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A garota favorita por leoniramirez

Ver comentários: 1

Ver lista de capítulos

Palavras: 3213
Acessos: 1320   |  Postado em: 30/11/2018

Penúltimo capítulo

O desatino

Pov Ingrid

Despedi-me de Enya e segui devagar. Uma saudade da mulher amada já me assolava o peito e eu pensei, “Meu Deus como é possível amar assim?” – e ri sozinha. Um homem caminhava ao meu lado discretamente, um paletó azul marinho. Ele usava uns óculos escuros que tampava quase metade de seu rosto. Senti uma pressão na minha cintura e a voz dele soou, quando cobriu meu ombro com o seu braço.

   — Não faça nenhum movimento brusco, venha devagar e sorrindo.

Ele retornou e eu seguiu com ele sobre a ameaça de uma arma. Adentrei um carro. E um cheiro forte invadiu meu nariz, quando senti minha cabeça pressionada por mãos fortes fazendo com que meu corpo inclinasse um pouco no banco traseiro.

 

Meu estômago revirava. Minha cabeça latej*v*, acho que tinha sido implantada nela uma bomba que ameaçava explodir a qualquer momento. Meu corpo tremia como se uma nevasca estivesse caindo ali. Abri os olhos com imensa dificuldade. A imagem de Suzane surgiu. Eu fechei os olhos, devia está sendo vítima de um pesadelo. Respirei. A dor na cabeça aumentou e o estômago anunciou jogar tudo o que eu tinha comido, não sabia precisar ao certo que dia, fora. Engoli a saliva. E ela estava amarga. Fiquei com os olhos fechados, quando a voz dela ribombou em meu ouvido.

   — Eu te amo tanto Ingrid... meu amor... eu prefiro morrer do que ver você casada com outra.

Era um pesadelo. Aquilo não podia ser real, eu estava dormindo no avião e estava possuída, por aquele maldito pesadelo. Abri os olhos. A imagem dela vestiu meus olhos e um ódio tomou conta de mim. Eu nunca tinha sentido tanta raiva de alguém, nem mesmo do meu pai, quando bebia e batia na minha mãe, fato que omiti de Enya. Eu não senti tanta raiva nem quando ele distribuiu os filhos que minha mãe tanto tinha amado. Mas diante o olhar de Suzane eu sentia ódio.

   — Eu te amo meu amor... – ela veio me beijar. Minhas mãos estavam amarradas e meus pés presos com uma corda mais longa aos pés da cama. Perceber isso fez com que meu sentimento de raiva aumentasse ainda mais. Quando os lábios dela cobriram os meus eu cuspi em seu rosto quando ela se afastou um pouco sorrindo. Meu rosto ardeu nesse instante, Suzane desferiu sobre ele um tapa dolorido. Eu nunca tinha apanhado, nunca tinha batido em mulher alguma, mas naquele instante senti vontade de estar com as mãos livres que eu ensinaria Suzane como se apanha. Meu olhar revelou o ódio que eu senti e ela limpou uma lágrima que desceu pelo seu rosto.

   — Oh meu amor, por favor, me perdoa. Você me enlouquece Ingrid, não faça mais isso. Vou preparar algo para você comer...

   — Suzane... o que diabo você fez? – eu indaguei devagar com a cabeça ainda girando e um bolo amargo que subia e descia no estômago.

   — Eu salvei você meu amor, salvei você daquela louca que queria roubar você de mim.

Eu nunca tinha percebido o quanto Suzane estava desequilibrada. Seus olhos tinha uma agitação estranha e ela olhava de um lado para outro como se tivesse vendo algo que eu não via. Num instante eu vi o homem que tinha me abordado no aeroporto.

   — Até quando terei que ficar aqui? Eu estou perdendo serviço, Suzane.

   — Cale a boca que você está sendo bem pago como nunca foi. Agora preste atenção, dentro de duas semanas eu sigo com Ingrid para o exterior, estou esperando os passaportes falsos ficarem prontos. Até lá você segura sua onda, que vou dobrar o que está recebendo, com a morte de Carlos, eu serei milionária. – ela riu de uma forma satânica e eu senti medo. Suzane intentava fugir do país, meu Deus, como Enya iria me encontrar? O que minha amada deveria está pensando, como deveria está sofrendo com o meu desaparecimento repentino. Minha cabeça latejou ainda mais forte. Suzane veio da cozinha com um prato de caldo verde, o cheiro era bom, eu pensei em recusar, mas percebi que era melhor comer, precisava conservar a minha energia vital para sobreviver a tudo que aquela louca planejava, precisava está viva para quando Enya me encontrasse. Comi devagar, depois que o homem que ainda permanecia com óculos, soltou as minhas mãos, apontando uma arma para mim.

   — Abaixe essa arma Gilson, Ingrid não fará nada que a coloque em risco. Meu amor, - ela disse manhosa olhando para mim, — eu prefiro você morta à casada com Enya, se você tentar fugir, eu mato você, eu não... não meu amor, eu não teria coragem, mas Gilson sim... – e riu olhando para a janela do quarto onde eu estava comendo com o prato sobre o colo, ainda com os pés atados. — E depois de você morta, eu me mato. Ohhh Ingrid meu amor, diga que me ama... fale que nunca amou aquela mulher, que estava com ela somente para me castigar. Eu sempre amei você, como sofri com a sua ausência. Mas isso é passado, nós vamos para um lugar lindo, Veneza!! Ah meu amor, lembra-se de quantas vezes falamos de viajar juntas para lá? Eu me recordo dos nossos planos e por isso, escolhi Veneza. Vamos andar de barco, eu deitada no seu ombro...

E ela falava desordenadamente, enquanto eu comia devagar, buscando fingir que prestava atenção. Suzane estava louca, literalmente louca, isso era visível. Olhei pela janela e percebi que o sol já se despedia do universo. As cores iam se misturando umas com as outras como se estivessem fazendo amor. Senti uma pontada no peito e um desejo de tocar Enya, recordando quantas vezes havíamos feito amor durante o pôr do sol, Enya adorava e eu também, tocar seu corpo era o meu maior prazer. Fechei meus olhos, alegando sono, não queria ver o rosto de Suzane e nem ouvir a sua voz que me causava náuseas e tinha o dom de fazer o sentimento de ódio reverberar em mim com mais intensidade. Ela saiu indo em direção a cozinha depois que lhe entreguei o prato e senti minhas mãos serem amarradas de novo. Eu não sabia precisar quantos dias estava ali. Tinha perdido a noção do tempo e nem sequer sabia o tempo que eu tinha dormido. Ouvi quando Suzane disse para o homem de óculos escuros.

   — Amanhã traga a mulher, Ingrid precisa tomar banho, eu não posso ficar apontando uma arma para ela enquanto faz isso.

   — Está bem, faz bem mesmo ela tomar um banho, está fedendo...

   — Cale a boca seu idiota, Ingrid é sempre cheirosa, mas eu preciso cuidar dela...

Meu Deus, como uma pessoa seria capaz de sentir tanta raiva como eu sentia naquele instante? Mas busquei abster aquele sentimento e recorri a imagem de Enya. Imaginei eu tocando seu corpo macio e senti que uma força nova ia tomando conta de mim. Senti o arrepio que o toque das minhas mãos ia trazendo ao corpo dela e com intensidade imaginei Enya atingindo o orgasmo junto comigo, depois da nossa dança preferida. Fingia dormir, mas podia ouvir o pisado de Suzane, era inquieto... tinha uma carga de nervosismo em seu pisar. Eu temia o que ela fosse fazer, já estava consciente que ela estava enlouquecida e eu precisava ganhar tempo fingindo sono, para não ter que fazer coisas que eu me arrependeria mortalmente depois.

   — Meu amor... – eu sentia o bafejo quente da boca de Suzane aproximando da minha, — eu estou louca de desejo... vontade de sentir seu corpo nu... vontade de fazer amor com você, - ela quase sussurrava, evitando que o homem de óculos escuro ouvisse, mas ele estava de fone ouvindo música. Os lábios dela roçaram sobre os meus. Eu continuei inerte. — Mas não vou tocar em você, - e ela afastou seus lábios, — somente quando você me implorar amor, você vai implorar, eu sei que vai. Ingrid você tem que implorar pelo meu amor.

Ouvi quando ela caminhou de um lado para outro, e ouvi quando o homem disse:

   — Mas que diabo Suzane, vai dormir, que inferno, já é quase meia-noite.

Ela o mandou ir para o inferno. Eu ouvi o barulho do corpo dela cobrindo a cama que tinha em frente a que eu estava. O homem saiu, depois de conferir se meus pés ainda estavam bem atados. Eu não tinha sono, mas medo, meu Deus, eu podia ouvir as pegadas dele. Por um instante senti que ele estava ali, parado olhando para mim. No escuro da noite, eu abri os olhos. Suzane pareceu ter percebido.

   — Meu amor você acordou? – eu não respondi e voltei a fechar os olhos, ela se calou. Eu senti quando a claridade do dia começou aparecer, só não sabia que dia era. Talvez fosse quarta, quinta, sei lá, realmente eu não sabia. O lenço com aquele entorpecente que o maldito homem tinha me feito cheirar, parecia ter levado a minha condição de contar os dias. Eu abri os olhos, a janela tinha ficado parte aberta e eu pude sentir uma brisa suave adentrando e cobrindo meu corpo. Respirei e pude sentir que um aroma de rosas chegava até meu nariz e respirei mais profundamente. Enya adorava o cheiro das rosas e isso me fazia ficar mais perto dela. Uma lágrima quis molhar meu rosto, mas eu impedi. Ouvi quando o homem adentrou o quarto e fechei os olhos.

   — Suzane... – ela grunhiu alguma coisa que eu não consegui entender. — Ei Suzane diabo, acorde. A mulher já tá aqui, vá logo liberar a moça pra banhar.

Suzane levantou.

   — Meu amor... – ela me chamava baixinho beijando meu rosto o que me causava náuseas. Aquele perfume que um dia eu tanto amara sentir, hoje me revirava o estômago de nojo e raiva. — Acorde meu amor, venha tomar um banho.

Eu precisava urgentemente de um banho, sentia cheiro de suor forte pelo meu corpo. Abri os olhos. O homem desatou o nó da corda que prendia meus pés e o que amarrava as minhas mãos. Eu me levantei devagar, senti tontura, fechei os olhos um pouco, depois que voltei a me sentar na cama. Suzane veio me ajudar, eu empurrei a sua mão, ela ficou irritada. Depois levantei novamente devagar e caminhei para um banheiro seguida por uma mulher que me tinha sob a mira da sua arma.

   — Não faça nenhuma bobagem meu amor, por favor, ela nunca errou um tiro... e eu não quero morrer... não, eu quero viver com você.

Ficar nua na frente de Suzane me fez sentir violentada. Ela me olhava com desejo e isso era o meu maior prazer anos atrás, hoje era meu motivo de ódio.

   — Será que você pode sair Suzane? Sua presença me incomoda...

   — Eu vou sair, mas porque quero, um dia você vai me implorar Ingrid, vai me implorar amor.

A mulher usava uns óculos enormes e que também cobria quase seu rosto todo, escuro, eu tinha a impressão que ela não me via, mas eu não desejei constatar isso, não com aquela arma apontada para mim. Deixei a água morna cair sobre minha cabeça e lavei meu cabelo com um shampoo que tinha ali, depois passei o creme. Esfreguei meu corpo lentamente, eu necessitava daquele momento de prazer. E a mulher que me apontava à arma passou a língua sobre os lábios, eu preferi fingir que não via. Fiquei mais alguns minutos sobre a água morna. Ela me estendeu a toalha, abriu a porta e eu segui devagar na sua frente. Vesti uma bermuda e uma camiseta. Voltei para a cama e senti dor quando meus tornozelos foram atados a corda, gemi.

   — Cuidado seu idiota, você está a machucando. – Suzane se aproximou de mim. — Desculpa meu amor. Acabe logo com isso, Ingrid, diga que me ama e que não mais voltar para Enya. Tome... – ela estendeu-me o seu celular, — mande uma mensagem para ela, termine tudo meu amor e vamos seguir para Veneza.

   — Vá para o inferno Suzane. Eu prefiro morrer a ter que viver com você...

Um lenço de seda foi usado pela mulher para me amordaçar. Suzane tinha ficado enfurecida com o que eu havia acabado de dizer, e segurando a arma, ordenou a mulher que me calasse. Meus olhos demonstraram para Suzane o teor da minha frase e ela derramou uma lágrima de seus olhos. Uma mistura de sentimentos tomou conta de mim, sentimentos contraditórios, ambivalentes onde eu sentia ódio por ela e ao mesmo tempo sentia pena. Eu não sabia precisar em que tempo Suzane tinha perdido a sanidade, nunca tinha percebido isso quando namoramos. Ela era mimada, sempre me convencia a fazer as coisas do jeito dela, sempre. Mas isso eu achava normal, era filha única e os pais a mimavam muito. Quando ela me deixou para casar com Carlos, me propôs ser sua amante, disse:

   — Você será a minha garota favorita, Ingrid, você terá tudo o que quiser, Carlos é rico. Eu vou ser mais rica ainda.

   — Suzane eu nunca vou ser a sua amante, nunca. E a nossa história acaba aqui.

Ela chorou naquele dia e eu fui embora. Nunca mais toquei no corpo de Suzane. Sentia saudades, mas meu orgulho me salvava de mim mesma. E um dia conheci Natacha, ela foi maravilhosa. Um dia disse que eu era a sua garota favorita, ouvir isso me fez bem. Com o tempo fui aprendendo a conviver com mulheres de cor, raça, status e tantas outras coisas diferentes, mas nunca mais tinha amado alguma, somente quando fui a garota favorita de Enya. Ela me despertou no primeiro dia. Seu cheiro me fez desejar fazer amor e não somente sex*. Senti uma saudade imensa dela e meu coração se comprimiu mais ainda quando o medo mostrou seus dentes para mim, rindo da minha dor e soprando a fumaça fedorenta de seu charuto, me fazendo ver através dela o adeus, o fim do amor que eu tinha jurado viver para sempre. A mão macia e perfumada de Enya acenava para mim numa despedida sofrida e eu podia ver as lágrimas molhando seu rosto. Uma dor atroz atingiu o meu estômago e eu senti como se o homem de óculos tivesse desferido um murro sobre ele, talvez tivesse doído menos. Senti um gosto amargo na boca e um bolo descendo e subindo e eu sabia, era uma avalanche de lágrimas que eu engolia a força e ele tentava voltar. Fechei os olhos, não queria que as lágrimas me traíssem. O homem de óculos levantou-se depressa quando uma voz soou lá fora num megafone.

   — A casa está inteiramente cercada, é a polícia, Suzane. Saia com as mãos para cima e os seus comparsas também.

Eu senti uma chuva descer sobre mim, como se eu fosse um retirante sofrido que ia deixando seu Nordeste amado, e ao meio do caminho a chuva faz um convite para ele retornar. A voz da polícia era a chuva abençoada para o meu coração, que feito o de um nordestino, era um bravo. Respirei silenciosamente. O homem de óculos escuro se pôs de pé e saiu pela a porta da cozinha, ouvi um tiro. Depois mais outro. A mulher que estava ainda armada e saia da cozinha, denotava o seu desespero, eu sentia mesmo sem conseguir ver os seus olhos.

   — E agora sua filha da puta? – ela indagou a Suzane que caminhou em direção a ela e disse.

   — Cale a boca desgraçada, eu não sei o que fazer. – foi até o quarto e pegou uma arma.

   — Um de seus comparsas está morto Suzane. E agora o que pretende? Saia daí agora ou vamos invadir a casa. – uma rajada de tiro foi ouvida. Eu tremi. Suzane também, ela estava com medo. A mulher saiu pela porta da cozinha depois de dizer a Suzane que ia dar uma espiada pela janela. Mais um tiro foi ouvido. Suzane tomou meu corpo em seu braço depois sentando se por trás de mim, quando a porta foi aberta com dois tiros.

   — Não entre ou eu atiro nela e depois em mim... eu mato você Ingrid, fala para eles, eu mato você e depois eu me mato, fala...

Um tiro atingiu a mão que Suzane segurava a arma. Eu não sabia ao certo de onde ele tinha vindo, mas senti o sangue quente descendo da mão de Suzane que urrou de dor. Seu corpo caiu pelo chão em busca da arma, quando a policial desferiu mais um tiro acertando o coração de Suzane que morreu ali mesmo. Eu nunca tinha visto nada igual na minha vida. E imaginei o quanto Enya tinha sofrido quando sua mãe caiu morta diante dela, do quanto tinha sofrido quando Lizandra fora baleada. Eu não amava mais Suzane, mas sofri vendo o que ela tinha conquistado com a sua insanidade. A imagem de Enya surgiu. E eu era agora o retirante nordestino sentindo sobre a chuva o gosto e o cheiro da terra molhada. O verde da caatinga tão sofrida já aparecia no olhar nordestino assim como o verde da esperança surgiu aos meus olhos quando Enya apareceu. Seu abraço, seu cheiro era a visão do céu, enquanto a policial desatava o nó da corda que prendia meus tornozelos.

   — Meu amor... meu amor... – nós duas repetíamos ao mesmo tempo enquanto nos abraçamos e nos beijávamos repetidas vezes.

A chegada em casa foi motivo de festa, Enzo, Moisés e Edson me abraçavam com cuidado temendo machucar meu corpo cansado. Eu segui para o quarto com Enya. Ela tomou meu corpo no seu num abraço demorado e eu deitei minha cabeça no seu ombro. O calor do seu corpo parecia o útero de uma mãe que recebia seu filho. Eu chorei. Pela primeira vez em mais de dez dias, eu chorei. Ela acaricia meu cabelo.

   — Está tudo bem meu amor, tudo bem... eu estou aqui e sempre vou está. – eu sempre fui amante, nunca senti aquilo nos braços de nenhuma mulher. Eu estava emocionada e chorei muito ali naquele colo de amor.

   — Chore... meu amor, - ela disse misturando suas lágrimas com as minhas quando me beijou suavemente nos lábios. Adormeci. Enya também adormeceu, estava tão cansada e insone quanto eu. Já era quase noite quando acordamos. O cheiro do jantar já invadia o espaço da cozinha. Eu tomei banho junto com Enya e fizemos amor. Depois seguimos para a sala de jantar onde Maria já servia o jantar. Eu abri uma garrafa de vinho, servi duas taças. Entreguei uma para Enya que sorriu e agradeceu. Brindamos ao nosso amor. Era triste tudo isso, mas a morte de Suzane anunciou que não teríamos mais ninguém tentando nos separar. Comemos em silêncio, apenas com os nossos olhos imersos uns nos outros, falando de amor. Voltamos para o quarto e nos amamos com sofreguidão e gratidão ao universo que mais uma vez conspirou a nosso favor. Adormecemos.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 12 - Penúltimo capítulo:
Brucourt
Brucourt

Em: 30/11/2018

E tudo deu certo, que bom...  Infelizmente a loucura acometeu a Suzane, e ela apenas colheu o que plantou.... 

E que agora elas possam ser felizes plenamente, sem empecilhos, sem medo, sem Suzane, sem Analu...

Poooxaaa, tá acabando :-(... 

Amando sua história, capítulo maaara como sempre. ..

Abraço.


Resposta do autor:

Bom dia Bru queridona. Chegamos ao final, espero que tenha valido a pena ler. E espero que goste do final da história. Quero muito lhe agradecer pelo carinho comigo e com essas meninas que superaram tantos desafios e deixaram o amor fluir.

Abraços carinhosos.

Leoni

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