Patrícia

Passei o dia todo morrendo de raiva de mim mesma. Raiva por ter acreditado nela. Raiva. Ódio! RAIVA e principalmente tristeza... Quando eu a vi aos beijos com a mulher daquele fazendeiro, dentro da baia, a minha vontade era separar as duas e encher a cara da Lorenza de tapas.

“Puta merd*, Patrícia, só você mesmo para achar que poderia ser suficiente para ela. Uma mulher acostumada a ter todas as garotas mais bonitas do mundo aos seus pés! Pelo que falam por aí, ela não se apega!”.

O pior de tudo é que a cretina ainda quis me cumprimentar como se nada tivesse acontecido. Sai do seu abraço como se ela fosse aquele tio que a gente só encontra em festa de família e que se acha o engraçadão. Aquele tio do “pavê ou pacumê”.

Durante todo o dia ela continuava a me olhar e a mandar mensagens. Eu consegui fugir sempre. Vovó me perguntou o que eu tinha e eu respondi que era apenas dor de cabeça. Logicamente dona Carolina me olhou com aquela cara de sabe-tudo, mas deixou por isso mesmo. Na festa, Ramiro me tirou para dançar porque tia Zefa teve que abrir a boca e contar que eu fiz dança por dez anos. Eu realmente amo dançar, mas nas apresentações sempre dava um jeito de fingir uma lesão e ficar bem atrás. Meus professores nunca entendiam como eu era tão azarada. Ainda lembro a primeira vez em que me apresentei e dona Maria Luiza chegou e disse: “Patrícia, minha filha, nem tirei fotos! Como iria mostrar para as minhas amigas que a minhas filha parecia uma linguiça bock vestida com aquele figurino vermelho?”.

Na pista de dança, tive que fugir dos pés do pobre Ramiro. Se fosse uma competição de “ESMAGAR OS PÉS DA PATY”, ele seria o vencedor com certeza. Ele parecia aqueles bonecos de postos todo duro que só mexem os braços. Até pensei em guiar a dança, mas ele parecia tão concentrado que até pensei ouvir “1, 2, 3” quando ele mexia os lábios. Duro foi ver Júnior e a Lorenza rindo da gente. RAIVA!

Lorenza estava sempre rodeada pelas gralhas surubentas. As chiranhudas não davam um espaço para ela respirar. Lógico, ela tá maravilhosa com esse cabelo curto! Um tesão! Hoje pela manhã nem a reconheci, falei para vovó que aquele juiz loirinho bonitinho estava acenando e ela riu dizendo que era Lorenza.

Graças a DEUS Ramiro precisou levar os pais embora mais cedo. Fiquei procurando minhas avós e nada delas, até que o Júnior chegou e disse que elas pediram para Lorenza me levar em casa. “Puta merd*, meu! Só me faltava essa!”.

Eu tava morrendo de ódio de mim mesma por sempre olhar para Lorenza onde ela estivesse. Parecia um imã. Meus olhos a procuravam sempre. Júnior ficou comigo fazendo companhia e me contou que Lorenza estava brava com a piriguete amazona toda trabalhada na calça de oncinha que a agarrou a força e quase que o marido da vadia as pega. Então... Foi isso... “Puta merd*!”.

Olhei para Lorenza que me olhava enquanto dançava com algumas gralhas vagabundas. “Puta merd*, Paty. Fez merd* de novo!”. Lô pouco estava dando bola a elas, que se roçavam nela como se fosse um pole dance.

“Puta merd*! O que eu faço? O que eu faço?”. Peguei Júnior pela mão e o fiz me acompanhar até a pista de dança. Os olhos da Lô não me deixavam um minuto. Ela parecia um falcão olhando para o ninho. Júnior dançava comigo, mas estava completamente desconfortável. Falou que não queria problemas com a amiga.

A batida de um grande sucesso começa e a pista enche de pessoas querendo dançar. Eu apenas fecho meus olhos e começo a me mexer como se estivesse sozinha.

A música sensual pedia movimentos luxuriosos, que eu só havia feito no meu quarto sozinha... Dançando sem ninguém por perto. Imaginei que era a Lorenza ali e não o Júnior. Meu corpo se acendeu e eu me remexi como nunca antes havia feito na vida. Eu estava amando a sensação de dançar sem ninguém me julgar ou falar que parecia ridícula. Sorri colocando as mãos no cabelo enquanto requebrava mais ainda o quadril.

— Dança comigo... – Me assusto ao sentir o corpo dela nas minhas costas nuas, sua voz rouca ao meu ouvido, as mãos na minha cintura — Des... pa... ci... to... – A cada sílaba eu ondulava meus quadris junto ao dela.

— Lorenza eu... – Tentei me afastar para falar e pedir desculpas, mas sua mão me apertou a cintura numa pressão gostosa.

— Dança... Vem... Não vou te decepcionar como aquele mané. – Ela sorriu para mim e eu percebi que estava falando do pobre do Ramiro. Começamos a dançar coladas... Eu sentia o bico dos seus seios rijos nas minhas costas, seu hálito no meu pescoço, seu corpo roçando no meu... E sua voz cantando a música ao meu ouvido.

♫Sí, sabes que ya llevo un rato mirándote

Sim, sabes que já tem tempo que te observo

Tengo que bailar contigo hoy

Tenho que dançar contigo hoje
Vi que tu mirada ya estaba llamándome

Vi que teu olhar já estava me chamando

Muéstrame el camino que yo voy

Mostre-me o caminho que eu vou

Eu sorri para ela virando a cabeça de lado, passei as mãos pelos meus cabelos, sem deixar de acompanhar seus passos, sua mão desceu para meu quadril e apertou forte... Ah... Nossa... O tesão tomou conta de mim me fazendo enlouquecer e virar para ela apoiando uma das mãos no seu braço e com a outra enlacei seu pescoço. Rocei minhas unhas na sua nuca desnuda e amei a sensação.

Dançávamos sensualmente à medida que a música tocava. Eu estava pouco me fudendo com quem pudesse estar nos vendo, e isso era inédito e libertador. O importante era ela, ali... Ao alcance das minhas mãos.

Tú, tú eres el imán y yo soy el metal

Tu, tu és o ímã e eu sou o metal

Me voy acercando y voy armando el plan

Vou me aproximando e armando o plano

Solo con pensarlo se acelera el pulso

Só de pensar nisso o coração se acelera 

A letra da canção parecia ter sido feita para gente. As mãos de Lorenza acompanhavam o ritmo sempre me tocando... Apertando... parecendo querer memorizar cada curva do meu corpo... Seus dedos roçavam minha barriga por baixo do tecido da blusa e aquilo estava me deixando completamente molhada.

Ya, ya me está gustando más de lo normal

Já, já estou gostando de você mais que o normal

Todos mis sentidos van pidiendo más

Todos meus sentidos vão pedindo mais

Esto hay que tomarlo sin ningún apuro

Isto deve ser alcançado sem qualquer problema

Despacito

Devagarinho

Quiero respirar tu cuello despacito

Quero cheirar teu pescoço devagarinho

                Ela lambe meu pescoço e mordisca o lóbulo da minha orelha, puxando-o entre os dentes.

Deja que te diga cosas al oído 

Deixe que eu te diga coisas no ouvido 

Para que te acuerdes si no estás conmigo

Pra que te lembres delas quando não estiver comigo

Despacito

Devagarinho

Quiero desnudarte a besos despacito

Quero te despir com beijos devagarinho

Firmo en las paredes de tu laberinto

Escrevo nas paredes do teu labirinto

Y hacer de tu cuerpo todo un manuscrito

E fazer de teu corpo inteiro um manuscrito

                Ela canta sensualmente em um espanhol perfeito sem sotaque... e... PUTA MERDA... “Será que é possível eu goz*r com apenas uma dança?”. Eu tenho certeza que eu iria descobrir isso logo. Colamos nossas testas nos olhando nos olhos. Levei a mão direita até seus cabelos curtos os agarrando entre meus dedos. O mundo ao redor não existia.

Quiero ver bailar tu pelo

Quero ver dançar teu cabelo

Quiero ser tu ritmo

Quero ser teu ritmo

Que le enseñes a mi boca

Pra que tu ensines à minha boca

Tus lugares favoritos

Teus lugares favoritos

                Eu imaginava ela beijando todo meu corpo... Toda minha pele... Provando, saboreando... Aprendendo junto comigo o que eu mais gosto.

Déjame sobrepasar tus zonas de peligro

Deixe-me ultrapassar tuas zonas de perigo

Hasta provocar tus gritos

Até provocar teus gritos

Y que olvides tu apellido

E que tu esqueças teu próprio sobrenome

         Lolo dançava muito bem. Ela encaixou sua perna entre as minhas e tudo ficou MUITO melhor. Eu diria que MARAVILHOSAMENTE melhor.  Eu sorri para ela me curvando para traz, a puxando mais contra mim... Quase cavalgava em sua perna mexendo os quadris ondulando no ritmo da música. Eu estava molhada... Muito... Muito... Muito molhada... E se ficasse mais alguns minutos eu teria um orgasmo na frente de dezenas de pessoas... PUTA MERDA!

         Ela me girou ficando novamente nas minhas costas rebol*ndo... Gingando os quadris... Seu sex* batendo na minha bunda, completamente agarrada a mim. Eu me agachei rebol*ndo mais ainda e consegui tirar um gemido dos seus lábios.

— Não quero ser chato, mas se eu estou com a barraca armada, mesmo não querendo, vendo vocês... Imagina o resto da peonada. Não é melhor vocês irem para um lugar que tenha menos gente? – Júnior fala e Lorenza me abraça protetoramente olhando com cara feia para todos os lados. Noto que realmente uma plateia se formou nos vendo dançar.

Sem falar uma palavra, ela segura minha mão e caminhamos rapidamente em direção a uma parte mais escura, onde ficavam alguns estandes que estavam fechados. Logo reconheci seu trailer e mordi meu lábio pensando naquela cama. Ela abre a porta e nos leva direto para o quarto sem falar uma palavra. Minha nossa, que gelado estava ali dentro com o ar condicionado ligado no máximo. Eu me encosto na pia a olhando e passando as mãos pelos meus braços, tentando me aquecer. Lorenza coloca uma mão em cada lado do meu rosto.

— Patrícia, por que... – Seguro seu rosto com as minhas mãos e colo nossos lábios. Ela não perde tempo e gruda seu corpo ao meu soltando um gemido. Sua língua invade a minha boca e eu sou tomada pelo seu gosto como se fosse uma explosão que inebria meus sentidos.

Ela espalmou a mão sobre o meu sex* coberto e eu sinto tremores nas minhas pernas como se eu não fosse capaz de ficar mais em pé. Ela mordia meu pescoço, mas sempre voltava para os meus lábios como se aquilo fosse seu novo vício. Lô me puxa para sentar em cima da pia enquanto aperta o meu seio direito mordendo os lábios como se estivesse se controlando.

— Caralh*, não me pede pra parar agora. – Ela disse com uma voz rouca, quase embriagada pelo desejo, enquanto tentava levantar a minha blusa, mas eu seguro as suas mãos com vergonha e medo. Não com medo dela... Nunca... Mas com medo de não ser o que ela esperava. Medo dela me ver nua... Medo de não saber o que fazer para satisfazê-la... Medo de não ser suficiente.

— Lô... Por favor... Eu não posso...

— Paty, a gente só vai fazer o que você quiser, mas por favor... Eu preciso sentir teu gosto eu tô quase enlouquecendo... Eu só penso nisso... Deixa, vai... Deixa, coração... –  Ela recomeçou a me beijar. Seu cheiro amadeirado anestesiava todos meus sentidos, seus beijos, seu toque... Seu gosto... Como dizia a música eu já estava a ponto de não saber mais o meu sobrenome!

         Ela leva as mãos ao botão da minha calça e para me olhando como se pedisse permissão. Eu coloco a minha mão sobre a sua a impedindo.

— Deixa eu sentir teu gosto morena... Por favor... – Falou ch*pando minha orelha me apertando contra o seu corpo como se quisesse me fundir a ele — Olha só... Faz como na webcam,então... Se toca... Sente o quanto você está molha... – Eu já estava com minhas mãos em suas costas por baixo da camisa e quando ela me lembra o episódio do sex* virtual arranhei sua pele com gana. Ela gem*u forte no meu ouvido me deixando louca... Resolvi fazer a sua vontade e abri eu mesma o botão da minha calça. Lorenza me olhava sem perder um movimento meu, com um olhar no mínimo depravado... Com o coração aos pulos e sem acreditar no que estava fazendo, abri o zíper e enfiei a mão por dentro da minha calcinha. Gemi ao sentir o quanto realmente estava encharcada e ela me beijou mordendo meu lábio inferior, sugando forte... — Agora chiliquenta... Deixa eu sentir o teu gosto, põe seus dedos na minha boca... Põe... – Quase desfaleci ao ouvir aquilo. Ela queria que eu colocasse meus dedos molhados em sua boca... Aquela experiência estava sendo demais para mim. — Me deixa ch*par teus dedos... Vai... – Os olhos dela queimavam feito ferro em brasa... Tirei minha mão lentamente de dentro da minha calça, mas não tive coragem de fazer o que ela pediu ficando paralisada. Ela encarou o fundo dos meus olhos, segurou minha mão e conduziu meus dedos até o seu nariz aspirando profundamente com os olhos fechados como se fosse uma fragrância única, um perfume dos mais raros... Sua expressão de prazer... Puta merd*... Se eu morrer agora, morro feliz. Lô aproxima os meus dedos molhados aos seus lábios... Perdi o fôlego, a respiração... Meu sex* se contraiu latejando forte ao sentir sua língua, sua boca sugando meus dedos... Um a um...

— Deliciosa... – Ela diz sorrindo após de deixar meus dedos sem nenhum resquício da minha lubrificação, deixou-os limpinhos.

Em um rompante de coragem misturada com luxúria peguei sua mão a conduzindo para dentro da minha calça, ajeitei um pouco mais o corpo para sua mão se mover mais fácil entre o tecido e a minha pele.

         Lolo leva os dedos no meu sex* molhado e fecha os olhos gem*ndo. A sensação que eu tive foi a de uma descarga elétrica. Eu queria mais. Lolo, fica imóvel, sem se mexer... Posso sentir nossos corações baterem descontrolados.

         — Porr*, Paty, tão deliciosamente molhada... – Ela suspira fundo como se tentasse se controlar e começa a retirar a mão. Eu a impeço num pedido silencioso. Seguro o seu punho e faço pressão do meu quadril na sua mão.

— Faz... faz como você me mostrou? – Senti minha face corar na mesma hora em que disse essas palavras, mas aquilo pareceu deixar Lorenza mais excitada. Ela sorri maliciosa e me faz abrir mais as pernas. Dois dos seus dedos tocam meu clit*ris quase que cuidadosamente, mas aos poucos e motivada pela reação do meu quadril que a acompanhava, ela movimenta-se mais rapidamente e eu gemo alto. Ela parece querer beber os meus gemidos porque cola os lábios nos meus sugando... Sugando. Sua boca acompanhava o ritmo dos dedos.

Nunca havia sido tão bom assim, mesmo quando eu me masturbava... PUTA MERDA! Era muito melhor que em meus sonhos! Eu mexia o quadril tentando aprofundar o atrito... Seus dedos acertavam o ponto certo que me dava mais prazer... Ela agarrou meus cabelos firmando minha cabeça para olhar diretamente para ela.

— Assim? – Eu balancei a cabeça confirmando. — Fala chiliquenta... Ou assim... – Ela deu um pequeno apertão e eu dei um grito fininho... PUTA MERDA!

— Assim, Lolô... – Falei totalmente incoerente.

— Qual dos dois? Diacho, você é muito gostosa... – Ela me morde no pescoço e ch*pa o local.

— Pri... primeiro, Lô. – Eu não entendia o porquê de ela gem*r também, mas ela gemia e parecia estar amando aquilo. Nossos gemidos eram altos e eu agarrei seu pescoço cravando as minhas unhas na pele desnuda. — Lô... Lô....

Ela intensificou os movimentos e eu arqueei as costas sentindo o gozo que veio intenso, forte e longo... Eu nunca havia goz*do tão gostoso. Eu me sentia completamente esgotada. Era capaz de cair e dormir ali mesmo.

Meu peito subia e descia ainda tentando acalmar a respiração, quando eu a vejo tirar os dedos de dentro da minha calça olhando hipnotizada para o que tinha neles.

Lorenza levou os próprios dedos repletos do meu gozo para sua boca e os ch*pou fechando os olhos e dando um longo gemido satisfeito. Aquilo me fez ficar excitada novamente, mas como isso é possível?

— Eu tinha certeza... Doce... Olha... Prova. – Ela coloca dois dedos perto da minha boca e eu faço o que nunca pensei que faria na minha vida. Ch*pei seus dedos ainda com meu gozo... Olhando para seus olhos sensualmente.

Fim do capítulo