Patrícia

Acordei com o meu telefone tocando estridentemente. Não conseguia achar onde estava e fui encontrá-lo embaixo do Alfredo que dormia apesar do barulho.

— Alô? – Atendi sem ver quem era.

— Patrícia, que porr* o Júnior foi fazer na sua casa hoje? – Uma Lorenza furiosa quase gritava no outro lado do oceano.

— Lô... O quê...

— Por que vocês não me contaram, Patrícia? Vocês estão me fazendo de boba há quanto tempo? – Acendi a luz do abajur e vi que era mais de 1h da manhã.

— Primeiro, baixa o tom de voz para falar comigo – Falei firme sentando na cama totalmente desperta. — Agora me diz do que você tá falando.

— A foto que o Júnior postou hoje! Vai fingir que não sabe?!

— Se você continuar falando assim comigo, vou desligar. Não vou falar novamente – Falei séria e peguei meu laptop, que estava ao lado, abrindo-o. Entrei em uma rede social procurando o perfil enquanto ouvia ruídos, pelo celular, de coisas sendo quebradas ... — Onde você está, Lorenza? – Perguntei com um tom de voz mais ameno.

— Uhrmmsm...

— Lorenza?

— No quarto.

— Por que não tá no evento.

— Porque eu vi a porcaria dessa foto e o Júnior não me atende e você me ignorou hoje o dia todo e... – Lolo continuava a resmungar como uma criança mimada. Eu vi a tal foto. Júnior havia postado uma montagem com fotos nossas do dia do almoço e de hoje à noite na janta falando: “Dois dias seguidos com essas mulheres lindas! Como um príncipe encantado eu salvei a donzela em perigo! E ganhei a mão da princesa!”. Comecei a rir do quão sem noção ele era e Lorenza se irritou mais ainda, tanto que eu ouvi mais coisas sendo quebradas. “Puta merd*, ela vai ter um prejuízo enorme!”.

— Lorenza? Júnior fez uma brincadeira...

— Brincadeira é o cacete. Brincadeira! Aham! Eu conheço aquele lá! Deu mole ele traça! Conheço muito bem. Ele é como...

— Você? – Ela fez silêncio e eu ouvi um suspiro alto, consegui notar todo o seu constrangimento.

— Por que você me ignorou o dia todo? Até coloquei o relógio de madrugada para poder te mandar mensagem! – Ela parecia uma criança mimada. Uma criança que haviam tomado o brinquedo. Não parecia em nada aquela mulher segura e sedutora que eu conhecia.

— Eu achei que você estivesse bem acompanhada, Lô... Eu vi sua foto com a Luiza Nadge e...

— Nós viajamos juntas, coração, e ela me contou sobre o grande amor da vida dela. Até dei alguns conselhos, falei para ela ir atrás da felicidade dela... – Então eu percebi que nós duas tivemos a mesma reação em ver uma fotografia com uma legenda que tinha um pouco de brincadeira. Senti que ela também percebeu e começou a relaxar.

Contei então que encontrei Júnior na saída da clínica e que ele me trouxe em casa porque me senti mal. Lorenza me xingou dizendo que eu não devia passar o dia sem comer, e disse que o amigo fez muito bem em me trazer em casa. Acabamos desligando e retornando o contato por videoconferência. Ficamos jogando conversa fora e matando a saudade, ou tentando... Até que percebi o dia amanhecer.

— Lô, você perdeu o evento!

— Ah, hoje não tinha nada importante. A minha palestra será amanhã pela manhã, então agora eu vou dar uma revisada e dormir cedo para estar inteira amanhã.

— Que estranho, geralmente os eventos que eu vou sempre tem festas e mais festas – Ela ficou quieta. – Lô?

— Aqui também tem, mas hoje não vou não – Sorriu de canto para mim. Que mulher, MEU DEUS! Ela tinha uma beleza, um carisma, uma simpatia... Nossa! Ela era tudo de bom... Notei que quando ela prestava atenção em algo sua testa franzia e ficava uma ruguinha linda entre as sobrancelhas. Fofa. Ficamos em silêncio e eu acabei dormindo vendo sua cara séria e compenetrada olhando a apresentação, ouvindo sua respiração compassada e seu dedilhar no teclado.

Sonhei com ela... Sonhei com Lorenza me admirando e eu estava nua na minha cama... Impressionantemente eu não tinha vergonha do meu corpo como sempre tenho. Eu me exibia para ela com uma segurança que eu nunca tive e era presenteada com seu olhar desejoso... Ela se ajoelha na cama e pega um dos meus pés beijando carinhosamente cada um dos dedos... Suas mãos seguiam pela minha perna... E eu gemia... Não me continha... Escutei o seu gemido alto...

Acordei e dei um salto na cama, vi que eram 11 horas da manhã. Procurei o notebook e vi que Lolo não estava na webcam. “Que estranho. Será que travou?”.

— Lorenza? – A chamei.

— Bom dia, dorminhoca – Depois de alguns segundos ela aparece coberta com um lençol, mas consegui ver que está nua. Minha ppk molhada pelo sonho pulsou e eu fiquei vermelha. “Tomara que ela não tenha notado”. — Você sabia que você ronca?

— Puta merd*, meu! Isso não se diz a uma dama! – Lô, riu alto e eu a acompanhei.

— Fica tranquila, coração, que eu também ronco. Então... Quando a gente for dormir juntas, não vai ter problema nenhum! – “PUTA MERDA, PARA TUDO! Aí, Lô, não me ilude!”.

— Lô, amigas! Lembra? – Falei meio que choramingando, mas tudo o que eu via era aquela loira maravilhosa mordendo os lábios. “Qual será o sabor da sua boca?”. Não que eu tivesse provado muitas. Beijei poucas pessoas, mas tenho certeza que deverá ser a melhor que eu tenha beijado. “Para, loka, tá achando que ela quer te beijar?”.

— Mas amigas fazem festa do pijama, certo? – Ela fala maliciosa.

— E você não está muito velha para festinhas do pijama?

— Dependendo da companhia, tem coisa que a gente nunca vai tá velha, oncinha... uhm... Te garanto... – E ela gem*u... PUTA MERDA... Ela tá gem*ndo... — Por exemplo... – O braço dela se movia por baixo do lençol e... Não, meu... Não, não pode ser! — O que eu estou fazendo agora não tem idade... Queria você aqui comigo... Te tocar... Te provar...

— Lô... Você tá...? – Perguntei com a certeza de que ela estava se masturbando enquanto falava comigo. Meu coração bateu alto, meu ventre pulsou e fiquei completamente envergonhada, mas não queria sair dali de jeito nenhum.

— Aham... – Ela deu aquele sorriso de lado, aquele que me faz querer agarrar seus cabelos e morder o seu lábio inferior – Paty, eu juro que não tô me aproveitando de você, coração, mas você tava sonhando... Gem*ndo meu nome... Eu não sou de ferro, chiliquenta!

— Ai, que vergonha! – Fiquei mais vermelha que o Maracanã em dia de jogo do Flamengo.

— Vergonha nenhuma, Paty. Fiquei lisonjeada e com um Tzão dos infernos... Sabe, vendo você dormir... Sonhando, gem*ndo... Eu lembrei de você se esfregando em mim lá no trailer... Que gostoso... – E ela deixou o lençol cair mostrando seu seio. PUTA MERDA! E era L I N D O. Lô pega o seu próprio mamilo entre os dedos e dá uma puxadinha de leve. Eu não estava me reconhecendo. Como aquela mulher conseguia me deixar daquele jeito?! – Tá vendo, coração, é assim que eu quero fazer no seu..., mas com meus dentes... Bem de leve...

— Lô... Eu nunca fiz... – Tava na cara que ela queria que eu participasse, mas eu estava morrendo de vergonha, mesmo não conseguindo parar de olhar para seu corpo e o movimento do seu braço.

— Não vou te obrigar a fazer nada que você não queira, linda. Só de te ouvir, te ver... Nossa... Tá sendo uma delícia – Ela falando daquele jeito me excitou mais ainda. A sua voz rouca dentro do meu ouvido... PUTA MERDA, MEU! – Faz o que você tiver vontade, me pede o que você quiser que eu mostro e faço. Você que importa, linda, lembra disso. – Puta merd*, como fofura e safadeza podem andar juntas?

— Tá – Falo e timidamente coloco minha mão por baixo do lençol, achando meu sex* logo em seguida, ddentro da calcinha. Eu estava completamente encharcada pelo sonho e por tudo que eu estava vendo.

— O que você quer que a sua Lô faça? – Ela pergunta num gemido e eu me perco a olhando.

— Você me mostra... – “PUTA MERDA, QUE VERGONHA!”, mas eu queria vê-la nua, e ver o que ela fazia com os dedos.

— Assim, coração? – Ela se mostrou pra mim, e eu a vi. Linda! Os seios firmes, mamilos rijos, o abdome tatuado... O sex* depilado e seus dedos fazendo círculos ao redor do seu clit*ris... E ela gemia... AI DEUS... Ela gemia e eu a acompanhava. – O que mais?

— O que... Eu... Fala o que você falou pra mim aquele dia? – A minha cabeça dava voltas, meu corpo todo tremia e eu tentava acompanhar exatamente o ritmo dela e o que ela fazia no próprio corpo. Aquela estava sendo a melhor experiência sexual da minha vida toda!

— Aquele dia nas baias? – Eu confirmei. Eu queria que ela falasse tudo aquilo que me disse aquele dia, mesmo eu sabendo que não era só pra mim... — Ô, coração... Você é tão gostosa... Que eu tenho tanta vontade de te ch*par... Sentir o teu gosto... – Eu gemo ao ouvir sua voz rouca, olhando seu corpo e seus dedos... —  Teu gosto deve ser doce... Doce demais, morena. Imagina que sou eu que estou aí... Te tocando... – Ai, puta merd*, agora a porr* ficou séria. Imaginar Lorenza comigo agora na minha cama... Fechei os olhos e comecei a movimentar mais rápido meus dedos – Imagina que eu estou te tocando com meus dedos, te sentindo toda molhadinha na minha mão... Minha boca no seu pescoço, te beijando... Mordendo esse seu pescoço cheiroso...

— Lô...

— Ahhh, chiliquenta... – Ela gem* alto e noto que ela acaba de goz*r. Mas ela não para de falar comigo, ela quer que eu atinja o ápice... Coisa que Mauricio pouco se importava – Meus dedos estão no teu clit*ris... Tá gostoso, amor?

— Tá...

— Eu tô apertando o teu mamilo, bem gostoso, faz isso com a outra mão, faz – A vergonha faz eu me virar de costas para poder apertar o meu seio, sem parar de me masturbar com a outra mão. – Agora eu aumento o ritmo dos meus dedos... Ah, chiliquenta... Eu abro as tuas pernas e troco meus dedos pela minha língua, te lambendo bemmmm gostoso... Sentindo teu gosto... Te ch*pando e fazendo você rebol*r na minha boca... Rebola gostoso na boca da sua Lô, vem...

— Lô... Eu... – Eu estava no meu limite.

— Vem, princesa, goz* na minha boca...  – Quando ela me falou isso eu tive o MELHOR orgasmo da minha vida, literalmente em uma goz*da virtual, ficando completamente exausta.

Ainda com a respiração descontrolada, me dou conta do que aconteceu e sorrio. Ai, caralh*, como eu queria que ela fosse menos mulherenga, para eu poder realmente me atirar de corpo e alma nessa relação. Como Verônica diz: saber o que eu gosto...

— Oi, chiliquenta... – Ela diz assim que eu me viro. Lolo está com os olhos semicerrados louca de sono.

— Oi, Lô... – Ficamos sorrindo como duas colegiais. Depois de um silencio gostoso, escuto uma batida na porta e Noca me chamando aflita.

— Eu preciso atender a porta...

— Vai lá, oncinha linda, vou dormir pensado em você...

Então, mesmo sem a menor vontade, me despeço dela e vou ver o que Noca quer. Segundo ela me falou, Bastira pediu que eu fosse à fazenda correndo porque Charlotte havia “brincado” com um ouriço do mato.

Sabendo o quanto eram perigosos esses “encontros” e “brincadeiras” coloquei qualquer roupa e fui correndo para a fazenda de Lorenza. Um dos meninos da fazenda foi comigo para mostrar o caminho. Quando eu comecei a stalkear Lorenza nas redes sociais,  descobri que a linda Golden Retriever que eu vi na cidade no dia do meu encontro com a “peoa safada” era a Charlotte dela. A veterinária tem muitas fotos com sua “filha” e parece amá-la demais. Fico imaginando o que ela sentiria se acontecesse qualquer coisa de ruim a cachorra.

Chegamos e Bastira correu ao nosso encontro. Ela nos contou que Charlotte sempre gostou de correr e brincar com todos os tipos de animais, e sempre fica atrás das suas galinhas. Só que hoje um ouriço estava escapando do calor no galinheiro e ela, curiosa, foi brincar com o novo amigo.

Bá falou que Mônica, a menina que cuida e Charlotte, estava com a cadela dentro do trailer de Lorenza, no ambulatório. Eu entrei preocupada e nem ao menos me preocupei em cumprimentar a menina, me dirigindo diretamente para o animal que estava deitado em cima da mesa de inox, com a cara cheia de espinhos. A examinei e mais aliviada notei que estava prendendo a respiração.

— Nossa, menina! Pelo menos não é tão grave! Mônica, meu nome é Patrícia e eu sou veterinária, você me ajuda?

— Sim, a senhora é a Doutora Delícia que a Dra. Lorenza fala, né? – Comecei a rir da ingenuidade da menina.

— Charlotte está acostumada com você então eu vou ministrar um sedativo leve e vamos começar a retirar os espinhos. Poderia ter sido muito pior! Graças a Deus foram poucos e pelo que eu vi nenhum pegou no olho!

Trabalhamos por quase três horas retirando todos os espinhos da cadela. Ao todo foram mais de 100 espinhos retirados da cabeça, boca, língua e patas dianteiras. A mocinha se comportou muito bem, mas tenho certeza que sentirá muita dor após o efeito dos sedativos. Após os curativos serem realizados eu pedi para Bá que ela autorizasse eu levar Charlotte para minha casa comigo.

Chegando em casa, a levei para o meu quarto contando a todos as peripécias caninas da Golden e pedi para que Noca organizasse uma cama para ela. Alfredo tremia mais que o normal e fez a egípcia para a fêmea. Fez que nem sabia que ela estava ali. Quando ela se aproximava ele olhava para outro lado.

Deixei os dois no quarto e tomei um longo banho. Quando sai vi uma cena mais do que inusitada. Charlote estava deitada esparramada na minha cama com Alfredo deitado no meio dos seus braços, como se dormissem de conchinha. Tirei uma foto e enviei para Lorenza com a legenda. “Amor à primeira vista”. Nós estávamos jantando quando ela me ligou.

— O que a safada da Charlotte tá fazendo na sua cama?

— Lô, primeiro... Ela tá super bem, ok?

— AI MEU DEUS, Paty, o que houve com a minha filha, cara?! Fala de uma vez! – Lô escandalosa!

Contei tudo direitinho a ela: como Charlotte teve sorte, todo o procedimento, tudo o que eu apliquei e como Mônica me auxiliou. Falei que achei melhor trazê-la para dormir comigo para eu ficar de olho caso ela tenha febre ou outra complicação.

— Charlotte não poderia estar em melhores mãos, Paty – Fiquei constrangida porque eu não estava acostumada a ser elogiada pelo meu trabalho. Sempre fui ofuscada por Maurício que levava todos os louros e feitos da Clínica.

— Tenho certeza que você faria até melhor, Lolo.

— Paty, sou bruta demais. Curaria, sim. Charlotte ficaria inteira, sim. Mas esse cuidado que você tá dando a ela... Diacho menina... Você é boa demais nisso e isso faz muita diferença!

— Mônica me ajudou também – Tentei disfarçar o quanto estava feliz com o que ela estava me falando.

— Ela seria uma ótima contratação para a sua clínica.

— Sabe que eu pensei nisso hoje? Só tem um problema...

— Qual, linda?

— Ela não para de me chamar de Dra. Delícia! – Silêncio na linha! Bingo! Consegui fazer ela ficar sem fala! Comecei a rir e ela me acompanhou.

— Charlotte tá com sorte, até.

— É?

— Vai dormir com você e eu não.

— Tenho certeza que deve estar cheia de mulheres aí fazendo fila para te fazer companhia.

— Mas nenhuma é a que eu quero – Ela fala quase suspirando e eu sinto meu coração errar uma batida. — Coração, tenho que ir. Minha palestra vai ser daqui a pouco...

— Lô, boa sorte...

— Paty... Eu... Obrigada! Beijo, coração.

— Beijo, Lolo.

Tentei ficar acordada esperando ela falar comigo ou me enviar mensagem, mas a noite sem dormir, as horas em pé retirando os espinhos, a tensão e a responsabilidade de ter sob meus cuidados o bem mais precioso de Lorenza, me fizeram adormecer profundamente acordando apenas às 9 horas da manhã do outro dia.

O celular havia descarregado e, enquanto descia para tomar café e deixava os cães brincarem ao ar livre, o deixei na tomada do quarto. Estava colocando a caneca na pia quando Nadir aparece na porta dizendo que a Dra. Lorenza já havia ligado várias vezes e queria saber de mim e de Charlotte.

Subi correndo as escadas e me atirei na cama para pegar o bendito aparelho que estava na mesinha de cabeceira. E claro que eu não seria eu se não caísse de cara no chão do outro lado da cama. “Puta merd*, Patrícia, que mongolona!”. Com a cabeça doendo liguei o celular e esperei atualizar aquela porr*. “POR QUÊ, DEUS?! Por que existe Lei de Murphy? Sabe quando você tá com pressa e vai no caixa eletrônico tirar dinheiro? Então, puta merd*... Aparece na sua frente aquela senhorinha de cabelo rosa, coisa mais querida, mas que tem um humor do cão, para transferir a poupança dos 18 netinhos dela! Um a um!”.

Depois de quase 15 intermináveis minutos o celular resolveu dar sinal de vida e iniciar. Várias ligações e mensagens da Lorenza. As mensagens falavam que sabia que eu devia estar dormindo, mas que a palestra foi bem e que ela estava com saudade. “Ai, que fofa!”. Várias mensagens aleatórias com fotos mostrando estandes e coisas engraçadas e que me fizeram rir como uma tia fofoqueira quando tem escândalo na família.

A última mensagem era de umas duas horas atrás, e me fez perder o ar.

 

Lolo

Eu sei que você ainda tá dormindo. Eu tô no estande da minha amiga de faculdade, ela está expondo aqui. Estamos aqui comemorando a gravidez da esposa dela. Gêmeos, Paty, elas vão ter gêmeos! Desculpe, eu tô meio bêbada, mas começou a tocar uma música e eu só consegui pensar em você. Escuta https://www.youtube.com/watch?v=NpIanaBFVXE queria tanto que você tivesse aqui...

                                                                                          07:45 PM

 

         Quando eu vi a música que era, liguei na hora para Lorenza. Mas chamou várias vezes e ela não atendeu. Ela deve estar no hotel. O que será que ela quer dizer com essa música? Meu coração batia descompassado, minha cabeça dava voltas eu pensava na letra, eu sentia as palavras...

♫Eu só quero que você saiba

Que estou pensando em você

Agora e sempre mais

Eu só quero que você ouça

A canção que eu fiz pra dizer

Que eu te adoro cada vez mais

E que eu te quero sempre em paz

Tô com sintomas de saudade

Tô pensando em você

E como eu te quero tanto bem

Aonde for não quero dor

Eu tomo conta de você

Mas te quero livre também

Como o tempo vai e o vento vem

Eu só quero que você caiba

No meu colo

Porque eu te adoro cada vez mais

 

           Imagens dela sendo carinhosa comigo, cuidando de mim como ninguém nunca havia feito, enchiam minha cabeça. Eu podia sentir o seu toque, o seu abraço, o seu cheiro...

 Eu só quero que você siga

Para onde quiser

Que eu não vou ficar muito atrás

Tô com sintomas de saudade

Tô pensando em você

E como eu te quero tanto bem

Aonde for não quero dor

Eu tomo conta de você

Mas te quero livre também

Como o tempo vai e o vento vem

Eu só quero que você saiba

Que estou pensando em você

Mas te quero livre também

Como o tempo vai e o vento vem

E que eu te quero livre também

Como o tempo vai e o vento vem ♫

 

         “PUTA MERDA, PATRÍCIA! Meu, você tá fudida!”. Eu percebo que tô completamente apaixonada por aquela mulher. Meu telefone toca e eu estou completamente trêmula com o coração aos pulos... Olho para o visor e vejo que é ela me ligando. Respiro profundamente e fecho os olhos atendendo.

— Alô...

— Pat... Pattzy...

— Lô, você tá bêbada? Tá no hotel? – Perguntei com um meio sorriso e com preocupação.

— Xiu... nop... xiliquentis... gostosa... para Adriel me deixa falar... 

— Lô... Tudo bem? – Ouvia gargalhadas e barulhos de como se alguém tirasse o telefone da mão do outro. Percebi que estavam brigando pelo telefone até que alguém pegou o aparelho e falou comigo.

— Paty, aqui é a Müller, amiga da pinguça aqui. Ela está no meu quarto de hotel com a minha esposa. Pode deixar que eu estou cuidando bem dela, não se preocupe.

— Ah, obrigada e parabéns pelos bebês! – Novamente ouço gargalhadas e barulhos.

— Patzyyyyyyyyy prestenção... peciso Pat pecio fala... – Comecei a rir porque ela estava muito engraçada. — Ó... – Ela desligou e eu fiquei sem entender. Até que eu recebo uma chamada de vídeo e atendo. Confesso que não estava preparada para o que eu vi. Lorenza completamente bêbada vestindo apenas cueca e top.

— Lô, cadê suas roupas – As mulheres em volta gargalharam e ouvi um grito ao fundo “Ela tirou porque disse que tava pinicando e Adriel fez o mesmo!”.

— Xiliquentz ce linda – Ela me olhava com cara de boba. — Adrielll ó... linda... – Eu ria embasbacada vendo-a junto à outra mulher, um morena, tão bêbada quanto ela. Eu não conseguia falar nada. — Patzy também quero tá...

— O quê Lô?

— Gêmuos... doissssssssssssss... vamo? Bora? Partiuuuuuuuuuu? – As mulheres gargalhavam e eu ainda não entendia.

— Não tô te entendendo, Lolo.

— Amor, eu e vouxcê, doisss... – PARATUDO ela me chamou de “AMOR”.

— Lorenza, melhor você ir dormir. – Falei com medo de que ela se arrependesse, quando estivesse sóbria, de qualquer coisa que viesse a falar naquele momento.

— Patyzi nop...

— Então eu vou desligar, ok?

— Prometi tão xiliquent... doissssss....

— Tá, Lô, prometo. – Sei lá o que tô prometendo.

— Adriellllllllllllllllllllllll! cê viu? Doisssssss! – Gargalhadas tomaram novamente.

— Tá, Lô, vou desligar... Beijo.

— Beijo, Patzy...Fala que ce que ser minha... Eu quero ce pra mim – Lorenza diz beijando a tela do celular desligando a chamada me deixando com cara de tacho e, só agora compreendendo o que ela queria dizer ao falar que “me quer” ... Ela quer ter filhos comigo... Oi?

Fim do capítulo