Lorenza

Acordei com um filete de Sol bem no meu rosto, senti um corpo em minhas costas e Claudia ao meu lado. Me mexi devagar para não acordar ninguém. Notei que era Juliana que dormia enconchada em mim. Olhei em volta e vi duas das meninas dormindo na cama ao lado. Tomei uma ducha para tirar o cheiro de bebida e sex* que estavam impregnados em minha pele. Coloquei uma cueca e um top, saindo do quarto em seguida. Tropecei em roupas, almofadas, latas e garrafas vazias. Sorri ao me lembrar da loucura que tinha sido aquela noite. Júnior estava dormindo no outro quarto com Amanda e outra das meninas.

Sai do rancho e me espreguicei. Resolvi dar um mergulho para começar bem o dia. Bom, começar bem meio dia, pois já passavam das 11h. Dei uma alongada antes de mergulhar. Sempre amei nadar e aquela água estava uma delícia. Depois de me exercitar e relaxar nas águas geladas, sentei-me nas pedras às margens do riacho. Que delícia de sensação, essa paz! Eu sempre amei esse lugar, é lindo demais! Mas algo este ano está diferente, porém não estava conseguindo identificar o que havia de errado. Lembrei-me de comer Claudia e depois goz*r sarrando sua bunda, imaginando que era a chiliquenta ali comigo. Foi tão real que eu senti o seu cheiro, o gosto da sua pele, o seu toque... Que coisa estranha... Nunca tinha ficado com uma mulher pensando em outra... Estar comendo alguém e se lembrar do sorriso de outra, da oncinha linda, encostada na parede daquela baia... Dela tão frágil nos meus braços quando a coloquei na cama... Dela com aquela bunda deliciosa se esfregando em mim no trailer... “Que Tzão é esse Lorenza? Tá vendo a mulher em todo lugar...” Olho para o outro lado do riacho e sorrio ao lembrar do dia de ontem...

... E me peguei recordando da sensação que tive ao ver Patrícia na outra margem do rio. Cortou literalmente meu Tzão! Agradeci por Juliana goz*r rápido, a beijei me desculpando por sair, vendo ela e Júnior se atracaram novamente. Vesti a sunga e coloquei o top já entrando na água, atravessei o mais rápido que consegui. Ouvi o barulho tentativas de ligar algum motor, sem sucesso.

Ela estava só de biquíni, tentando ligar um quadrícículo. Parei praticamente salivando de vontade de tocá-la, como é linda!!! Que corpo maravilhoso! Ela tinha um quadril redondo com coxas grossas, uma cintura fina, bem do jeito que eu gosto... Alguns achariam que ela estava um pouquinho acima do peso, eu afirmo que ela é deliciosamente saudável. Eu preferia exatamente assim... Daquele jeitinho... Com curvas generosas pra eu poder me perder... Ter onde pegar, onde segurar... Que delícia, meu DEUS!

— Não precisava ter ficado aqui espionando. Podia muito bem ter ido participar – Falei já me aproximando por trás dela.

— Como você consegue ser desagradável o tempo todo, Lorenza? Você se acha demais, não? – Ela falou sem me olhar. 

— Não sou eu que digo, são elas... – Brinquei sorrindo. Esperando ela se virar linda e brava como sempre. Era hoje que eu ganharia um tapa da oncinha!

— Não leve muito em consideração o que elas falam. Deu pra perceber a falta de QI delas de longe – Falou e eu tive a certeza de que ela tinha visto tudo. A abracei por trás, me encostando toda em seu corpo. Cheguei a suspirar. Senti um calor tão gostoso, arrepiei-me.

— Me solta! Você está me molhando toda... – Ela disse com uma voz firme.

— Aí, que delícia... Seu cheiro me deixa louca... – Disse em sua nuca. A minha vontade era colocá-la de quatro ali naquele quadrícículo da Barbie, colocar aquele biquinizinho minúsculo de lado e ch*par aquela...

— Vira essa boca com bafo de perereca pra lá!!! – Ela se afastou bruscamente.

— Perereca, Paty? – Gargalhei a virando para mim – Paty, o que houve? Você se machucou? Alguma coisa aconteceu? – Me assustei ao vê-la chorando completamente pálida. Peguei suas mãos que estavam geladas, e vi que ela tinha vomitado. 

— Foi nada... 

Toquei seu rosto fazendo com que ela me olhasse nos olhos. Meu coração estava partido ao vê-la daquele jeito, tão frágil, onde estaria a minha chiliquenta??? Peraí, minha?

— Eu passei mal também. Não gosto de me sentir doente – Falou baixinho.

— Sua pressão deve estar baixa, oncinha. Fica aqui que eu vou buscar a lindinha e te levo até a casa grande, ok? – A apertei em meus braços, um sentimento de proteção, vindo não sei de onde, tomou conta do meu peito. — Fica calma, tá?! E me espera em cima do veículo porque pode ter cobra por aqui. Já volto. 

Atravessei o riacho o mais rápido possível. Júnior e as meninas estavam tomando banho de rio. Passei direto para casa, passei uma água no corpo, escovei os dentes e me vesti. Subi uns 200 metros acima no rio para conseguir atravessar para a outra margem.  Patrícia tinha se vestido e me esperava sentada com os pés em cima do banco do veículo. 

— Como você atravessou o riacho tão rápido? Eu levei duas horas para chegar até aqui. – Ela me perguntou curiosa

              — Uai, pela ponte ali em cima. Como você atravessou para a margem de cá?

— Eu fui descendo o rio até achar um lugar para atravessar – Ai modeuso, mas é atrapalhada essa minha chiliquenta. 

— Vem, oncinha. 

— Lorenza, mas tem cobra.  – Ela olhava para baixo assustada

— Não tem...

— Você falou. – A pequena me olhava com olhos arregalados. A peguei no colo a colocando na caminhonete. Organizei suas coisas no banco traseiro e vi que ela tinha uma câmera. Sorri para mim mesmo ao imaginar o susto dela por ter nos flagrado.

— Depois eu peço para alguém buscar o quadrícículo. Até podia pedir para o Júnior me ajudar a colocar em cima da “lindinha”, mas ele tá ocupado.

— É, eu vi... – Ela ficou mais séria e eu senti que ali viria algo importante. — Lorenza, eu queria te fazer um pedido.

— Peça. 

Não sei descrever o que senti ao ouvi-la me pedindo para que eu não a tratasse como uma qualquer... Se ela soubesse que eu nunca fui tão boçal com outra mulher como fui com ela... Acho que ela me daria uma sova.

— Eu sai de um relacionamento muito difícil agora e tô muito machucada – Ela me fitou com seriedade e eu vi que existia algo mais que ela não estava me contando. Peguei em sua mão que ainda estava muito gelada.

— Você não é qualquer uma, Paty. Nunca foi – Eu disse sendo sincera. Perai, para tudo!!! O que estava rolando ali??

— Eu também não quero que você me trate diferente. Quero a sua amizade. Pode ser? Combinado? – Ela me deu um sorriso tímido, fofo. Um sorriso que me fez ter uma vontade imensa de tocá-la, de estreitá-la nos meus braços e apenas sentir seu perfume.

— Aí, como você me pede isso??? Sendo que amizade era o que eu menos queria de você... – Sorri colocando uma das mãos no peito falando teatralmente.  — Como você é malvada!

Ela me deu um tapa fraquinho na minha coxa, junto com um sorriso lindo, aberto e sincero. Voltei a prestar atenção no caminho.  Quando a olhei novamente ela dormia. Com certeza sua pressão deve ter caído, por isso a palidez e mãos frias. Dividi minha atenção entre a estrada e ela. Como pode ser tão linda assim... Eu diria mais que linda... PERFEITA.

Na sede, achei melhor a carregar no colo, uma das funcionárias me levou até o quarto dela, a coloquei na cama. Retirei suas roupas a deixando só de biquíni. Não vou ser hipócrita e dizer que não olhei o corpo dela todo. Longe disso. Dei uma boa olhada naquela delícia toda. E os seios então! Bem do jeito que eu gosto, volumosos... Não deve ser silicone não... Que vontade de sentir ela esfregando eles na minha cara enquanto rebol* nos meus dedos... Não Lorenza, foco! Ah, mas vontade dá. 

Olhei para o seu corpo dos pés à cabeça, vestido apenas com um biquíni minúsculo, eu morri de vontade de beijar, acariciar, morder e ch*par ele todinho... Quase tirei a minha roupa e me deitei ali com ela nos meus braços. Opaaaa... Que marmota é essa? Sorri achando graça dos meus pensamentos. 

A cobri com uma manta e quase beijei seus lábios, mas contive meu ímpeto beijando sua testa... Afinal, foi o que ela me pediu, que fossemos apenas amigas.

Conversei com dona Nadir por um tempo, a tranquilizei dizendo que ela estava bem, que tinha sido só uma queda de pressão, mas que ela deveria estar com o estomago fraco. Pedi que preparasse uma canja, com uma galinha velha bem gorda, para que desse uma fortalecida no organismo da morena. 

No final do dia eu estava deitada na rede da varanda enquanto Júnior e as meninas preparavam o jantar, aproveitei para ficar um pouco sozinha já que a noite ainda estava longe de acabar. Havia bebido bastante e me peguei pensando na chiliquenta deitada em sua cama, sorri no mesmo instante em que senti meu celular vibrar no bolso da calça. Abri ainda mais o sorriso quando vi quem era. 

Chiliquenta

Oi, desculpe incomodar, Sei que vc não vai ver essa mensagem, deve estar fazendo coisas melhores. Só queria agradecer o carinho que vc me tratou hj.  Só vovó até hj foi tão carinhosa assim. Muito obrigada, Lolo, de coração. E se vc quiser, vai ter uma grande amiga aqui. Bj e boa noite.

                                                                                  19: 34 PM

— Com esse sorriso bobo aí, só pode ser coisa boa... — Disse meu amigo já bêbado, se sentando quase em cima de mim na rede.

— É só a Patrícia agradecendo por mais cedo... — disse mostrando o celular pra ele. 

— Eu vi que ela curtiu nossa foto, aí enviei uma solicitação de amizade.

— Ela é bem tranquila, bemmm diferente de como ela se apresentou as primeiras vezes – Ele me olhou demoradamente com um sorrisinho nos lábios.

— Tu tá afim dela não tá? – Apontou o celular.

— O que você tá falando? Tu tá bêbado!!!

— Tô levemente embriagado, Bro. E te falo uma coisa, nunca te vi com um sorrisinho assim, só de olhar para uma mensagem. Investe, ela é linda!

— Ah, para brother... Tu já tá viajando! – Ele balançou a cabeça negativamente enquanto sorria.

— Cara, por falar em viagem, você não vai acreditar na proposta da Amanda. Lá, na hora H, ela disse que não precisava usar camisinha não. Essas meninas são doidas? Ou será que elas acham que eu sou?

— Por isso todo cuidado é pouco, ninguém vem com estrela na testa.

— Por falar nisso, você tem que estar no Aeroporto que horas? 

—Tenho que estar lá às 11h. Estava pensando, podíamos aproveitar e fazer os exames periódicos antes, dá tempo tranquilo de passar no laboratório. O que acha?

— Fechou! Mas agora bora jantar, porque stripoker vai rolar... – Disse se levantando e me puxando. 

—Já entro, vou só ligar para Ba.

Ele entrou e após alguns segundos o silêncio foi quebrado por um grito do meu amigo de dentro da casa.

— Essa é pra você, Bro.

 A música que vinha de dentro do Rancho me fez rir.

“A gente nem ficou

Mesmo assim eu não tiro você da cabeça

O pouco que durou
Nosso encontro me faz duvidar
Que um dia eu te esqueça
Sei que pra nós dois um romance é
Coisa delicada demais
Não dá pra esquecer
O que vivemos antes um do outro
Bem melhor a gente deixar rolar
E se entregar, ver o fogo que apagou
Queimar de novo

E aí, quando vem me ver?
'To aqui esperando você
E nem dormi e a noite já passou
Não consigo mais me dominar
Você me enfeitiçou”

N/A: Ouça “A Gente Nem ficou” -  Jorge e Mateus https://www.youtube.com/watch?v=xN4YdQtOWs4

— Que filho da puta!!! – Sorri e respondi a mensagem.

Eu

Oi linda, você está melhor?

Não precisa agradecer. Realmente fiquei preocupada com vc.

Lolo???? Rindo sozinha aqui!!!

Um cheiro...

19: 38 PM

             Fiquei pensando na frase da sua mensagem: Só vovó até hoje foi tão carinhosa assim... E o marido? E os pais? 

O feriado passou voando. Domingo logo após o almoço eu já estava em casa, ainda tinha uns preparativos para que eu pudesse viajar tranquila na segunda. Eu vou para o Congresso Mundial de Genética Aplicada à Produção Animal, que acontece a cada quatro anos. Este ano será em Auckland - Nova Zelândia. Fui convidada, pelo comitê organizador para palestrar mais uma vez, e com todas as despesas pagas, o que me deixou radiante pelo reconhecimento. Este evento reúne os principais temas e os mais renomados profissionais, pesquisadores e empresas da minha área.

— Pedro, eu viajo amanhã de às 6h, você consegue controlar aqui o rojão? – Disse terminando de passar a listagem de matrizes a serem inseminadas no período em que eu estaria fora.

— Viaja em paz, Lorenza. Pode ficar tranquila que eu seguro as pontas aqui. As próximas matrizes a parirem serão daqui a 20 dias. Pode ir despreocupada – Disse ele com o sorriso tímido de sempre.

— Ok, mas qualquer coisa que precisar, é só ligar para o Júnior. Ele resolve por mim, ok?

— Ok, algo mais?

— Isso é tudo, muito obrigada, Pedro.

— Não por isso. Aproveita bastante por lá — disse já saindo porta a fora.

Me deitei no sofá esperando o jantar ficar pronto, logo Charlotte se jogou em cima de mim.

— Ei, safada, não quero saber de você correr atrás das galinhas da Bá, viu? Eu tô sabendo... Mônica me contou tudinho!  Se a Dona Bastira ver, ela te pega. Vai te por de castigo – Ela baixou a cabeça deitando no meu peito. — Ela vai te dar uns catiripapo e eu vou achar bem feito... – Brinquei com ela por um bom tempo. Ela estava muito cheirosa e bem cuidada como sempre.  Mônica, filha de um dos peões, era quem eu contratei para cuidar da alimentação e banhos da Charlotte. Mesmo jovem, com apenas 16 anos, ela era muito responsável e carinhosa com os animais.

Depois de um chá de cadeira no aeroporto de Guarulhos, agora teria mais 18 horas de viagem. Já acomodada na minha poltrona, eu trocava olhares com uma das comissárias de bordo. Me distrai fazendo anotações no celular dos pontos fortes e tópicos que eu deveria dar mais ênfase na minha apresentação.

— Com licença, acho que a senhora está sentada no meu lugar – Uma deusa morena de olhos verdes me disse isso com um sorriso, no mínimo, forçado.

— Mas não é que é mesmo! – E disse olhando minha passagem e já dando espaço para ela poder se sentar. Obrigada, senhor!!! Agradeci pela sorte de poder viajar com uma gostosa daquela ao meu lado, eu tinha impressão que a conhecia de algum lugar... — Prazer, moça bonita, me chamo Lorenza Romagna.

— Luiza, prazer! – Ela disse puramente por educação.

— Moça, me perdoe o atrevimento, mas você é bonita demais da conta – Sorri.

— Obrigada – Ela disse sem me dar a menor entrada, 1x0 para você. A mesma comissária que eu estava flertando veio nos apresentar o cardápio. Soltei uns palavrões ao queimar meus dedos com aquela toalhinha dos infernos. Aquilo cheirava bem, mas era quente como o diabo.

A Deusa morena que estava ao meu lado praticamente não mexeu no prato, enquanto eu devorei o meu.

— Por isso que é tão gost... Quero dizer, bonita! Come como um uirapuruzinho temporão! – Brinquei com ela tentando puxar assunto, ela me olhou com uma sobrancelha erguida sorrindo sem mostrar os dentes.

— Lorenza, você não tá me reconhecendo? – Ela disse e eu congelei, será que eu já tinha ficado com ela? Mas onde? Resolvi arriscar...

— Mas é claro, coração! Há quanto tempo a gente não se vê!  Quando foi a última vez mesmo? – Beijei sua mão, ela me olhava incrédula, e não conteve uma sonora gargalhada.

— Acho que você tá enganada: a gente não se conhece – Desta vez não colou, pensei sorrindo.

— Mas, isso é fácil demais de ser resolvido, se a gente não se conhece, a gente ainda pode se conhecer... O que você acha? Fazer essa viagem se tornar inesquecível. Duas brasileiras na Nova Zelândia? – Pisquei para ela. Ela me disse que o coração dela já tinha dona. — Já diz o ditado: “Se não tentar como sabe se vai conseguir!?”.

— Legal. Aristóteles?

— Não. Tio Neco da venda lá de São Gabriel do Oeste – 1 x 1, consegui arrancar um sorriso dela.

Ela dormiu e eu continuei a flertar com a comissária. No meio da madrugada, fui ao banheiro passar uma água no rosto e escovar os dentes. Não conseguia dormir, mesmo com todo conforto da poltrona da primeira classe.

Antes de entrar no reservado, vi a comissária sexy sentada folheando uma revista. Dei um sorrisinho no mínimo indecente ao olhar para suas pernas. Gostosa! Assim que abri aporta para sair a comissária me empurrou novamente para dentro daquele pequeno espaço.

         — Ousada...Gosto disso!!! – Eu disse já abraçando sua cintura.

— Me fode gostoso, vai... – Beijei seu pescoço, levantando sua saia...

Depois que ela gozou, nos apresentamos. Ela me falou que minha companheira de poltrona era nada mais nada menos que a atriz e modelo internacional Luiza Nadge. Meu Deus, que mancada não a reconhecer.

— Por que você me chamou de chiliquenta? 

Continua ....

Fim do capítulo