Lorenza

Abri espaço para perguntas após a minha apresentação. Estava, finalmente, terminando de responder a última. Queria muito ligar para Patrícia antes dela dormir.

— ... e esse é o meu modo de trabalho. É por isso tenho conseguido resultados tão significativos. – Finalizo sorrindo e sou aplaudida. Fiquei por ali cumprimentando algumas pessoas quando ouvi uma voz em meu ouvido.

— Aí, se eu curtisse uma bofinha... Eu ia fazer uma festa hoje com essa loira delícia. – Me virei já abraçando minha amiga de faculdade e parceira em vários trabalhos.

— Adriel, por que não me disse que você viria? Eu ainda te perguntei sua safada... Como você está?

— Eu realmente não vinha, era a mana que deveria estar aqui. Mas de última hora resolvemos trocar. Bora lá pro estande? Tenho muita coisa pra te contar.

Eu e Adriel nos conhecemos na nossa graduação, na faculdade em Viçosa, eu em veterinária e ela em zootecnia. Na verdade, nos conhecemos no Centro Acadêmico jogando truco. Ela teve que terminar sua graduação em Brasília, para poder assumir o escritório da fazenda de lá. Porém nunca perdemos contato.

Hoje, quase 15 anos depois, ela e a irmã tinham conseguido fazer a Fazenda Zebu se tornar a maior vendedora de genética de reprodutores de diferentes raças de corte e leite no Brasil e no mundo.

Já sentada no loft do estande, começamos a conversar e ela me contou a tão sonhada novidade.

— Pois é amiga, você vai ser titia, o meu amor está grávida de três meses – Ela quem parecia estar carregando um filho, de tão radiante que ela estava.

— Caramba, Adri! Parabéns! – Abracei minha amiga.

— Vida deu à louca: bateu o pé dizendo que estava passando de hora e aqui estamos felizes da vida. Comprando tudo para bebê que vemos em nossa frente. Ah, esqueci de dizer: são gêmeos. – Arregalei os olhos

— Fecundação in vitro?

— Sim, Bruno doou o sêmen e eu o óvulo.

— Cara, to muito feliz por vocês... Eu não vejo a hora de ter os meus. Você usou os congeladinhos? – Quando fiz 34 anos fui até um centro de fertilização e armazenei vários óvulos. Adriel embarcou na ideia e fez o mesmo. Pode parecer meio loucura, mas trabalhamos com isso e, e sabemos de todos os prós e contras de usarmos óvulos colhidos com mais de 40 anos. Na minha opinião não tem nada melhor do que se precaver.

— Usei sim. E você pretende usar os seus quando? Mas pra isso precisa de sossego Lorenza. Como está o iceberg aí? – Apontou para o meu coração.

— Ah, você sabe... Ninguém me quer seriamente, elas só querem meu corpinho – Rimos às gargalhadas.

A tarde foi regada a risadas e muito whisky. No início da noite a esposa da Adriel chegou, mais bonita que nunca. Eu posso afirmar que eu nunca a tinha visto tão linda.

Estar ali com elas, depois de tudo que ouvi de Luiza, depois da angustia que o filha da puta do Júnior me fez passar, me fez resolver abrir meu coração para as duas.

— Tem uma garota... Eu não paro de pensar nela... – As duas me olharam com os olhos arregalados.

— Oi? – As duas disseram juntas. — Tem alguma coisa a ver com o tanto que você olha para esse celular?- ela se referiu ao tanto de fotos e mensagens que eu passei durante o dia.

Sorri, entrando no perfil da oncinha e mostrando a elas a sua foto.

— Essa é a Patrícia...

— Uauuuu... Que gata! – Adriel falou empolgada.

— Nossa Lô, ela é linda demais! Estão juntas há quanto tempo? – Perguntou sua esposa pegando o celular da minha mão.

— Não estamos juntas, nunca ficamos... – Novamente elas me olharam espantadas.

— Oi? – Disseram novamente juntas e eu sorri.

Contei tudo a elas da forma que nos conhecemos... Do que eu sentia quando nos tocávamos... Do que ela presenciou no riachão... Do pedido de sermos só amigas... Da angustia que senti ao ver a postagem do Júnior. Parecia que elas estavam assistindo a um filme, nem piscavam, só faltou mesmo o balde de pipoca.

— Posso estar sendo repetitiva amiga, mas UAUUUUUU. Eu te juro que já tinha perdido a Fé em você – Falou Adriel arrancando gargalhada de nós três — Mas posso te dizer uma coisa, você está apaixonadinha amiga, e o mais surpreendente, por alguém que você nem ficou.

O estande das meninas estava cheio de brasileiros e havia uma menina tocando músicas da nossa terra. Prestei atenção na música que tocava e resolvi investir pesado.

Eu:

Eu sei que você ainda tá dormindo. Eu tô no estande da minha amiga de faculdade, ela está expondo aqui. Estamos aqui comemorando a gravidez da esposa dela. Gêmeos Paty, elas vão ter gêmeos! Desculpe, eu tô meio bêbada, mas começou a tocar uma música e eu só consegui pensar em você. Escuta https://www.youtube.com/watch?v=NpIanaBFVXE queria tanto que você tivesse aqui...

                                                                                          07:45 PM

Abri a foto do seu perfil novamente e só então ouvi Adriel dizer:

— Olha só isso, amor, Lorenza tá apaixonada... Tá apaixonada... Obrigada senhor, o mundo ainda tem salvação... Vai chover no Sertão!!!

Eu estava com um sorriso permanente no rosto. Eu estava tão feliz, estava me sentindo literalmente uma adolescente apaixonada pela primeira vez. Após o encerramento da feira, as gurias me chamaram para continuarmos a beber no hotel delas. Fomos e eu continuei engatada na bebida...

Acordei na cama de solteiro ao lado da cama das meninas, eu estava sozinha no quarto, no criado mudo ao lado, um copo com água, alguns analgésicos, meu celular e um bilhete de Adriel.

“Gostosa, já fomos para o evento. Acho que você não acordará de ressaca, já que só tomamos whisky. Contudo achei melhor garantir, né´? Rsrs

Dê uma olhada no espelho e me fala o que achou do visual novo... Eu amei o meu!

Tu lembra?”

Tomei uma analgésico pois estava com uma dor fininha na cabeça. Mas estava de boa. Peguei meu celular e fui ver o que eu tinha aprontado.  As lembranças foram vindo aos poucos e eu me lembrei que tinha ligado para oncinha. Primeiro por telefone, depois por chamada de vídeo. Me lembrei da promessa que fiz, que se eu conseguisse fazer a Dona Onça dizer que teria filhos comigo eu cortaria o meu cabelo curto... Adriel, que estava bêbada como eu, disse que cortaria o dela também se eu conseguisse.  Não me lembro da resposta dela, mas sorri vendo que eu paguei a promessa assim que toquei meus cabelos...

Me levantei e fui direto para o banheiro, me olhar no espelho e não contive a gargalhada.

— Não é que ficou bom... Adriel tem uma cabelereira de mão cheia em casa! A danada mandou bem, arrasoooou! - Tomei um banho demorado, me recordando de mais coisas, e tendo a certeza de que muita coisa boa estava por vir.

Ainda estava meio inconformada com o modo que me “declarei” para Paty.  “Eita, Lorenza, acho que você fez merd* de novo, mulher! A chiliquenta é uma mulher que deveria ser tratada como uma princesa e o que você faz? Fica bêbada e fala uma porr*da de coisa sem sentido!”. Se bem que imaginar uns bacurizinhos loirinhos e de olhos azuis que nem os dela correndo pela fazenda e deixando a Bá de cabelos em pé me fez rir sozinha. Nossa senhora... Seria uma combinação perfeita se fosse possível... Se bem que vou preferir todos parecidos com ela, ter uma mini chiliquentinha para chamar de minha.

Mandei uma mensagem para ela, dizendo que estava com saudade e que eu me lembrava sim do que havia feito ontem. Combinamos de conversar quando eu voltasse ao Brasil e isso fez meu peito bater forte como se fosse um coice de mula.

O evento chegou ao fim e eu ainda fiquei mais dois dias na cidade fechando alguns contratos. Não via a hora de voltar para casa... Voltar para perto da mulher que estava me fazendo sorrir a cada mensagem ou foto que me mandava.

Cheguei em casa na quinta à noite após Júnior me buscar no aeroporto em Campo Grande. Acho que nunca dei tanto tapa nele na minha vida, mas convenhamos, ele mereceu por me fazer passar tudo aquilo.

Dormi a sexta quase toda para me adaptar novamente ao horário local. Troquei mensagens com a chiliquenta, e combinamos de nos ver na manhã seguinte na Festa do Leitão no Rolete. Eu teria que estar lá às 7h. Assim como todos os anos, seria a Juíza e veterinária responsável pelos animais. Então eu examinaria os equinos que participariam da prova de três tambores logo pela manhã. Estava analisando os exames de Anemia dos animais que iriam competir quando ouvi uma voz ao meu lado.

— Bom dia, Doutora... Estava com saudades... – Disse Ângela me entregando o exame e documentos da sua égua.

— Oi, Ângela. Pronta pra ganhar hoje de novo? – A cumprimentei com dois beijinhos. — Como você está, Jonas?  – apertei a mão do seu marido com um sorriso aberto nos lábios.

— Tô nervosa, Lorenza, mas acho que levo o prêmio novamente – Me disse animada.

— Vou torcer por você! – Disse com sinceridade.

— Mudou o visual? Gostei! – Disse Jonas me dando uns tapinhas nas costas.

— Mudar às vezes é bom, meu amigo.

Já no início da competição vi Patrícia nas arquibancadas com Dona Carolina e Zefa, a reconheci pelo seu chapéu rosa. “Nossa! Que saudades da minha Barbie Rural.” Dei um sorriso acenando para elas. Ela pareceu não me reconhecer no primeiro momento, mas em seguida abriu um sorriso que eu posso classificar como no mínimo maravilhoso.

A prova chegou ao fim com Ângela levando o primeiro prêmio na categoria aberta. Notei que sua égua estava com desconforto em uma das patas traseiras. A levei para a baia analisando. Não era nada de grave, ela só havia perdido uma ferradura. Estávamos só nós duas dentro da baia. 

— Eu vou chamar o ferreiro pra ele providenciar um novo ferrageamento, mas ela está ótima. – Eu disse já abrindo a porta para sair.

— Ei, por que a pressa? Eu que quero sua atenção agora. Estou morrendo de saudades – Disse já me abraçando pela cintura.

— Ângela, melhor conversarmos depois...

— Quem disse que quero conversar, eu estou louca de Tzão... Fiquei toda molhada quanto te vi com esse cabelo curto.

— Ângela, eu sinto muito, mas não ficaremos mais juntas... Eu estou gostando de uma garot... – Ela me beijou, me pegando de surpresa, me segurou pela nuca fazendo com que meu chapéu caísse... A afastei com firmeza. — Me desculpa, coração, mas não dá mais...

Ouvimos vozes no lado de fora da baia e reconheci a de Jonas explicando o que havia acontecido com a égua. Peguei meu chapéu já saindo da baia. Sorri ao ver as três ali conversando com Jonas. Me aproximei as abraçando. Procurei pelo olhar de Patrícia, mas ela não me encarou.

Ângela já estava ao lado do marido as cumprimentando também.  Tentei de todas as formas contato visual com a oncinha. Mas ela me ignorou como se eu não fosse ninguém. “Eita diacho, o que será que ouve?”.

Eu ainda tinha cavalos a analisar e me afastei, sem entender aquele tratamento dela comigo. Será que não tinha gostado do meu corte de cabelo? Não pode ser... Depois que fizemos sex* pela Web, Patrícia sempre inventava desculpas para não nos falarmos por chamada de vídeo. Acho que por timidez, pois tanto por telefone quanto por mensagem estava melhor que nunca nossa interação. Então resolvi deixar que ela visse pessoalmente meu novo visual.

Assim que me afastei passei mensagens perguntado o que estava acontecendo, ela me ignorou na alta. Aquilo me deixou chateada, eu com uma saudade imensa e ela me tratando com tanta frieza.

Resolvi me dedicar às coisas que ainda faltavam organizar. O meu trailer iria ficar em exposição para visitação para os alunos das escolas da cidade.

Tentei ligar para Patrícia, mas chamou até cair na caixa de mensagens, onde eu fiz mais uma tentativa, deixando uma mensagem de voz dizendo que estava morrendo de saudades. No fim do dia, fui para o trailer tomar um banho e descansar um pouco. Patrícia havia ido embora com as avós no meio da tarde, mas sei que à noite estariam de volta para a festa.

A noite chegou trazendo Patrícia de volta, mas o jeito de me tratar era o mesmo. Eu realmente não estava entendendo a forma fria com ela me olhava, ela não respondia minhas mensagens, não me olhava nos olhos, me ignorava completamente. Eu tinha vontade de laçar aquele minipônei emburrado, colocar ela no meu trailer e só sair de lá quando tudo estivesse resolvido.

A banda já animava a pista de dança com as músicas que todo mundo gosta.  Eu estava em uma mesa com alguns amigos e clientes, onde descia uma garrafa de whisky atrás da outra. Eu já tinha visto ela sentada em uma mesa mais adiante junto as avós e a família do Joaquim.

— O que deu na chiliquenta? – meu amigo me pergunta baixinho.

— Cara, vamos respeitar, só eu posso chamar ela assim...

— Aí, mandou bem! Senti firmeza! – Júnior brinca e eu acabo dando um murro no seu braço.

— Se eu soubesse, tava feliz e iria resolver! Será que ela não gostou do meu cabelo? Ontem nós nos falamos normalmente, mas hoje de manhã quando eu fui dar um cheiro bem gostoso nela, parecia que eu tinha virado a peoa do primeiro dia. Nem me olhou na cara!

— Acho que tem caroço nesse angu aí!

— Pois é! – Ficamos olhando a pista de dança quando vejo passarem rodopiando Zefa e Carolina. Pelo jeito a dona Carol logo vai ter que levar a esposa pra casa, porque Zefa já estava naquele estágio de se riscar um fósforo perto explode.

— Olha aí a Ângela dançando com aquele peão ali! Daqui a pouco é sarração ao vivo! E o corno tá aqui bebendo com a gente. – Júnior fala baixinho para que ninguém escute.

— Cara, nem te conto... Essa maluca me agarrou hoje cedo lá na baia.

— Comeu? – Júnior me pergunta safado.

— Não tive vontade nenhuma. Afastei ela e disse que agora seria diferente. E o pior é que o corno tava na rua falando com a dona Carolina, mais um pouco tinha visto o beijo.

— Caralh*, minha irmã!! – Júnior foi interrompido pela Zefa loucaça nos abraçando.

— Ó ces dois... amo ces como se fosse filhus... – A mulher tinha um bafo de pinga e estava emotiva. Ainda bem que a dona Carolina apareceu logo para nos resgatar. Zefa quando fica assim chora e ama todo mundo!

— Ai, Zefinha... Júnior, fala pra Paty pegar uma carona com o Ramiro? Vou levar minha esposa pra casa.

— Deixa que eu levo a Patrícia depois Carolina. – Só por cima do meu cadáver eu deixaria o Ramiro junto da minha oncinha.

— Mas você tá bebendo, melhor não... – Ela olhou para meu copo.

— Já parei! – coloquei o copo na mesa. — Agora só água! Eu juro.

— Vem Cá, vem dança... ó – Zefa começou a fazer a dancinha da sofrência cantando a plenos pulmões o refrão da música que estava dando a pouco!

♫ Sabe por que eu não te largo?

'Cê faz gostoso e ainda põe leite condensado

Sabe por que você não me deixa?

É que eu misturo romance com safadeza ♫

(N/A: Ouça Wesley Safadão e Anitta – Romance Com Safadeza https://www.youtube.com/watch?v=J2Ra63wi5gE)

Júnior e eu riamos demais e até Carolina não se aguentou.

— Zefa, vamos amor... – Ela foi pegando a esposa pelo braço.

— Cá, tem leite condensado em casa? – Disse Zefa saindo.  Nós dois gargalhamos tanto que tivemos que ir até o banheiro esvaziar a bexiga senão a gente ia se mijar ali mesmo.

Na volta ouvi alguns comentários e olhei para a pista de dança. Trinquei os dentes ao ver o babaca daquele advogadozinho de merd* tentando conduzir muito desajeitadamente nada mais nada menos que a minha oncinha. Ele parecia que estava tendo um ataque epilético, todos na mesa riam.

— Eu já vi gente dançar mal, mas este mauricinho tá batendo o recorde... – Disse Júnior.

— Tadinha da moça, ele já pisou no pé dela três vezes, as que eu reparei. – Completou seu Timóteo, enquanto me oferecia bebida que eu recusei. Estava nítido que a Patrícia estava morrendo de vergonha, tadinha da bichinha.

— Ele parece uma minhoca no asfalto quente – Eu disse fazendo com que Júnior cuspisse longe a bebida que estava engolindo naquele momento. Todos gargalhamos, mas eu estava tensa.

Continuei os acompanhando com o olhar, ela estava muito linda, com uma calça de couro preta, uma blusa frente única dourada, assim como seus acessórios, deixando seus ombros e boa parte de suas costas à mostra. Usava um salto alto de tiras. Ela estava maravilhosa e sexy demais. Posso apostar que eu estava quase babando, ou no mínimo, com uma cara de boba a admirando. Vi quando Ramiro tentou beija-la, Júnior acompanhava o meu olhar, fiz menção de me levantar, ele me segurou. Sorri para ele ao vê-la se desviando do beijo. Ela enfim conseguiu se livrar daquele mané. “Essa é a minha oncinha” – Sorri por pouco tempo. Vi quando ele se despediu com um beijo demorado no rosto a segurando pela cintura.

Paty ficou procurando as avós com o olhar e Júnior me disse para ficar ali, porque ele daria o recado a ela. Briguei com ele e falei que eu mesmo iria, mas ele pediu que eu confiasse nele. “O que será que esse aí vai aprontar?”. Ele foi até ela e ficaram conversando por um bom tempo. Vi que ela olhava para mim por várias vezes.

Fiquei por ali conversando com Juliana e Amanda, vi a minha chiliquenta nos fuzilando com os olhos. Com certeza ela reconheceu as duas do Rancho do Riachão. A encarei, mas ela desviou o rosto com cara de enfado. Sorri, era tudo muito surreal. A menos de 24 horas atrás nos estávamos praticamente namorando por telefone, e agora ela estava ali, toda estranha se achando a última bolacha do pacote. A banda começou um ritmo mais caliente.  A pista começou a encher. Dancei com as garotas, e sempre via a chiliquenta nos analisando. E o ritual permaneceu, com ela desviando sempre que eu a surpreendia nos olhando.

As duas mulheres que me acompanhavam queriam acabar a noite na minha cama, mas meus olhos estavam do outro lado da pista. As duas se insinuavam, se roçavam e faziam caras e bocas para mim.

Uma nova música se iniciou e Paty começou a dançar sozinha perto do Júnior que olhava para ela de queixo caído. A oncinha requebrava os quadris olhando para baixo com os braços levantados se remexendo naquele ritmo delicioso. Ela se roçava no meu amigo que olhava para mim desesperado como se pedisse desculpas e dissesse que a culpa não era dele.

Me desvencilhei das garotas e fui em sua direção. Ela estava de olhos fechados com um sorrisinho lindo nos lábios, parecia bem mais solta como se quisesse se mostrar... Seduzir... GOSTOSA! Suspiro me aproximando. Um frio na barriga me acompanhava... Meu coração estava acelerado, não sabia o que esperar dela. Quando chego perto, Júnior sorri aliviado e eu tomo o seu lugar, minha respiração estava pesada...

— Dança comigo... – Eu disse próximo ao seu ouvido, segurando sua cintura e puxando-a de encontro ao meu corpo. E m o tom de voz mais rouco continuei... – Des... pa... ci... to. – A cada sílaba ondulava meus quadris junto ao dela.

Fim do capítulo