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An Extraordinary Love por Jules_Mari

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Palavras: 6429
Acessos: 4207   |  Postado em: 17/12/2018

Notas iniciais: Boa noite pessoas. 
Sei que hoje passei dos limites do horário e para muitas pessoas, não cumpri com nosso dia, mas por aqui ainda é domingo, então está valendo rs... 
Nesse capítulo e eu atendi a alguns pedidos... Espero que gostem. 

Uma excelente leitura e ótima semana! 
Xeros

Capítulo 76 A Iniciação (Parte 2)

“Meu eterno amor!”

Essa frase ecoava no fundo da mente de Cosima e descarregava uma energia poderosa em todo o seu ser que estremecia e frio em sua espinhas contrastava com o calor acolhedor do sentimento sincero que lhe foi – mais uma vez e de forma definitiva – ofertado.

A felicidade poderia ser redefinida a partir da imagem daquelas duas mulheres que estavam se entregando a um sentimento ancestral, algo tão grandioso que transbordava delas e contagiava a todas as presentes. As promessas silenciosas que eram trocadas naquele olhar deixava claro que estavam diante de um amor grandioso.

Delphine não era capaz de explicar nem tão pouco estava se importando com o fato de que não conseguia resistir a Cosima. O fato era que nunca conseguiu e que havia sido “derrotada” por ela assim que a viu pela primeira vez. E sempre que estava diante dela sentia uma vontade avassaladora de se entregar a ela. Mas uma entrega que ia muito além do seu corpo e se aproximava de uma devoção, que lhe fazia descer de seu altíssimo pedestal e se submeter a uma outra pessoa. Algo que só experimentou uma única vez e que estava lhe sendo possível mais uma vez. Estava recebendo uma segunda chance só que agora ela tinha a convicção de algo era diferente. Ela não era a mesma mulher que a mais de 300 anos havia se entregado à Melanie. Tudo o que lhe aconteceu após a morte de sua amada e todas as experiências que sua longuíssima existência lhe proporcionou, a transformaram. Fizeram com que erguesse altas e resistentes muralhas, que foram facilmente vencidas por Cosima.

Ela que compartilhava a alma de sua amada, mas que era uma pessoa completamente diferente. Alguém que desafiou todas as certezas de Delphine que a instigou, provocou de todas as maneiras e desestabilizou suas estruturas, colocando seu mundo de ponta a cabeça e lhe proporcionando uma felicidade que julgava não mais merecer.

- Sim meu amor... Você merece ser feliz! – Cosima disse como se houvesse lido no olhar dela o que estava pensando. – Nós merecemos. – Sorriu lindamente enquanto segurava as mãos de Delphine e gentilmente exigiu que ela se levantasse. Só então contemplou toda a figura dela e precisou esforçar-se para não deixar ainda mais evidente a deleite que teve. Tal reação não passou desapercebida por Delphine que sorriu de forma provocativa. Havia escolhido aquele vestido a dedo, após vestir inúmeros e esgotar toda a paciência de Helena. Queria o certo que causaria exatamente aquela reação em sua amada. E o olhar embasbacado dela lhe dizia que havia sido vitoriosa em sua empreitada. Porém, em contrapartida, também foi duramente atingida pelo visual espetacular da morena. O vestido que se apaixonara assim que o viu ficou perfeito nela e conseguia traduzir todos os traços marcantes da personalidade altiva de Cosima.

Quando ouviram um pigarro discreto de Siobhan, perceberam que estavam gastando tempo demais naquela contemplação mútuo e que tinham um ritual para realizar.

Delphine empertigou-se, reassumindo a sua postura solene e ofereceu o braço para que Cosima o pegasse, mas não antes de segurar a mão de Manu e beijá-la na testa, fazendo com que mais uma lágrima caísse do rostinho dela.

Cosima não tinha certeza de como se portar naquela cerimônia então decidiu se deixar levar. Segurou levemente o antebraço de sua amada que lhe lançou um olhar confiante e a guiou para o centro do labirinto, bem no topo do pequeno púlpito de pedra que estava coberto por um musgo verde e indicava que estava ali há muito mais tempo que a própria Fundação. Cosima cogitou que aquelas ruinas remontavam ao tempo das Fundadoras e sentiu-se ainda mais orgulhosa e tocada por todos os significados implícitos naquele lugar e naquele ritual.

Todas se posicionaram ao redor daquela pedra, preenchendo os lugares entre as ruinas fechando um circulo perfeito. Cosima olhou ao redor e então sentiu Delphine soltar sua mão e posicionar-se diante dela. Como num balé milimetricamente ensaiado, cada uma das irmãs da Ordem realizou a saudação característica, reconhecendo quem era aquela mulher diante delas.

Delphine retribuiu a saudação e ergueu sua cabeça, fazendo com que o seu capuz escorregasse para trás revelando a beleza de sua coroa de flores e que os perfeitos cachos estavam presos em uma lindíssima trança que tinha, emaranhada entre os fios, uma fita de um lilás vibrante e vista mais de perto percebia-se que ela estava bastante desgastada, indicando que aquele tecido deveria ser muito antigo e então Cosima arregalou os olhos achando que havia compreendido de onde ela era. Rapidamente buscou o olhar de Siobhan e essa, serenamente lhe anuiu positivamente com a cabeça.

Tratava-se da mesma fita que fica presa no Labrys sagrado. Aquela mesma arma que fora usada para o maior de todos os sacrifícios. O de uma mãe pela filha e que fora com ele também que ela feriu seu grande inimigo. Foi impossível conter as lágrimas e quando a Sra. S indicou a menina que segurava sua mão, Cosima conseguiu ver através da mente da menina e lágrimas ainda mais intensas escorreram de seu rosto. Foi Manu quem trançou o cabelo de Delphine.

Era impossível, para qualquer pessoa conseguir traduzir o quão carregado de significados estava aquele singelo gesto. A menina lhe sorriu de volta e a inocência em seus traços contrastava com o olhar de alguém muito mais experiente. Sorriu de volta para ela e pode jurar que viu a menina mexer, discretamente os lábios, numa pronuncia que pareceu um “obrigada”. Mas não teve certeza.

Voltou sua atenção para Delphine, que ainda estava com o rosto virado para cima, com os olhos fechados e com a expressão serena. Aproveitou para contornar cada traço do rosto dela. As linhas retas e impertinentes do maxilar e queixo. O nariz harmônico e longo pescoço salpicado por alguns sinais e aquele que era o mais provocador de todos e que ficava logo abaixo do lábio do lado esquerdo. Era quase hipnótico ficar contemplando aquele minúsculo detalhe e então percebeu o exato momento em que Delphine abriu seus olhos e todo o ambiente pareceu ficar mais claro.

Quando Cosima olhou para onde a outra olhava contemplou o brilho prateado da lua cheia que saiu de trás das nuvens no exato momento em que Delphine abriu os olhos. E como na outra noite, quando a visitou a viu ser iluminada pela luz daquele astro e literalmente a mulher diante dela brilhou e nos grandes e redondos olhos aquela lua estava perfeitamente refletida.

- Magnifica! – Cosima disse baixou e viu um leve sorriso dançar nos lábios de Delphine que logo em seguida abriu os braços e as demais fizeram o mesmo, conectando-as... Irmanando-as. Então ela baixou o rosto e postou-se ao lado de Cosima lançando um olhar profundo, depois voltou-se para as suas irmãs.

- Minhas irmãs. Estamos hoje aqui, diante umas das outras e perante a deusa para abraçarmos um novo membro entre nós... – Prendeu seu olhar em Cosima.

- SIM! – Todas disseram em uníssono.

- Sim... Simmmm! – Uma vozinha quebrou o protocolo. Manu, que não tinha muita certeza de como proceder não havia dito sim ao mesmo tempo que as adultas e não quis que sua “permissão” não fosse dada. E antes mesmo de Siobhan a repreender ela berrou um “desculpa” que arrancou gargalhadas de todas. Delphine e Cosima se olharam ternamente e a morena virou-se para a menina levando um dos dedos aos lábios, no universal sinal de silêncio. A criança concordou retribuindo com o mesmo gesto e sorrindo para S. Ao lado delas Stella mal conseguia conter o riso e Helena a cutucava para se controlar.

- Sendo assim... – Delphine retomou seu discurso e gesticulou para que algumas abrissem o circulo, dando passagem para as quatro anciãs e Violet era uma delas e trazia nas mãos uma caixa de madeira, assim como uma das outras. As quatro pararam diante de Delphine e ajoelharam-se perante sua Mestra, erguendo o que traziam.

O ritual da confecção das coroas já havia sido lindamente pulverizado por Manu, ao ser ela a confeccionar a coroa de Delphine, mas a de Cosima fora feita pela ultima iniciada. Ou seja, Helena foi quem confeccionou a de Cosima e apenas a ajustou na cabeça da nova irmã de Ordem.

- Que agora essa nova irmã possa estar conectada a nós! – Acenou para uma das anciãs e essa abriu a sua caixa, nela estava um rolo de fita lilás também bastante antiga e com alguns pontos gastos e outros desbotados, indicando que também era bastante antiga. Imediatamente Cosima se lembrou do lera nas memórias de Melanie e encantou-se ao sentir a fita sendo enrolada em sua mão direita por Delphine, que fez o mesmo com a sua e repassou a fita para Siobhan e assim sucessivamente, até que todas estivessem conectadas.

- A deusa e todas nós te saudamos Cosima... Como nossa irmã! – Ergueram as mãos entrelaçadas.

Estava feito! Ela era um membro da Ordem do Labrys e sentia aquela certeza em cada fragmento de seu ser. E só p que conseguia fazer era sorrir bobamente em meio às lágrimas. Lentamente a fita foi sendo solta e com toda a reverência que merecia, foi enrolada e guardada mais uma vez.

Nesse momento, Delphine saiu de seu posto, dando passagem para Violet, a Sacerdotisa. Seria ela que daria prosseguimento ao ritual de união, uma vez que essa era tarefa da Mestra, mas como essa seria quem estava se unindo, não seria possível. Violet a cumprimentou com um sorriso contido e com ar de devoção e aceitou aquela função com denotado orgulho.

Agora, lado a lado e de joelhos, aquelas duas mulheres se postavam diante das irmãs e diante uma da outra livres e completamente entregues. Cosima sentiu o toque dos dedos de Delphine que procuravam os seus e quando suas mãos se envolveram puderam compartilhar também aquele misto de ansiedade, felicidade e expectativa. Tudo isso orquestrado pelo mais intenso e verdadeiro amor.

- Minhas irmãs, essa noite... – Violet deu início a sua fala. – Assim como há centenas de anos atrás... – Fixou seu olhar em Delphine, deixando claro a que ela estava se referindo. – Pedimos permissão à deusa para um ritual especial. Uma união! – Um certo burburinho teve início devido a empolgação do que estava acontecendo. – Minhas... – Ponderou um pouco qual deveria ser a referência usada para elas, uma vez que a Mestra, apesar da aparência, era muito mais velha do que as idades das 5 anciãs juntas. – “Crianças”... – Percebeu uma erguida de sobrancelha de Delphine a lhe olhar e depois relaxar, aceitando o tratamento carinhoso, além de ter sentido o aperto mais forte da mão de sua amada. – Levantem-se! – Ordenou para que elas, que ainda estavam ajoelhadas, ficassem de pé.

Nesse momento, as outras quatro anciãs, que estavam mais afastadas, voltaram a se aproximar, sendo que uma delas trazia uma outra caixa de madeira ainda mais velha que a ultima. A portadora a abiu revelando um pequeno punhal envolto por uma fita vermelha. Aqueles objetos novamente ativaram as lembranças de Cosima, que foi remetida a leitura do diário, mas também a uma memória ancestral. Algo que estava profundamente gravado em sua alma.

- Suas mãos esquerdas! – Violet exigiu e sem hesitar as duas estenderam suas mãos e com o punhal afiado embora antigo, fez pequenos cortes em ambas e essas foram unidas pela Sacerdotisa e pequenos filetes de sangue escorreram por seus pulsos. Com aquele peculiar gesto as vidas de ambas estavam sendo conectadas. Ligadas pelo sangue! – O que a deusa uniu, nenhuma força será capaz de separar! – Discretamente as duas balbuciaram aquelas palavras extremamente emocionadas e isso ficou evidente no tom embargado de Delphine. - Pronto minhas crianças, agora vocês são duas metades de um todo perfeito! São uma só! 

Nesse momento a pequena plateia que testemunhava aquela união se exaltou em celebração. Várias com lágrimas nos olhos, especialmente Siobhan e, para a surpresa de muitos, Helena também já desistindo de esconder sua emoção.

- Parabéns... Eu tô tão feliz! Que coisa mais linda! – Manu correra em direção a elas abraçando-as pelas pernas e quebrando, momentaneamente, o encanto que as envolvia.

- Obrigada meu amor! – Cosima a acariciou no rosto e enxugou algumas lágrimas que molhavam sua face. Delphine fez o mesmo.

- Elas formam uma linda família mesmo! – Genevieve comentou com Siobhan.

- É surreal vê-las juntas! – S respondeu. – Sabendo de toda a história que envolve e liga essas almas. – Suspirou.

- Vendo-as felizes assim... Vendo a Delphine voltar a sorrir desse jeito... Faz tudo valer a pena, não é mesmo? – Genevieve observou, levando S a ficar pensativa a encarando. – Toda a espera... Os planos minunciosamente pensados... De que maneira poderíamos dar uma mãozinha ao destino. – Piscou um dos olhos. – Você levando os livros para a Cosima... Nós aqui convencendo a Delphine a aceitar mais uma aluna... – Nesse momento as duas ficaram sérias e com o semblante triste, pois pensaram nas irmãs que perderam suas vidas em todo aquele caminho, especialmente Susan. Nesse momento, as anciãs passaram por elas e as tocaram gentilmente nos ombros, exceto por Violet que estava bem próxima de Cosima.

- Agora sim você pode se entregar a Delphine! – Sorriu largamente e apertou uma extremamente constrangida Cosima, o que arrancou gargalhadas de todas e deixou Delphine boquiaberta com a situação.

- Se entregar? Como assim? – Manu piorou ainda mais a situação.

- Vamos criança... Por aqui já acabamos. – Siobhan tentou desconversar.

- Essa menina é demais! – Stella se contorcia de tanto rir e isso só piorava com as inúteis repreensões de Helena.

- Ah sim, já sei o que é! – Manu anunciou alto, levando todas ali a suspenderem suas respirações.

- Sabe? – Delphine a perguntou extremamente preocupada.

- Sei sim... É que vocês já podem... – A menina bateu os dois dedinhos no queixo, aumentando ainda mais a ansiedade de todas. – Se beijar! – Anunciou de braços abertos e alivio foi geral. Exceto por Stella, que caia sentada em uma das pedras, pois estava sem forças de tanto que ria. Especialmente da cara de pavor de Delphine.

- Isso mesmo Manu! – Cosima disse e puxou Delphine pelo braço. – Venha cá! – E sem cerimônias enlaçou a loira com os braços e a puxou para saciar a maior de suas vontades, a de voltar a provar os lábios que tanto amava. E como se parecesse impossível, foi ainda melhor do que antes e as duas quase esqueceram que tinham uma plateia as assistindo tamanha era a paixão e o desejo que as consumia. – Me leva pro quarto. AGORA! – Demandou bem próximo ao ouvido dela, para que ninguém mais ouvisse. Delphine afastou o rosto e estremeceu com a absurda urgência de sua mulher. E seu corpo reagiu a altura. Frio na barriga, arrepio nas costas e um calor intenso entre suas pernas.

- Logo logo meu amor! – Segurou o queixo da morena e a encarou com a sua altivez de sempre, mas Cosima percebeu que havia algo a mais nos olhos dela. Uma intenção escondida. – Vamos!

Uma a uma todas foram deixando o labirinto e seguiram para a copa do castelo. Delphine e Cosima ficaram por ultimo, rindo embevecidas e apreciando a cada instante da felicidade que lhes foi concedida.

- Onde estão todas? – Cosima percebeu que não via mais ninguém assim que chegaram ao castelo.

- Provavelmente devem ter se recolhido. – Delphine respondeu laconicamente, com um sorriso provocativo nos lábios. De repente, um som de um carro se aproximando alertou Cosima que olhou para sua companheira um pouco assustada.

Uma elegante limusine parou a poucos metros delas deixando Cosima surpresa assistindo Delphine caminhar até ela e abrir a porta para que ela entrasse.

- O que você está aprontando? – A morena sorriu nervosamente. Já sentindo a sua usual ansiedade tomando conta dela.

- Você confia em mim? – Foi uma pergunta capciosa, pois ambas sabiam que a confiança não era mais um problema entre elas, mas ao mesmo tempo Delphine sabia o quanto a sua amada era curiosa e padecia com uma excessiva ansiedade.

- Você sabe que sim! Mas...

- “Mas”? – A provocou.

- Você tem razão. – Cosima respirou fundo e entrou no carro sem maiores perguntas, embora estivesse sendo consumida por elas. Viu sua amada entrar logo em seguida e sentar-se ao seu lado, procurando sua mão para entrelaçar na dela. Porém, a loira evitou de olhá-la nos olhos, apenas a observava de canto de olho durante todo o trajeto.

Era óbvio que Delphine havia preparado alguma surpresa para ela e já estava começando a se “conformar” com esse lado de sua amada. A certeza que tinha era a de que não teria uma relação “normal” com a Mestra da Ordem. Afinal de contas o ordinário não combinava em nada com Delphine Cormier.

O seu primeiro palpite caiu por terra quando viu a placa que indicava a direção do aeroporto ser ultrapassada e não seguida. Pensou a principio que iriam viajar em algum tipo de lua de mel, mas aparentemente não era esse o plano de Delphine, que permanecia impassível e segura em seu plano de não olhar para ela.

Foram se aproximando do centro turístico de Dublin, passando por bares restaurantes e vários prédios históricos e assim que entraram numa movimentada avenida, Cosima teve uma ideia de quais eram os planos de sua amada, pois pararam diante do luxuoso Shelbourne Hotel onde um tapete vermelho as aguardava. A morena riu sozinha, imaginando que a ansiedade de sua amada era tão grande quanto a sua que nem se preocupou em viajar para a lua de mel e também não desejava passar a primeira noite de casada delas na Fundação onde poderiam ser interrompidas por Manu a qualquer momento.

O porteiro abriu a porta do limusine e deu a mão para que Delphine saísse, o que causou uma onda de suspiros de admiração nos transeuntes que passavam e nos hóspedes que entravam e saiam do hotel diante da visão estupenda que era ela. E essa reação foi significativamente potencializada quando Cosima juntou-se a ela e teve sua mão segurada, atraindo ainda mais atenção. Muitos admiravam, poucos reprovavam mas ninguém passava imune pela visão que era elas duas.

Adentraram o belíssimo saguão do hotel deslizando pelo perfeitamente lustrado piso de granito e mármore bicolores. Delphine as guiou por entre as belíssimas colunas em estilo clássico, que conferiam ainda mais luxo aquele ambiente. E todo esse ambiente divinamente iluminado por lustres de cristais extremamente brilhantes.

Para a surpresa de Cosima, elas não seguiram para a recepção e tudo o que conseguiu ver foi um gesto de cabeça de Delphine para uma elegante ruiva que respondeu com um sorriso comedido. Pensou mais uma vez em questionar o que ela tramava, mas admitiu que estava adorando a ansiedade que experimentava. E quando se aproximaram de uma imensa porta dupla a viu entreabrir e depois fechar de vez e teve a certeza de ter ouvido um “elas chegaram” berrado por Manu.

As celebrações da união não haviam se encerrado.

- Abra! – Delphine disse diante da porta e viu, deliciada Cosima morder o lábio aproveitando os últimos instantes de expectativa. Segurou as maçanetas com as duas mãos e em seguida as girou, deixando que as portas fossem abertas para dentro. Um escuro e silencioso ambiente as esperava e no instante seguinte todas luzes foram acesas e Manu chocou-se contra as pernas de Cosima.

- Surpresa! – Ela gritou e foi seguida por todas as pessoas que a esperavam lá.

Cosima levou alguns segundos para compreender o que de fato estava acontecendo e os motivos de terem ido até um salão de eventos de um hotel para celebrarem a união delas. Foi então que uma conhecida você masculina a disse que aquela não era mais apenas uma comemoração da Ordem.

- Como é bom vê-la viva e respirando Cos!

- Marc? – Surpreendeu-se verdadeiramente com a presença do amigo que a abraçou em seguida. Um delicioso e acolhedor abraço que fez parecer que jamais havia se afastado. E ainda nos braços dele, viu seus demais amigos Semideuses.

- Deixe um pouco dela para nós Marc! – Amélia demandou sua parcela de Cosima e logo foi abraçada pela amiga, que fez o mesmo com Sophie e René.

- Vocês estão aqui! – Sorriu para eles e depois buscou os olhos de Delphine para agradecê-la. – Obrigada meu amor... Mas...

- Como sabemos que você está viva? – Sophie adiantou-se e Cosima concordou com um aceno de cabeça.

- Seus amigos são realmente brilhantes meu amor. – Delphine foi quem respondeu. – Eles juntaram algumas peças e descobriram que a Ordem ainda existia e que estávamos, de uma maneira ou de outra envolvidas com ela. Eu e você. – Lançou um olhar carregado de significados para ela, mostrando que havia limites no que os Semideuses sabiam.

- Mas saber que estavas vivas e de todo o plano para protege-la, só aconteceu a alguns dias, quando recebemos um enigmático convite para uma viagem com tudo pago. – Amélia continuou.

- Num jatinho particular e com todas as mordomias a que temos direito. – René anunciou, fazendo todos rirem de sua espontaneidade.

- Quem são eles Cos? – Manu não suportou mais não fazer parte daquela conversa.

- Eles são grandes amigos meus e que também conhecem a Del. – Abaixou-se um pouco para falar com ela. – Marc, Sophie, René e Amélia. E essa é a Manu! – A menina fez questão de apertar a mão de cada um deles.

- Prazer! Vocês sabiam que a Cosima e a Delphine serão minhas novas mães? – Disse com toda a sua naturalidade, causando um espanto nos Semideuses e deixando Cosima novamente constrangida.

- Será que tem um pouco da minha filha para mim? – Uma voz serena se fez ouvir. Quando Cosima procurou sua dona, mal conseguiu se conter e partiu ao encontro dela.

- Mamãe! – Jogou-se nos braços dela e foi recebida com a mesma alegria.

- Oh minha filha... É tão bom vê-la assim, feliz e bem! – Sally disse.

- É maravilhoso tê-la aqui comigo hoje!

- Agradeça a Delphine! – Sally disse levando Cosima pela cintura em direção a Delphine que olhava maravilhada para aquela cena.

- Você fez tudo isso por mim? – Perguntou abobalhada.

- Claro meu amor. Tudo por você. E já não era mais justo com sua mãe, mesmo sabendo que estavas vivas, não poder vê-la.

- Estava já morrendo. – Sally sendo dramática.

- Eu gostaria de ter podido trazer todos os seus amigos dos EUA, mas ainda estamos num momento delicado... – Foi novamente enigmática e Cosima conseguiu compreender a que ela se referia.

- Eu sei meu amor... Mas não tens ideia do quanto eu estou feliz em ter minha mãe esses quatro aqui. – Abraçou-se novamente com os amigos e trocou um demorado e apaixonado olhar com ela.

- Mas onde está a aliança? – Sophie questionou, quebrando aquele momento?

- Aliança? – Cosima questionou.

- Viemos celebrar um casamento não foi? – A jovem continuou levando Cosima e Delphine a trocarem olhares um tanto quanto confusos.

- Bom... Realizamos uma cerimônia de união muito pessoal e... Secreta. – Delphine tentou explicar-se.

- Com licença. – Sally pediu a fala. – Preciso falar com a Cosima um instante. – E antes mesmo de esperar qualquer resposta, arrastou a filha para um ponto mais afastado, próximo a mesa do buffet. – Você está tão linda. – Disse após suspirar a olhando.

- Foi Delphine que escolheu o vestido...

- Não me refiro apenas as suas roupas... Você está radiante minha filha. Não me lembro de tê-la visto assim antes. – Sally foi sincera ao extremo e conseguiu, como de costume, deixar sua filha sem jeito e extremamente emocionada com a observação dela.

- Oh... Obrigada mamãe.

- Confesso a você que tive receios dessa sua união com alguém como a Delphine... – Um frio cortou as entranhas de Cosima por um instante. – Principalmente após o seu... Atentado e com tudo o que ela me contou sobre essa Ordem... Mas eu vi o quanto ela ficou devastada quando pensou que havia lhe perdido. Querida, eu nunca vi ninguém sofrer daquela maneira. Ela realmente a ama e quer o seu bem. – Ponderou. – E hoje, ao vela assim, reluzente... Transbordando felicidade, sei que você fez a escolha certa.

- Fico muito feliz em ouvir isso mamãe!

- Mas eu ainda quero compreender melhor essa história de Ordem. Espero que uma dia possas me contar mais sobre isso. – Cosima olhou para Delphine que estava em meio a uma animada conversa dos Semideuses, mas toda sua atenção estava nela. – E foi justamente por acreditar nesse amor de vocês, que eu lhe trouxe um presente. – Sally sacou de sua bolsa de mão uma pequena e redonda caixa marrom e a entregou para Cosima. – Foi da sua vó e dela veio para mim.

- Não acredito mãe! – Arregalou os olhos enquanto contemplava um discreto e lindo anel com uma pedra solitária.

- E eu quero que ele agora seja seu. Para fazeres o que quiseres, pois a vida é sua. Mas saiba que estarei ao seu lado em tudo o que você decidir.

- Como sempre!

- E para sempre! – Sally repetiu aquela expressão que usavam e que marcava a relação especial que tinham. Cosima, segurando o a caixinha, abraçou a mãe e ambas eixaram que algumas lágrimas caíssem de seus olhos. – Mas vá! Sua... Delphine está impaciente sem você. – Indicou a loira que não tirava os olhos delas.

Cosima apertou a mão da mãe mais uma vez e caminhou em direção a Delphine tomando a mão dela e a guiando para o centro do salão, em meio aos amigos, família e as irmãs da Ordem.

- Meus amigos e amigas... Irmãs! – Cosima exigiu a fala. – Eu gostaria de agradecer a presença de vocês nesse momento tão especial da minha vida. Hoje eu não sou mais a mesma mulher de ontem... Hoje eu sou melhor! – Olhou apaixonadamente para Delphine que tinha a mais devota das expressões no rosto. – Hoje eu sou... Completa! – Segurou a mão esquerda de sua amada e a beijou demoradamente. – Então, perante vocês... – Ergueu a mão que segurava a caixinha marrom. – Eu me uno... – A abriu, revelando a discreta joia contida nela. – Definitivamente ao amor da minha vida! – Retirou o anel e gentilmente o colocou no dedo anelar de uma deslumbrada e extremamente feliz Delphine. O anel coube com uma sobrenatural perfeição e com o beijo selado entre elas, receberam uma ovação de todos que aplaudiam, celebravam e assoviavam em êxtase.

- Viva! – Manu exaltou-se em cima de uma dadeira, atraindo, mais uma vez a atenção para ela. Todos riram e a viram soltar um longo e demorado bocejo.

- Acho que alguém está com sono! – Sally falou ao lado da menina.

- Sono? Eu? Imagina! – Disse e cocegou os olhos, piscando-os lentamente. – Ah, eu sou a Manu. A Cosima e a Del serão minhas novas mães. – Repetiu aquilo que mais adorava dizer, fazendo com que Sally arregalasse os olhos e deixasse Siobhan, que também estava próxima, ficasse um pouco receosa daquela revelação.

- E eu sou Sally. Prazer Manu! – Apertou a mão da menina. – Sou a mãe da Cosima. – O sorriso de Manu se desfez momentaneamente e ela parou de balançar o braço.

- Mãe... Eu iria lhe contar... – Cosima e Delphine se aproximaram assim que viram o encontro das duas.

- Então você será a minha... – Todas ficaram momentaneamente apreensivas.

- Avó? – Sally disse de forma séria e encarou Delphine e Cosima e depois voltou sua atenção para Manu, que anuiu a cabeça lentamente. Finalmente alguém havia conseguido deixar aquela tagarela menina sem palavras. – Eu irei adorar ser avó de uma menina tão especial e linda! – Afastou uma mecha dos olhos dela fazendo com que todas ao redor soltassem o ar aliviadas e mais uma vez emocionadas. – Mas acho que já passou da hora da mocinha ir dormir. – Disse após outro bocejo dela. Cosima olhou para sua mãe e balbuciou um silencioso obrigada.

- Vamos Manu? Eu a levo para casa. – Siobhan a chamou.

- Não Sra. S. Eu vou com a Del e a Cos... – Informou e causou uma troca de olhares entre S e Delphine.

- Manu, eu e a Cos vamos ficar um pouco mais aqui no hotel... Na verdade, só devemos voltar para casa amanhã ou... – Olhou para Cosima que estava se divertindo com a tentativa de sua amada de argumentar com a pequena.

- Mas por quê? – Manu insistiu.

- Veja só Manu... As pessoas, quando se casam, precisam passar um pouco de tempo juntas e sozinhas. Coisa de gente grande sabe? – Sally piscou um dos olhos para ela. – Mas que tal se você for para sua casa agora e amanhã eu posso te buscar para passearmos? – O sorriso da pequena começou a se agigantar.

- Eu posso Sra. S. Posso Del? – Virou-se para as mulheres com as mãozinhas unidas em uma súplica.

- Só se você se comportar ir pra casa descansar. – Delphine disse solenemente piscando um olho para Sally. Manu sorriu ainda mais e em seguida bocejou o mais falso dos bocejos e espreguiçou-se.

- Vamos Sra.S. Estou cansada e com muito sono. – Desceu da cadeira onde estava e foi puxando Siobhan pela mão. Mas antes de saírem do salão ela soltou-se de S e correu de volta em direção a Delphine e Cosima abraçando-as. – Eu nunca estive tão feliz em toda a minha vida. Terei duas mães e uma avó! – Disse sinceramente, comovendo a todas. Saltitante despediu-se delas e saiu em disparada.

- Que menina encantadora! – Sally disse.

- Obrigada Sra. Niehaus! – Delphine a agradeceu. – Ela é realmente muito especial e passou por bastante dificuldades em sua curta vida. – Disse pensativa. – Tudo o que pudermos fazer para ajuda-la será o mínimo.

- Pois não precisa agradecer. Sinto que será extremamente divertido o nosso dia amanhã. – Sally sorriu e foi a vez dela bocejar. – Vou indo agora. Ainda estou um pouco atordoada com o jet lag. Boa noite minhas filhas. – Sally deixou um beijo na face de Cosima e fez o mesmo com Delphine que ficou estática com aquela atitude. Quando olhou para Helena ela estava com a taça suspensa no ar diante daquela cena.

- Boa noite mãe! Durma bem!

- Boa noite Sra Niehaus! – Disse uma encabulada Delphine e esse estado só piorou com o que Sally disse em seguida.

- Aproveitem bastante a noite de núpcias! – E piscou um olho para elas, deixando-as atônitas. Stella quase cuspiu seu espumante com a crise de riso que teve, pois se aproximava delas quando Sally lançou aquela pérola.

- Eu não teria tesão certo depois de ouvir uma dessas da sogra! – Cutucou Delphine que lhe lançou um olhar fuzilante, mas sem efeito algum nela.

- Veremos! – Cosima a provocou, deixando-a surpresa, assim como Helena e a própria Delphine, que deixou ser levada por ela e lançou um olhar de fingido desdém para Stella.

As celebrações ainda demoraram algumas horas, mas as noivas estavam muito mais interessadas em sair correndo daquele salão e ficarem só as duas. Mas as boas maneiras pediam que elas ficassem um pouco mais com os convidados e Cosima estava matando as saudades dos amigos e tentava explicar, sem maiores detalhes, os motivos de todo aquele esquema para mantê-la escondida.

- Não vai beber nada essa noite Cormier? – Stella provocou sua Mestra lhe mostrando uma taça de espumante.

- Nem tão cedo eu voltarei a tocar em álcool Gibson. Ainda sinto meu abdômen dolorido de tanta força que fiz para por tudo para fora. – Acariciou a própria barriga.

- É uma pena... – Deu um grande gole. – Não pouparam despesas nessa festa. – Foi irônica como só ela conseguia ser com Delphine que a analisou mais demoradamente.

- O que está acontecendo Stella? Você só bebe assim quando está nervosa.

- Do que você está falando? – Deixou a taça vazia na bandeja de um garçom que passava.

- Eu lhe conheço a tempo suficiente Gibson... Para saber que algo está lhe incomodando. Anda, põe pra fora! – Sentou-se diante dela cruzando braços e pernas e ofereceu uma cadeira a seu lado. Stella suspirou e percebeu que, independente da sua Mestra poder ou não ler sua mente, ela a conhecia intimamente e não adiantaria se esquivar. Além do mais, sentia que precisava externar o que estava lhe afligindo já há algum tempo.

- É a Helena! – Jogou-se na cadeira.

- Isso é óbvio. Ela sempre foi seu ponto fraco... Ou melhor... Seu ponto forte. – Piscou um dos olhos para ela e fitou a sua Protetora que estava mais afastada conversando com outras irmãs.

- Minha carreira... Está deslanchando muito rápido nos EUA... E o trabalho da Helena é aqui, ao seu lado.

- Stella! – A interrompeu bruscamente. – O que você sente por ela? – Direta como sempre e deixou sua amiga sem uma resposta imediata, ficando bastante pensativa. – Gibson... Olha só! Eu vejo, e qualquer bom observador que as conheça consegue ver também. Você a ama! – Foi certeira em seu alvo. A mulher diante dela abriu e fechou a boca algumas vezes, mas só conseguiu concordar com um leve aceno de cabeça. – Você quase a perdeu uma vez, lembra?

- Sim! E não tens ideia do quanto me arrependo por isso. – Confessou.

- Então o que você está em dúvida agora? Caramba! Olha só pra mim. Hoje eu finalmente estou com o amor de minha vida. Veja todos os desafios que vencemos... Eu e a Cosima.

- É...

- Contra todas as probabilidades... Estamos juntas! – Estendeu a mão mostrando a aliança recém colocada.

- Você tem razão!

- Sempre tenho! – Vangloriou-se e arrancou uma gargalhada da irmã. – Então vá lá e trate de não perde-la novamente. E se me permite... Não suporto mais um instante longe de minha mulher. Pra mim essa festa já deu. – Levantou-se e tocou no ombro da amiga. – Vocês duas merecem muito ser felizes. Cuide dela! – Novamente piscou um dos olhos e seguiu em direção a Cosima.

Stella a observou abraçar a mulher que amava por trás e, educadamente “roubá-la” dos amigos e sem maiores cerimônias, despediu-se dos presentes e saíram do salão. Pouco a pouco as demais pessoas foram fazendo o mesmo.

- Está tudo bem? – Helena a trouxe de volta de seus pensamentos. – Olhou para a mulher diante de si e mais uma vez se deu conta da sorte que tinha e de quanto não estava mais disposta a perder tempo.

- Está tudo bem sim. – Disse  com um lindo sorriso nos lábios.

- Todos estão indo... Vamos? – Helena fez menção em se afastar, mas teve a sua mão segurada por Stella, o que a obrigou a olhar para a loira curiosa. – Stella, o que está acontecendo? – Mas não obteve resposta imediata, apenas recebeu um olhar demorado e capaz de desnudá-la em cada pedaço. – Você está me assustando Gibson! – Ficou mais séria e estranhou a forma como ela acariciava sua mão.

- Helena... Eu nunca te disse algo muito importante e confesso que me amaldiçoou por isso. – Iniciou a conversa de uma maneira que a morena jamais imaginaria. Ainda acenou para as ultimas pessoas que saiam do salão. Restando apenas as duas e um garçom solitário que finalizava a organização das cadeiras sobre as mesas.

- Do que você está falando? – Helena estava verdadeiramente preocupada, pois soava como se Stella pretendesse contar-lhe uma importante segredo, e em se tratando de uma espiã das melhores, aquilo poderia não ser tão positivo. Começou a se preparar para o pior.

- Você é uma mulher sensacional! – Helena sentiu o seu coração descompassar levemente. – Jamais imaginei que teria uma mulher como você em minha vida e... É justamente o que estou querendo lhe dizer. – Era evidente a dificuldade com que Stella organizava as palavras, indicando que era realmente algo muito sério o que ela precisava confessar. – Eu não quero... – Fechou os olhos e suspirou. O descompasso do coração de Helena aumentou ainda mais. – Pensar na minha vida sem você nela... – A morena franziu a testa e gaguejou algumas vezes. Definitivamente não estava preparada para ouvir aquilo. E, ao mesmo tempo que o alivio lhe assolou, a tensão foi potencializada com o que Stella pretendia, pois ela saiu da cadeira, mas não se levantou. Pelo contrário, ajoelhou-se diante dela.

- Stella eu...

- Shiii... Cala a boca Katz e me deixa terminar... Sei que será muito difícil... Nossas vidas são malucas... Mas... – Stella esticou-se e sacou do bolso de seu sobretudo uma caixinha preta. – Eu tenho andado com esse troço há mais de dois anos... – Abriu a caixinha e mostrou seu conteúdo para a morena, com o olhar aflito e apreensivo.

Dentro da caixa haviam dois anéis de plástico coloridos, mas que olhando mais de perto, via-se que eles foram modificados. Helena não conseguia crer no que via, pois aqueles anéis foram encontrados em duas caixas de cerais que elas comeram logo que se conheceram ainda no Oriente Médio.

- Você os guardou... – Disse incrédula.

- Sim... Eles sempre me lembram de um dos melhores momentos da minha vida. Mas... Você entendeu para que servem não é? – Era gritante o desespero dela. Helena a encarou boquiaberta e assim permaneceu por alguns longos instantes, o que maltratou ao extremo o coração de Stella. Mas logo um lindíssimo sorriso se formou nos lábios de Helena e, sem testemunha alguma, ou qualquer pompa e circunstância aquele pedido de casamento inusitado estava acontecendo.

- Que se dane! Sim! – Helena disse!

- Sim? – Stella não conseguia acreditar no que ouvia.

- Caramba Katz! SIM! – Berrou e ergueu sua amada do chão, girando-a no ar levando aquela poderosa mulher as lágrimas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 76 - Capítulo 76 A Iniciação (Parte 2):
patty-321
patty-321

Em: 23/12/2018

Me mata de tanta emoção. Putz. Lindas demais.

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Karla Medeiros
Karla Medeiros

Em: 19/12/2018

Aja coração.....????

 

 

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AMANDA
AMANDA

Em: 17/12/2018

Cada capítulo e surpresa e o encanto tomam conta

da história e da vida dessas mulheres incríveis! Aguardando a 

tão esperada noite de núpcias!

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cidinhamanu
cidinhamanu

Em: 17/12/2018

No Review

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