve muito bem. 

– Obrigada, mas não é para tanto – falou, abrindo um sorriso e esboçando um riso tímido. 

Definitivamente, o Juliano adorava bancar o íntimo com as pessoas, mas confesso que estava adorando saber mais coisas sobre a Carol... Digo, Carolina. Ela falava demonstrando uma empolgação, ainda que contida. Quando parecia que o Juliano já estava satisfeito com o momento, lá vem mais uma: 

–  Professora, não me leve a mal, mas eu tenho mais uma pergunta para a senhora. 

– Pode falar, Juliano, mas tente ser breve porque precisamos começar a aula. 

– Certo. Bem, vejamos. Em alguns dos seus versos, eu percebi uma referência a símbolos do movimento LGBT. Então, eu queria saber se a senhora é, sabe? 

Como assim esse menino nem hesita em perguntar essas coisas para uma professora que só conhece há uma aula? Até porque a segunda ele já não estava permitindo que ela desse. 

– Acha isso por que eu falei sobre cores? – perguntou, mas antes que ele pudesse responder, continuou – Bem, eu acho que todos nós temos o direito de amar. O amor para mim é um direito fundamental, quando é colocado em questão. Acho que cada um deve saber lidar com as suas realidades, respeitando as dos outros, assim seríamos mais felizes. Exalaríamos menos ódio e julgamento e mais amor e empatia. Mas, respondendo especificamente a sua pergunta, e não que eu tenha a obrigação de respondê-la já que se trata de um assunto bastante íntimo, sou, sim. 

– Passada – exclamou o Juliano, levando as mãos à boca. 

– Algum problema, Juliano? – questionou a professora, que já tinha virado de costas para pegar um livro. 

– Não, professora, nenhum. Também sou gay e fico muito feliz sempre que encontro alguém LGBT, principalmente quando esse alguém é tão inteligente e talentosa – disse, aparentemente puxando um pouco o saco dela. 

– Tudo bem. Então, podemos começar a aula, gente? 

A turma concordou e aula finalmente começou. Eu estava surpresa, admito. Mais pela coragem – ou seria cara de pau – do Juliano de perguntar aquilo à professora do que de fato pela sua resposta, porque eu meio que também já suspeitava. 

O desenrolar da aula foi tranquilo, a Carol – que mania chata essa minha, não é? – era realmente muito boa com a arte de dar aula, nos conduzindo perfeitamente pelo conteúdo. Digo isso não só pela admiração pessoal, por assim dizer, que tinha para com ela, mas claro que isso conta, vai? Tanto que a aula voou e logo já estava na hora do intervalo. Eu realmente queria ter a mesma sorte que tive da outra vez com a Carol – okay, causa perdida – dentro da sala. Mas como a chance disso acontecer de novo é tão pequena, eu resolvi sair e conversar com a galera, até porque eles eram divertidos e eu queria criar laços. 

– Bicha, a senhora é muito louca mesmo, né?  

Esse era o Rafael, outro colega – também gay, claro – se referindo ao Juliano e seu ato de coragem e intromissão de mais cedo. 

– Mulher, eu só queria saber. Assim como todos vocês, aposto. Acontece que eu fui a única pessoa que tive coragem – falou rindo, na maior cara de pau. 

– Eu também tava curiosa, mas isso é muito pessoal – nos contou a Samara. 

– Aposto que a nossa grande sapagirl, Mirela, também tava toda curiosa, né? 

– Por que eu, Juliano? 

– Porque a senhora também curte a fruta. Se bem que até eu que sou viado indo e voltando acho aquela mulher um pecado – dito isso, riu maliciosamente. 

– Eu não sou a única aqui, tá? E outra, a Carol é nossa professora e eu acho que devemos respeitá-la como tal. 

– Carol, é? Hmmm – questionou o Juliano, rindo horrores. 

Corei imediatamente ao perceber o meu close errado, porque, apesar de eu já ter aceitado que para mim era ela Carol, isso não deveria ter sido compartilhado com ninguém, ainda mais com os meus colegas, quase desconhecidos. 

– Toda Carolina é Carol, gente – disse a Samara, talvez tentando me tirar da situação vexatória.  

– É isso – falei, meio sem jeito. 

– Aham – respondeu o Juliano todo irônico. 

Definitivamente, eu estava puta com aquele moleque. Em um só dia, tantas atitudes desnecessárias. Ainda tomada pela raiva, tive que voltar para assistir à segunda aula, que parecia que nunca ia acabar de tão chata. 

Na saída, decidi avisar para o pessoal que eu não ia mais à praia, porque precisava resolver umas coisas. Evidente que eu não tinha nada para resolver, só estava revoltada com o tal Juliano mesmo – e pensar que eu cheguei a achá-lo legal. 

Voltei para casa e fiz meu almoço. Já eram umas 15:00 e eu, que até então estava em estado vegetativo no sofá, decidi que iria ao cinema assistir a um filme que eu estava ansiosa para ver. Me arrumei e fui para o shopping. Certo que eu adorava sair sozinha, mas como morar em Fortaleza ainda era novidade para mim – apesar de eu já conhecê-la bem, já que vinha com uma certa frequência para cá com minha mãe e a Júlia – eu me senti meio perdida. Não geograficamente, mas perdida no sentido de deslocada.  

Apesar de me sentir ainda meio estranha, comprei o ingresso normalmente e, enquanto a sessão não começava, fui comprar algumas bobagens para comer.  

O horário do filme chegou e eu entrei na sala. Já tinham algumas pessoas lá, eu meio que me atrasei. Ou melhor, a moça do caixa se enrolou com o troco, me atrasando. Mas o filme ainda não tinha começado. De qualquer modo, procurei o meu assento e tentei chegar lá sem incomodar as pessoas. 

Ao chegar no local marcado, eu tive uma boa surpresa. Bem, pode até parecer brincadeira, mas a pessoa que estava sentada ao meu lado era ninguém menos que a – acho bem mais seguro me acostumar definitivamente com esse termo – professora Carolina. 

De cara, eu não sabia se a melhor reação era cumprimentá-la ou fazer a linha do meme "nuca nem vi". Mas a minha dúvida durou pouco; logo a Carol...ina interrompeu meus pensamentos aflitos com um discreto: 

– Nossa, que coincidência legal você por aqui! Lê – falou, virando em direção à moça que estava ao lado dela – essa aqui é a Mirela, minha aluna do primeiro semestre. 

– Oi, Mirela. Prazer, Letícia – dito isso, acenou discretamente para mim. 

Antes que eu pudesse fazer qualquer comentário, o filme começou e tivemos que encerrar temporariamente aquela conversa. Confesso que fiquei curiosa para descobrir o que aquela moça era da professora Carolina. Talvez amiga. Parente. Meu Deus, será que é namorada? Bem, isso faria diferença.  

Nitidamente, foi impossível me concentrar no filme diante de tantas curiosidades, ainda que eu o estivesse esperando há um tempo. Eu olhava ligeiramente para o lado, na tentativa de decifrar alguns gestos e interações entre as duas. Mas elas pareciam totalmente concentradas no filme.  

Observando melhor a fisionomia da tal Letícia – Lê para a Carol  –, tive a impressão de já tê-la visto antes. Mas onde? Quando? Bem, acho que foi na internet. Mais uma olhadinha discreta e aí sim pude me recordar. Eu a vi em uma foto que a Carolina postou em seu Facebook. Não lembro o que tinha na legenda, apenas sei que junto com elas estava uma criança, de aparentemente dois anos de idade. Comecei a revirar as minhas lembranças na tentativa de recuperar a legenda. Assim poderia ser mais fácil identificar qual a relação que existe entre as duas – ou não. 

Passados alguns minutos sem sucesso na minha missão, e é evidente que a essa altura a minha mente já havia projetado várias coisas sem sentido, decidi me consolar com a seguinte filosofia de vida da minha mãe: se você não consegue lembrar, é porque nem era tão importante assim. Até que fazia um certo sentido nesse caso, porque se eu tivesse visto algo "fora do normal" teria chamado a minha atenção imediatamente. Me contentei com essa não-resposta e assim o tempo foi passando, mas parecia que o filme não chegava ao fim. Lógico que era um filme espetacular, mas todos aqueles questionamentos me impediram definitivamente de aproveitá-lo. Eu tentava olhar para a tela, mas sem querer já virava para aquela mulher encantadora que estava ao meu lado. Inclusive, estava tentando tomar bastante cuidado para que ela não percebesse que estava sendo observada e, assim, evitaria constrangimentos para ambas. Mas em determinado momento, eu já estava olhando para ela de uma maneira menos discreta. 

O que eu mais temia, então, aconteceu. A professora se virou para mim e me pegou "no flagra" olhando para ela. Tive vontade de desviar imediatamente, mas os meus olhos estavam fixos naquela mulher de tal modo que não consegui fazer isso; permaneci com cara de boba – e assustada, vale colocar – olhando para aquele ser lindo. Porém, o mais incrível de tudo isso foi que a Carol – bem, depois desse constrangimento todo, acho que já mereço essa intimidade... ou não – também não desviou o olhar e assim permanecemos nos encarando por sei lá quanto tempo, até que ela falou baixinho, quase encostando a boca no meu ouvido, o que me fez estremecer: 

– Não está gostando do filme, Mirela? 

– Tô... Estou, estou. Lógico que estou, professora – disse, deixando bem claro o quanto eu estava tensa. 

– Ah, é que eu esperava algo a mais dele. Você não? 

– Sim. Também. Sim, professora – a essa altura, já não dava mais para esconder o nervosismo. 

– Pode me chamar de Carol, querida. 

Oi? Como assim, produção? Eu morro na parte que ela me autorizou – talvez de maneira tardia, já que eu mesma já tinha me dado essa autorização – a chamá-la de Carol, na que me chamou de querida, ou na do sorriso lindo que ela abriu ao me dizer isso? 

– Tudo bem, Carol – ao dizer isso, sorri ridiculamente, dada a vergonha, para ela de volta. 

Ela voltou a se concentrar no filme e eu voltei a me concentrar nela. A essa altura, já tinha esquecido da presença da Letícia e das teorias da conspiração sobre o que ela era da Carol. Ela permaneceu atenta ao filme enquanto eu tive o meu momento de glória com a minha crush. Crush? Ela isso que ela era? A minha professora... Eu... Só posso estar ficando doida. Certo que mulher difícil sempre foi a minha praia, mas eu já estava indo meio longe, não é? 

Foram muitas dúvidas para um filme só e ele, finalmente, terminou. As pessoas foram saindo da sala, inclusive a Carol e a sua amiguinha – sim, agora estou com ciúmes –, mas eu decidi ficar mais um pouco para organizar melhor as minhas ideias. Quando olhei para o lado, o local onde a minha professora-crush estava há alguns minutos, eu percebi que ela tinha deixado o celular. Além do fato de que aquele era o assento dela, eu o reconheci, pois ela tinha me pedido uma ajuda com ele na segunda.  

Não sabia se o certo era não mexer nele, para evitar ser invasiva, ou fazer justamente o contrário na tentativa de localizá-la para devolver o aparelho. Mais uma vez não precisei decidir. O celular estava no silencioso, mas o visor acendeu. Nele apareceu: 

"Chamada recebida de Letícia Tim" 

– Alô (era a voz da Carol, que parecia preocupada).

– Alô, prof... Carol. Eu encontrei o seu celular aqui na sala. 

– Ai, que bom! Onde você está? 

– Eu já vou sair da sala. 

– Ah, beleza. Estou aqui em frente ao Burger King, mas já vou voltar aí. 

–  Não precisa, eu vou até aí. 

–  Certo, te espero. 

Eu não sei por que decidi ir até lá ao invés de deixá-la voltar aqui, mas fui, com muito prazer, até a praça de alimentação. Chegando lá, a encontro sentada com a tal Lê. Entrego o aparelho e ela, num gesto surpreendente, me abraça, agradecendo: 

– Muito obrigada mesmo, Mi. Esse celular é muito importante para mim. Não pelo valor, mas pelos arquivos que eu sempre esqueço de colocar na nuvem. 

– Não precisa agradecer – disse sorrindo, enquanto, infelizmente, o nosso abraço chegava ao fim. 

– Você quer me fazer companhia no lanche, Mirela? 

– Sim, pode ser. 

– A Lelê aí não vai poder ficar. 

– Ah, que pena – digo, mentindo. 

– Desculpa, gente, mas vida de mãe é assim mesmo. 

Mãe? Como assim mãe? Enquanto eu tentava entender melhor a história, ela se despediu e saiu, deixando eu e a crush a sós. Eu estava morrendo de curiosidade, até que não aguentei e dei uma de Juliano: 

– Me desculpe pela intromissão, mas (pausa) ela é sua amiga? 

– Mais que isso. Ela é minha irmã. Saiu para cuidar da coisa mais linda da vida da titia, a Serena. 

– Que legal! Adoro crianças. 

É óbvio que fiquei me sentindo otária com meus ciúmes bobos, mas tentei não lembrar disso e curtir a companhia da crush. Pedimos nossos lanches e nos sentamos de novo para comer. O papo foi fluindo muito bem. Ela começou me perguntando por que eu havia escolhido Letras, coisas básicas sobre mim. Fui respondendo e devolvendo as questões. Conversamos sobre muitas coisas, desde a questão política atual do país, passando pelo tema do doutorado dela, até sobre YouTubers e coisas mais leves. Durante o papo, eram frequentes olhares meio que intimidadores – de ambas as partes, pelo menos era o que a minha cabeça tentava me convencer – ora desviados, ora não. Em determinados momentos também, nossas mãos se encostavam timidamente, sem querer. Seguimos assim por um tempo e quando percebemos o relógio já marcava 20:32 e decidimos ir embora. 

– Você mora onde? 

– Pertinho da universidade, vou de ônibus. 

– Aceita uma carona? 

– Você mora perto de lá? 

– Não, mas não me incomodo em ir deixá-la. Já está tarde e eu não quero me sentir culpada caso algo ruim aconteça. Não resista, Mi. Por favor. 

Dito isso, ela segurou nas minhas duas mãos. Aquela já era, sei lá, a segunda vez que me chamava de "Mi" e ainda mais com aquele olhar penetrante e com suas mãos firmes e suaves nas minhas. Respondi: 

– Tudo bem, Cá – e sorri, concluindo que o apelido estava cada vez menor. 

No carro, ela colocou para tocar a música "Inverno", da Adriana Calcanhotto. Tentei não cantar, mas o amor pela arte da Adriana era mais forte. Então, baixinho, cantava, acompanhando-a:

"De lá pra cá não sei 

Caminho ao longo do canal 

Faço longas cartas pra ninguém 

E o inverno no Leblon é quase glacial" 

 

– A Adriana é maravilhosa, não é? 

– Incrível – olhei para a Carol e sorri. Eu adoro o trabalho dela. As músicas são lindas. 

– Sim – mal ela terminou de falar e a música acabou, começando na sequência "Ainda Bem", de Vanessa da Mata. Aquilo deixou um clima meio que romântico e já que a minha casa era pertinho, logo chegamos. Quando a Carol parou o carro, a Vanessa cantava o seguinte trecho: 

"Neste mundo de tantos anos 

Entre tantos outros 

Que sorte a nossa, hein? 

Entre tantas paixões 

Esse encontro, nós dois, esse amor" 

Como em um roteiro de uma comédia romântica clichê, nós ficamos nos olhando fixamente. Porém, aquele não era um olhar de vergonha ou constrangimento, era um olhar natural, de pessoas que parecem se conhecer de outros tempos. Instintivamente, nos aproximamos ao mesmo tempo e, também em sintonia, nossos lábios se tocaram e permaneceram selados por alguns segundos. Poucos. Pois logo nossas línguas dançavam em sincronia, enquanto nossas mãos deslizavam sobre os nossos cabelos, nos trazendo ainda mais para aquele beijo maravilhoso.  

Logo em seguida, ela nos afastou, acariciou o meu rosto e me deu mais um selinho. Não me contive e a puxei para mais um beijo, que foi imediatamente correspondido. Agora o ritmo estava mais intenso. Algumas vezes ela mordia meus lábios suavemente, me levando à loucura. Eu devolvia e beijava seu pescoço, mordiscava suas orelhas. Ela também. 

Quando senti que aquilo já estava ficando quente demais, resolvi chamá-la para entrar comigo no meu apartamento. A afastei de mim um pouco, em seguida dei alguns selinhos e, ofegante, perguntei: 

– Vamos entrar, Carol?

Fim do capítulo

Notas finais:

Me digam o que estão achando!

Beijos!!


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Comentários para 3 - Encontros por acaso:
ButterFlower
ButterFlower

Em: 29/12/2018

Você escreve bem! Gostei destes primeiros capítulos! Só uma dúvida: a história vai ser contada apenas na visão da Mirela?


Resposta do autor:

Obrigada!!

Não. O próximo já será do ponto de vista da Carol.

Bjs!

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