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An Extraordinary Love por Jules_Mari

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Palavras: 5311
Acessos: 3925   |  Postado em: 09/12/2018

Notas iniciais:

Boa noite a todas. 

Já começo me desculpando pelo horário e pelo tamanho do cap. Mas final de ano para uma professora é uma loucura. 
Mas cá estamos rumo ao desfecho final. 
Espero que gostem! 

Boa leitura e uma ótima semana! 
Xeros

Capítulo 75 A Iniciação (Parte 1)

Uma pressão insuportável foi sua companheira ao despertar, mesmo antes de abrir os olhos. Delphine não conseguia se lembrar de já ter sentido algo assim e estava odiando aquele mal-estar que causava um reboliço em suas entranhas e um latejar desconcertante em sua cabeça.

Suas pálpebras pareciam que pesavam toneladas e a vontade que tinha de sair de onde estava era praticamente nula. Tentou se mover e percebeu que essa também seria uma tarefa difícil. Mas com relutância, abriu seus olhos. A surra que levou da claridade que incidia sobre seu resto a fez gem*r em protesto e levar a mão até seus olhos. Fitou o teto impecavelmente branco e o estranhou de imediato. O teto do seu quarto na Fundação era da pedra original do castelo.

- Onde estou? – Perguntou para si e quando olhou de lado encontrou uma garrafa de água mineral e alguns comprimidos deixados em um pequeno pires e porcelana. Apoiado na garrafa havia uma folha de um bloco de notas com uma única palavra escrita a mão logo após o nome impresso de onde estava. – Bellsbridge Hotel! Estou num hotel? – Pegou o bilhete e leu o que estava escrito ali.

“Beba-me!”

- Mas que merd* aconteceu? – Mas antes que conseguisse organizar seus pensamentos, um gemido logo atrás dela a alertou, obrigando-a a arregalar os olhos virar-se cautelosamente.

- Que inferno! Quem deixou a janela aberta?

- Helena? O que você está fazendo aqui? – Assustou-se. Mesma reação tida pela morena que automaticamente afastou-se de sua amiga fazendo uma careta de dor potencializada pelo movimento brusco.

- O que está acontecendo aqui? – Helena olhou apavorada para Delphine e em seguida olhou ao redor. – Não estamos na Fundação.

- Não mesmo! – Sua amiga reforçou o estranhamento que findou por alertar a ambas. – Estamos em um hotel. – Anunciou e entregou a Helena o bilhete que fora deixado para ela.

- Stella! – Helena reconheceu a letra dela.

- Finalmente as duas beldades decidiram acordar! – Stella escancarou a porta dupla que separava o quarto do restante da luxuosa suíte que estavam.

- Você nos trouxe pra cá... – Helena estalou os dedos e fechou os olhos, como se começasse a lembrar de algo. – Estávamos no pub... – Virou-se para Delphine. – Bebemos um pouco além da conta.

- Um pouco? – Stella ironizou já sentando-se na poltrona ao lado da cama e retirando o tênis que usara para fazer sua corrida.

- Sim... O pub... O porre... A briga! – Delphine lembrou-se de tudo em um estalo.

- Briga!? Como assim? – Stella alertou-se.

- Calma Gibson... Não foi nada demais. – Delphine esforçou-se herculeamente para levantar-se e jogar as pernas para fora da cama enquanto consumia todo o conteúdo da garrafa deixada para ela. – Obrigada. – Agradeceu o que lhe fora deixado.

- Sugiro que tome um analgésico. Embora eu não saiba qual o efeito vai lhe causar...

- Nem eu, mais sei como meu corpo reagirá a mais nada. – Espreguiçou-se. – Faz muito tempo que não sinto efeito algum do álcool ou de qualquer outra droga. E olhe que provei todas! – Disse já enfiando dois comprimidos na boca. – Seus sapatos... – Suspirou ao ver os tênis de Stella jogados no chão.

- Está me devendo um par novo. – Bufou cruzando os braços e arrancando uma estrondosa gargalhada de Helena, que logo transformou-se numa careta de dor.

- Del... Você arrumou um problemão, pois essa daí tem um ciúme absurdo dos sapatos dela. – Helena levantou-se e andou cambaleante, apoiando-se nas paredes e vestindo apenas a camisa de botão que usava na noite anterior e sua calcinha.

- Mas porque você nos trouxe a um hotel? – Delphine a questionou. Stella não respondeu de imediato, apenas sacou seu celular do suporte que usava para guarda-la enquanto corria e o virou para as duas. Deu play em um dos quatro vídeos contidos naquela pasta e nele Helena, com o apoio de uma Delphine tão bêbada quanto ela fazia uma declaração de amor, cantando desafinadas e a plenos pulmões Endless Love. Se já não bastasse aquela cena, um segundo vídeo onde Helena escrevia no espelho do banheiro uma declaração de amor para Stella usando um batom de Delphine que a encorajava sentada no vaso sanitário. E antes que ela desse o play no terceiro vídeo, foi interrompida por Helena.

- Tudo bem! Já entendemos! – Disse extremamente constrangida a sempre séria e durona Protetora da Ordem.

- Eu não poderia chegar com vocês duas nesse estado na Fundação. – Stella respondeu divertindo-se demais com o constrangimento em ambas.

- Não lembro quando foi a ultima vez que tomei um porre desses! – Delphine levou a mão à cabeça.

- Então quer dizer que estás mesmo perdendo a imortalidade? – Stella disse em evidente tom de admiração. – Siobhan me disse que a Niehaus se mostrou a você e também do casamento. Está mesmo acontecendo? – Alternou o olhar entre Delphine e Helena e essa anuiu positivamente com a cabeça.

- Puta que pariu Katz. Ela está mortal e você me sai com ela sem nenhuma escolta? – Stella explodiu e recebeu atônita as expressões surpresas de ambas. – Sério mesmo que nenhuma das duas pensou nisso? No risco que correram?

- Eu... Eu... – Helena gaguejou sem ter muito o que dizer, pois Stella estava mais do que certa em sua preocupação.

- Você tem razão... – Delphine levantou-se ainda bastante tonta, mas o atordoamento do que acabara de ser jogado em sua cara era o principal causador da confusão que experimentava.

- Que merd*... – Helena amaldiçoou-se. – É que foram tantos anos lidando com a Delphine...

- Imortal? Invencível? – Stella tentou completa-la. Delphine passou por elas e pouco se importou em estar vestindo apenas sutiã e calcinha.

- Sim... Estou ficando mortal... Mas... – Lembrou-se novamente da noite anterior, da briga que tiveram e de como reduziu aqueles homens a nada e com extrema facilidade. – Eu continuo com meus... Poderes. – Estendeu as mãos para as amigas. – A Profecia... Está acontecendo, mas eu não perdi meus dons. – Surpreendeu-se com tais conclusões.

- Então eles não estão relacionados a sua imortalidade. – Helena concluiu. – Você os recebeu no momento do sacrifício de Emanuelle. – Ponderou.

- Junto com os demais sacrifícios. – Delphine ficou visivelmente cabisbaixa, como acontecia sempre que lembrava-se daquele terrível legado que carregava em seus ombros.

- Então isso é muito bom. – Stella ressaltou. Delphine a encarou pensativa e uma careta contorcida teve início.

- O que mais você está sentindo Delphine? – Helena levantou-se e foi até ela, pois se assustou com a expressão que sua Mestra fez em seguida.

- Eu... Eu... – Não conseguiu prosseguir, pois tudo o que mais desejava era correr até o banheiro mais próximo para despejar os resquícios que ainda permaneciam em seu estômago.

 

______

 

A incidência da luz do sol assim quando saíram do hotel fez Delphine literalmente urrar de dor. Levando Stella a se compadecer pelo “sofrimento” da amiga e lhe repassou os seus óculos escuros.

- Que inferno de dor é essa? – Praguejou alto, chamando a atenção dos porteiros.

- Isso se chama ressaca Cormier! – Stella cochichou em seu ouvido com um sorrisinho de canto de boca.

- Bem-vinda ao mundo dos mortais minha amiga. – Helena, que possuía uma cara de poucos amigos, também brincou com ela. Assim que o carro foi trazido para elas, Delphine foi a primeira a enfiar-se nele e quase arriar no banco, deixando de lado qualquer tipo de elegância ou educação.

- Acho bom a Sra melhorar essa expressão, pois já estamos chegando. – Stella anunciou do banco da frente. Pararam exatamente na frente da entrada principal e assim que saíram um estridente grito foi ouvido ao longe.

- Delphine! – Era Manu que vinha num galope alucinado em Argo, seguida por Siobhan que tentava, em vão, pedir para que a menina tivesse cuidado. Assim que a voz da criança atingiu os ouvidos da loira, ela estremeceu e pensou que o mundo fosse desabar sobre ela e precisou de todo seu autocontrole para manter-se firme quando a menina jogou-se em seu colo. – Onde você estava? Senti sua falta essa noite?

- Precisei resolver algumas coisas com a Tia Helena. – Disse com uma careta que foi reconhecida por Siobhan.

- Você tá bem Del? Parece que não! Tá com alguma dor? Porque essa cara engraçada? – Derrubava uma verdadeira enxurrada de perguntas e não deixava que Delphine conseguisse raciocinar direito, nem tão pouco responder algo. - Oh, porque eu não poderei participar do casamento de vocês? – Manu questionou cruzando os bracinhos, e essa pergunta surpreendeu a mulher que encarou S e essa apenas ergueu os ombros, como se não dependesse dela aquela decisão.

- Porque não poderia? – Buscou o olhar das demais.

- Foi a Sra. S que disse isso. – Entregou sua algoz. E então, com a lentidão que a ressaca lhe possibilitava, compreendeu o que estava acontecendo ali.

- Ah sim... Veja só Manu... – Foi subindo as escadas com a menina em seu, tentando buscar as palavras certas para argumentar de uma forma que a pequena pudesse compreender. – O que acontecerá amanhã a noite aqui será um ritual da Ordem... Onde a Cos será iniciada.

- Eu sei de tudo isso. Já estudei sobre essa iniciação. – Interrompeu bruscamente ainda de braços cruzados e encarando a Mestra que buscava socorro silencioso em suas irmãs que pareciam estar se divertindo com a angustia dela e adorando assistir a sua tentativa de explicação.

- Então... Esse é um ritual, como você sabe, para uma pessoa fazer parte da Ordem... E é o que vai acontecer com a Cosima. Ou seja... É apenas para mulheres que já fazem parte da Ordem. – Disse essa ultima parte sem muita convicção.

- Ei! Espera um momentinho ai... Eu sou da Ordem sim! Eu já nasci nela. – Já tinha perdido o seu infantil controle e seu choro já era copioso e comovia a todas. – Eu quero participar. Eu tenho que participar. – Bateu o pé incisivamente. – Eu até já fiz a minha coroa de flores. Num foi? – Virou-se para Siobhan.

- De fato Delphine. Ela me acordou hoje me mostrando uma lindíssima coroa que ela mesma fez com flores que colheu nos jardins. – S confirmou com um sorriso cúmplice, indicando que, para ela a menina deveria participar sim.

- Hum... – Delphine fitou a todas e bateu dois dedos nos lábios, fingindo que estivesse tomando uma decisão dificílima. – Pois bem! Deixe-me ver essa tal coroa... Dependendo da qualidade dela você irá participar ou não. – Foi a vez dela cruzar os braços e encantar-se com o brilho que aquela pequena pessoa adquiriu naquele momento. A esperança poderia muito bem ser definida por ela.

Todas a viram sair em disparada e subir a escada aos pulos. Delphine já estava decidida a burlar aquela tradicional regra e abrir a exceção para a participação daquela menina no importante ritual. Apenas pediu que ela fosse buscar o que tinha feito a titulo de desafio, para que ela compreendesse que não bastava apenas chorar ou espernear. Ela precisaria merecer. E mais uma vez ela fez aquela afirmação enigmática. De que havia nascido na Ordem. Seria Manu filha de alguma irmã do Labrys? Mas quem? Não teve tempo suficiente para pensar naquela questão, pois ela retornava aos berros, capturando novamente a atenção de todas.

- Aqui está a que eu fiz pra mim. – Estendeu um belíssimo trabalho que fez com que todas arregalassem os olhos encantadas com a delicadeza e o luxo daquela peça.

- Que linda Manu! Foi você mesma que fez? Sozinha? – Ela apenas anuiu positivamente com a cabeça e estufou o peito bastante orgulhosa. – Gérberas e... – Delphine levou a coroa ao rosto para cheira-las. – Lírios! – Afirmou maravilhada.

- E eu fiz uma prova você também! – Mostrou o que trazia escondida atrás das costas. Uma coroa ainda mais volumosa e feita com perfeição, harmonizando perfeitamente os tamanhos, as cores e os significados das flores. De imediato Delphine lembrou-se de quem produzia aquelas peças que extrema maestria e contemplou aquele trabalho com uma expressão saudosa. Sua mãe! A grande Manu tinha um talento inigualável naquela delicada arte e parecia que a pequena havia trazido também essa característica.

- De fato Manu! Você realmente precisa estar lá. – Piscou um olho para ela que sorriu largamente.

- Mas agora você precisa voltar as suas atividades mocinha. – Siobhan a alertou.

- Matemática. – Bufou e virou os olhos.

- Faz parte Manu. – Helena abaixou-se e tocou nos ombrinhos dela. – Mas, se você todas as suas atividades cedo, eu e a Tia Stella... – A loira arregalou os olhos diante daquele novo titulo e ficou curiosa com o que Helena poderia estar planejando. – Poderemos leva-la para treinar arco e flecha!

- Eba! – A menina vibrou, mas depois ficou pensativa. – Stella Gibson? – A menina questionou.

- Eu mesma!

- Você é a recordista da Ordem em tantas coisas... – A menina caminhou deslumbrada em direção a ela. – Estou conhecendo uma lenda. – A menina anunciou enquanto segurava na mão dela.

- Gosto muito dessa menina! – Stella anunciou e todas riram. – Prometo que irei lhe ensinar todos os meus “truques” Manu, mas antes eu e as suas outras tias precisamos conversar um pouco. Mas temos um compromisso marcado para mais tarde.

Assim que a menina seguiu uma de suas tutoras, Stella e as demais seguiram para a sala de reuniões da Ordem. Precisavam discutir e analisar as informações entregues por Joana e tudo o mais que ela havia descoberto.

- Muito bem Gibson... Mostre-nos o que tem. – Delphine demandou assim que desabou em sua cadeira.

- Como vocês podem ver aqui, temos uma movimentação nunca antes vista do Martelo. Todos os principais líderes estão sendo convocados para um encontro emergencial. – Enquanto ela narrava, inúmeras imagens com fotos de satélite, passagens aéreas e tantas outras coisas que indicavam que algo grande estava sendo preparado.

- Eles estão apavorados! – Helena anunciou com empolgação. – Ministros, chefes de estado e até os cardeais estão cancelando seus compromissos por isso.

- Sim, e tem mais! – Stella anunciou e capturou ainda mais a atenção das demais. – Lamartine está doente! – Disse enquanto sentava.

- Viram? – Siobhan vibrou em triunfo. – Ele está enfraquecendo.

- Como assim? – Stella interessou-se. E então S e Helena a informaram sobre o ocorrido na entrevista e que teve consequências para Manu.

- Então chegou o momento! – Stella vibrou, traduzindo o sentimento de quase todas ali, exceto de Delphine, que estava resignada em seus pensamentos. Havia vivido demais para se permitir ser imprudente e suas comemorações prévias. Ela, mais do que qualquer uma ali conhecia aquele homem como a própria alma, e sabia que estava se aproximando um momento determinante no embate entre eles.

- Sim... Ele está doente, pois está se tornando imortal... Só que eu também! – As alertou. – Isso nos diz que devemos ter ainda mais cuidado, pois o desespero da perda da imortalidade o torna ainda mais perigoso. E eu estou vulnerável, assim como ele. – Todas a olharam apreensivas. Ela tinha razão.

- Mas estaremos preparadas para ele. – S anunciou. – E parabéns Stella, pelo sucesso em sua missão.

- Ah sim... Foi importantíssima essa vitória Gibson. Pelo que soube, você conseguiu capturar um terrorista que vários outros agentes tentaram sem sucesso.- Delphine a parabenizou. – Isso certamente lhe dará a direção da CIA. – Disse aquilo e em seguida encarou significativamente Helena, para que Stella compreendesse que havia algo incomodando a morena.

- Obrigada Cormier! Isso me trará muitas responsabilidades.

- Bom, se já terminamos aqui eu gostaria de me recolher um pouco. Preciso fazer minha cabeça parar de girar!

- Isso se chama ressaca Delphine! – S deu duas tapinhas nas costas dela.

- Que inferno é esse em minha cabeça!? Pelas deusas!

- Ahahaha... Vou pedir que lhe preparem um chá que lhe ajudará um pouco. E precisas mesmo descansar... Amanhã será um grande dia. – S anunciou. – E vou mandar esse chá para você também. – Disse que para Helena que tentava, sem sucesso, esconder o seu estado.

 

______

 

Os últimos dias estavam sendo intensos para Cosima. As descobertas que estava tendo e as emoções experimentadas estavam atingindo a sua culminância com os ritos de purificação que estava vivenciando.

Havia apenas lido sobre aquele ritual no diário de Melanie e se naquele momento já havia se encantado apenas com a narrativa, agora que o experimentava estava maravilhada com a incrível sensação de identificação que estava construindo através dos cuidados que as anciãs destinavam a ela. E em cada gesto, cada palavra e cada cântico ficava evidente a irmandade que sustentava os alicerces da Ordem.

O legado das fundadoras, suas histórias, tudo lhe foi contado e só aumentava a sua admiração por todas aquelas mulheres. E ficou claro também o respeito e a gratidão que elas destinavam a sua Mestra. De alguma maneira, Delphine havia tocado na vida de cada uma daquelas senhoras e ela adorou conhecer um pouco mais de sua amada através dos relatos daquelas mulheres.

Com o pensamento direcionado em Delphine recostou sua cabeça na pedra do tanque onde estava sendo banhada com uma mistura de águas, ervas e flores. O cheiro de frescor era bastante agradável e as ritmadas vozes das três mulheres que estavam cantando ao seu redor ajudavam a deixa-la relaxada ao ponto de cair num sono tranquilo.

- Menina Cosima? – Uma voz distante a despertou. Procurou focar sua visão e encontrou Violet lhe encarando. Esse era o verdadeiro nome da Sacerdotisa e que ela descobrira espontaneamente em uma das muitas e deliciosas conversas que vinha tendo com aquela mulher.

- Oi... – Ajeitou-se e olhou ao redor como se tentasse se situar. A pouca luminosidade das velas que já estavam no fim de suas vidas lhe mostrava que a noite já havia chegado. – Que horas são?

- Acredito que já passa das 20h. – A simpática senhora lhe estendia uma manta para que ela se enrolasse ao sair de seu banho.

- Caramba... Dormi demais! – Assustou-se.

- Mas eu não lhe culpo... As vozes das irmãs são verdadeiros soníferos. – Piscou um dos olhos e arrancou uma risada cumplice de Cosima. – Mas como você está se sentindo? – Estava evidentemente ansiosa.

- Violet... Eu não sei se sou capaz de traduzir com palavras tudo o que estou sentindo. – Suspirou. – Mas uma coisa eu posso lhe garantir, não sou a mesma mulher que entrou aqui há alguns dias.

- Mas é isso mesmo... Você passa a se sentir...

- Conectada! – Cosima respondeu antes mesmo que a sacerdotisa concluísse.

- Exatamente! – A mulher bateu palmas. – Todos esses rituais são apenas simbólicos. A verdadeira mística está na identificação com a nossa história, com nossa filosofia. Com o nosso modo de enxergar o mundo. E pelo que pude conhecer de você em nossas conversas, já pertencias a Ordem minha criança. Antes mesmo de passares pelos ritos. – A velha senhora lhe sorriu largamente e mais uma vez Cosima teve a certeza de que ela fora belíssima quando jovem e os traços que ela ainda carregava lhe conferia uma beleza sóbria.

- Eu já admirava a Ordem apenas por meus estudos. Mas nada se compara a vê-la de dentro, funcionando da forma mais profunda. Compreender como ela se formou e todo o bem que proporcionou a um número impressionante de mulheres e de homens também. – Reconheceu emocionada.

- Que bom minha criança! E daqui a pouco mais de 24 horas farás parte oficialmente da Ordem e poderás se entregar a Delphine. – Disse Violet ao lado de uma constrangida Cosima que não sabia se informava ou não que a entrega já havia acontecido várias vezes. Mas achou melhor omitir aquela informação daquela senhora. – Durma tranquila... Quando acordares, terás uma surpresa lhe esperando.

Cosima sorriu e ao mesmo tempo em que agradecia a mulher, a amaldiçoou levemente, pois com aquela informação acerca da surpresa iria perturbar o seu já ansioso sono. Se conhecia muito bem e certamente seria como nos natais quando era criança e passava a noite quase em claro, esperando pela manhã que abriria seus presentes. Já tendo descoberto a “farsa” do papai Noel, não perdeu a mística dos presentes, mesmo que esses fossem apenas um cartão de um amigo de escola ou sua primeira bicicleta. Sorriu com aquelas lembranças enquanto deitava-se na cama simples que ocupou nas ultimas noites desde que iniciara a sua purificação. E como previra, o sono tardou em dar as caras, potencializando a sua já usual ansiedade que, se não se controlasse, atacaria a sua gastrite.

Um sono agitado, com sonhos confusos que misturaram sensações deliciosas com outras não tão boas, lhe trouxe um despertar lento e preguiçoso.

Finalmente o dia havia chegado e o despertar de Cosima foi com um delicioso perfume de flores. Piscou os olhos algumas vezes e quando focou viu um delicado arranjo de flores do campo em um pequeno jarro na mesinha de cabeceira. Se permitiu demorar apreciando aquele delicioso ambiente e só então lembrou-se da promessa da Violet. Ergueu o corpo e sentou-se na beirada da cama e a surpresa anunciada na noite anterior superou toda e qualquer expectativa que poderia ter.

Pendurada em um cabideiro estava uma lindíssima túnica lilás. A sua túnica! Lentamente se levantou e em poucos passos, estava tocando a suavidade do tecido, atendo-se aos detalhes da presilha em forma de Labrys e sentiu toda uma emoção impossível de ser descrita com qualquer palavra que poderia pensar. Quando seus olhos deixaram de focar aquela simbólica roupa viu algo tão sensacional quanto. Uma delicadíssima coroa de flores repousava sobre a mesa de campo. Com reverência a segurou em suas mãos e admirou os detalhes perfeitos das pequenas flores coloridas, onde o vermelho e lilás se destacavam.

- Está mesmo acontecendo! – Sussurrou e rodopiou no próprio eixo diante de tanta felicidade.

- Vejo que já acordou! – Siobhan e Violet entraram no quarto, quase a assustando.

- Bom dia! – Lhe saudou sob todo o entusiasmo.

- Bom dia criança. Já podes ir para o seu quarto lá em cima, se preparando para o evento da noite.

- De que horas será o ritual? – Uma empolgada Cosima questionava enquanto trocava a camisola que usava por roupas mais convencionais para circular pela Fundação.

- Paciência menina! – Violet a acalentou. – Agora falta pouco. Vá tomar um bom banho. Descanse, se alimente e... Nos vemos a noite! – Lhe piscou um dos olhos e Cosima sorriu retribuindo silenciosamente agradecendo por tudo o que compartilharam enquanto esteve em sua companhia.

- Onde está a Delphine? – Cosima perguntou quando chegaram a copa.

- Saiu com Helena, Stella e Manu. Estão tentando cansar aquela menina. – A ruiva riu.

- Ela é impossível! Mas estou com saudade dela. Onde as encontro?

- Cosima... Você supostamente ainda não deveria se encontrar com a Delphine. Não antes do início da iniciação, pois ainda estás passando pelo ritual de purificação.

- Ah é? – Lamentou cabisbaixa arrancando uma gargalhada de S.

- Não sabia que eras masoquista S!

- Nem tanto criança. Mas é que está realmente divertido ver a agonia de vocês duas. Mas... Caso queiras vê-la de longe, elas estão na pista de equitação. Manu está tentando bater recordes.

- Ela me parece muito competitiva.

- Demais! E temos de ter cuidado quanto a isso. – S demonstrou preocupação.

- Você já descobriu algo mais sobre ela?

- Estamos desconfiadas que ela é filha de uma irmã da Ordem. Mas ainda não temos certeza nem tão pouco sabemos quem é.

- Isso poderia explicar todos os... Talentos dela?

- Sinceramente? Acho que nada poderia explicar do que essa menina é capaz. – Havia um sincero receio na fala de Siobhan. – Por falar nela... – Indicou com um movimento de cabeça uma das imensas janelas de um dos corredores da parte de trás do castelo. Há alguns metros as quatro amazonas divertiam-se circulando os obstáculos da pista e riam alegremente e vibravam com cada conquista da pequena.

- Ela é muito boa! – Cosima afirmou e S apenas anuiu positivamente.

- Ela está muito feliz! – Siobhan comentou.

- A alegria de uma criança!

- Não estou me referindo a Manu. – Cosima a encarou e arregalou os olhos. – Falo sério. Estou ao lado dela a mais de trinta anos e nunca a vi assim. E muito disso tem a ver com você.

Cosima não foi capaz de dizer nada, apenas sentiu o impacto daquela afirmação. De uma certa maneira era uma tremenda responsabilidade, mas também um absurdo privilégio. Com aquele pensamento em mente, dirigiu-se ao seu quarto e assim que entrou algo em sua cama chamou sua atenção.

Um lindíssimo vestido branco redado estava perfeitamente aberto sobre a cama com um pequeno cartãozinho ao lado.

“Para minha noiva, minha amada, minha vida...”

Não havia assinatura, mas nem era preciso. A escrita a mão trazia a inconfundível caligrafia de Delphine e encheu Cosima de uma felicidade que estava sendo impossível de ser contida e a levou a conferir as horas.

- Porcaria! – Xingou assim que fez o cálculo mental de quantas horas ainda teria de esperar.

 

______

 

- Você vai fazer um furo no piso Delphine! – Helena repreendia sua amiga que não conseguia mais ficar parada. Ela já estava deslumbrantemente vestida num espetacular vestido pérola, a cor que determinava a sua posição na Ordem. Apenas a Mestra a usava. E essa era a mesma cor da sua túnica que estava jogada sobre a cama, pois já foi vestida e retirada incontáveis vezes.

- Que horas são? – Questionou.

- Quinze minutos a mais desde a ultima vez que você perguntou. – A morena balançava o pé impacientemente. Também já estava vestida num lindo vestido marrom, cor que destaca a sua função de Protetora e também já trajava a sua túnica lilás. – E sim Delphine, as demais já seguiram para lá. – Referia-se ao centro do labirinto onde iria ocorrer aquela cerimônia.

- Então vamos! Não consigo mais esperar!  - Ordenou e jogou sua túnica sobre os ombros.

- Caramba, você está linda! – Helena não conseguiu conter o suspiro de admiração e conseguiu deixar um leve rubor na face da amiga que lhe repousou as mãos sobre os ombros e em seguida a abraçou ternamente.

- Eu queria lhe agradecer por tudo minha amiga! – A encarou de forma firme. – Sempre estiveres ao meu lado, me protegendo, chamando minha atenção... Cuidando de mim.

- Fazendo minha função...

- Sendo minha amiga! – Segurou as mãos dela. – Por isso eu não poderia pensar em outra pessoa que não você seguir ao meu lado para a minha união.

- E eu fico sinceramente lisonjeada Del. – Foi extremamente sincera. Há muito já havia conseguido superar o sentimento indevido que nutria pela loira e aquilo foi libertador, pois agora via o quanto ela estava radiante e linda e isso pouco tinha a ver com as roupas que usava e sim com o sentimento que carregava no peito. Delphine estava leve... Suave e linda. Estava brilhando.

- Vamos? – As duas sorriram e seguiram de encontro ao destino.

 

______

 

Cosima contemplava a própria imagem diante do espelho e estava impressionada com a perfeição daquele vestido. Parecia que havia sido feito sob medida para ela e como ele era lindo. Justo em seu corpo, marcando suas curvas, mas de forma elegante. Pequenos detalhes bordados conferiam o ar de leveza e pureza que deveriam. Leves batidas na porta lhe trouxeram de volta.

- Pode entrar!

- Caramba Cos! – Manu que também estava encantadora num vestido lilás claro ficou boquiaberta ainda com a mãozinha na maçaneta da porta. – Você está linda!

- Você também! – Indicou a roupa da menina que encheu-se de orgulho.

- A Delphine tem mesmo bom gosto.

- Foi ela quem também escolheu o seu? – A mulher perguntou e a pequena concordou.

- Já está na hora? – A menina deu algumas palminhas.

- Todas já foram? Siobhan disse que só deveríamos ir depois de todas.

- Foram sim. Vamos! – Agora Manu já saltava sem mais se aguentar.

- Então vamos! Mas antes... Coloca pra mim? – Cosima estendeu a coroa de flores para Manu que arregalou seus olhos e logo subiu numa cadeira e como se coroasse uma princesa, colocou aquele adorno que completou a perfeição que era a visão de Cosima pronta para seus rituais.

E assim como Delphine escolheu Helena, Cosima havia escolhido aquela menina para ser quem lhe guiaria, deixando a pequena numa euforia que foi quase impossível de conter.

De mãos dadas, as duas desceram pelas escadas da Fundação e assim que alcançaram a parte de trás viram ao longe o tenebroso labirinto que fora adornado para suavizar a dureza dos galhos e a rigidez dos séculos de vida.

A medida que caminhavam, Cosima sentia seu coração saltar em seu peito no mesmo ritmo das batidas da melodia que ia aumentando de intensidade a medida que adentravam pelos corredores de paredes altas. Fitas roxas, lilás e brancas indicavam o caminho que deveriam percorrer para não se perderem em meio aquele emaranhado de corredores.

Logo as vozes femininas que cantavam em celta antigo começaram a ser ouvidas e a ansiedade de Cosima atingia níveis inimagináveis. E sua ansiedade tinha a ver sim com o fato de que estava prestes a fazer parte de uma instituição a qual respeitava com todas as suas forças. Algo até pouco tempo inimaginável para ela. Mas a maior parte da expectativa que sentia era a de (re)encontrar sua amada. Pois sentia em seu intimo que era isso que aconteceria em poucos instantes. Duas mulheres que se conheciam... Duas almas que se reconheceriam, mas que de alguma forma era novas mulheres.

Dobrou mais um ultimo corredor e o tremular da luz das chamas das tochas atribuíam uma mística a mais àquele grupo de mulheres que trajavam a mesma túnica lilás que ela. E assim que perceberam a presença dela, abriram caminho para que passasse entre elas e cada uma lhe tocava gentilmente, como se com aquilo estivessem recebendo-a entre elas como uma igual.

Bem no centro Cosima conseguiu avistar Siobhan, Stella, Helena e Genevieve e no topo da pedra central uma figura alta de costas, trajando uma túnica que se destacava das demais e de imediato soube quem era.

“A cor da Mestra.” Pensou.

- Aquele é a Delphine! – Manu puxou a mão de Cosima que lhe olhou e sorriu anuindo positivamente com a cabeça e ainda encarando a menina, percebeu que a mulher a poucos metros dela havia se virado. E como se tomasse um ultimo fôlego em sua antiga vida, respirou fundo e ergueu a cabeça olhando em direção a ela.

O choque dos dois olhares foi tão avassalador, que pareceu que uma onda de energia varreu toda aquela clareira e uma brisa percorreu o lugar, sacudindo as túnicas e os cabelos de todas.

E, quebrando todo e qualquer protocolo, deixando de lado toda e qualquer tradição, Delphine desceu de seu púlpito e caminho decidida até Cosima, parando bem diante dela e as duas, ofegantes, perplexas e tomadas pela emoção indescritível sorriram uma para outra e Delphine caiu aos pés de Cosima, tomando a mão dela entre as suas.

- Meu eterno amor! – Sussurrou e tudo parou de existir. Havendo apenas elas!

 

Fim do capítulo


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Comentários para 75 - Capítulo 75 A Iniciação (Parte 1):
Lica
Lica

Em: 10/12/2018

"Meu eterno amor".... lindo!

Ai autora, no próximo domingo, não demores à postar, por gentileza...rsrs! 

Muitas emoções, com toda a certeza, nos esperam.

Como bibliotecária e fã do seu primoroso trabalho, rogo às Deusas, para que esse texto maravilhoso, seja impresso e encadernado luxuosamente e com um conteúdo de primeira grandeza, para que  possamos ler com avidez e tocá-lo e sentir o cheiro inenarrável de um LIVRO.

 

bjs querida!!


Resposta do autor:

Perdão se lhe faço esperar, mas meus dias tem sido cheios e tem sobrado pouquíssimo tempo para a escrita, tanto que tenho postado os capítuos sem as devidas correções. Mas me esforço sempre em manter nosso dia.

Estou lutando bastante para que esse sonho dele ser materializado aconteça. Inclusive existe um projeto rolando. Se quiseres ajudar, sinta-se a vontade em me adicionar no facebook. 

 

https://www.facebook.com/profile.php?id=1223930183

Abraços

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patty-321
patty-321

Em: 10/12/2018

Que lindo. Não dar pra conter as lágrimas. Moça e de um talento impressionante. Gratidão por essa estória inesquecível.


Resposta do autor:

Muitíssimo obrigada pelo carinho e pelos elogios.

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AMANDA
AMANDA

Em: 09/12/2018

Tem como essa cerimónia torna-se mais encantadora :D


Resposta do autor:

Espero muitíssimo que sim!

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