Ully por May Poetisa
Problemas
24.
Últimos meses de 2018. Mais um ano já está acabando e eu tenho aprendido muito, conheci tantas pessoas, aqui em Bauru descobri e fiz novas amizades. Só tenho que agradecer por tudo que venho conquistando. Tenho amado a faculdade, felizmente me encontrei no meu curso e tem sido maravilhoso. Com o judô tenho tido conquistas incríveis.
Outubro começou agitado com a festa do farol, evento que vou pela primeira vez; combinei de encontrar com a Zípora por lá, pois, aceitei a carona do Bruno.
Escolhi uma calça jeans, um all star preto e uma camiseta polo verde escura; meu amigo também estava de verde. Já a Zípora estava com um lindo vestido amarelo; o que acabou gerando um clima tenso, o semblante dela demonstrou que ela não gostou muito de me ver de verde e nem foi de caso pensado, o pessoal do meu curso comentou por cima sobre o significado de cada cor e para ser sincera, não achei que fosse tão importante; mas, ao chegar na festa logo na entrada tinham as seguintes explicações:
Cor amarela – para quem está enrolado ou ficando com alguém.
Cor vermelha – indicada para você que namora sério.
Cor verde – para ti que está livre, leve e solto. Divirta-se!
Logo na entrada tinha um pessoal distribuindo adesivos, também nas três cores e em cada um deles constavam as frases:
Verde: pode vir!
Vermelho: nem tenta.
Amarelo: talvez.
O Bruno logo colou o adesivo na sua camisa. Já a Zípora agradeceu e recusou. Achei melhor fazer o mesmo que ela. Rapidamente o meu amigo sumiu.
Zípora e eu dançamos bastante. Em alguns momentos me arrependi da cor escolhida, pois, uns carinhas chegaram em mim e eu com agilidade me esquivei das investidas.
- Vou ao banheiro (ela disse em um dos momentos que não gostou nem um pouco de um rapaz insistente e impertinente).
- Também vou.
- Pode ficar se quiser.
- Posso te acompanhar?
- Sim (ela respondeu e eu a segui).
Ela utilizou o banheiro e eu fiquei aguardando. Também secamos o suor e voltamos para a pista.
- Se você quiser curtir a festa, eu sei que nem temos nada sério, eu já vou indo, cansei.
- Curti bastante dançando contigo (esclareci).
- Mas pode aproveitar bastante, tem várias opções e a cor que você está usando determina os seus interesses nesta noite (falou e se afastou).
Sem pensar duas vezes eu fui atrás dela, pagamos nossas comandas e ela seguiu em disparada para o seu carro. Antes dela abrir a porta, a impedi.
- Zí, me deixe dirigir?
- Quero ir pra casa.
- Te levo.
- Não precisa, sei muito bem o caminho.
- Me deixa ir contigo?
- Não!
Suspirei e a minha vontade era de beija-la ali mesmo, porém, não tenho está coragem toda, por isso, a alternativa foi abraça-la, a princípio ela se debateu um pouco, ameaçou me empurrar, tornei o abraço mais forte e ela se acalmou.
- Linda, quero ir embora contigo.
- Você é uma chata (reclamou).
- Eu sei. Vamos?
- Volte para a festa e me deixe ir embora.
- Marrenta.
Finalmente ela me entregou a chave do carro, entramos no carro e seguimos para a casa dela.
- Por favor, mande uma mensagem do meu celular para o Bruno, avisando que estou indo embora contigo.
Ela atendeu ao meu pedido e logo chegamos na casa dela. Estacionei e entramos. Assim que ela trancou a porta, fiz o que eu estava com vontade de fazer durante a noite toda. Os lábios dela são doces, macios e deliciosos. Nos beijamos por longos minutos.
- Você foi de verde (acusou).
- Não fiz por mal. Sou desligada, não me atentei. Desculpa se te deixei chateada, mas, saiba que não foi proposital.
- E eu tola de amarelo.
- Toda linda!
- Vamos tomar banho?
- Naquela sua banheira deliciosa?
- Acho que você não está merecendo.
- Já você merece massagem, beijos e carinhos.
E assim terminou a nossa noite. Repleta de amor e afeto!
Hoje, compreendo e vivo o que Renato Russo, citou em “Eduardo e Mônica:
E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser”.
É como me sinto com relação a Zípora, nos encontramos com frequência e sempre quero estar ao lado dela.
Já com relação a famosa música “Ciúme” do Ultraje a Rigor, seria bem melhor nem sentir. “Mas, eu me mordo de ciúmes”!
Zípora tem o hábito de treinar no final da tarde e deixamos a academia juntas. Certa vez, fiquei me mordendo de ciúmes e quase paguei mico no meu trabalho.
Um cara daqueles bem exibidos e todo musculoso, deu em cima dela de forma descarada, até o seu número de celular pediu. Mal entramos no carro e comentei:
- Nossa, que mala aquele cara, além de ficar te secando, também te cantou.
- Ciúmes? Pega na minha mão e me assume!
- Não tem graça (reclamei).
- Você vai na festa de halloween organizada pela galera da faculdade?
- Vou sim.
- Posso pegar nossos ingressos amanhã.
- Eu ganhei.
- Nós não vamos juntas?
- Tem que ir em casais.
- Eu sei.
- Meu colega de turma me chamou para ir com ele.
- Sério isso?
- Mas Zí...
- Ully, não precisa dizer mais nada, já entendi tudo.
Ela ficou muito brava. Me deixou em casa e saiu cantando pneu. No outro dia nem apareceu na academia e para piorar parou de responder as minhas mensagens. Só que isso nem foi nada comparado ao dia do baile.
Última festa antes das provas finais e na universidade ninguém falava sobre outra coisa. Não existe pessoa mais criativa que universitário, sendo assim, todos os tipos de fantasias serão utilizados nesta data e a animação de todos chega a ser contagiante. A melhor e maior balada da cidade, foi escolhida para sediar o evento.
31 de outubro – Dia das Bruxas
Eu e o Jorge, meu colega da faculdade, resolvemos ir de Mickey e Minnie. Calças vermelhas, blusas pretas e a tradicional tiara dos ratinhos mais famosos da Disney.
Por volta das onze horas da noite, ele passou para me buscar e quando chegamos a festa já estava bem animada. Ficamos juntos do pessoal da nossa turma. A decoração estava perfeita e ainda tinha comidinhas típicas. Tudo muito bem elaborado.
Por volta da meia noite, notei que várias pessoas pararam para observar quem estava chegando, pela forma que elas olhavam até parecia que alguém muito importante tinha acabado de chegar.
- Uau! Eu não tinha pretensão de ganhar como a melhor fantasia. Já elas (uma colega comentou).
- Mano, que gatas (ouvi um rapaz dizer).
Quando eu consegui ver de quem eles estavam falando, minhas pernas até bambearam.
Zípora – muito sexy e vestida para matar, fantasiada de mulher maravilha, ela estava muito mais bela que todas as atrizes, que já interpretaram a Diana Prince. Ela conseguiu superar até mesmo a bela Gal Gadot. Sem dúvida o seu look era o mais belo e sensual da noite. O vestido que ela estava usando era quase a imitação de uma armadura, marcando muito o seu corpo e todas as suas curvas, curtíssimo e bem decotado. Mais alta que o normal, com uma bota linda e com um salto enorme. A sua maquiagem estava impecável. Também optou por braceletes e pulseiras. Seus cabelos ficaram soltos com uma linda tiara. Na mão ela não estava carregando nenhum escudo e nem mesmo espada. Para o meu total desespero, sua mão direita estava entrelaçada a outra mão feminina. Sim, ela estava acompanhada. Uma mulher muito bonita, com um figurino sexy de mulher gato.
Sabe aquele ditado “a bruxa está solta”? Se aplica muito bem a esta noite, eis o meu azar. Não aceitei ser a sua acompanhante e ela encontrou outra companhia a sua altura.
Eu tinha esquecido que ela é uma pessoa vingativa.
- Ully, tudo bem? (Jorge quis saber).
- Preciso beber (foi tudo que consegui dizer).
O problema é que eu nem sou de beber. Porém, quando vi elas dançando de forma envolvente, comecei a entornar. Dia destes uma amiga postou nas redes sociais: “Se o amor te rejeita, o corote te aceita”. Meu primeiro porre, foi uma mistura de diversas bebidas. Me aproximei do bar e dali não sai. Para piorar ainda fiquei num ângulo, com a melhor visão da pista, conseguindo ver a Zípora dançando e tendo a atenção de diversas pessoas.
Não sei em qual momento, mas, tudo começou a girar, meu estômago ficou embrulhado. Corri para o banheiro, me ajoelhei e vomitei demais. Assustei quando senti alguém segurando meus cabelos.
- Não quero que você me veja assim (falei com a voz um pouco embolada).
Ela ignorou meu protesto, permaneceu segurando meu cabelo e secando o suor da minha testa. Quando parei de passar mal, ela me ajudou a levantar, me levou até a pia e eu lavei meu rosto. Em seguida deixamos o banheiro, ela me acomodou num banco, comprou água e me deu para beber.
- Vou te levar embora, só vou avisar a Morgana. Já volto!
Fiquei com receio dela não retornar, mas, ela nem demorou. Me ajudou a levantar e seguimos até o caixa para pagar nossas comandas.
- Linda, você não pode ir embora, nem tenho dúvidas que você vai ganhar o concurso de melhor fantasia.
- Morgana, vença por nós então.
- Zizi, eu achei que terminaríamos a noite juntas, como nos velhos tempos.
- Eu preciso ir.
- Então amanhã eu te ligo e podemos marcar algo.
- Nos falamos e agradeço a sua companhia.
Elas se despediram com beijos no rosto e abraços. Eu fiquei me sentindo ainda pior.
Já dentro do carro, Zípora e eu ficamos mudas, eu estava com dor de cabeça e arrasada.
- Prontinho, chegamos (ela disse estacionando em frente da minha casa).
- Quem era aquela contigo?
- Como?
- A mulher gato.
- Ah, a Morgana.
- Vocês tiveram um passado?
- Sim, já namoramos, ela cursa relações internacionais na mesma faculdade que eu.
- Quer entrar?
- Obrigada.
- Você vai sair com ela amanhã?
- Não sei.
- Agradeço por ter me trazido e desculpa ter lhe atrapalhado.
- Sem problemas.
- Tem certeza, que não quer entrar?
- Hoje não. Boa noite!
Sai do carro dela com pesar, fiquei embaixo do chuveiro por um bom tempo e chorei bastante antes de adormecer.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Anny Grazielly
Em: 25/12/2020
Bem feito.... Ully merecia coisa pior...aiaiaiaia que raiva
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Mille
Em: 30/11/2018
Olá May
Ully insegura e mais que isso não se aceita e deixou a Zi magoada e chateada.
Bom se elas não conversarem acho que logo elas iram se separarem.
Morgana doida para terminar a noite com a Zizi.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Ela é a insegrança em pessoa e a Zí tem sido paciente demais, ela mereceu esta vingança rs
Até breve! Bjs
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