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Linha Dubia por Nathy_milk

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Palavras: 6503
Acessos: 3571   |  Postado em: 20/11/2018

Notas iniciais:

Meninas, tudo bem? Aproveitei esse feriadão e fiz mais um capitulo para nós. Semana que vem será de provas finais da faculdade, então considerem esse como o capitulo do domingo.

Sei que em geral voces não curtem muito a visão da Christiane, mas ela precisa aparecer, ainda mais agora que vamos finalmente entrar na reta final de resolução da historia.

 

Uma outra coisa, lembram-se da Flavia, policial que resgatou a Carol do sequestro? O que acharam dela? Já dando um spoiler, a proxima historia que vou escrever será a dela, vai cruzar bem com a da linha Dubia. Mas isso só quando esse triangulo atual for solicionado. 

 

Espero que gostem desse capitulo, sempre dá trabalho escrever na visão da Christiane. Beijos

Capítulo 38

Cap 38 - Christiane

 

          Do momento em que eu soube do sequestro da Caroline ate agora minha mente não parou em nenhum segundo. Não imaginava que ela voltaria tão cedo para o Brasil, até aí eu também não acreditava que ela iria para Portugal. Enfim, ela sabe o que faz da vida.  Na quarta de manhã fui normalmente trabalhar no hospital e levar a Malu para a fisioterapia, não posso efetivamente dizer que foi um dia normal, já que minha cabeça estava em completo no sequestro da Caroline.

        Ontem, terça feira eu passei o final do dia na casa do Lucas, esperando notícias do sequestro e tudo mais. Mas quando ele recebeu a ligação da tal Fernanda e me falou que ela havia pego um jato para vir até o Brasil, eu desisti e sai da casa dele, não antes de eu e ele discutirmos. É claro que tinha mulher na jogada, eu falei isso desde antes da Caroline ir viajar.

Assim que parei meu carro na frente de casa, a sensação foi estranha, quase que de um vazio, sentimento ruim que não tenho a um bom tempo. Meu peito estava apertado, não sei se por me preocupar com a Carol, se por saber que ela está no Brasil ou pela raiva de saber que ela realmente tem outra. A realidade é que eu pisei  nela e fui super grossa na última ligação que ela me fez, mas também, ela me ligou de madrugada da viagem turística pela Europa, acreditam que ela estava na fronteira da Espanha?! Enfim, já passou, segui em frente. Sempre achei que eu iria superar o fim desse casamento de um modo bem leve, mas saber que ela está no Brasil e que vamos precisar conversar, me assusta um pouco. Sem contar que saber do sequestro me pegou de calças curtas.

         Assim que entrei em casa dei de cara com a Malu, que estava deitadinha no sofá, com a perna engessada para cima, com aquele sorriso fofo que ela tem sempre. Tentei esquecer o sequestro por um período, o tempo que eu tivesse em casa com ela. Além dela não saber sobre a Carol, não tem nada com essa história toda. E diga-se de passagem, só a Caroline para voltar da Europa e ser sequestrada no aeroporto, é muita loucura.

         - Onde você estava? Fiquei preocupada, nem respondeu o celular. Está tudo bem? Que cara é essa? - por mais que eu tentei disfarçar, ela me pegou no primeiro olhar. Dei um selinho nela e uma risada falando para não se preocupar com nada. Fui até a cozinha e abri uma garrafa de vinho que estava na geladeira. Fiz questão nesse último mês de beber toda a coleção de vinhos da Caroline, sei que isso vai deixar ela bem puta da vida, confesso que me bateu um leve remorso por isso, mas saber que ela tem outra me salva desse leve remorso que tenho. Outra, outra eu não sei se é, mas quem viaja de Portugal até o Brasil, de urgência por alguém?

Imaginei ela num passeio Europeu com outra garota, levantei a rolha do vinho do Porto e virei no gargalo, esperando ele bater no estômago e o álcool tomar conta do meu cérebro. Quando voltei para a sala a Malu estava mexendo no celular e me falou:

       - Amor, minha equipe chegou agora a tarde da Alemanha. As meninas que eu divido a república já voltaram.

       - Que bom malu! Vai poder ser avaliada logo pelo médico da sua comissão técnica. Apesar que o serviço que fizeram no seu osso, lá no hospital, foi muito bom. Você já está conseguindo até andar, claro que protegendo a perna, mas é andar.

      - Isso é verdade, o atendimento que eu recebi lá foi muito show de bola. E o que você está me dando aqui, mais ainda - dando um sorrisinho brincalhão e sexy que só ela sabe fazer. - Mas não foge, me conta, o que aconteceu? - falou isso abrindo os braços e oferecendo o corpo para eu deitar nela. Posso dizer que o corpo atlético e esportivo da Malu me faz esquecer de todos os problemas do mundo.

       - Não é nada, só estou meio chateada. Uma amiga minha foi sequestrada, aí estava uma correria toda dos familiares para saber dela, tentar descobrir alguma coisa. Foi por isso que depois do hospital te deixei aqui em casa e sai correndo. Fui lá para acompanhar as notícias. Ai to meio preocupada, dispersa.

       - Poxa. Ta super complicado mesmo hoje em dia. Só de sair de casa já é um perigo. Ela é enfermeira? Amiga do serviço?

        - É uma médica, gente boa. - óbvio que eu não falei que a médica é a minha esposa ou ex mulher, não sei o status do momento. Sei que em algum momento eu precisarei ter essa conversa com a Malu e sei que terá que ser bem em breve. Sem contar que vai ser o fim do mundo se a Caroline esbarrar com ela aqui em casa, isso é algo que ela jamais aceitaria, eu colocar uma outra pessoa dentro de casa. Mas na real, quer saber, foi ela que saiu para ir para Portugal pedindo um tempo do casamento, ela não tem muito direito a reclamação não.

         - Tudo bem se minhas amigas vierem aqui amanhã? Eu pergunto porque a casa é sua, eu estou aqui de convidada só.

- Pode sim Malu, não tem problemas. A única coisa é que depois que eu sair do hospital, se houver alguma novidade do sequestro, vou na casa dela, para acompanhar.

- Por mim tudo bem, queria mesmo era ver as meninas. Eu acompanhei o mundial daqui, mas saber por elas mesmo é outra coisa. - fiquei no colo da Malu por um bom tempo, recebendo carinho no cabelo, mas confesso que minha cabeça estava bem longe daquele sofá. Eu não consegui parar de pensar na Caroline em um lugar escuro, sujo. Ainda mais porque conheço o Puca da época da faculdade, ele não deve estar sendo gentil com ela, nunca foi. Apesar de eu não estar com ela, não quero que nada de ruim aconteça também.

A noite da terça para a quarta foi uma tormenta para mim, não consegui piscar o olho quase em nenhum momento. Desde que a Malu veio aqui pra casa não consigo dormir com tanto conforto quanto antes, mas isso é porque me preocupo com a perna dela, evito me mexer para não esbarrar e machucar mais ainda. Mas essa noite além desse cuidado que atrapalhou meu sono, tudo me fazia lembrar da Carol. O quarto escuro me lembrava de cada noite que passei acordada esperando ela voltar do hospital, o quadro na parede me lembrou da viagem que fiz para a Argentina há uns 3 anos, sem contar que quando ouvi o Lucas falando da tal Fernanda, não deu mais para ter dó e pena da Caroline. Minha cabeça virou mil vezes e me deixou a noite completamente em claro, não pude deixar de imaginar eu esbarrando com a Carol na rua, ela encontrando a Malu aqui em casa, a tal Fernanda beijando minha mulher. Enfim, mil pensamentos.

 

Quando finalmente tocou o celular para eu ir trabalhar, meus olhos começavam a dar sinal de sono e de cansaço, o dia será muito longo. Deixei a Maria Luisa dormindo no quarto e fui tomar um banho rápido e me preparar para ir ao hospital, completamente desligada e perdida. A água cai leve no corpo, relaxando a musculatura tensa da noite, quando abri os olhos era como se eu lembrasse de todos os meus momentos com a Caroline aqui, no banheiro, na casa, na vida. Por mais que eu acreditasse mesmo que ela havia ido para Portugal por mulher, a Ana me falou tanto que eu era louca, que estava quase me sentindo imbecil por esse pensamento, mas é claro que eu estou certa. Não estou cometendo nenhuma injustiça por ela. Sei que eu trazer a Malu para cá foi meio que abusivo, nossa casa deveria ter ficado como nossa, mas se ela jogou sujo indo embora, eu posso jogar sujo também.

O trajeto entre minha casa e o hospital foi feito no automático, algo normal nos últimos tempos, nem sei como não bati o carro. Assim que cheguei já pude dispersar meu pensamento com diversas ambulâncias chegando, houve um acidente na 23 de maio, envolvendo 4 carros, todos com vítimas. Não que eu me alegre com a desgraça alheia, jamais, mas quanto mais acidente, maior será minha distração. Alguém tem que gostar de sangue e ossos quebrados, no caso sou eu. Minhas 6 horas de trabalho voaram de um modo que eu nem percebi, quando deu 13h finalmente me acalmei e pude recobrar meu pensamento crítico. Quando peguei meu celular, vi que havia 5 ligações perdidas da Jaqueline, esposa do Lucas. Acredito que como não atendi ela me mandou um áudio, que falava o seguinte:

- Cris, estou te ligando, mas acho que você está no plantão. Assim que puder me liga, por favor. O Lucas recebeu algumas informações novas do sequestro. Sei que ele por si só não vai te contar, então estou passando por cima dele. A Carol foi sequestrada por uma quadrilha de tráfico de órgãos, preciso que me ligue. Beijos

O chão por baixo de mim se abriu, como assim, uma quadrilha de tráfico de órgãos? Até nisso a Caroline se supera, não poderia ser uns pé rapados que queriam dinheiro só? Retornei a ligação para a Jaqueline, ela tinha ido ao escritório dela pegar um projeto ou algo do tipo, mas como sempre foi um amor de pessoa em conversar comigo e me atualizar sobre a situação. Por sorte assim que eu desliguei a ligação com a Jaque, o celular tocou com a Ana pedindo para eu me encontrar com ela perto do hospital.

- Cara, que rosto de panda é esse? Vou te dar um creme para olheira no seu aniversário.

- Não dormi merd* nenhuma. A Caroline foi sequestrada. - soltei assim na lata, ela respondeu com um engasgo.

- Como assim? Foi sequestrada em Portugal?

- Não, ela voltou pro Brasil ontem pela manhã. Quando chegou no aeroporto foi sequestrada. A Jaque, mulher do Lucas, me falou que o sequestrador é de uma quadrilha de tráfico de órgãos ou algo assim. Saindo daqui eu vou pra casa dele para saber mais detalhes.

- Isso explica sua cara de destruída e porque perdeu o sono a noite. Já conversou com a Malu?

- E falar o que? Oi, minha mulher voltou pro Brasil, você pode ir  embora. Ah, eu sou casada. Falar isso?

- Basicamente.

- Ana, ela não tem nada a ver com a merd* do meu casamento. E outra a Carol tem outra mulher, eu já tinha certeza, agora mais ainda. Lembra que eu te falei que ela estava indo para Portugal por causa de mulher?

- Ela não pode ter conhecido alguém lá? Principalmente depois de você ter sido super ignorante com ela, por telefone, falando que não iria esperar ela voltar, que o casamento tinha acabado.

- A mulher que ela está junto pegou um jato para vir pro Brasil acompanhar o sequestro. Como alguém atravessa o mundo por algo simples, isso é caso velho.

- Chris, não é porque você não sabe valorizar a Caroline que outras pessoas não podem querer valorizar ela. E se ela foi mesmo para Portugal porque estava destruída pelo casamento de vocês, conheceu alguém legal e se apaixonou? E se essa pessoa também se apaixonou pela Carol? Já pensou que ela pode ter seguido em frente, assim como você? Ou acha que ela vai parar a vida por você pra sempre?

- Não imagino ela realmente me pedindo o divórcio e como você diz, seguindo em frente. Ela pediu um tempo do casamento. Apesar que a Carol sempre foi tão desligada, ela teria deixado provas de que tinha outra pessoa.

- Você sempre teve outra pessoa, por mais que escondeu dela, o que te garante que ela não sabia de nada?   

- Quem ficaria com alguém por 13 anos, sabendo que a pessoa teve outra quase todo o tempo?

- Chris, pelo amor, muitas vezes ficamos cegos aos detalhes mais simples, perdoamos os maiores erros. Sem contar que eu mesma já te protegi mil vezes, dizendo que estava comigo e na verdade você estava com a Daniela. Eu não sou capaz de entender até hoje, porque você ainda ficou com ela. E mais ainda,  a Caroline te deu tudo, sempre, porque não amar e cuidar dela de verdade? Percebe o tanto de coisas que faz ela ter razão em ter conhecido uma outra pessoa, em ter se apaixonado e fazer a outra garota atravessar o mundo para ver como ela está? Faz sentido porque você não piscou os olhos essa noite.

- Não é assim também Ana, eu…

- Não é assim como Chris? Você sabe que sou sua amiga, mas desde que você e a Carol brigaram eu tomei o lado dela como verdade. Sabe disso! Quantas vezes eu te falei que um dia ela iria cair em si e você iria perder ela? Quantas vezes Christiane? Me responde!

- Muitas.

- Exatamente, muitas. Ela pediu um tempo no casamento, era um período para vocês pensarem, o que você fez? Colocou uma outra mulher na casa de vocês. Pensou no seu casamento nesse tempo? Não. Pensou na mulher linda e maravilhosa que você iria perder? Não. E não comece a chorar, que eu não vou parar de falar. Sou sua amiga e te dei um milhão de conselhos. Nesse tempo o que você fez? Agora percebeu que ela conheceu uma outra pessoa, alguém que deve gostar dela bem mais que você, porque eu duvido que você atravessaria o oceano até a Europa se ela tivesse sido sequestrada la. Jamais! Eu te conheço muito bem Cris. Não é porque você pisou na melhor pessoa que surgiu na sua vida, que a Carol não pode achar alguém boa.

Eu fiquei completamente em silêncio ouvindo cada palavra da Ana. Infelizmente ou felizmente ela me conhece a ponto de saber de todos os meus erros, e de saber como me mostrar cada um deles. Meus olhos não estavam mais segurando nenhuma das lágrimas que eu tentava esconder.

-  Se algum conselho meu entrou na sua cabeça algum dia, minimamente tente resolver algo. Conversa com a malu educadamente e conta pra ela a verdade, vai para a casa do Lucas e acompanha o sequestro da Carol e depois conversa com ela, com calma. Pode ser que você ao menos saia inteira dessa zona toda que você mesma fez.

- E se a Caroline estiver mesmo com essa garota portuguesa. Eu perdi.

- Não perdeu, isso não é um jogo. Mas posso dizer que você estára colhendo o que plantou. E se no final de tudo ficar sozinha, eu ainda vou ser sua amiga e aguentar seu choro todo. Mas lembre-se que você criou esse caminho, e que a continuação dele depende de você.

- A malu é um amor de pessoa Ana, não posso machucar ela. Não posso. Sem contar que ela precisa de ajuda com aquela fratura dela.

- Alguém vai sair machucado dessa história, além de você é claro. Não sei, mas eu preferia saber que você é casada antes de que a Carol conte isso pessoalmente. Conhecendo a dra como eu conheço, ela pode ser da paz e calma, mas se pegar a Malu na sua casa, talvez nem o respeito exista mais.

- Eu não sei o que eu fiz com a minha vida Ana, eu tinha tudo certo.

- Para com essa lenga lenga, você é adulta Christiane. Sabe bem o que fez, sem contar que todo o tempo eu te falei, lembro da frase como se fosse hoje: “ Se a Carol for pra Portugal, ela nunca mais volta para você”. Eu te falei isso. Você sabia de absolutamente tudo. Deu risada da minha cara e ainda falou que eu era uma boba. Cara, você tem mais de 10 anos de história com a Carol, quanto desse tempo você estava com a Daniela junto? Ela pode ter sido muita coisa para você, mas eu lembro de cada detalhe e de cada momento que você veio chorando pra mim.

- Já terminou de pisar? Isso porque você é minha amiga

- Sabe muito bem que ser sua amiga é bem diferente de concordar com as suas merd*s. Exatamente por ser sua amiga que eu te alertei mil vezes sobre isso tudo. Chris, eu ainda vou estar aqui para te ouvir depois que você cair em si, mas agora eu preciso é tentar fazer você correr atrás de todos seus erros. Na minha opinião, a primeira coisa a fazer é falar com a malu e tirar ela da sua casa, você sabe que vai ser um deus nos acuda se a Caroline descobrir isso.

 

Sai do restaurante que estava com a Ana, claramente destruída. Para o meu azar a casa do Lucas, assim como a minha é próxima ao hospital, então não tive tempo de corrigir meu rosto inchado de choro ou minha tensão interna. Estacionei na frente do prédio dele e mandei uma mensagem para a Jaqueline, avisando que eu estava subindo, mas ela não viu minha mensagem. Pouco depois da portaria, umas 2 casas ao lado, tem um bar de esquina, bem botecão. Entrei e sentei no balcão, com toda a minha classe e beleza, posso dizer que todos os bêbados daquele lugar me olharam, mas se um deles abrisse a boca para conversar comigo, posso garantir uma resposta bem adequada.

- Vai de que moça? - Falou um senhor careca, de barba rala e mal feita, por trás do balcão.

- Uma dose dupla de vodka.

- Com soda?

- Não camarada, quero pura.

- Tem certeza? É meio forte moça.

- Cara, se eu tivesse pedindo conselho não seria aqui o lugar, dá pra por a porr* da vodka num copo e me dar? - ele apenas acenou com a cabeça e me trouxe, em um copo americano, um liquido transparente, com cheiro de álcool etílico. Respirei fundo aquele cheiro e virei o copo em um gole único. Minha garganta queimou e meu estômago contraiu, pude sentir cada gota da vodka arranhando minhas entranhas. - Quanto devo pra você?

- Nada não moça, fica por conta da casa.

- Não quero homem nenhum pagando minha bebida. Minha vida já está uma merd* suficiente para eu ter mais problemas. Quanto foi a porcaria da vodka?

- Sete! - puxei uma nota de dez da bolsa, coloquei no balcão e sai do bar, da mesma forma como entrei, com classe e beleza, fazendo todos os bêbados daquele lugar me olharem. Retornei a portaria do prédio do Lucas, menos de 8 horas depois de ter discutido com ele, menos de um mês depois de ter deixado minha esposa ir embora.

Assim que o porteiro liberou o meu acesso, segui em direção ao elevador. Abri minha bolsa e procurei intensamente um chiclete de qualquer sabor para acabar com o bafo de álcool que eu estou, para a minha sorte, havia um trident de hortelã jogado no fundo de um bolso. A hora que o Bruno me abraçar vai soltar que estou com cheiro estranho, o menino é um amor, mas sem noção igual o pai. Quando o elevador finalmente parou no 12o. toquei a campainha e esperei, foi um tempinho até a porta ser aberta pelo Lucas. No exato momento que ele me deu espaço para entrar, eu enxerguei ela no sofá, sentada, me olhando, ao lado da Clara. Fingi que não vi. Cumprimentei o Lucas, pedi desculpas pelo dia anterior, ele ainda estava bravo, dava para ver e mais ainda destruído que ontem.

O Bruno estava com o rosto todo amassado, de quem havia acabado de levantar. Ele veio correndo para o meu colo: “Tia Crise, onde tá a tia Caol, a tia Caol tá cum ce”? A pureza daquele menino fez meus olhos encherem de lágrimas. Ele não deve saber sobre o sequestro da Carol, mais ainda me passou que sem a Caroline não terei mais contato com o Bruno.

Peguei o Bruno no colo e segui com as apresentações. A pessoa seguinte foi a Jaqueline, ela me olhou de uma maneira que me confirmou a dúvida que eu tinha, aquela era a mulher que a Caroline estava. Respirei fundo e mantive minha classe, ela pode ser quem quiser, mais eu estou em casa, no meu ambiente e depois da vodka que tomei, o céu é o meu limite. Olhei para a Clara, que como sempre estava morrendo de medo de mim, confesso que gosto dessa sensação, afinal eu marquei meu território com ela, apesar dela ser bem mais submissa a Caroline. A próxima pessoa na fila é a outra, não sei um nome criativo para chamar ela, a portuguesa? Caolha? Outra? Não sei, ainda encontrarei uma denominação. A única coisa que fui capaz de soltar foi:

- E você, quem é?

- Fernanda - ela levantou do sofá para responder. Eu olhei firme para ela, com um olhar estreito, severo, deixando claro que eu sei exatamente quem ela é, e mais ainda que esse é o meu território, se eu tiver que brigar pela Carol, vou cair dentro.

- Chris, essa é a Dra Fernanda, estava trabalhando com a Carol em Portugal. - O Lucas tentou entrar no faroeste para segurar as pontas. A discussão de ontem já foi o suficiente para eu não levantar a voz hoje, ainda mais porque se eu der um show essa tal Fernanda vai saber que estou na cola dela. Ela não parou de olhar pra mim em nenhum momento, estava com a expressão fechada, seria, como se estivesse puta da vida com algo.

-   Trabalha com a Caroline? Veio de Portugal até aqui por que? - me mantive calma enquanto perguntei pra ela. Claro que não teria a cara de pau de dizer que é amante da Caroline.

-  Sim, trabalhei com ela. Vim em solidariedade, quero saber se ela está bem, acompanhar o sequestro.

- Humm - foi o máximo que falei. Olhei ela nos olhos com o máximo de intensidade que eu poderia, não pisquei, não respirei, apenas olhei. Espero que isso seja o suficiente para demarcar o território, sim praticamente fiz xixi no tapetinho como a Ana gosta de falar. - Lucas, me explica o que o delegado falou. Não entendi direito, ela foi sequestrada para operar tráfico de órgãos?

- Não Chris. Ela foi sequestrada por uma quadrilha de tráfico de órgãos. A esposa de um dos chefes da quadrilha está grávida, prestes a ter filho. Sequestraram a Carol para ela fazer o parto da criança. Eles tem uma rede de roubo a equipamento hospitalar, medicamento. pelo que entendi sequestram pessoas para roubar os órgãos. -  Ele me repassou toda a conversa que teve com o delegado e um policial da anti-sequestro, ele falou que a próxima fase será o pedido de resgate e que provavelmente o valor será alto, dada a importância da Caroline e de sua habilidades de cirurgia para atuar em uma equipe de tráfico de órgãos. Falou ainda que provavelmente a Caroline precise de atendimento psicológico para superar o sequestro e o trauma que foi.

Fala sério, a Caroline é bem  mais forte que ele acredita. O Lucas vê a doutora como a mãe dele,  a irmã que abdicou da vida para cuidar dele, mas ela não é assim. A Carol é forte fisicamente e no psicológico também, se duvidar ela vai enganar esses caras todos e sair do cativeiro sozinha. E esse lance de resgate, eu não tinha pensado, vai ser uma nota. Tenho uma conta conjunta com ela, temos até um pouquinho de dinheiro, a reserva, mas não é nada tão significante assim.

A conversa com o Lucas foi longa, o que me incomodou era a Clara todo o tempo lá, ouvindo tudo, como se fosse parte da família. Eles precisam entender que ela é a capacho da Carol, apenas isso, não deveria estar aqui acompanhando nada, sem falar que ela tem uma boa dose de culpa nisso tudo, se tivesse chego na hora no aeroporto, a Caroline não teria sido levada. O outro incômodo é a Fernanda, o tempo todo atenta a tudo que o Lucas está falando, se mostrando presente, e mais ainda que o Lucas já está babando ovo nela, todo protetor e amigável. Eu fiquei de tempos em tempos olhando a garota, garota não, que ela já deve ter bem mais que 30 anos. Ela não deve ser muito mais alta que eu, na verdade devemos ter a mesma altura quase, é um pouco gordinha, com seios grandes, os olhos são castanhos, brilhantes, a todo o tempo com um olhar firme. Estava com os cabelos soltos, um pouco abaixo dos ombros, ondulados na ponta e com uma franja lateralizada. Pude reparar que de tempos em tempos ela fazia um coque, com o próprio cabelo, bem daqueles coques bagunçados, não pude deixar de associar a cena com a Caroline, que sempre faz isso com os cabelos, principalmente quando estão molhados, recém lavados.

O dia passou lentamente, arrastados. Eram 4 adultos perdidos esperando respostas quanto a algo que não temos nenhuma autonomia. O Lucas e a Fernanda conversavam de tempos em tempos, a Clara sempre junto dele, como amiguinhos de infância que estavam em um happy hour. Já eu fiquei de tempos em tempos acalmando a Maria Luísa, que me mandava mensagem de hora em hora, cada vez mais irritada, porque eu passei o dia fora e ela estava preocupada comigo. Quando deu umas 22h a Clara chamou a Fernanda de canto, acho que chamando ela para ir embora, já que minutos depois avisaram o Lucas que estavam saindo. A Fernanda abraçou o Lucas, se despedindo, depois agradeceu a Jaqueline pela hospitalidade, ela aparenta ser uma garota estranhamente educada, apesar da brutalidade como me olhava. De longe sacudiu a cabeça, eu soube que esse era o comprimento dela de despedida, eu poderia deixar quieto, mas não posso perder a chance de  falar com ela. Quando o Bruno pediu um abraço de tchau ela passou ao meu lado, eu segurei o braço dela, levemente, mas firme e deixei meu recado:

- Eu sei quem você é. Conheço seu tipo de pessoa. Saiba que eu estava brigada com a Carol, mas  ela é minha. Você pode até querer brigar, mas te garanto que nesse jogo eu já ganhei. Não se mete comigo.  - ela puxou o braço, não respondeu absolutamente nada, apenas me olhou com uma expressão firme, como se o que eu falei para ela não teve efeito algum, mas eu sei que teve.

O Lucas saiu então para colocar o Bruno na cama, afinal o menino estava quase dormindo no sofá. A Fernanda e a Clara ainda estavam na porta quando o celular dele tocou. Eram os sequestradores, ele colocou o telefone no viva voz e deixou a gente ouvir a conversa toda com os meliantes. Ouvi a negociação, mas meu pensamento parou na quantia que eles pediram, 300 mil reais. Não temos isso, não tenho isso. Nem se juntarmos o que eu e o Lucas temos ou pedir emprestado para as pessoas próximas vamos ter esse valor. Podemos vender o consultório, mas isso não dá para fazer de um dia para o outro, assim de última hora. Eu vi meu cunhado indo ao chão com a pressão baixa, não tive reação alguma para segura-lo, o som do sequestrador falando 300 mil até amanhã ecoava na minha cabeça, me tirando daquele apartamento, me tirando da realidade. De onde vou tirar 300 mil reais em 12 horas?

Me mantive sentada na frente do sofá, em uma cadeira, de cabeça baixa. Que inferno minha vida se tornou, a Caroline sequestrada, custando 300 mil. Coloquei uma outra mulher dentro de casa, enganei minha esposa por anos estando com outra, agora a outra da minha mulher está aqui.

- Lu, olha aqui. Lembra que a Flávia falou que a gente tem que ficar forte. Esse dinheiro nós damos um jeito. Me escuta, a Carol está bem, a Jaque tem razão, se ela não estivesse bem, não iriam pedir dinheiro. Primeiro passo agora é ligarmos pra Flávia, ela vai saber o que fazer. Depois eu vou ao banco, vejo esse dinheiro do resgate - mesmo com a cabeça baixa e chorando fui capaz de escutar essa conversa deles. Era só o que estava faltando no meu mundo, a outra agora tem dinheiro para o sequestro, já conquistou o Lucas, a Clara, provavelmente a Caroline. Que merd*.

- Quem é Flavia?  - levantei meu rosto inchado de choro e perguntei isso para a Clara. Ela sempre foi muito educada comigo, apesar de não gostar de mim. Me respondeu que era a policial responsável pelo caso do sequestro da doutora. Queria entender por que cacete a Fernanda, que chegou de Portugal hoje sabe mais do sequestro da minha esposa que eu.

 

Meu celular começou a tocar em um tempo mais estreito, até que não pude mais ignorar e precisei retornar as ligações da Maria Luisa. Enquanto todos conversavam com a Flávia policial gostosa, eu pedi licença e apesar de já se passar da 1 da madrugada, atendi o telefone.

- Fala Malu, não posso atender agora.

- Vai poder atender que horas? Passou o dia todo longe.

- Já te falei, estou na casa daquela minha amiga que foi sequestrada. Estou com os familiares dela, aguardando um retorno. Os sequestradores pediram 300 mil para libertarem ela. Tem polícia aqui, está uma zona só.

- E o que você está fazendo aí? Nem é familiar, é apenas uma amiga. Talvez se fosse a Ana eu até aceitaria de você estar aí, mas se é uma amiga que nem o nome você me falou, não deve ser nada tão importante assim. Vem pra casa!

- Agora não dá Malu, não posso sair daqui agora.

- Porque eu sinto que você está me escondendo algo?

- Não sei, a sensação é sua não minha.

- Grossa!

- Quer o que malu? Não posso ir agora e você fica insistindo. Que saco, agora não dá.

- Vou ignorar sua grosseria e amanhã eu te espero para conversarmos, se é que você vai voltar pra casa amanhã.

- Não faz isso malu, não me coloca assim na parede. Juro que só estou resolvendo isso, o sequestro de uma amiga, estou com a família dela. Está ouvindo as vozes ao fundo?

- Christiane, conversamos amanhã. Quando você puder me dar atenção e me contar a verdade. - acreditam que a Malu desligou na minha cara? Eu estou em uma bomba emocional tão grande que não sou capaz de resolver absolutamente nada. Ainda na sacada do apartamento do Lucas, coloquei a cabeça para além da grade de proteção e tentei pegar um pouco do ar da madrugada. Estou a quase 48 horas acordada, cansada, com muito café acelerando meu coração, com a amante da minha esposa na minha frente, sabendo mais dela que eu mesma. Sabe, me partiu o coração quando vi a Fernanda, a Clara e o Lucas todos conversando e rindo, falando que a Carol vai enlouquecer os sequestradores na organização do cativeiro. Ela conhece as manias de arrumação da minha mulher, ela conhece detalhes que eu nunca esperei a doutora compartilhar com mais alguém, além de mim. Sem contar como o modo como essa Fernanda aparenta estar destruída e a gana como ela passou a noite ligando para portugal para conseguir o dinheiro do resgate mostra o quão intenso é a relação das duas, o quanto eu não tenho mais espaço aqui, o quanto eu estou sobrando nessa reunião de resgate.

 

Quando finalmente o pesadelo acabou, a Flávia gostosa ligou pro Lucas, eu que estava já emocionalmente abalada, chorei copiosa e desesperadamente quando ouvi a voz abafada da Caroline do outro lado do viva voz, dizendo inúmeras vezes que estava bem.

- Lucas, como a Carol está? - quando a ligação desligou tentei puxar conversa com ele, já que estava claro que se dependesse dele eu não saberia nada em absoluto.

- Aparenta estar abalada. A Flávia vai deixar ela na delegacia, vou buscá-la e ve como ela está.

             - Ela vai vir pra ca? Pra sua casa?

            - Eu não sei. Vou oferecer algumas opções para ela e ver qual ela quer. Se quiser vir aqui pra casa, será bem vinda. Eu estou pensando mais é ir na casa de vocês e pegar umas roupas dela, deixo no carro, ai ela escolhe o destino. E vou ser bem sincero com você, não acho que seja o momento dela descobrir que a esposa está morando com outra na casa dela, vou evitar ao máximo dela querer ir pra lá. Acredite isso não é respeito a você e sim respeito a minha irmã. - não acredito que o Lucas falou isso. Que direito ele tem de colocar o bedelho no meu casamento  e mais ainda com quem eu estou ou não.

       - Ah tá Lucas. Você fala de um jeito como se sua irmã fosse perfeita e não aprontasse nada. E essa garota ai - falei olhando claramente para a Fernanda - veio de Portugal até aqui pra que?! Me poupe.

       - Quanto a vida de vocês ou delas eu não tenho nada a ver, e espero que no mínimo você se lembre de estar na minha casa e ter respeito. A Fernanda é minha convidada. O resto você resolve com a Caroline depois. Agora eu quero ir lá pegar umas roupas dela, organizar o que eu puder e ir buscar minha irmã. Aproveita esse tempo e tenha o mínimo de senso de rumo na sua vida.

        - Tenha respeito você Lucas. Sempre aguentei você lá em casa correndo atrás da sua irmã, como o garotinho mimado largado pelos pais. Para de tomar a vida dela como sua e deixa ela ter rédeas nas merd*s que ela faz. Ela não é perfeita nessa história não, apenas eu que vivo com ela há 13 anos sei das merd*s que ela apronta.

- Não te meto a mão na cara por que ela mesmo me ensino o que é respeito e educação. Sai da minha casa, agora. Espero que a última vez que eu tenha que ver você seja daqui meia hora quando eu passar na casa dela para pegar algumas mudas de roupa. Depois vejo você apenas na audiência de divórcio, onde vou fazer questão de testemunhar contra - ele abriu a porta e ficou olhando para a minha cara. Em nenhum momento encostou em mim fisicamente, mas a violência psíquica que tive essa noite foi o suficiente para eu fugir de São Paulo.

Quando cheguei a rua vi meu carro, felizmente, ainda estacionado no mesmo lugar que eu havia deixado na tarde de ontem. Segui em direção a minha casa, que fica a uns dois quarteirões daqui. Até dava para ir a pé, mas eu precisava levar o meu carro de todo modo. O trajeto pareceu mais longo que uma viagem ao Nordeste de carro, acho que isso é resultado das muitas horas acordadas, do meu estado emocional, da merd* que está a minha vida. Assim que cheguei em casa gritei pela Maria Luísa, mas o máximo que eu achei foi um recado em cima da mesa da sala dizendo “ Como você não chegou, pedi um taxi e estou indo para a fisioterapia, te vejo em breve. Abraços, Malu”. Sei que ela deve estar super puta comigo, mas devo agradecer ao destino por eu ter esquecido da sessão de terapia hoje e me atrasado a ponto de não esbarrar com ela.

Subi correndo para o quarto meu e da Carol, no momento meu e da Malu, peguei algumas mudas de roupa da doutora, coloquei na mochila que ela leva para a academia. Fui direto para a cozinha, ainda havia vinho gelado, eu peguei a garrafa que estava aberta e virei mais uma vez em um único gole, quase meia garrafa em um gole.

Quando a campainha tocou, fui rapidamente para o quintal, entregar a mochila para o Lucas. Ele estava tão destruído como eu ou mais, havia trocado a camiseta larga por uma camisa social, algo que aparentava mais com o medico genioso que ele é. Ele pegou a mochila, não falou absolutamente nada, apenas acenou a cabeça como um obrigada, mas sem exteriorizar uma unica palavra.

Quando voltei para a sala e finalmente sentei no sofa, senti meu corpo doer e o coração apertar, como nunca antes senti. Todos olham para a Caroline, sempre olharam apenas para ela, mas todos esquecem que eu estou aqui, a esposa trocada pelo trabalho, a esposa deixada em segundo plano, a mulher abandonada pelo sonho de viver em outro país. Preciso dormir para parar de pensar nisso, para parar de pensar nas merd*s que acontecem na minha vida, na merd* que é minha vida. Voltei a cozinha e tomei o resto da garrafa de vinho que eu havia deixado gelando. Subi até o meu quarto, no banheiro há uma caixinha de remedios, coloquei sobre a pia, procurei um remedio para dormir, sei que a Caroline sempre deixa uns comprimidos aqui. Achei eles dentro de uma embalagem branca, escrito com o garrancho medico dela “ para dormir”. Peguei dois dos comprimidos e engoli com a água da pia.

Sei que até eles fazerem efeito vai levar meia hora, é o tempo que tenho para um banho rapido. Entrei no chuveiro, de cabeça. Molhei o corpo com calma, de modo que cada gota de água se misturasse com cada gota de lágrima que caia dos meus olhos. Quando comecei a sentir a moleza no corpo, sai rapidamente do chuveiro. Coloquei uma bermuda larga e uma blusa velha, confortável. Peguei meu celular, com um resto de sobriedade e consciência e mandei para a Malu: “Oi meu amor, cheguei em casa faz pouquinho tempo. Vi que já havia saido para a fisioterapia. Desculpas por ontem. Quando chegar em casa, podemos conversar e vou te explicar tudo que aconteceu. Tomei remédio para poder dormir um pouco, então se chegar e eu aparecer morta, é só sono”.

Meus olhos estavam fechando sozinhos, mas meus neurônios ainda funcionaram uma última vez. Procurei o contato da Caroline, cliquei na parte de baixo, onde pude gravar um áudio: “Carol, não esquece de mim, eu te amo. Me perdoa”.

 

Acordei com um barulho no quarto, meus olhos estavam difíceis de abrir. Quando consegui enxergar além do embaçado, vi a Maria Luiza sentada em uma cadeira, na lateral da cama, com a perna machucada sobre a cama, me olhando fixo, séria.

- Que horas são Malu? Perdi a noção do tempo. Precisava dormir.

 

- Christiane, consegue me dizer porque sua mulher veio aqui em casa hoje? Para te esclarecer, estou falando da Caroline.

Fim do capítulo


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Comentários para 38 - Capítulo 38:
rhina
rhina

Em: 24/02/2020

 

Mas esta Christiane não tem jeito.

Rhina

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Bee20
Bee20

Em: 02/12/2018

Ooooh mulherzinha escrota ????????????????????

Embuste ..

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Elizaross
Elizaross

Em: 21/11/2018

SEMANCOL pra cris....

toma seu rumo embuste..

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SaraSouza
SaraSouza

Em: 20/11/2018

Essa Christiane, ela vive num mundo paralelo, fora da casinha..

Perdeu filha...

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