CapÃtulo 17
Ouvir as palavras dolorosas do Maurício me fizeram repensar, uma coisa que não sou é covarde, depois da nossa conversa se e que posso chamar assim, a primeira coisa que eu fiz foi ir numa delegacia o mais perto, ao chegar um dos policiais me atendeu, ao saber da minha agressão me olhou com nojo e me pediu para acompanha-lo para falar com o advogado, ao entrarmos as duas mulheres estavam quase de saída foi então que percebi que era Nina e sua mãe. Eu me escondi esse tempo todo da sua família, nos encontrávamos quase que diariamente e depois disso tudo acabo me pondo frente a frente com elas.
-Você o conhece filha ?
-Sim... ele morava...comigo...e os...outros.
-O homem veio registrar uma queixa contra o preso o Gonçalo Vieira.
-Meu marido!
Minha mãe olhou assustada para Olive enquanto eu morria de vergonha pelos dois.
-Sim senhora, seu marido ele... ele me agrediu.
-E porque ele faria isso, bom...pelo menos até ontem o meu marido era um homem correto, e livre de qualquer agressão física.
-Eu... eu era o seu amante.
Minha mãe ficou perplexa e se recostou no banco, todos na sala ficaram em silêncio por um momento.
-Por muitos meses, mas a um ano eu não tinha mais contato com ele, e bem... ele descobriu que está com Hiv e me culpou por isso, sendo que sou limpo.
-Meu Deus meu marido...
Minha mãe não consegui terminar a frase e se derramou em lágrimas ali mesmo, escondendo o rosto com as mãos.
Então o delegado se levantou e disse que isso era o bastante, que seria mais um processo nas costas do meu pai, e que o resto ele poderia resolver com o policial, Oliver se retirou da sala, mas antes me olhou com os olhos cheios de culpa.
-Me desculpa.
Ele sussurrou antes da porta ser fechada pelo policial que o seguia.
O delegado muito paciente serviu um copo de água para minha mãe, ela era a única inocente nessa história.
-A senhora sabe que seu marido tem posses para sair da cadeia, mas gostaria de uma medida protetiva, caso ele tente algo maior.
Minha mãe levantou a cabeça e olhou fixo para o delegado, enquanto absorvia as palavras do homem vivido que estava do outro lado da mesa.
-Meu marido nunca tentaria me matar, mas já que o senhor está me aconselhando eu vou querer.
Suspirei aliviada com sua resposta.
-Mãe vai... ficar tudo...bem.
-Eu sei filha, agora eu sei.
Enquanto isso na oficina de carros:
-Esse carro vai voar na pista!
Revirei os olhos John cismava com essa última corrida, e isso me deixava irritada.
-O que foi gata não está gostando?
Veio se sentar ao meu lado, e pegou uma cerveja no isopor.
-Quer mesmo fazer isso John ? Temos a faca e o queixo na mão que é a Nina.
-E só mais uma vez, não corta meu barato Bebel, a última vez da adrenalina do sangue correndo rapidamente pelas minhas veias, o medo tomando conta do meu corpo os gritos da galera, sem contar na bolada de dinheiro que vamos ganhar, depois ninguém vai mais ouvir falar na gente.
-E... ninguém vai mais ouvir falar na gente.
Ele me beijou e voltou para o seu carro para mexer em alguma peça.
Me levantei e o deixei com os amigos, peguei sua moto emprestada e segui rumo a minha casa, ao chegar meus pais estavam chegando e ao me verem um sorriso brotou de seus lábios, desci do carro e fui correndo abraça-los e ajuda-los com as compras, da última vez minha mãe ficou assustada sem saber do meu paradeiro, e mais uma vez me alertou que isso não era vida. Eu só precisava desse aconchego dessa preocupação até não tê-la por um bom tempo.
Enquanto isso no bairro Aurora Boreal:
-Estou varado de fome!
-Já lavou as mãos pelo menos ?
-Lavei mãe, eu preciso voltar para a delegacia tenho muitas coisas para fazer!
Meu filho se servia enquanto eu servia meu marido José.
-Que cara e essa minha velha?
-Nada José nada.
-Vocês nem sabem, aquele juiz o tal de Gonçalo se met*u na maior furada, foi a mulher a filha e o amante para a delegacia.
-Que isso menino conto isso direito.
-Vou explicar pai, recebemos uma ligação de uma empregada da casa deles, ela me disse que ele estava agredindo a esposa, então fomos nos para o lugar ao chegar o homem estava transtornado e foram os três para a delegacia, estava tudo fluindo quando de repente aparece um viado lá dizendo que foi agredido pelo Juiz e que ele tinha contraído Aids, a esposa do homem só faltou desmaiar, e aquela bixinha jurou de pé junto que não possuía a doença, duvido e muito.
-Coitado desse homem.
-Coitado nada minha velha, quem manda se met*r com esse tipo de gente, agora vai aprender!
-Não fale assim José, esqueceu do nosso....
-Pode parando por aí mesmo, o nome daquele infeliz você não fala dentro desta casa! Quando ele começou com essa safadeza de querer falar fino cruzar as pernas eu quis quebrar ele no pau, e você que não deixou, vê se Afonso Pedro e Miguel me deram esse desgosto, são tudo MACHO!
-Você tem que entender que o tempo passou, não sente falta?
-Não eu não sinto, por mim se ele aparecer aqui os irmãos dão um jeito nele rapidinho.
Me levantei da mesa e fui para o meu quarto, fiquei sentada na minha cadeira lendo a bíblia e buscando refúgio, como eu sentia falta do meu menino, a porta foi aberta era José pronto para tirar o seu cochilo.
-Miguel já foi ?
-Já sim, meu orgulho esse menino.
Enquanto isso na praia.
Depois da discursão que tive com o Oliver passei a tarde toda surfando, estava indo muito bem com certeza conseguiria o primeiro lugar, ao furar a prancha na areia, Júnior e vitão se aproximaram.
-Tá sabendo que a Bebel quer realizar uma festinha!
-Sério ? Pensei que ela nem quisesse mais saber da gente.
-Que nada, vai ser depois do aniversario da Marcele, vai rolar muita bebida mulher e maconha!
Júnior repreendia o amigo do lado, uma vez nerd sempre nerd.
-E tu Júnior quando vai deixar de ser cabaço!
Vitão gargalhou alto deixando o baixinho sem graça e vermelho.
-Valeu hein Mauricio!
-Tu sabe que fica feio, essa coisa de achar a princesa do Mário não cola mais.
-Eu quero me aproximar mais da Anita, com calma e gentileza.
Foi aí que todos nos rimos no fundo eu o compreendia eu acho, parecia que meu lado feminino estava aflorado demais naquele fim de tarde.
Voltamos todos nos para a casa ao chegar encontrei com Oliver chegando também, Júnior e Vitão foram na frente enquanto eu caminhava mais devagar, mostrando qualquer indiferença para o artista plástico, abrir a porta e ficamos naquele impasse de quem entrava primeiro.
-Eu fui na delegacia e registrei queixa.
-Bom para você.
Evitei contato visual para com ele.
-A mãe da Nina e a Nina estavam lá, pelo mesmo motivo.
Olhei para Oliver e franzi o cenho.
-Ele teve a coragem de bater nelas!?
-Eu não sei, só sei que falei tudo na frente delas e de um delegado e um... policial que não foi com a minha pessoa.
-Deve ser porque você é....
-Eu sou ?
Oliver deu mais um passo e ficamos frente a frente agora.
-Você é... você é espalhafatoso.
Ele riu e isso me deixou mais aliviado.
-Acho bom!
Rebati
-Acha bom o que ? Com essa blusa florida achando mesmo que está no Avaí.
Oliver passou por mim e entrou em casa.
-Eu sei que minha blusa florida te atiça Macho Alfa!
-O quê, olha como fala comigo seu bâmbi!
Corri atrás dele pelo gramado da casa o atingindo com o meu corpo, caímos feio deixei o meu corpo por cima do dele, enquanto o mesmo ria.
-Acha bom agora.
Ele parou de rir e me fitou com seus olhos intensos.
-Não eu não acho... eu acho lindo.
Sua mão tocou em meu rosto e um arrepio percorreu pelo meu corpo.
-Oliver, não faça isso.
Minha voz rouca me condenava.
-Eu gosto disso, de sentir você de cuidar de você, de proteger você.
Maurício abriu os olhos e me encarrou sério, depois sorriu sem jeito e se levantou me estendendo a mão.
-Vem vamos comer uma salada de fruta.
Estava servindo o grupo de esfomeados, com a ajuda da Silvana que estava mais feliz e plena sem a Bebel na casa, quando a campainha tocou.
-Lívia querida tem que perguntar quem é que está entrando.
-Ela não é qualquer uma.
Virei-me para ver de quem ela estava falando, e me deparei com minha mãe acanhada na entrada da sala.
-Mãe!
-Eu vim te ver Marce... Marcele né ?
Fim do capítulo
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