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Círculo de Fogo por Ana Pizani

Ver comentários: 3

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Palavras: 1585
Acessos: 3440   |  Postado em: 28/12/2018

Capítulo 1 - O Casamento

Todos os casamentos são detestáveis. Essa talvez seja a única frase que resuma o meu estado de humor esta semana. Esta semana não, este mês. Quem sabe a vida.

Nada de filosofias a essa hora da tarde, um sol escaldante e muita, muita gente chata. Dessa vez o casamento é da Vivi, dessa vez porque nos últimos seis meses fui em mais casamentos do que a maioria dos padres. Sim, mais uma igreja cheia de gente vazia, mais uma festa desnecessária, mais um presente que ninguém precisa. Ser prático tem seu lado bom, mas na maioria das vezes tem o seu caráter de sobrevivência, afinal como comemorar que você vai passar o resto da vida ao lado de uma pessoa que na maioria da vezes, vai ocupar o seu sofá e te trair com a primeira burra que surgir?

         Não, eu não preciso de mais uma prisão na minha vida. Já me basta o trabalho que me consome toda e ainda tem a família que me toma o resto de tempo que eu tenho. Pra mim sobram apenas migalhas de uma vida que eu não, não desejo compartilhar com mais ninguém.

         Outra chatice dos casamentos são os convidados que não te conhecem. Eles se aproximam, comentam algo de forma engraçada que soa mais como um engasgo, encostam-se a alguma pilastra e lá está você, na mira desses paqueradores de meia tigela que não conseguem roubar um beijo nem de uma boneca inflável.

         Argh... estou cansada. O relógio ainda marca seis horas e você está com um terninho estilo executiva, mas só queria estar em casa de calcinha comendo um pote de sorvet assistindo à Lagoa Azul parte dois. Fico pensando na criatividade do pessoal da tradução, se fosse eu daria outra cor à lagoa. Quem sabe rosa, roxo, vermelho. Há um mar vermelho, por que não uma simples lagoa?

         Não quero soar pedante ou coisa do tipo, apenas quero terminar a minha taça de vinho sem ser incomodada. Quase agora alguém do trabalho da Vivi me perguntou alguma coisa e eu só consegui responder “Uhum”.

         Essa festa tinha tudo para ser perfeita para qualquer pessoa e eu confesso que ando mesmo um pouco mal humorada. É que os últimos meses não têm sido muito fáceis para mim e por perceberem isso, muitos amigos parecem determinados a me tirar de casa ou de qualquer ambiente onde eu esteja sozinha.

         Semana passada foi o chá de bebê da Penélope. Na outra semana a festa de noivado da Débora. Hoje esse casamento da Vivi. E amanhã, bem amanhã é a formatura da Sabrina. Deus sabe o que eu tenho passado com todas essas roupas desconfortáveis e salto alto, geralmente prefiro me alinhar de acordo com o meu humor vestindo qualquer peça de roupa que eu veja pela frente e dormir pelo resto do dia até que o fim de semana me permita dormir eternamente.

         Devo ressaltar a beleza da decoração. O local é um chalé a beira de um rio de águas turvas e o reflexo do sol no solo parece transcender qualquer paisagem que eu já tenha visto. A comida está divina e o vinho parece ter vindo do milagre de Jesus Cristo.

         Preparo-me para sair de fininho quando uma mão toca o meu ombro. Uma mão que costumava ser mais leve e lembrar mais uma mão feminina e que agora parecia pesar mil quilos.

         _ E aí, pronta para sumir de mais uma festinha da turma?

         Era Bruna, ela parecia destinada a me encontrar em momentos inapropriados e a puxar papos desnecessários e totalmente sem sentido. Lembro de uma vez em que conversávamos sobre a dessalinização das águas dos mares e geladeiras com portas automáticas, tudo na mesma frase.

         _ Oi, Bruna!Pelo jeito algo te fez largar a academia.

         Os braços de Bruna estavam mais fortes que as minhas pernas.

         _ Ah... parece até uma corrida interminável entre lojas e eventos. Nem sem mais se tenho limite no meu cartão de tanto presente que andei comprando esse mês. _ ela olhava para uma menina bem mais jovem que conversava bem próximo de nós com um idoso que parecia seu avô, mas era seu namorado.

         _ Pois é, então... estou de saída.

         _ Não acredito! _ a cara de Bruna tentava transmitir tristeza só que mais parecia que ela estava tendo um derrame olhando para mim e piscando para a menina. Tudo ao mesmo tempo.

         _ Olha, Bruna, hoje você terá que ficar sozinha nessa. Eu estou morta de tanto cansaço e preciso urgentemente de um banho. Espero que se divirta. _ eu disse olhando para a menina e para Bruna. As duas já pareciam fazer sex* pelo olhar.

         Caminhei até Vivi com dificuldade. As pessoas encostavam-se a ela como se o vestido de noiva fosse transmitir alguma sorte. Era engraçado como aquele ritual sempre se repetia de se acreditar que algo além de nós mesmos e nossa força de vontade pode nos trazer algo como um casamento só de se passar a mão no vestido da noiva.

         Ela me olhou com desespero. Parecia com olheiras agora de perto. Lembrei-me então da mensagem no meu celular às três e quinze da manhã. Eu tinha levantado para beber água pisando duro após um pesadelo.

“Ainda dá tempo. Posso desistir disso. Apenas diga alguma coisa.”

         Eu não disse nada e não sei se alguma palavra minha poderia ter destruído tudo o que eu via agora. O que eu sei que eu não faria uma coisa dessas, entrar na vida de uma pessoa e não sair na hora certa e ainda deixando rastro de merd* pelo caminho todo.

         Ainda me lembro de quando era uma menina briguenta e suja e entrava em casa com meus pés fedorentos e enlameados. Mamãe parecia sentir meu cheiro de longe e já aparecia com um pano e um balde. Em alguns momentos devo confessar que pensei que mamãe não dormia sem aqueles acessórios ao lado da cama.

         _ Vivi, eu já estou indo. Muito obrigada pela festa e tudo estava maravilhoso!

         Júnior, seu agora esposo, apesar de estar rodeado de velhas senhoras assanhadas conseguiu achar espaço para nos observar. O que achava que eu iria fazer? Beijá-la na frente de todo mundo?

         A maioria das pessoas casam -se quando tudo vai mal, como se aquele ato representasse uma última alternativa quando deveria soar mais como um começo.

         Ficamos muitos anos sem nos encontrarmos até que após uma festinha de reencontro da turma da escola passamos a nos encontrar (os três) para orgias. A coisa toda durou um ano até eu me apaixonar pelo risco de ficar com a Vivi escondido dele.

         Preciso narrar com cuidado o ato do descobrimento (ou seria “achamento”?) no sofá da casa que eles já dividiam. Creio que naquele dia eu tive mais medo de morrer do que quando andei de montanha russa ou fui atropelada na rua da minha casa. Sério, eu pensei que ele nos mataria ali mesmo, mas graças a Deus ainda existem palavrões no mundo que dão conta do recado.

         Depois disso nos encontramos e resolvemos tudo como pessoas civilizadas e cá estou no casamento oficial dos dois. A Vivi ainda me ligou muitas vezes, mas eu estava irredutível. Eu precisava seguir a minha vida sem machucar tantas pessoas.

         Não estou dizendo isso como se estivesse me exibindo, para falar a verdade isso tudo que me acontece só me faz acreditar mais no trabalho e menos no amor. Um pouco descrente talvez, mas ninguém pode me provar que estou totalmente errada.

         Tenho visto uma onda de pessoas jovens que mal se formaram na escola casando e tendo filhos sem sequer terem vivido um pouquinho que seja. Outras vezes pessoas inteligentes e estáveis se casam somente para dar fim a uma monotonia solitária ou para estender a coisa toda a mais uma pessoa.

         E aqueles ainda que nem sequer conseguem equilibrar o corpo na vida e já caem em relacionamentos abusivos e totalmente desgastantes.

         Acho que o vinho fez efeito. Agora parece doce em meus lábios. É fácil resistir a uma tentação quando se está longe. Tenho certeza que Eva evitaria a maçã se ela fosse apenas uma foto no instagram. Agora de repente a minha maçã está a poucos metros de mim se desvencilhando das pessoas para conseguirmos conversar a sós.

         _ Você tem certeza que o silêncio é a melhor resposta? Acha mesmo que é disso que precisamos agora?_ ela parecia chateada e um pouco alterada.

         _ Olha, Vivi, acho que nós já conversamos sobre isso. Espero que vocês sejam muito felizes e que você não estrague este momento. O Júnior está nos observando e eu não quero confusão.

         Os olhos de Vivi estavam frios e tristes. Ela parecia mais velha do que era realmente. Suas mãos pareciam enrugadas e sua maquiagem não disfarçava as olheiras profundas.

         _ Tudo bem. Eu não vou mais correr atrás de você. Obrigada por ter vindo e desculpa por ... por tudo._ ela olhava para as pessoas com um sorriso torto.

         Eu mal conseguia encará-la nos olhos e eu não conseguia entender o porquê.

         Beijei-lhe o rosto diante os olhares invasivos de algumas pessoas e saí dali quase correndo. Com sorte não tropecei pelo caminho. Fiz sinal para um taxi que parecia ter caído do céu e fui embora sem olhar para trás.

Fim do capítulo


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Comentários para 1 - Capítulo 1 - O Casamento:
rhina
rhina

Em: 15/02/2020

 

Oi

Boa tarde.

Cara ......

Narrativa tão viva......real

Gostei.

Rhina

Responder

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Donaria
Donaria

Em: 27/03/2019

Olá autora...ouvi muitos elogios a sua escrita e vim aqui confirmar...o tema já chamou minha atenção. beijos 


Resposta do autor:

Olá Sophie! Obrigada! Boa leitura!

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Van Rodrigues
Van Rodrigues

Em: 29/12/2018

Olá, 

Estava procurando uma história para ler e adorei a forma como você escreve.

Logo que comecei a ler o capitulo, eu já fiquei empolgada. Rsrs 

Parabéns pela história!

Desejo muitas inspirações a você!

Você escreve muito bem.

Beijos!


Resposta do autor:

Olá! Acho que nem sei o que dizer além de muito obrigada! Eu que agradeço por você ter lido. Espero que continue por aqui. Bj

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