Capítulo 39
Cap 39 - Caroline
O sol da tarde ainda passeava pelo quarto quando acordei. Olhei para o lado e la estava a Fernanda, sem blusa, dormindo como um anjo. Com todo o cuidado do universo tirei o braço dela de cima da minha barriga e levantei da cama, procurando meu celular. Assim que vi a hora, fiquei com raiva de mim mesma, fiquei 3 dias sequestrada e dormi apenas 4 horas. Que absurdo Caroline.
Meu celular tinha muitas mensagens para eu ler, muitas mesmo. Algumas de pacientes e de colegas médicos, outras de amigos e conhecidos perguntando como eu estava. Nenhuma da Christiane, óbvio.
Christiane! Isso. Como não pensei antes. É por isso que o Lucas não quis que eu fosse pra minha casa. Tenho que conferir pessoalmente. É como um quebra cabeça, é óbvio que a outra está morando na minha casa, como não pensei nisso antes. Como não pensei.
Corri em silêncio até a mochila que o Lucas trouxe com roupas minhas. Como eu amo esse menino, esperto ele, me trouxe além de roupas confortáveis padrão, duas camisas mais sociais. Puxei uma delas e coloquei no corpo. Tudo bem que a minha cara roxa não dá para passar despercebida, mas pelo menos pareço um pouco mais apresentável. Bati o olho na cama, a Fernanda estava de bruços na cama, roncando. Espero voltar a tempo dela não acordar. Com todo o cuidado, na minha mala de viagem, vermelha, aquela que “perdi” no aeroporto, peguei a chave da minha casa. Ainda estava lá, o chaveiro que fiz para mim e para a Chris, com nossa foto. Não pude deixar de pensar o quão idiota eu fui e sou.
Aproveitei e passei na portaria do hotel antes de eu sair. O segurança que havia me acompanhado anteriormente até meio que se assustou comigo vestida, limpa e com cabelo penteado. Passei por ele e cumprimentei.
- A senhora está melhor?
- Nada que um banho, roupa limpa e uma boa refeição não resolvam.
- Definitivamente. - foi bem daquelas conversas de corredor. Na recepção peguei meu cartão de acesso ao quarto.
Assim que coloquei o pé para fora do hotel, parecia que tudo em volta estava estreitado ao meu ângulo de visão, eu estava com suando frio, coração acelerado e com medo, talvez medo seja a melhor definição. A cada pessoa que passava ao meu lado eu procurava o rosto do Puca, do Grilo ou do Caroço. Como se a qualquer momento eles pudessem aparecer e me machucar, me sequestrar de novo. O trajeto entre o hotel e a minha casa não chega a 2 quarteirões, realmente é um caminho muito próximo, mas confesso que com essa agitação toda que estou pareceu o caminho de Trás os montes a Urros, ou seja, uma vida.
Apenas quando cheguei na rua da “minha” casa foi que finalmente consegui me acalmar e respirar fundo, sem pressa. Minha casa é a quarta ou quinta, conforme eu ia andando, fui lembrando de vários momentos bons que tive nesse lugar. Essa casa foi meu pai que me presenteou, claro que não pessoalmente, não o vejo há mais de 8 ou 10 anos. Quando ele soube que eu iria casar, comprou a casa e me deu de casamento. O Lucas também ganhou uma quando o Bruno estava prestes a nascer. Nunca bati o pé com a Chris falando que a casa era minha, nem nada disso. O único lugar que bati o pé para ser do meu jeito foi o escritório, eu queria a bancada do jeito certo, os armários de portas com portas de vidro, as prateleiras a uma distância exata, o resto da casa tem a cara da Chris, total e completamente.
Puxei a chave do bolso, encaixei na fechadura, respirei fundo e virei. Meu carro estava lá, ao lado do dela, como se nada tivesse acontecido, como se o mundo tivesse parado há um mês e meio atras. Andei pelo corredorzinho lateral da garagem até chegar na porta. Estranho como a minha casa, não tem mais cara de minha casa. Na porta antes tinha uma plaquinha “ Aqui começa nosso felizes para sempre” com a data do nosso casamento, a Chris tirou, não tem mais a plaquinha. Meu coração apertou um pouco. Respirei fundo e coloquei a chave na porta, não sei bem o que vou encontrar assim que entrar, girei a chave a abri a porta.
O cheiro da casa é o mesmo, mas definitivamente não é a minha casa mais. Assim que entrei vi os dois sofás cheios de roupa, com sapatos e tênis jogados para os lados. Os sapatos eu conheço, são dela mesmo. Mas o tênis, é todo colorido, verde com riscos de todas as cores imagináveis, a não ser que ela tenha mudado o estilo dela nesse último mês, esse tenis é de outra pessoa. A mesa da sala tinha diversos livros jogados, espalhados, com o computador dela em cima deles, amassando as folhas, sujando.
Segui para a cozinha. A primeira coisa que bati o olho foi minha prateleira de vinhos. Eu tenho um carinho absurdo por eles, cada um tem uma história, um porque. Quando olhei para a prateleira, com apenas uma garrafa, meu coração definitivamente parou. Puta merd*, cacete e todos os outros nomes. A Christiane tomou todos os meus vinhos, uma coleção de uma vida, para ser saboreada, não usada para ficar bebada. Que ódio. Senti meu rosto ficar quente, vermelho. Abri a geladeira com raiva, acho que no fundo eu tinha a esperança deles estarem na geladeira, sendo preparados para comemorar o fim do sequestro, não sei, qualquer coisa diferente dela ter tomado tudo. Na geladeira havia dois vinhos abertos, um deles era um Cartuxa Pêra Manca, que levei anos para conseguir achar e comprar, é um vinho da adega pessoal de PEdro Álvares Cabral. Eu estava guardando para alguma coisa, alguma ocasião e se nada acontecesse, para o aniversário de 10 anos de casamento. Não acredito que ela tomou, não acredito. Todos os palavrões do mundo passaram na minha cabeça.
- Quem é você? - Quando olhei para trás, tive finalmente todas as suspeitas confirmadas. Uma garota com no máximo 28 anos, mais alta que eu, acho que 1,70, um pouco mais, um corpo fodidamente musculoso e forte. Ela estava com uma tala móvel na perna, se apoiando em muletas.- Quem é você?- ela falou novamente.
- Eu estou na minha casa, então a pergunta é quem é você?
- Eu to morando aqui. Quem é você garota, vou ligar pra polícia!
- Me poupe, cadê a Christiane?
- Já falei, quem é você?!
- Sou a esposa da Christiane, eu moro aqui ou morava, enfim, não importa. Satisfeita?! Você é quem? A namorada dela?
- Porque você está com a cara toda roxa? Luta mma? - rolou em um tom de piada, deboche.
- Bem discreta você. Eu fui sequestrada, acabei tomando umas porr*das na cara. - ela me olhou com uma cara de espanto, perdida em seus próprios pensamentos.
- Puta que pariu, tudo faz sentido! Você é a Carol?
- Para quem pega minha ex mulher no máximo Caroline.
- Não acredito nisso. Tudo faz sentido. Tudo faz sentido. - pude claramente perceber que ela estava desnorteada, perdida, tentando encaixar cada peça do quebra cabeça que a Christiane deve ter feito. Não creio.
- Ela não te contou que era casada?
- Não! - foi tudo que a garota conseguiu falar.
- Quando eu penso que chegamos ao fim do poço, ela me mostra que ainda tem muito mais merd* pra cavar. Me senti assim quando soube que mesmo casadas ela ainda saia com a ex dela, a Daniela. Vem aqui garota, vamos sentar um pouco pra você respirar. Vem. - ela estava perdida, posso imaginar como ela esteja se sentindo. Não precisei ajudar ela a se movimentar, muito menos sentar. Ai bem, sou gente boa, mas não tenho aptidão para freira. Apenas acompanhei de perto ela se movimentando. Não sei qual foi a lesão que ela teve na perna, mas dava para ver que havia sido algo mais grave, a perna machucada estava fina e escura. Só um bom olhar médico e treinado para pegar esses detalhes. Sentamos no sofá, depois de eu empurrar toda a bagunça da christiane e ela começou a falar.
- Ela me mandou uma mensagem errada hoje, acho que era pra você. Quantas vezes eu perguntei se estava tudo bem, se ela queria me contar algo. - ela estava clareamento desnorteada
- Qual seu nome? Seu rosto não me é estranho, será que não nos vimos já. A Chris está em casa?!
- Maria Luisa. Eu não lembro de você, não é por nada não. Ela está lá em cima, eu estava olhando ela. Ela deixou um recado escrito, falando que tomou vinho e um remedio pra dormir, eu fiquei com medo dela ter se matado ou feito qualquer coisa assim. Ela falou ontem que passou a noite na casa dos familiares de uma amiga que foi sequestrada. Será que tem outra pessoa sequestrada, além de você? E outra, quem me garante que você está falando a verdade? Pode estar mentindo pra mim.
- Ter a chave da casa, já não é um parâmetro considerável?! Espera aqui, eu vou subir pra ver se ela está bem, e te trazer uma coisa que vai fazer você considerar que falo a verdade.
- Você não vai subir. Não acredito em você. Vou acordar a christiane. Quem me garante que você não é uma louca?!
- Eu sou um ser humano muito calmo Maria Luísa, mas não força a minha barra. A Christiane sempre toma antialergico e alcool pra dormir, principalmente quando ela apronta algo que é capaz de dar conta. Imagino que essa seja a situação. Eu e ela estavamos casadas há quase 10 anos, ha um mes e meio ofereci pra ela darmos um tempo do casamento, para pensarmos em nós duas. Fui para Portugal, trabalhar lá nesse tempo. Acredito que a raiva que ela está de mim foi o impulso que ela teve para te enfiar nessa merd* toda. Não se sinta mal nisso. Eu estou sendo o mais educada possível com você Maria Luísa, você não tem culpa de ter se envolvido com uma pessoa sem caráter a ponto de nem contar que é casada. Quer tentar acordar ela? Boa sorte, mas não vai funcionar. Depois dessas bombas vai pelo menos 18 horas de sono. Se quiser me acompanhar, sinta se a vontade. Eu preciso de algumas roupas e de algumas coisas minhas, que estão lá em cima. Eu vou subir, você querendo ou não. E considerando o quanto sua perna está preta e fina, se eu chutar ela será o suficiente para você cair no chão e ficar babando de dor. Não me enche o saco!
- Talvez tenha sido essa sua arrogância que tenha feito ela me escolher. Você é grossa de mais, ser sequestrada não foi o suficiente pra ficar calma não?! Acha que porque conhece ela sabe de tudo? E outra, eu conheço a Chris, confio nela.
Isso já é demais pra mim, na vida, ouvir desaforo da esposa é algo inadmissível, mas ouvir desaforo da amante, ai já é coisa demais pra mim. Larguei a tal garota no sofá, gritando e esperneando e subi as escadas. O corredor todo sempre foi cheio de fotos nossas, juntas, sozinhas, com nossos familiares. A cada degrau eu via, ou melhor, não via, nenhuma das nossas fotos. Elas foram retiradas. A direita da escada fica o quarto que eu dividia com ela, a porta estava encostada e a luz apagada. Assim que entrei novamente tive a sensação que aquele não era mais o meu espaço. Havia um corpo sobre a cama, não me preocupei, não cuidei dela, nem me importei com nada. Acendi a luz. A única reação do corpo foi virar de barriga pra baixo, como que se de algum modo automático estivesse se protegendo da luz. Se ela se mexeu é porque está viva, não preciso me preocupar com ela.
Abri a gaveta que fica embaixo da cama procurando algumas roupas minha. Nada! Não tem nenhuma roupa minha aqui. A gaveta está vazia. Abri as outras duas seguintes, mesma coisa. Nada das minhas roupas. Abri as outras três gavetas ao lado, nada das minhas peças de roupa, meus sapatos ou nada meu. Pelo contrário, haviam roupas esportivas, com marcas de patrocinador, todas com símbolo da confederação brasileira de judô.
É isso! Judô! Agora sei quem é essa garota. É a Malu Lopes, da olimpíada do Rio. A Christiane me fez perder o voo por causa que ela queria tirar foto com a garota, pegar autógrafo, qualquer coisa assim. Claro que eu sei quem é. Óbvio. A sensação de raiva foi subindo no meu corpo, dando intensidade a toda a frustração que eu estava sentido, dando impulso a toda a energia ruim desses últimos meses! Que ódio. Olhei a Christiane na cama, dopada, apagada. Sei que não posso e nunca faria isso, mas minha vontade é de meter a mão na cara dela, até ela pedir desculpas por cada erro.
Quantas vezes ela não inventou aula do mestrado e estava saindo com a Daniela? Quantas brigas teve comigo, jogando erros dela como meu? Quantos desejos meu ela não bloqueou? Eu sempre sonhei em ter filhos, ela bateu o pé que não! Bateu o pe que eu não iria para Portugal! Quantas vezes discutiu com o Lucas? Quando eu soube que ela estava me traindo eu perdoei, entendi que a culpa era minha, entendi que eu trabalhava muito. Dei pra ela uma segunda chance. Sei que já errei, e errei muito, mas nunca a ponto de esconder meu casamento e colocar outra mulher na minha própria cama, na minha propria casa! Isso nunca, isso é inadmissível. Todo o amor, carinho e respeito que tive por ela no decorrer de todos os anos não existe mais, nem um pouquinho, nem o minimo para uma convivência saudável.
Sai do meu quarto com a raiva do mundo e andei pelo corredor, até o cômodo do meio, onde era o meu escritório. Essa definitivamente não é mais a minha casa. Todos os meus livros estavam jogados na bancada, a foto do nosso casamento foi tirada da parede. Sempre reclamei que não devemos ter máquina de café no escritório, pois agora temos. Uma maquina de cafe vermelha estava na bancada, ao lado do meu computador manchas de café. Abri o armário do meio, na prateleira de cima, comecei a procurar meu album de casamento. Sempre deixei ele em uma caixa vermelha, linda, uma das poucas coisas que escolhi e fiz questão. Ele estava lá, atrás de diversos livros. Peguei com cuidado e tirei o álbum de dentro. Ela deve ter colocado atrás de todos os livros para esconder da Malu. Friamente calculado, como tudo que a Christiane faz.
Desci a escada a jato, com os degraus milimetricamente sendo calculado apenas pelo meu cérebro. Foda se. Não quero mais saber dessa vida, de nada que ela esteja perto. Não quero mais saber se ela esta vida. A Maria Luísa estava sentada no sofá, agitada. Eu apenas joguei o meu álbum de casamento no colo dela e rosnei: - Essa é a mulher que você confia!
Peguei a chave do meu carro que estava no porta chave atrás da televisão da sala. Não me despedi da casa, não me despedi da mulher que foi minha amiga, companheira e namorada nesses anos todos. Não me despedi dos meus sonhos com ela, dos meus desejos e das minhas expectativas. Apenas desconsiderei e apaguei cada um deles. Tenho plena consciência que vai demorar um tempo até isso se tornar algo banal na minha cabeça, mas por hoje, meu único desejo é uma cerveja gelada e a minha boca no sex* da Fernanda, amando ela como se não houvesse amanhã!
Entre a casa e o hotel eu parei em uma loja, com meu santo cartao de credito e comprei muitas cervejas, geladas, trincando. Assim que entrei no carro abri uma. Sei que não podemos nunca, repito, nunca dirigir alcoolizada. Mas o tempo até essa cerveja subir ao meu cérebro será maior que o tempo até o hotel. Assim que a long neck abriu e o gás extravasou, virei ela em um só gole, que desceu queimando na minha garganta, como se fosse algo quente, explodindo cada pedaço da minha mucosa, mas relaxando cada músculo do meu corpo. Minha única imagem na cabeça é a Fernanda, apenas consigo pensar nela, no corpo dela, nela goz*ndo. Coloquei as outras cervejas no chão do carro e dirigi por nem 4 minutos até o hotel. Deixei a chave com o manobrista e subi para o quarto, do qual eu não deveria ter saído nem por um minuto.
- Você é louca garota?! Acordei e você tinha sumido! Que raiva estou a ter de você! - ela estava sentada na cama, com o celular na mão, com uma expressão de desespero e de raiva. Quanto mais brava ela está mais sotaque português ela tem e eu confesso que fico mais gamada ainda nela. Me aproximei, coloquei as cervejas no chao e agachei na frente dela.
- Eu precisava respirar um ar poluído de São Paulo, muito tempo com o ar de Urros me fez ficar estranha.
- Não faz mais isso Caroline. Me “assustaire”.
- Não vou mais fazer isso meu amor - coloquei delicadamente a mão no rosto dela, levantando-o. Com os olhos nos olhos dela eu sorri, tentando distrair os pensamentos ruins da cabeça dela. Vou contar onde fui, mas não nesse exato momento. O que eu quero agora é um bom sex*, apenas isso e com a Fernanda. Delicadamente puxei o rosto dela para mais perto do meu e comecei a beija-la, de um leito leve, lascivo.
- Que gosto de cerveja.
- Queres beber um pouco minha portuga?!
- Estas a zombaire do meu sotaque?
- Jamais meu amor. Jamais - Falei dando risada e puxando ela para mais um beijo, mas dessa vez intenso, forte. Com uma delicadeza cirurgica, me encaixei atras da Fernanda, com o corpo colado no encosto da cama. Seus cabelos ondulados ainda estavam úmidos do banho de algumas horas atras, enquanto uma mao foi direto para eles, massagear o couro cabeludo, a outra afastava os fios liberando o pescoço para que eu pudesse beijar - Posso compensar meu erro te enchendo de beijos aqui? Você quer?
- Quero - Falou ofegante, esperando que eu começasse.
- Então pede. Hoje, vou fazer apenas o que você me pedir.
- Isso é tortura Caroline, não pode fazer isso comigo.
- Não sabe o que é tortura Fer, não mesmo - deixei a informação no ar. Com o pescoço dela exposto, passei a língua da base do pescoço até a pontinha da orelha. O lobo da orelha ganhou mordidas e ch*pões - Gostosa! - mais mordidas, mais ch*pões - Não tem ideia de como eu estou com vontade de você.
Pude sentir o corpo ficando arrepiado. Ainda sentada atrás da Fernanda, abracei ela, ajudando-a a tirar a blusa larga que ela usava. Por baixo não tinha nada segurando os seios, algo que gostei mais ainda. Uma das minhas mãos já tinha endereço certo, os seios dela. Não perdi muito tempo não, comecei a apertá-los, de modo intenso, quase que doloroso, alternado com um toque leve, de massagem, seguido mais uma vez de um aperto forte, que chegava a deixar marcas.
- Gosto disso Carol. Não quer ch*par eles?
- Não sei Fernanda. Já falei que hoje só faço o que você pedir! Pede com jeito que posso fazer. Ela automaticamente virou o corpo, ficando de frente pra mim. Olhou fundo nos meus olhos, com um olhar sedutor, cheio de tesão. Passou a mão pelo meu cabelo, e puxou meu pescoço para perto dela. Quando nossos lábios se encontraram, o sabor da boca dela preencheu minha alma. A língua pediu passagem, procurando a minha, numa danca espetacular. Quando o beijo acabou ela foi dando beijinhos leve por todo meu pescoço, e na beiradinha da minha orelha falou:
- Ch*pa meus peitos, bem gostoso. Bem forte. - Caraca, sem pensar meia vez eu praticamente pulei da posição que eu estava e fui para a frente dela. Assim como ela pediu, literalmente cai de boca naquelas duas mangas deliciosas. Posso pensar em muita coisa nesse momento, mas só me passa no pensamento, como sou sortuda de ter conhecido a Fernanda, gostosa, inteligente e birrenta. Receita perfeita.
As poucas vezes que fizemos sex*, ela mostrou que gostava muito de uma atenção aos seios. E assim eu fiz, enquanto uma mão me dava estabilidade para ch*par e morder um dos lados, a outra se dedicava a apertar o seio do lado oposto, massageando o mamilo e beliscando ele, de um modo árduo mas gostoso. Enquanto eu me deliciava neles, as mãos da Fer percorriam minhas costas, ainda vestidas pela camisa. Quando finalmente esqueci os peitos e voltei para a boca dela, suas mãos desceram para desabotoar cada percalço da camisa.
Bati o olho na garrafa da long neck que estava na lateral da cama. Minha imaginação foi em marte e voltou, não pensei muito não. Estiquei o braço e peguei uma delas. A expressão de questionamento e curiosidade que a Fer estava valeu cada segundo.
- O que vais a fazer com essa garrafa? - eu apenas sorri e olhei pra ela - Caroline, responda! - Não soltei nenhuma palavra, apenas continuei olhando ela com cara de que estava aprontando algo. Sem desviar o olhar em nenhum momento, abri a garrafa e virei um bom gole na boca. engoli novamente sentindo todas as bolhas queimando minha boca e garganta. Empurrei novamente a Fernanda para a cama, onde encontrei ela em mais um beijo, delicioso, com gosto de cevada, amargo, gelado.
Ela olhava pra mim esperando mais alguma coisa, como se apenas o beijo com gosto de cerveja não fosse o suficiente. Como essa garota pode me conhecer tão bem assim? Definitivamente estou apaixonada por essa mulher, a cada dia um pouquinho mais. E por coisas tão simples, apaixonada pelo brilho dos olhos, pelo jeito como amarra o cabelo, pelo sorriso quando acorda.
Ela não estava vestindo nada na parte de baixo, a nãos ser a calcinha. Montei nela e de um jeito não tão delicado, tirei a última peça que poderia atrapalhar meu acesso. A garrafa de cerveja voltou a minha mão, joguei um pouquinho na pele do tórax dela, em seguida lambi e bebi cada gota. Ela deu risada. Desci mais um pouco e joguei cerveja no abdome. Claro que fiz uma lambança, sou desastrada demais para uma coisa dessas, de cunho emocional, improvisado. Lambi cada gota que escorria pela lateral da pele dela, chegando na barriga mordi e beijei cada centímetro daquela pele clara, deixando pequenos ch*pões e marcas avermelhadas. A cada toque da minha boca na pele dela, eu ouvia um gemido ou expressão de surpresa, mas a todo o tempo vi o sorriso no rosto dela, a expressão dos olhos iluminados e a pele arrepiada ou a musculatura contraída.
Mordi e beijei a virilha, por cima do sex*, a coxa. Indo e vindo entre a parte de baixo, o pecoço, um beijo na boca, outro nos mamilos. A ideia de sex* oral na Fernanda estava me tirando a noção de realidade e a orientação em tempo e espaço. Era algo que eu ainda não havia feito nela e estava “ a morreire de vontade”. Com a garrafa de cerveja ainda na mão, olhei forte para os olhos escuros dela, me afastei levemente e virei a garrafa sobre o sex* dela.
- Ai! Estas gelado! - foi a expressão que ela soltou e que me aqueceu por dentro, contraindo o meu sex*, minhas entranhas. Comecei lambendo a virilha, dos dois lados. Quando expus o baixo ventre dela, não pude mais parar. Primeiro explorei cada centímetro dos grandes lábios, torturando, sentindo a pele gelada pela cerveja, mas quente pelo sangue e pelo momento. Passei a lingua pelo clitoris dela, sentindo o corpo contrair de leve. Aqui, é exatamente aqui. Não esperei mais tempo e comecei a dar exercício a minha lingua. A cada contração do corpo dela ou movimento, eu tinha mais tesao e mais vontade, queria explorar mais. Senti as mãos da Fernanda no meu cabelo, empurrando a minha cabeça, como se pedisse mais fundo, mais forte.
Nesse momento eu parei tudo que estava fazendo. A expressão de frustração dela foi a melhor de todas até agora. Definitivamente a melhor. Voltei para os seios dela, que receberam alguns beijos, algumas mordidas, e depois para a boca da portuguesa, que ganhou mais uma briga de língua.
Mordi mais algumas vezes o pescoço dela, explorando, excitando, dando vontade. De um jeito bem bruto ela puxou meu rosto, fazendo eu ficar de frente para ela. Olhando nos meus olhos, fundo, falou:
- Continua lá!
- Lá onde Fernanda!
- Lá embaixo, por favor! - ainda olhando nos olhos dela, ou ao menos tentando, passei o dedo indicador no sex* dela, encharcado, procurando o clitoris. Só de encostar ela sorriu e tremeu o corpo.
- Aqui?!
- “huhum” - tirei rapidamente a mão, sentindo ela relaxar o corpo todo - Cazzo!
- Humm, temos uma poliglota irritada! Pede direito que eu faço.
- Me ch*pa - ela falou muito baixinho, pra dentro
- Não ouvi Fer, o que você quer?
- Me ch*pa! - ainda falou baixinho, um pouco mais alto que da ultima vez
- Desculpa Fernanda, não to conseguindo ouvir. - ela puxou meu pescoço com raiva, brutalidade, fúria, do jeito como eu gosto. E no pé do meu ouvido falou alto e em bom tom - Ch*pa minha bucet* cacete! Me faz goz*r! - Era isso que eu queria, ela solta, lasciva, querendo. Levantei meu tronco, sem tirar o olhar dela em nenhum momento, amarrei meu cabelo, num coque bagunçado, como ela gostava.
Mordi o abdome dela, descendo devagar até o sex*. Ainda na parte de fora enchi ela de pequenos beijinhos, de vontade. Voltei de onde eu tinha parado. A cada gemido que ela soltava lá em cima, era maior a intensidade que eu ch*pava e explorava tudo aqui em baixo. Coloquei dois dedos e continuei com a língua, massageando.
- Ainda não Fernanda, não! - falei quando ela estava prestes a relaxar. Intensifiquei ainda mais o vai e vem e com os dedo no clitoris fiz ela contrair bem forte, intenso, ciclico.
Com o corpo relaxado ela apenas conseguiu esticar o braço me chamando para mais proximo dela.
Nada como depois de um sex* gostoso, colocar ela no meu colo, ainda quente e proteger em um abraço carinhoso, afetuoso e encher de carinho e cafuné.
Acordei horas depois, mais uma vez perdida no tempo. Não sei que horas, mas lá fora já não temos mais sol, apenas a escuridão da noite e uma lua brilhando. A Fernanda está sentada ao meu lado, mexendo no celular e bebendo uma das cervejas que eu trouxe.
- Acordou princesa bela adormecida?! - definitivamente o sorriso dela é meu ponto fraco, me perco facilmente nele. - Eu que vou ao limite e você que dorme?
- Até parece mocinha, só dormi porque você apagou.
- Não sei nada disso não. Vamos jantar? Você não comeu nada o dia todo, só aquele lanche que a Flavia te pagou de madrugada. Quer comer o que?
- Bacalhau a Portuguesa! - automaticamente ela ficou vermelha, roxa. - Calma Fer, é só uma brincadeira. Vamos pedir uma massa, algo gostoso, pesado. Realmente estou com fome.
Olhamos o cardápio juntas e acabamos por escolher uma lasanha quatro queijos, acompanhada de algumas outras coisas e um belo vinho.
- Fer, precisamos conversar algumas coisas amor. Agora que estou segura, bem, e você não me matou depois que cheguei no Brasil, precisamos mesmo conversar.
- Conversar o que Carol? Estamos há 5 dias sem nos ver. Tem o que de sério para falar comigo? Vai me contar onde você foi hoje a tarde? Foi ver ela não foi? Foi ver a mulher que você ama?
- Mas gente! Quando você era a portuguesa mala e birrenta eu te achava tão poderosa e cheia de si. Para de achar que não é você quem eu amo.
- Ok. Foi onde a tarde? Ver ela?
- Fer, eu realmente fui na minha antiga casa, isso você tem razão. Mas não pra ver ela. Enquanto eu dormia, acho que eu entendi porque o Lucas não queria que eu fosse pra casa. A Christiane colocou uma garota para morar la, no meu lugar, na minha cama. Quando eu suspeitei disso, quis ir lá pessoalmente ver se era verdade.
- E…?
- E é isso mesmo, já tem uma outra mulher morando na minha casa, bebendo dos meus vinhos, do meu café.
- Você viu sua mulher?
- Fer, ela não é minha mulher. Minha mulher está aqui na minha frente, olhando pra mim com cara de boba - segurei as mãos dela e dei um beijo em cada, um gesto simbólico, carinhoso - Para de achar que não é você. Eu fiquei naquele cativeiro por três dias, e foi pensando em você que eu tive forças para seguir em frente, para não me entregar, para não deixarem me matar. Eu pensei em você a cada segundo. Cada sessão de surra que eu tive eu pensava em você para eu me distrair. A casa que fui hoje não é mais minha. Nem sei mais quem eu sou, mas sei que quero estar com você.
- Carol, eu estou assustada.
- Já passou Fer. Eu já estou aqui com você, não vai mais acontecer nada.
- Não é isso, não é por causa do sequestro. Eu nunca estive apaixonada por alguém como estou por você. Eu peguei um jato da fazenda e atravessei meio mundo para vir te ver. Eu nunca fiz isso por ninguém. O Lucas deu risada da minha cara quando falei que não queria forçar você a me ver. Eu perdi a noção de mundo quando te vi sentada naquele sofá da base, quando você chegou. Eu estou apaixonada por você Carol. De um jeito que tenho medo. De um jeito que vou me machucar. Sei que vou - ela falou isso olhando para o chão, perdida, definitivamente diferente daquela garota arrogante que gritou comigo a um mês atrás, que era grossa, cheia de si.
- Meu amor. Fer! Olha pra mim. Vem cá - sentamos na cama, uma olhando para a outra - Nunca poderemos esquecer nosso passado, anular o que vivemos antes de nos encontrar, você sabe disso. Mas estamos nos descobrindo juntas, conhecendo coisas boas e ruins uma da outra. Acha que eu não tenho medo também? E se quando voltarmos para Portugal, você perceber que ainda ama a Milena? E aí o que eu faço?
- Eu não amo ela.
- Quem garante? E se ela fizer da nossa vida um inferno? E se a maternidade não der certo? E se eu congelar no frio de Urros? E se você largar tudo para ser a rainha do azeite? Fernanda, temos mil variáveis. Que tal não pensarmos em nenhuma delas? Simplesmente pensarmos no quanto nosso sex* é gostoso, no quanto eu gosto de te beijar ou no quanto o Pingo me faz rir?
- Em 15 anos eu nunca senti vontade de usar drogas - ela respirou fundo, voltou a falar baixinho, com vergonha - mas quando eu entrei no avião, o medo de te perder, de você morrer no sequestro, me fez desejar uma dose, um tapa. Que sensação horrível. Não se mete em nenhum sequestro de novo. Por favor.
- Meu amor, olha como você é forte. Mesmo em um situação fodida dessas, não usou. Ficou firme, veio cuidar de mim, passou a noite e o dia dando forças para o Lucas. Isso são coisas que não se encontra em qualquer lugar não. E se pra ter você comigo eu tenho que atravessar o oceano, na porcaria de um avião, eu vou atravessar. Se eu tiver que ficar numa cidade sem celular, eu vou ficar sem. Fer, você é incrível, não posso deixar você passar assim.
- Gineco, você merece um mundo de felicidades, seja no Brasil, seja em Portugal. Mas vou te dizer, não precisa ser comigo, mas não dá pra ser com a Christiane.
- Você conheceu ela?
- Conheci, lá na casa do Lucas. Vou te falar uma coisa, não quero que você fique brava ok?!
- Tudo bem. Eu to tranquila.
- Sabe a Flavinha?
- Nossa Fernanda, que intimidade já. Você está falando da Flávia, policial que entrou no cativeiro.
- Hahaha temos uma ciumenta aqui?
- Não é ciúmes.
- Tá Ok?! Vou fingir que não é. A louca deu em cima da Flávia, que estava movendo mundos e fundos para achar seu cativeiro. Por isso eu te falo Carol, você merece tudo de bom nessa vida, acho que você já sofreu muito, merece ser feliz. Quando digo isso não precisa ser comigo exatamente. Se for, melhor. Se não for, que seja com alguem que te ame, cuide de você, te proteja. Qualquer pessoa, menos a louca.
- E se eu disser, pela décima vez, que essa pessoa é você? Vai acreditar? Fernanda, me dá uns 10 dias, deixa eu resolver alguns documentos, passar meus pacientes para um colega, a clinica pro Lucas. Em dez dias voltamos para Portugal. Eu vou com você, no mesmo avião, ao seu lado, segurando sua mão. Você precisa começar a acreditar no que eu sinto por você, no quanto eu escolhi você e no quanto eu desejo você a todo segundo, a todo o tempo. Sei que estamos juntas a pouquissimo tempo, um mês não é nada, mas porque não aproveitar isso ao invés de pensarmos que tudo vai dar errado? Quando voltarmos para Urros, você me ajuda a achar uma casa próximo a sua, a eu me adaptar a cidade, ao novo hospital.
- Achar uma casa pra você? Até parece. Se você voltar para Urros, vai morar comigo.
- Claro que não Fer. E o dia que brigarmos? Quero ter meu espaço, meu esconderijo.
- Não vai ter briga.
- Ah não?! Nem brigamos nesse mês que passei em Urros?
- Não conta princesa, eu estava sendo grossa e imbecil de proposito.
- E quando voltar a ser cabeça dura? Brigarmos por causa da maternidade?
- A gente resolve na cama!
- Eu sou difícil de lidar, você já aprendeu isso Fer.
- Eu sei meu amor. Você é durona, mas nada que dois pastéis de nata e um copo de vinho não te acalme, e isso eu sei bem como conseguir. Você tinha me pedido um mês para organizar tudo, como esse tempo caiu para dez dias?
- Não queria te dar prazos tão imediatos. Mas agora que você está no Brasil comigo, vamos correr com tudo isso. Sem contar que o preço deste hotel vai me custar meio fígado, então é melhor fazermos isso rápido.
- Sabe que eu não vou deixar você pagar o hotel né?!
- E você ainda diz que não vamos precisar de uma casa reserva para nossas brigas?
- Prometo que não, que vamos resolver na cama todas as brigas.
Fim do capítulo
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