Capítulo 23- Um bom coração
Raquel se preparava para fazer a cirurgia em Carolina que já estava na sala preparada aguardando a médica junto com sua equipe. Izabel estava na sala junto com a amiga para dar suporte se fosse necessário, assistindo do balcão estavam os residentes de Carolina, incluindo Ângela que estava aflita por causa do procedimento.
Raquel entrou na sala e foi até Carolina, olhou os monitores, pegou novamente as tomografias da médica, olhou cada uma, analisou tudo de novo para não ter margem para erros e começou o procedimento.
-- Vamos começar.
Todos nesse momento ficaram ainda mais apreensivos, a equipe estava inteira à disposição daquela sala de cirurgia, todos estavam voltados para a vida de Carolina.
Carlos e Roberta estavam na sala de espera angustiados pelos riscos que a cirurgia apresentava. Tentavam conversar para quebrar o clima tenso.
-- Ela vai conseguir, Carlos. Eu tenho certeza.
-- Eu espero que sim, eu estou bem assustado agora. – Andava de um lado para o outro –
-- Calma, não adianta ficar nervoso, senta aqui um pouco. – Apontou para a cadeira ao seu lado –
Carlos caminhou até a ex-namorada e sentou. Roberta tentava falar de outras coisas para distrair o rapaz e a si mesma. Lembrou-se de quando estava para entrar na sala de cirurgia e Carolina lhe acalmou.
-- Eu lembro de quando eu estava entrando para fazer a cirurgia bariátrica, Carolina estava comigo, eu estava apavorada, morrendo de medo de não acordar mais. – Fechou os olhos --
-- Eu imagino, quando eu operei o apêndice também fiquei morrendo de medo. Carol também estava lá para me ajudar. Ela ficou comigo o tempo todo. – Sorriu com a lembrança --
Roberta sacudia as pernas de nervoso, o que não passou despercebido pelo rapaz, mas não chegou a comentar.
-- Se não fosse Carol eu não teria conseguido fazer a cirurgia, hoje eu tenho o emprego que eu sempre quis por causa dela, depois que eu emagreci tudo melhorou, minha saúde mudou, meu chefe resolveu confiar alguns casos a mim e eu pude finalmente advogar como eu sempre quis.
-- Seu chefe devia ser um babaca, o seu peso não mudou quem você é, e você é muito inteligente e capaz. Sua aparência não deveria ser um empecilho para sua carreira.
-- Você diz isso porque é um cara bonito e nunca teve que enfrentar o preconceito como eu.
Carlos se animou ao ouvir Roberta elogiando sua beleza, mas para ele o excesso de peso da advogada nunca foi um problema, a não ser quando começou a prejudicar sua saúde, ele foi o primeiro a incentivar para que ela melhorasse sua qualidade de vida.
-- Você sempre foi linda Roberta, e agora está mais ainda. – Olhou para a advogada – Seu namorado tem muita sorte. – Tinha uma ponta de ciúmes na voz --
Roberta engoliu seco, Carlos ainda mexia com ela de uma maneira surreal. O silencio acompanhou os dois por um tempo, e Roberta se perdeu em suas lembranças com Carolina.
Julho de 2007
Roberta estava aguardando para entrar no centro cirúrgico, Carolina estava com ela, iria assistir o procedimento que seria feito por um antigo professor.
A médica conseguiu colocar Roberta no programa do hospital, a advogada precisou passar por várias fases até ser aprovada para a cirurgia, o médico a examinou, indicou uma dieta para que ela começasse a controlar seus hábitos alimentares, fez acompanhamento com uma nutricionista e uma psicóloga para ajudar a conter sua compulsão por comida.
Depois de conseguir perder quase vinte quilos com a dieta, o médico aprovou a cirurgia da advogada e havia chegado o grande dia.
Carolina caminhava junto dela até o centro cirúrgico, Roberta apertava tanto a mão da amiga que a médica estava quase sentindo seus dedos perderem o sangue.
-- Roberta se acalma, você vai arrancar meus dedos.
-- Ai desculpa, amiga. Eu estou tão nervosa, estou com muito medo.
-- Não fique com medo, vai dar tudo certo. – Beijou a testa da amiga –
O médico entrou na sala e o anestesista começou a aplicar a anestesia e Roberta foi perdendo a consciência aos poucos. Carolina estava apreensiva, mas confiante que a amiga conseguiria chegar ao corpo que tanto sonhava.
A cirurgia levou três horas, e depois que Roberta acordou, Carolina estava ao seu lado para encorajá-la.
-- Onde eu estou? – Estava tonta –
-- Roberta, como você está se sentindo?
-- Ai, estou com dores. – Tentou se movimentar – Ai, que merd*.
-- Calma, você acabou de sair da cirurgia, está acordando da anestesia, não pode se movimentar muito, vai doer por alguns dias, mas vai melhorar.
-- Porr*, se eu soubesse que iria doer tanto eu não tinha feito.
-- Eu vou aplicar um analgésico e você vai se sentir melhor.
Carolina foi ao posto de enfermagem e solicitou um analgésico para ser aplicado ao soro da amiga, uma enfermeira trouxe o medicamento e aplicou no soro. Depois de reclamar mais um pouco Roberta acabou dormindo sob os efeitos do remédio.
Dois dias depois, Roberta teve alta e foi para casa. Teve que fazer uma dieta líquida por meses, não conseguia comer quase nada, tinha que fazer alguns exercícios, e continuou com o tratamento com a psicóloga. Carolina não saiu do lado da amiga durante esse período.
Carlos acabou se mudando para Macaé por causa do trabalho nesse período e não viu mais Roberta, Carolina ficou sozinha em Niterói, nos dias de folga sempre que podia estava com a amiga.
No primeiro mês a advogada já tinha perdido vinte e cinco quilos. Roberta já sentia uma grande melhora em sua locomoção depois de emagrecer tanto. Sua respiração já estava mais controlada, e estava gostando dos resultados.
Carolina continuava com sua rotina nos hospitais, Izabel tirou dois plantões para não sobrecarregar a médica, estava terminando sua residência em cardiologia e estava com sua vida financeira bem organizada.
Roberta Continuava o tratamento, em um fim de semana ela foi ficar com Carolina, a médica estava de folga no hospital. E resolveram assistir a alguns filmes.
-- Amiga, e a veterinária, te ligou de novo? – zapeava os canais da TV –
-- Carina me ligou sim, nós conversamos, eu até fiquei de ir lá na Serra, mas eu desisti. – Deu de ombros –
-- Por quê? Fala sério, você preferiu ficar em casa com uma amiga gorda e mal-amada, do que ir namorar com uma mulher bonita e gostosa, como você mesma a descreveu.
-- Ai Roberta, que baixa autoestima, hein! Minha nossa! Você já emagreceu bastante, e está fazendo ótimo progresso. Você precisa se cobrar menos.
-- Olha quem fala! – Revirou os olhos –
-- Tá, eu sei que eu sou perfeccionista, mas não fico me depreciando.
-- Tudo bem doutora, mas pode me explicar por que você não foi namorar? – Cruzou os braços –
-- Sei lá, eu não quero me envolver e voltar a sofrer. – Comeu uma pipoca – Eu nunca quis namorar ninguém, mas aí Samantha insistiu tanto, que eu acabei cedendo, eu me apaixonei por ela e olha o que aconteceu. – Pegou o controle da amiga –
-- Você não pode generalizar, Carol, ninguém é igual, você pode ser feliz com outra pessoa. Com Samantha, eu tenho certeza que não. – Roubou o controle de volta –
-- Você está a uma hora procurando um filme e não decide, devolve o controle. – Tentou pegar de volta –
-- Nem pensar, se você for escolher o que nós vamos ver, vai acabar assistindo A Bela e a Fera pela décima vez.
-- Qual é o problema com A Bela e a Fera? – Colocou as mãos na cintura –
-- Nenhum, se for uma criança que está assistindo. – Gargalhou –
-- Ah sei. – Riu também –
As duas ficaram em silêncio por um tempo, cada uma com seus pensamentos.
-- Carol, você precisa se libertar, não tem problema em sofrer por amor, você só não pode ser feita de idiota, Samantha fez isso com você, mas sofrer faz parte da vida, nós sabemos disso mais do que ninguém.
Outro silêncio cresceu na sala do apartamento da médica, tantas coisas que as duas passaram, cada uma com sua parcela de sofrimento. E depois de anos afastadas, elas estavam ali novamente, uma para a outra.
-- Roberta, eu estou tentando, eu juro, eu consegui trans*r com a Carina, e isso foi algo que eu nunca imaginei que faria, principalmente com alguém que eu mal conhecia. Ela veio aqui um fim de semana, e foi maravilhoso, mas é só isso, eu não tenho sentimentos por ela.
-- Isso nunca aconteceu comigo, mas eu sei que acontece com todo mundo, fazer sex* casual é normal, amiga. Você precisa permitir que as pessoas te conheçam, que as pessoas encontrem a mulher maravilhosa que você esconde.
Carolina segurou a mão da amiga em compaixão.
-- Roberta, você vai ficar gata depois que atingir sua meta, e vai ter que dar senha pros caras que vão começar a correr atrás de você. – Tomou o controle da mão da advogada – Mas por enquanto vamos ver se está passando A Bela e a Fera.
-- Ah safada! – deu um tapa no ombro da médica –
Novembro de 2007
Passados quatro meses da cirurgia de Roberta, a advogada estava quase atingindo a primeira meta, mas com a perda de peso muito abrupta, outros problemas surgiram. O excesso de pele que não volta ao normal, precisava ser removido, isso implicaria em outras cirurgias, mas o processo não é tão simples e rápido, Roberta ainda precisaria perder o peso que faltava, mas com o passar do tempo, o progresso do tratamento ia desacelerando, Carolina continuava acompanhando a amiga no tratamento e ajudando no que podia.
Samantha não tinha mais o número de telefone da ex-namorada, e como Carolina havia se mudado, não a encontrou mais na casa humilde da comunidade. Depois do encontro no hotel da Serra, Samantha continuava sem rumo. Noites de festa intermináveis, drogas, sex*, bebidas sem limites. Mas mesmo com a distância, a modelo ainda mantinha a ideia de que só seria feliz com Carolina.
E como não brincamos com o destino, pela terceira vez, uma emergência unia as duas mulheres no hospital.
Carolina estava de plantão no hospital matriz com Raquel e Izabel. Uma ambulância informou a chegada com uma paciente vítima de um acidente no meio da madrugada.
Após a chegada da ambulância e os primeiros atendimentos efetuados, foi solicitada a presença de um neurologista para fazer uma avaliação. Raquel que estava de plantão foi atender o pedido.
Ao chegar na emergência se deparou com Samantha na maca, ela estava desnorteada, com um corte grande na cabeça, havia muito sangue em suas roupas.
Ela atendeu ao chamado, fez a avaliação, indicou alguns exames para serem feitos e queria sair correndo para contar pra Carolina que Samantha estava ali no hospital.
-- Carolina, eu quero ver Carolina. – Samantha repetia –
-- Calma, Samantha, o que aconteceu? Você bateu com o carro?
-- Não sei, eu não lembro. – Fechava os olhos – Dói muito.
-- Tá, já colocaram um analgésico no seu soro, vai aliviar. Você vai precisar fazer alguns exames, tudo bem?
-- Eu quero ir pra casa. – Tentava se levantar –
-- Espera aí mocinha, você não pode ir embora, precisa de pontos e de cuidados médicos.
Um enfermeiro tentava conter a modelo que insistia em se levantar.
-- Eu vou ter que aplicar um sedativo. – Raquel fez sinal para uma enfermeira que entendeu o recado – Ela está muito agitada!
Após aplicar uma seringa com um sedativo no soro da modelo, Samantha adormeceu e se acalmou.
-- Agora leva ela pra tomografia, precisamos saber se houve algum dano cerebral.
-- Pode deixar doutora.
Um enfermeiro levou Samantha desacordada para fazer os exames solicitados e Raquel correu para a cardiologia atrás de Carolina.
-- Cadê Carol? – Chegou correndo no balcão da enfermagem –
-- Calma mulher, o que houve? – Izabel chegou perguntando – Vai tirar quem da forca?
-- Samantha está aqui, mandei fazer uma tomografia. Acho que ela sofreu algum acidente.
-- A de Carol? – sussurrou –
-- Sim. – Chegou mais perto – Cadê Carol?
-- Está no repouso. Vem.
As duas foram até a sala de repouso dos médicos, Carolina estava descansando. Foi acordada pelas duas amigas.
-- Carol. Amiga, acorda.
-- Oi, que foi? Tem paciente? – Coçou os olhos –
-- Tem, mas não é pra você. – Parou – Quer dizer, era sua.
-- Como assim? – Levantou – Vocês duas estão bebendo aquele café instantâneo de novo?
-- Não mulher, Samantha está fazendo exames, ela sofreu um acidente.
-- Samantha? Ela está bem?
-- É, sua Samantha. —Apontou para a médica – Sim, está bem.
-- Minha nada. Sai pra lá. – Levantou da cama – Meu Deus, tanto hospital pra ela ir, e ela vem parar aqui?
-- Parece que o destino de vocês é se cruzar. – Disse Izabel –
-- Mas eu não quero cruzar com ela mais não. – Balançou a cabeça negativamente --
-- Ela chamou por você. – Raquel contou --
-- Eu não vou. – Cruzou os braços –
-- Você que sabe. Eu vim te avisar.
-- Eu não posso mais com essa relação, Raquel, você sabe da história inteira, por que você veio me chamar? Ela é sua paciente, cuida dela e pronto.
-- Carol, calma, não fica chateada, nós achamos que você ia querer saber pelo menos se ela está bem. – Izabel ponderou –
-- O que aconteceu com ela? Outra overdose? – Falou desanimada – Ela está bem? – suspirou --
-- Não, dessa vez acho que foi um acidente de carro, ela está com um corte na cabeça. Está desnorteada, vamos fazer exame toxicológico, só depois vamos saber se ela estava alcoolizada. Mas no momento está dormindo, eu tive que dar um sossega leão nela.
-- Eu não sei se quero ver Samantha. Com certeza o toxicológico dela vai ter um rodízio de drogas, ela não muda nunca. – Disse desanimada --
-- Tudo bem, se não quiser, não vai. – Izabel abraçou a amiga –
-- Eu vou ver se ela já está fazendo a tomografia.
-- Eu vou com você. – Izabel olhou para Carolina – Descansa. – Beijou sua testa –
As duas saíram do repouso e estranharam a reação de Carolina, sempre tão calma e centrada, realmente a presença de Samantha sempre mexia demais com a residente de cardiologia, mas a sensação estava mudando, não era mais o medo de se deixar levar pela ex-namorada, mas de Samantha voltar a insistir com o namoro, voltar a andar atrás da médica como ela fizera na época da faculdade, pois Carolina sabia que não sentia mais nada por ela.
Carolina tentou dormir, mas não conseguiu mais. Ficou chateada com a situação, resolveu levantar e ver se tinha alguma emergência para atender, era madrugada, o plantão terminaria as sete da manhã, ainda tinha muito hospital para enfrentar.
O plantão foi arrastado, Carolina não pregou os olhos, Raquel avaliou os exames de Samantha e indicou apenas a sutura, não havia nenhum coágulo decorrente da pancada, e Samantha ficaria em observação por algumas horas e poderia ir pra casa no mesmo dia.
Raquel estava preenchendo o prontuário de Samantha, já estava no final do plantão das duas, quando Carolina chegou no balcão da enfermagem com uma prescrição para um paciente cardíaco.
-- E aí amiga, quase hora de ir. – Sorriu –
-- Pois é. – Não esboçou nenhuma reação –
-- Ela está bem, deve ficar em observação hoje, e mais tarde pode ir pra casa.
-- Que bom, fico mais aliviada.
-- Você não quer mesmo ir falar com ela?
Carolina coçou os olhos, estava cansada de um plantão exaustivo de vinte e quatro horas. Ponderou se queria ter aquele encontro que seria tão desgastante quanto aquele plantão.
-- Acho melhor não, eu estou cansada demais para me desgastar com Samantha, nossas ultimas conversas não foram das melhores.
-- Tudo bem. Vamos pra casa. – Abraçou a amiga –
As duas amigas deixaram o plantão exaustas, foram para casa descansar, Carolina tinha que pensar, mas sua razão sempre lhe dizia que o melhor era não ter mais nenhum contato com Samantha, ela não queria mais, ela não podia mais ser manipulada pela modelo.
Carolina conseguiu adormecer depois de um banho demorado, torcendo para que os ventos trouxessem novos ares para sua vida.
Samantha não recebeu alta no mesmo dia, teve uma convulsão depois que Carolina e Raquel deixaram o plantão e o médico preferiu deixar a loira mais um dia em observação.
Ao voltar ao hospital para um novo dia de trabalho, Raquel se deparou com o nome da modelo como paciente internada e foi avaliar novamente a saúde de Samantha. Avisou a Carolina que a modelo ainda estava em internação e ela acabou acompanhando a amiga para saber se a ex-namorada estava melhor.
-- Bom dia Samantha. Tudo bem? Eu sou a doutora Raquel, eu te atendi na noite em que você chegou, você se lembra de mim?
-- Vagamente. – Apertou os olhos tentando lembrar –
Carolina entrou no quarto logo atrás da amiga, ao ver Samantha, não sentiu mais o coração palpitar como antes, mas estava nervosa diante a mulher que um dia tirou seu sono. Samantha depois de muito tempo abriu um tímido sorriso, ela sim nutria um sentimento por Carolina, não sabia se era apenas por capricho ou vício, mas aquela pequena chama ainda estava lá.
-- Carol? – sorriu –
-- Oi Samantha. Você está melhor? – Ficou longe --
-- Sim, só com muita dor de cabeça ainda. – Recostou-se –
-- Isso é normal, devido ao ferimento que você teve. Eu vi no seu prontuário que você teve uma convulsão, também deve ser proveniente da pancada, foi bem forte. – Raquel analisava os pontos feitos em Samantha –
-- Ai. – Tentou se esquivar –
-- Você está tonta ou enjoada?
-- Não.
Samantha não tirava os olhos de Carolina que se conteve em ficar calada enquanto Raquel avaliava o estado da modelo.
-- Eu vou pedir uma ressonância para ter certeza que não houve nenhuma lesão no seu cérebro, então, depois disso se estiver tudo bem eu vou te liberar para ir para casa, tudo bem?
-- Tudo bem, obrigada.
Samantha parecia calma, não estava com aquele jeito arrogante, insensível, parecia apenas uma menina assustada, esperando o colo da mãe.
-- Eu já volto.
Raquel saiu e deixou Carolina no quarto, a médica estava inquieta, não sabia o que esperar da loira. Cruzou os braços e se aproximou pouco da cama. Samantha observou Carolina, a médica estava linda, os cabelos presos em um rabo de cavalo tão característico seu, toda de branco, com o jaleco que Caio lhe presenteou no último Natal que ele passou em casa, tinha seu nome bordado no bolso em azul, sua cor preferida.
-- O que aconteceu, Samantha?
-- Eu não lembro direito, mas acho que eu bati o carro ou alguém bateu em mim.
-- Você estava completamente bêbada, seu exame de sangue exibiu um nível altíssimo de álcool, sem contar a cocaína. Você não tem juízo mesmo. Poderia ter morrido. – Falava calmamente –
-- Eu sei, mas na hora ninguém pensa, não é, sempre achamos que estamos bem. – Abaixou a cabeça – Você está bem?
-- Sim, eu estou.
-- Carol, eu sinto sua falta. – Olhou para a médica novamente – Eu não consigo te esquecer.
-- Samantha, não dá. Eu gosto de você, mas não tem como nós duas termos um relacionamento, você me magoou tanto. – Caminhou para mais perto – Foram tantas mentiras e traições... – Seus olhos encheram de lágrimas –
Carolina não conseguiu completar a frase, engasgou. Mas não permitiu que as lágrimas caíssem. Samantha sabia que magoara muito e de inúmeras formas a única mulher que ela foi capaz de nutrir algum sentimento e apesar de não querer acreditar, sabia que não teria mais Carolina como sua namorada.
-- Eu sinto muito, de verdade. – Encarava os olhos marejados de Carolina – Eu realmente sinto muito! – Estendeu a mão –
Carolina observou o gesto de Samantha e sentiu sinceridade nas palavras da modelo, ela sabia que não teria mais chance de sucumbir aos desejos que antes lhe tiravam qualquer juízo quando se tratava de Samantha. Ela não sentia mais aquela paixão que esquentava todo o seu corpo quando a encontrava, era apenas carinho, compaixão e até pena.
Carolina segurou a mão de Samantha e sentou ao lado da cama, Samantha estava com a aparência abatida, como se não dormisse a dias. A rotina sem cuidados e regras a estava destruindo aos poucos, bebidas e drogas, noites inteiras sem dormir, Carolina sabia que não poderia mudar aquela mulher tão intransigente e altiva que naquele momento estava tão frágil e vulnerável.
-- Carol, você me perdoa?
-- Já passou muito tempo, eu fiquei muito magoada com você, e eu não sabia se te perdoaria algum dia. – Balançou a cabeça – Mas carregar mágoas e rancores não faz bem pra nossa vida, então eu prefiro te perdoar e ser feliz, ser livre, do que ficar presa a esse passado que só me faz sofrer.
-- Obrigada. – Lágrimas correram pelo seu rosto –
Carolina a abraçou e acariciou sua ex-namorada, confortando sua dor, sua carência de amor, libertando sua alma de tanta culpa.
Nesse momento, a porta do quarto se abriu bruscamente e a mãe de Samantha entrou como um furacão procurando pela filha, mas nunca pelos motivos certos.
-- Samantha!
-- Mãe? – Soltou o abraço de Carolina –
-- Senhora Monte Alto. – Carolina estendeu a mão – Eu sou Carolina, amiga de Samantha, muito prazer.
Maria Clara Monte Alto! Samantha era igual a mãe, Carolina pensou, os traços eram os mesmos, inclusive os olhos cruéis, que ela bem conhecia por vê-los tantas vezes quando eram adolescentes, ao humilhar as pessoas. A mulher alta, de cabelos castanhos, vestida em um terninho elegante com salto nos pés, o cabelo bem escovado parecia não sair do lugar, ela olhou para Carolina dos pés à cabeça e ignorou o cumprimento, tirou os óculos do rosto e desviou da médica depois de fazer uma careta de desdém indo até a cama da filha. Samantha ficou envergonhada pela atitude da mãe, e Carolina percebeu com quem a modelo aprendera a ser tão narcisista.
-- Samantha, o que deu em você? O seguro decretou perda total do seu carro, o seu pai acabou de te dar de presente, ele está furioso!
-- Eu estou bem, mamãe, obrigada por perguntar. – Disse ressentida –
Carolina caminhou para a porta e deixou as duas conversando, percebeu que estava sobrando naquele ambiente, ficou com pena de Samantha, ela não podia contar com ninguém, mesmo tendo os pais, ela era uma mulher solitária.
Raquel passava para levar a modelo para fazer a ressonância e foi interrompida por Carolina.
-- Amiga, é melhor você não entrar lá agora, a mãe dela está lá e o clima não está nada bom.
-- Ih, então vou esperar aqui. – Raquel olhou para Carolina – Você já conhecia sua sogra? – riu –
-- Minha ex-sogra, né. – Deu um tapa na amiga – Não, acabei de conhecer e ela me deixou com a mão estendida no vento, fiquei igual a um dois de paus.
-- Nossa!
Samantha sentia o peso dos acontecimentos caindo sobre suas costas e a falta do amor que ela tanto buscava, seus pais nunca foram pais e nunca seriam, muito do que ela fazia quando era adolescente foi para tentar chamar a atenção deles, mas depois desistiu, só que os vícios permaneceram os mesmos e agora estava quase impossível de se livrar deles.
-- O seguro não quer pagar o prejuízo porque você estava completamente embriagada, no seu exame de sangue tinham mais drogas do que em qualquer boca de fumo do Rio de Janeiro. Você está louca? – Mantinha a pose – O que você está tentando fazer da sua vida? – Dizia furiosa --
Samantha apenas escutava. Seu coração estava apertado, sabia que estava errada, mas sempre repetia os mesmos erros, queria apenas um abraço, uma palavra de apoio, mas só recebia cheques e recados através de Maria, quanto mais velha, mais distante dos pais ela ficou.
-- Você destruiu um Audi, Samantha, seu pai está furioso! Desde quando você está usando drogas? – Caminhava de um lado para o outro – Você só me dá desgosto.
-- Se você prestasse atenção em mim, saberia que eu sempre usei drogas senhora Monte Alto. – Desafiou a mãe –
-- Você não tem juízo, se isso cair na mídia, pode desmoralizar seu pai, seria péssimo pros negócios.
-- Vai se ferrar, mãe, eu estou com dez pontos na cabeça, quase morri, eu liguei pra casa e falei com Maria e você só veio aqui por causa do carro. – Chorava – Você é um monstro!
Maria Clara do alto de sua arrogância deu um tapa em Samantha. A loira sentiu sua cabeça doer inteira, parecia que tinham arrebentado todos os pontos.
-- Você me respeita, eu não sou as vagabundas das suas amigas pra você falar dessa maneira! – Apontava o dedo para Samantha –
A dor foi tanta que Samantha fechou os olhos para tentar recolocar as ideias no lugar, levou a mão na cabeça e tocou de leve os pontos, percebendo que estavam no lugar. As lágrimas desciam sem freio.
-- Você acerta sua vida garota, ou seu pai vai cortar a sua mesada, e aí eu quero ver de que você vai viver. Eu não quero voltar a te procurar em hospitais ouviu Samantha? É a última vez que eu vou limpar a sua sujeira.
Maria Clara Monte Alto, mais cruel do que Samantha conseguiria ser em todas as suas encarnações, saiu batendo a porta com força enquanto Samantha amargava a dor da rejeição, não conseguia dizer o que doía mais, a cabeça, ou o coração.
Carolina esperou a mulher entrar no elevador e entrou no quarto da ex-namorada. Viu Samantha soluçando, chorava como uma criança abandonada, ficou com pena da modelo e a abraçou. Ficou ali sem saber o tempo que levou, Samantha não conseguia parar de chorar, precisaram suspender a ressonância. Carolina ministrou um sedativo para Samantha se acalmar e a modelo adormeceu.
Sem ter alta, Samantha passou mais uma noite no hospital, Raquel só conseguiu realizar o exame no dia seguinte, Carolina não estava de plantão, o que deixou Samantha triste e decepcionada.
Depois de constatar que não havia nenhum coágulo decorrente do acidente, Raquel deu alta para a modelo, prescreveu um analgésico para as dores de cabeça e pediu que voltasse ao hospital para retirar os pontos.
-- Samantha, você já pode ir. – Colocou as mãos nos bolsos – Se sentir alguma dor muito forte volta aqui para o hospital, mas acredito que o analgésico que eu prescrevi será suficiente. – Sorriu –
-- Obrigada doutora. Carolina está aqui hoje?
-- Não, hoje ela está de folga, ela vai pegar a noite.
-- Que pena, eu nem peguei o número novo dela. Queria me despedir.
-- Ela só vai sair amanhã à noite, liga pra cá. – Deu de ombros –
-- Pode ser, obrigada.
Samantha esperava que Raquel oferecesse o número do telefone de Carolina, mas a médica não faria isso sem perguntar a amiga primeiro. Preferiu ser vaga na informação.
Samantha pediu um taxi e foi para seu apartamento, ao chegar em casa, estava tudo bagunçado, garrafas de bebidas sobre o balcão, copos espalhados pelo sofá e pela mesa de centro, parou e mensurou que sua casa estava o espelho da sua vida, tudo bagunçado. Ela já não sabia mais o que estava fazendo, ou porque estava fazendo aquilo tudo.
Nesse momento, nenhum dos seus amigos de farra aparecia, ela estava sozinha. Só pensava em tudo que teve nas mãos e jogou fora, lembrou de Carolina, do quanto a morena tentou lhe ajudar e ela simplesmente ignorou. Perdeu a chance de ter um amor de verdade por imaturidade e arrogância, agora estava pagando o preço de sua inconsequência, se arrependeu de todas as vezes que decepcionou a médica, mas agora era tarde demais. Decidiu ignorar a sua bagunça, nos dois sentidos e subiu para o quarto, se jogou na cama e chorou sozinha até adormecer sem nem trocar de roupas.
Carolina ficou preocupada com Samantha, ela sabia que a modelo estaria sozinha, ao saber no plantão que ela recebera alta, resolveu ir até a casa de Samantha para saber como ela estava.
Ao chegar na cobertura, foi recebida com uma alegria que a muito tempo Samantha não experimentava, tinha Carolina novamente, mesmo como apenas uma amiga. E ela faria de tudo para não a perder outra vez.
-- Você veio! – sorriu animada –
-- Eu vim ver se você está bem.
-- Entra. – Abriu caminho –
Carolina entrou no apartamento de Samantha, a decoração havia mudado, as cores, o estilo, parecia mais com o jeito da modelo. Samantha estava abatida, usava um hobby de seda sobre um baby doll curto.
O lugar estava mais arrumado, mas ainda tinham as marcas da última festa, Carolina não deixou isso passar despercebido, mas preferiu não fazer nenhum comentário. Sentaram no sofá, uma de frente para a outra, mas não se encaravam. Carolina quebrou o silêncio.
-- Como você está se sentindo? Teve tonturas ou náuseas?
-- Você veio me consultar? – Olhou decepcionada –
-- Não, mas é o costume. Agora me responda, por favor.
-- Eu estou com dor de cabeça, mas não tive náuseas, apenas fiquei tonta uma vez ao me levantar rapidamente da cama pouco antes de você chegar. – Dobrou uma das pernas sobre o sofá –
-- Não tem ninguém aqui com você?
-- Não Carol, eu sou muito sozinha. – Olhou tristemente – Geralmente sou só eu. Maria vem amanhã.
Carolina sentiu pena da ex-namorada, as ações de Samantha a afastaram sem possibilidade de volta ao antigo relacionamento, mas ela estava ali, naquele momento, como amiga, como um ombro em que ela poderia se apoiar.
-- Samantha, você sabe que é você quem afasta as pessoas, não é?
-- Sim, eu sei. Mas eu não consigo ser diferente. – Balançou a cabeça – E isso me custou perder você. – Olhou para a médica –
-- Eu tentei estar ao seu lado, te ajudar a largar esse vício, mas eu não consegui. Eu sinto muito pelos meus problemas, isso também interferiu no nosso namoro. – Pausou – Eu nunca fui inteira com você.
-- Eu prometi te esperar, mas sempre meti os pés pelas mãos antes. – Riu – Não esqueço do dia que você comprou aquela lingerie.
-- Nem me fale. – Revirou os olhos – Aqueles seus amigos, -- fez um sinal de aspas com os dedos – que de amigos não tem nada. Acabaram com a minha noite. – Riu também –
-- Desculpe, fui eu que permiti. Eu não deveria ter deixado aquilo acontecer.
Samantha parecia estar sendo sincera naquele momento, as duas apenas conversavam e colocavam os pontos nos lugares certos, sem rancor, sem julgamentos, mas com mágoa ainda.
-- Você me machucou muito Samantha, de inúmeras formas. – Olhou magoada – Eu não queria nem te ver, quanto mais conversar com você como estamos fazendo agora.
-- Eu sei. Eu sinto muito, de verdade. – Uma lágrima escorreu em seu rosto – Você acha que algum dia irá conseguir me perdoar?
-- Sim, eu te perdoo, mas não existe mais possibilidade de reatarmos nenhum namoro, se você aceitar a minha amizade, podemos nos ver de vez em quando. É o que eu tenho para te oferecer.
-- Eu adoraria. – Sorriu –
E assim, as duas mulheres fizeram um pacto silencioso, onde o carinho e a amizade permaneciam tentando sobreviver a tantas mentiras e traições, onde um coração perdido não conseguia encontrar um rumo para se erguer, e o outro coração tão sofrido, apenas se permitiu ser quem ele era, um bom coração.
Fim do capítulo
Oie meninas.
Tudo bem? Espero que sim.
Sabadou! e segue capítulo novo, bem levinho pra alegrar o fim de semana de vocês.
E agora, Samantha de volta ao convívio de Carol, apenas boas amigas, o que será que a modelo irá aprontar dessa vez? Façam suas apostas.
Roberta fez a cirurgia, e ainda tem um caminho pra percorrer.
No presente, Raquel deu início ao procedimento que pode trazer Carol de volta ou decretar sua morte, o que vocês acham?
Eu agradeço pelo carinho, Mille, NovaAqui, Carol The M e Lai. Obrigada pelos comentários.
Bom fim de semana.
Beijos
Cris Lane
Ps.: Lu, sempre direi que te amo!
Comentar este capítulo:
Zaha
Em: 09/12/2018
Oie amiga!
Estou aqui esrevendo um comentário humilde, minha esposa resolveu fazer muqueca kkk. Ajudei um pouco e agora, enquanto termina, vim deixar um comentário!
Eita, a cirurgia de Carol, será que vai dar resultados positivos e veremos uma melhora no quadra e Carol? Espero que sim e ela tem que soltar as coisas pra acordar pq Sam ainda a afeta, sempre atrai de alguma forma, sempre se encontram n importa o tempo q passe..
Finalmente Roberta cedeu a cururgia e as coisas saíram bem!! Quero ver o clma com Carlos, que ela vai decidir, pq vejo que só depende dela. O q ela quer da vida...
Sam, minha Sam voltou, minha filhota querida e amada, desamparada, sim, minha desamparada filha que busca em coisas tóxicas o que n pode ter em casa, busc pessoas ou coisas para dimimuir suas angústias formando-lhe cicatrizes profundas, cada vez piora mais...o sentimento de abandono pelos pais q a deixa desamaprada faz ela buscar algo q a deixe protegida, loge das dores.Deveria buscar, focar em coisas boas, danca, arte, coisas que lhe dêem, prazer,muito colocam na religiao pq seria o abandono pelo pai e entao ve na religiao esse mesmo pai super poderoso, seu herói, mas Sam nunca teve e bem, a protecao dela é n sentir, n sentir é beber, fumar. Mas agora ela n pode sair disso, mesmo que queira, nem c a ajuda. É como quando queremos reinserir uma pessoa q foi presa na sociedade, teríamos qq mudar o ambiernte q vive, as pessoas, a sociedade em si, pq sempre terá tentacoes e a menos que existam novos recursos eles n vao melhorar, Sm n vai pq n tema forca pra fazer sozinha pq n tem vínculo com ninguém...só com Carol!!Esse sentimento de dependencia, q pode até ter um pingo de amor, mas é mais um corda de salvacao..
Nós estamos sempre buscando a felicidade n é?Mas sem sofrer, buscamos nas atividades diárias, escrever, ler, dancar, beber,se drogar, nem todas sao boas,mas q servem pra enfrentar o medos e dores. O problema e qndo nos afastamos mt da realidade..problrma que n queremos dor, mas temos que viver dela tb para ultrapassar, mas isso Sam n quer de jeito nenhum, mas pra limpar a cicatriz, a dor é necessária..
Qual a principal raíz do sofrimento? Os vínculos com outras pessoas,mas esses tb curam,mas n devemos idealizar ou esperar q alguem faca ou seja como ueremos, ela precisaria aceitar as coisas como sao, ja cresceu, deveria buscar a felicidade,mas como se ela n sabe oq lhe da prazer além de sexoe droga??
Sorry, tô sem tempo, amiga! Ficou meio embolado. Sam me causa mt compaixao, essa ena da mae foi dura, uma mae n poderia tratar a filha assim e dps cobrar,mas éa realidade dela, capaz foi criada ssime tem suas pr´prias dores e vai levando assim as coisas...espero um final melhor pra Sam...de verdade! N importa se ficar szozinha, mas q o final ela esteja em paz, mesmoq morra a causa da vida desenregrada, c alguma doenca,mas que esteja longe do vícios..peco pouco, viu?!
Agora vc como minha amiga super objetiva, vai me responder super bem...adoro escrever mt e q vc consiga escrever em 5 linhas..quero ser parecida com vc qndo crescer kkk
lindo domingo, beijaooo
Ps: Gracias por sempre mencionar meu nome!! ;)
Resposta do autor:
Oi Lai.
Agora sim, parece com minha amiga, rsrs.
Vamos lá. Como você disse, resumir tudo em cinco linhas. kkkkkk
Sim, Sam voltou, vou apresentar vocês pra você cuidar dela, ok. Agora deu pra ver de onde saiu tanto egoísmo não foi?
Você descreveu bem, ela sempre busca algo que falta dentro de si, o problema é que ela vai sempre pelos caminhos tortos, e colocou em Carol a missão de fazê-la feliz, mas não é assim que funciona, não é.
Você me pede éla Sam, vou pensar no seu caso, ok.
Seu nome sempre estará lá nos agradecimentos.
Beijo
Cris
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Sem cadastro
Em: 09/12/2018
Oie amiga!
Estou aqui esrevendo um comentário humilde, minha esposa resolveu fazer muqueca kkk. Ajudei um pouco e agora, enquanto termina, vim deixar um comentário!
Eita, a cirurgia de Carol, será que vai dar resultados positivos e veremos uma melhora no quadra e Carol? Espero que sim e ela tem que soltar as coisas pra acordar pq Sam ainda a afeta, sempre atrai de alguma forma, sempre se encontram n importa o tempo q passe..
Finalmente Roberta cedeu a cururgia e as coisas saíram bem!! Quero ver o clma com Carlos, que ela vai decidir, pq vejo que só depende dela. O q ela quer da vida...
Sam, minha Sam voltou, minha filhota querida e amada, desamparada, sim, minha desamparada filha que busca em coisas tóxicas o que n pode ter em casa, busc pessoas ou coisas para dimimuir suas angústias formando-lhe cicatrizes profundas, cada vez piora mais...o sentimento de abandono pelos pais q a deixa desamaprada faz ela buscar algo q a deixe protegida, loge das dores.Deveria buscar, focar em coisas boas, danca, arte, coisas que lhe dêem, prazer,muito colocam na religiao pq seria o abandono pelo pai e entao ve na religiao esse mesmo pai super poderoso, seu herói, mas Sam nunca teve e bem, a protecao dela é n sentir, n sentir é beber, fumar. Mas agora ela n pode sair disso, mesmo que queira, nem c a ajuda. É como quando queremos reinserir uma pessoa q foi presa na sociedade, teríamos qq mudar o ambiernte q vive, as pessoas, a sociedade em si, pq sempre terá tentacoes e a menos que existam novos recursos eles n vao melhorar, Sm n vai pq n tema forca pra fazer sozinha pq n tem vínculo com ninguém...só com Carol!!Esse sentimento de dependencia, q pode até ter um pingo de amor, mas é mais um corda de salvacao..
Nós estamos sempre buscando a felicidade n é?Mas sem sofrer, buscamos nas atividades diárias, escrever, ler, dancar, beber,se drogar, nem todas sao boas,mas q servem pra enfrentar o medos e dores. O problema e qndo nos afastamos mt da realidade..problrma que n queremos dor, mas temos que viver dela tb para ultrapassar, mas isso Sam n quer de jeito nenhum, mas pra limpar a cicatriz, a dor é necessária..
Qual a principal raíz do sofrimento? Os vínculos com outras pessoas,mas esses tb curam,mas n devemos idealizar ou esperar q alguem faca ou seja como ueremos, ela precisaria aceitar as coisas como sao, ja cresceu, deveria buscar a felicidade,mas como se ela n sabe oq lhe da prazer além de sexoe droga??
Sorry, tô sem tempo, amiga! Ficou meio embolado. Sam me causa mt compaixao, essa ena da mae foi dura, uma mae n poderia tratar a filha assim e dps cobrar,mas éa realidade dela, capaz foi criada ssime tem suas pr´prias dores e vai levando assim as coisas...espero um final melhor pra Sam...de verdade! N importa se ficar szozinha, mas q o final ela esteja em paz, mesmoq morra a causa da vida desenregrada, c alguma doenca,mas que esteja longe do vícios..peco pouco, viu?!
Agora vc como minha amiga super objetiva, vai me responder super bem...adoro escrever mt e q vc consiga escrever em 5 linhas..quero ser parecida com vc qndo crescer kkk
lindo domingo, beijaooo
Ps: Gracias por sempre mencionar meu nome!! ;)
Resposta do autor:
Oi Lai.
Agora sim, parece com minha amiga, rsrs.
Vamos lá. Como você disse, resumir tudo em cinco linhas. kkkkkk
Sim, Sam voltou, vou apresentar vocês pra você cuidar dela, ok. Agora deu pra ver de onde saiu tanto egoísmo não foi?
Você descreveu bem, ela sempre busca algo que falta dentro de si, o problema é que ela vai sempre pelos caminhos tortos, e colocou em Carol a missão de fazê-la feliz, mas não é assim que funciona, não é.
Você me pede éla Sam, vou pensar no seu caso, ok.
Seu nome sempre estará lá nos agradecimentos.
Beijo
Cris
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Mille
Em: 08/12/2018
Oi Cris
Carolina conhecendo sua ex sogra que mulher má e arrogante, Samantha tem a quem espelhar se não mudou para poder ter a Carol, mais ela devia procurar ajuda para poder viver melhor mais ela não quer se alto destrói.
Bora doidinha que tudo saia perfeito e você traga sua amiga para acordar e reperada sem sequelas.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Oi Mille
Ainda bem que é ex sogra, né, rsrs.
Sam está destinada a viver nesse ciclo vicioso, por mais que queira, ela não consegue mudar.
Pois é, a doidinha está com a vida de Carol nas mãos, literalmente, olha a espectativa.
Obrigada pelo carinho.
Beijos
Cris Lane
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NovaAqui
Em: 08/12/2018
Pau que nasce torto nunca se endireita.... Essa é Samantha
Agora é obter sucesso na cirurgia e voltar a vida
Roberta está tão balançada quanto o ex. Vamos ver no que isso vai dar.
Abraços fraternos procês aí!
Resposta do autor:
Oi NovaAqui
Verdade, Samantha é assim e não muda.
Raquel está com uma responsabilidade enorme, grande ansiedade.
Roberta está sim, será que ela vai aguentar?
Obrigada pelo carinho.
Beijos
Cris Lane
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