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A garota favorita por leoniramirez

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Palavras: 5265
Acessos: 1676   |  Postado em: 26/11/2018

Capítulo 8

A calúnia

Pov Ingrid

O dia começava a nascer. O sol ia acordando devagar como se fosse uma velha cansada enquanto eu olhava aquele espetáculo de cores que ia se formando no céu, ali ao lado de Enya. Desde que havíamos assumido o nosso namoro, eu dormia pouco na minha casa, duas vezes ou três no máximo durante a semana. Eu temia que Enya enjoasse da minha presença, mas isso ela me provava cada dia que era impossível, e eu acreditava, pois também não me cansava da sua companhia. O amor que nos unia crescia a cada dia e passávamos horas tecendo os nossos planos de um casamento duradouro e feliz.

   — Será que irá me aguentar, meu amor? Eu sou tão chata, - eu disse beijando os lábios de Enya que sorriu, passando suavemente a língua nos meus lábios e dizendo sedutora.

   — Se fizer amor comigo duas vezes na semana ao nascer do sol... eu aguento... – nós rimos. Ela me abraçou com força e disse que me amava e que intentava passar o resto de seus dias ao meu lado. Era esse o meu desejo também.

Eu estava ansiosa pelo final de semana, iríamos para a chácara de Edmundo. Enzo e Edson iam conosco a convite de Edi e Moisés que desejavam nos falar. O sábado chegou e apesar de tanto trabalho que Enzo e eu tínhamos no restaurante, nos afastamos um pouco de toda aquela correria de organização e seguimos para Arraial do Cabo, após um lauto café da manhã, regado de amor e beijos de minha namorada. A chácara estava linda, talvez mais do que naquele dia em que vim com Enya pela primeira vez, acho que era o meu olhar apaixonado que via tudo mais bonito. Edi me abraçou, depois veio Moisés. Nós nos cumprimentamos e os apresentei Edson e Enzo que simpatizaram de imediato com o casal. O churrasco já exalava o seu cheiro quando seguimos para a área e nos sentamos. Moisés nos serviu e sentou-se ao lado de Edi, que começou a falar:

   — Estou feliz por você Maralha, por ter finalmente encontrado alguém que fisgou seu coração, - e olhou em direção a Enya sorrindo. — Fico feliz e quero oferecer a chácara para que possam reunir os amigos para firmarem o compromisso de vocês duas. E claro, estendo esse convite a vocês Enzo e Edson, que já fazem parte da nossa família também, não é verdade Moisés?

   — Sim, meu amor, para nós será um prazer imenso. – confirmou Moisés.

   — E não aceito, não, como resposta, - enfatizou Edi.

Enya sorriu e falou:

   — Então só nos cabe dizer que aceitamos e que estamos imensamente honrados com esse presente, não é meu amor? – Enya me indagou, depois questionou a opinião de Enzo e Edson que também aceitaram, agradecendo a gentileza do meu amigo de tantos anos.

E a conversa fluiu em torno dos convidados, da decoração do evento que Enya fazia tanta questão, eu também. O almoço já estava sendo servido quando terminamos as considerações sobre a festa. O olhar brilhante e carregado de amor de Enya me fazia sentir que eu realmente tinha encontrado a mulher da minha vida e que seria feliz. Almoçamos cercados de conversas e risos. Edmundo levantou-se e me chamou em seu escritório.

   — Sente-se Maralha. – eu obedeci percebendo que sua feição estava carregada de preocupação antes não vista e indaguei o que estava acontecendo. Edi respirou profundamente a brisa suave que adentrava pela janela aberta e começou a falar.

   — Maralha eu acho que você me falou que Enya tinha um caso com Analu Silveira, foi isso?

   — Sim. Um caso de seis anos, na verdade ela me contratou para fazer ciúmes a amante e talvez assim quem saiba ela decidisse pelo divórcio com Marília. O que não aconteceu e ainda bem.

   — E como Analu reagiu ao término desse relacionamento?

   — Pelo que Enya me disse, foi tudo dentro da normalidade, claro que apelou para que ela não a deixasse, mas no final aceitou.

Edmundo passou a mão em torno da barba bem feita e fez um grunhido estranho com a boca. Eu indaguei o motivo de sua fisionomia está carregada e ele recomeçou a falar reticente.

   — Maralha eu vou lhe falar uma coisa, não na íntegra, porque não posso infringir éticas profissionais. Eu conheço Analu Silveira de algum tempo e perder não é algo que ela aceite, portanto tome cuidado. Essa aceitação não combina com ela. Cuide-se e cuide de Enya, pois Analu não perderá assim tão facilmente.

   — Mas o que ela poderá fazer?! Enya não a quer mais. Ela é casada... e não pode fazer nada...

   — Vejo que não conhece as diversas nuances de uma mulher, minha cara Maralha e nem do ser humano em geral. Perder não é algo que nos deixe confortável, isso fere o nosso orgulho. Talvez e muitas vezes, não é amor, é realmente orgulho ferido, ego, vaidade e damos o nome de amor para atenuar a feiura dos nossos atos. Maralha ouça o que vou lhe dizer novamente, cuide-se e cuide de Enya. Analu Silveira não deixará isso assim. Estejam firmes no amor de vocês e cultivem a confiança. Agora vamos aproveitar o dia que o sol nos convida. Eu segui com ele para o local da piscina, onde Enya estava. Seu corpo estava dentro de um mini biquíni preto, com parte de seus seios lindos acenando para mim, que deitei languidamente os meus olhos sobre eles, aproximando-me dela e a beijando nos lábios. O dia terminou. A noite era iluminada por uma lua enorme e dourada que refletia sobre a água azulada da piscina e eu contemplava tudo aquilo da janela do quarto. O aroma das rosas recendia quando Enya adentrou o espaço e me abraçou. Ficamos assim por muito tempo e seguimos para a cama. Adormecemos abraçadas. O domingo já nascia e retornamos para a capital após nos despedirmos do casal, deixando marcado o dia da festa de compromisso.

A segunda-feira tinha chegado. Olhei para Enya ao meu lado, linda, nua e a beijei com desespero seus lábios, nutrindo uma sensação estranha. Meu coração estava acelerado que ocasionava por alguns instantes uma dor aguda.

   — O que houve meu amor? Não sente bem? – Enya me indagou percebendo a minha estranheza.

   — Não é nada, querida. Venha cá, - e eu a puxei vagarosamente para o meu abraço, meu coração denunciava uma tristeza, mas eu não quis falar disso com ela. Depois de algum tempo sentindo o amor que ela me dedicava, segui para o banheiro. A água descia sobre o meu corpo e as lágrimas deslizavam pelo meu rosto sem que eu entendesse de verdade o que estava sentindo, detectando apenas um medo que parecia querer me devorar. E como que por encanto relembrei a fala de Edi, “Analu Silveira não vai deixar isso barato”, eu estremeci com isso. Desliguei o chuveiro, sequei-me sobre o olhar amoroso da minha namorada. Depois do café eu segui com Enzo para o restaurante que nos exigia trabalho dedicado para que a inauguração acontecesse no prazo que havíamos pensado. O dia foi carregado de agitação e depois segui para a minha casa, apesar dos protestos de Enya. Eu amava passar a noite com ela, dormir ao seu lado sentindo o cheiro delicioso que exalava do seu corpo, mas não queria abusar. O vazio da minha casa me fazia ter certeza que eu queria mesmo dividir a minha vida com ela, com Enya, a única mulher que eu tinha amado depois da minha decepção amorosa com Suzane. E pensando nisso, ouvi a campainha tocar. Abri a porta. A imagem de Suzane surgiu e mesmo sem que a convidasse para entrar, ela já tinha ultrapassado o solar da porta, parecendo um furacão.

   — Eu preciso falar com você.

   — Você realmente não desiste, não é? Contratou outro detetive para descobrir meu endereço?

   — E todas as vezes que você mudar... Ingrid meu amor, pare de lutar contra o seu destino... - e ela veio em minha direção no desejo de me acariciar o rosto, eu me esquivei.

   — Fale logo o que você quer e vá embora daqui.

   — Minha nossa, mas quanta indelicadeza! Não vai me oferecer um vinho? Uma cerveja? Hoje está muito quente e aqui... – ela contornou seus seios com a ponta dos dedos, acho que tentando me seduzi. Suzane não entendia que seu poder de sedução não me alcançava mais.

   — Pare com isso Suzane e fale logo o que você quer.

   — Ingrid... eu estou sedenta de desejo, meu amor... – disse isso e tirou a blusa deixando livre um par de seios firmes e grandes, com bicos rosados e enrijecidos. E olhava-me passando a língua nos lábios e contornando o bico dos seios com a ponta dos dedos. — Eu preciso de você, eu pago, o quanto você quiser... – e tirou a saia florida e longa, deixando sua nudez a minha vista. Seus dedos desceram em busca da sua intimidade e ela a tocou, depois levou o dedo ao nariz e disse quase gem*ndo:

   — Estou molhada...com cheiro de desejo... vem... meu amor... eu pago o quanto você quiser... – seu corpo foi se deixando cair suavemente no sofá macio e grande que tinha ali na minha sala.

   — Pare com isso Suzane. Eu estou sem tempo para as suas sandices. – dizendo isso eu caminhei para levanta-la do sofá, quando ela me puxou para si.

A porta da sala foi aberta. Suzane delirava insanidades, — vem meu amor, eu sei que ainda me quer. O olhar de Enya estava sobre nós nesse instante que eu estava caída sobre ela, sem ter como me explicar de imediato. Ela não esperou e como um raio numa noite de chuva saiu, fechando a porta com ira. Meu corpo tremia. E um ódio tomou conta de mim, quando me desvencilhei dos braços de Suzane.

   — Você é muito filha da puta... Saia daqui Suzane. Vamos, vista sua roupa ou te coloco para fora daqui nua.

Ela ria. Tocou novamente sua vagin* ali na minha frente e disse: — eu ainda farei amor com você, Ingrid, você nunca ficará com essa mulher, nunca. Você é e sempre será minha. – vagarosamente ela vestiu a blusa e depois ainda mais devagar a saia. Pegou sua bolsa e rebol*ndo seguiu para a porta. Meu corpo sacudia-se como se eu tivesse sido tomada por um ataque epilético. Quando ela saiu, eu peguei a chave do carro, minha carteira e segui para a casa de Enya.

   — O que houve Ingrid?!... Meu Deus que cara é essa? – indagava Enzo ao abrir a porta e ver o meu estado de angústia. — Venha entre, vou buscar uma água para você.

Edson veio ao meu encontro e me abraçou me convidando para sentar. Enzo me entregou o copo com água e eu levei aos lábios com as mãos trêmulas.

   — O que foi que aconteceu Ingrid? Onde está Eny? – indagou Edson percebendo que algo sério tinha acontecido. Eu sorvi a água e depositei o copo na mesinha ao lado e comecei a narrar o que tinha ocorrido.

   — Minha nossa senhora das bichas! Se bem conheço Eny, ela deve está furiosa.

   — Ela não está aqui? – eu indaguei desolada.

   — Não. Saiu daqui dizendo que ia lhe fazer uma surpresa e que talvez dormisse por lá... Meu Deus que mulherzinha filha da puta, vaca, essa Suzane... aiii me desculpa. – disse Edson indignado com a situação que ela havia montado. Eu estava angustiada demais para me preocupar com diplomacia de palavras e disse que não tinha que me pedir desculpas.

   — Para onde ela deve ter ido Enzo? Edson... eu preciso ter pista de algum lugar, estou desesperada demais pra pensar.

A noite no Rio era cheia de lugares e eu não conseguia imaginar onde ela pudesse está. Sentia minha cabeça latejando de dor e uma tremedeira estranha no meu corpo. Enzo foi até a cozinha, fez um café e trouxe para nós. Eu agradeci. Peguei a xícara e enquanto assoprava o café, minha mente divagava e eu ainda não estava acreditando no que estava acontecendo. Agradeci o café e saí, apesar dos protestos dos dois. Andei a esmo pela cidade. Caminhei pela praia. Circulei alguns barzinhos que tínhamos ido juntas e nada. Enya havia desaparecido. Voltei para casa. O vazio era ainda maior. O medo de perder Enya me devorava como se fosse fera faminta e eu chorei. Já era quase madrugada e eu ainda não tinha conciliado o sono. Cada vez que eu pensava na cena que havia vivido, meu coração era assaltado por um sentimento de paúra, de pavor e eu sentia que a tristeza aumentava. Meu celular tocou.

   — Maralha... – era Edi. — Ela está aqui...

   — Enya?! Meu Deus Edi... ela está aí? Estou indo para aí...

   — Foi o que eu pensei. – o telefone silenciou e eu peguei a chave do carro, uma peça de roupa e a carteira. Segui, violentando o limite de velocidade que eu me permitia para dirigir.

   — O que faz aqui? – a voz dela era cortante feito navalha, mas eu precisava entender. Caminhei em direção à cama onde ela estava deitada, também insone. Sentei-me desconcertada e envergonhada, mas inocente.

   — Eu preciso que me escute... Enya... eu não estava com ela.

   — Não mesmo?! E quem era que estava por cima dela? Era sua alma? Ingrid não queira me fazer de idiota, porque eu não sou e nem tampouco cega. Eu vi. Ela nua, gem*ndo, e você se esbaldando por cima dela. Mentirosa... falsa...

   — Enya... por favor, ouça-me. Por favor, deixa-me explicar como tudo aconteceu. Olhe para mim, por favor... – e toquei de leve no seu rosto trazendo seu olhar para mim. — Enya... eu não sou mentirosa... nunca menti para você. Suzane foi a mulher que amei, a qual lhe falei que me deixou para se casar com um homem rico. Eu sofri muito, não posso esconder isso de você, eu a amei. Mas, um mês antes dela se casar eu prometi para mim que nunca mais lhe tocaria. Depois que conheci Natacha, que você também conheceu na festa, que eu comecei essa jornada de garota de programa, ela me procurou muitas vezes.

   — Você estava com ela... e ela estava nua...

   — Ela estava nua sim, mas eu não estava com ela, acredite em mim. Então, Suzane passou a me perseguir. Contratou detetives e sempre que me descobria, eu mudava de lugar, porque ela ia a minha casa e fazia aquilo que você viu hoje. Mas, eu nunca, meu amor, nunca a toquei. Ela, desculpa-me ser tão sincera com você, ela muitas vezes masturbou-se na minha frente, insistindo numa sedução ensandecida, mas eu nunca a toquei. Nem por dinheiro algum. Eu nunca fiquei com ela. E hoje o que ela fez foi uma armação. Porque você foi até lá em casa? Não tínhamos combinado nada, isso não de você. Conte-me, porque foi?

   — Eu... recebi uma mensagem... e nela dizia que você estava com outra mulher... que lhe pagava melhor que eu... – Enya tampou o rosto e chorou sentida.

   — Está vendo? Perceba meu amor, Suzane armou isso, armou essa calúnia para nos separar. Olhe para mim, por favor, - e toquei novamente seu rosto com carinho. — Eu te amo, muito.

Ela chorou e contornou meu pescoço com seus braços. Um beijo carregado de amor uniu os nossos lábios. Enya me puxou para perto num abraço demorado.

   — Desculpa meu amor. Eu fiquei louca de ciúmes e não parei para pensar. Eu prometo, nós vamos prometer uma para a outra, que não deixaremos ninguém nos separar. Promete?

   — Sim. Eu prometo.

E nos amamos. E adormecemos. Na manhã seguinte nos despedimos de Moisés e Edmundo que novamente me chamou ao canto e disse:

   — Maralha fortaleça a confiança. Ontem foi Suzane, mas ainda tem Analu... não se perca da mulher que você ama e não deixe que ela se perca de você.

E me abraçou demoradamente. Enzo e Edson já haviam saído quando nós chegamos. Segui para casa, depois de despedir-me de Enya. Tomei banho e segui para o restaurante, ainda abalada com tudo o que tinha acontecido. Cada vez que me recordava da imagem de Suzane eu sentia uma ira crescer dentro de mim. Passei dias sentindo isso, cada vez que a imagem dela me assaltava a mente, eu sentia raiva. O sábado havia chegado. O sol ia despontando no universo deixando um colorido lindo no céu. E suas cores iam deslizando de um lado para outro como se fossem bailarinas. Enya revirou-se na cama e gem*u baixinho.

   — Hummm... que delícia acordar com você meu amor... – e tomou minha mão levando a sua intimidade. Enya adorava fazer isso pela manhã, gostava de me provocar. Eu a toquei suavemente e ela rebol*va cadenciado e lento. Depois a beijei nos lábios, descendo devagar até seus seios. Enya arrepiava. E a penetrei devagar enquanto ela rebol*va. Um orgasmo carregado de gemidos estremeceu nossos corpos e ficamos inertes nos braços uma da outra. O cheiro saboroso do café invadia a sala de refeições quando adentramos. Edson e Enzo já se serviam.

   — Hoje eu e Edson... seguiremos para o apartamento novo... convenci Edson a dividir comigo o espaço do meu apartamento.

Enzo dava a notícia para Enya que sorriu, disfarçando a falta que ele faria, mas sabia que eles precisavam de privacidade maior.

   — Ahhh que alegria! O apartamento é mesmo lindo, primo, - Enya disse. — Fico feliz por vocês, mas vou sentir falta. Ahhh e precisamos ver o que ainda falta para a noite de compromisso não é Enzo? – ela mudou de assunto.

   — Sim, com certeza. Está próximo, mas acho que falta pouco, não é mesmo? Sua lista de convidado já está finalizada, Eny?

   — Sim. Já vou enviar essa semana. E a de vocês?

   — Sim, - foi Enzo quem respondeu. — Incluí a minha mãe, o que acha disso Enya? – ele indagou e soltou uma risada seguida de Enya que entendeu a piada.

Terminado o café da manhã Enya e eu seguimos para a praia. Buscamos uma mesa sobre a sombra dos coqueiros e pedimos uma porção de camarão. O sol já estava quente e já combinava com uma cerveja gelada. Enya sentou-se e eu segui para a barraca onde pedi uma cerveja.

   — Ora... ora... mas veja só que eu tenho a honra de encontrar aqui...

Era Suzane que aproximava-se da mesa onde Enya estava sentada. Eu senti meu ser rebuliçar numa ira quase incontida e peguei firme no braço dela que gem*u de dor.

   — Ou sai daqui agora Suzane ou vou denunciar você na delegacia da mulher por perseguição... sabe que a Maria da Penha não perdoa isso, não é? Saia daqui agora...

   — Estou em lugar público minha amada...

   — E nos perseguindo. Saia daqui. – meu olhar era carregado de raiva e Suzane saiu esbravejando alguma coisa, depois que eu finalizei. — Eu vou denunciar você Suzane se continuar insistindo nessa postura, acredite.

Ela não disse mais nada e saiu.

   — Ela é louca por você Ingrid e eu tenho medo disso, meu amor, ela parece doente...

   — Isso não é amor, eu acho que é como Edmundo fala, isso é orgulho ferido. Suzane se casou e depois de alguns anos de casada descobriu que Carlos a tinha desposado para dissimular a sua homossexualidade. Ficou enfurecida com isso e passou a me perseguir, jurando amor e arrependimento. Mas, deixemos Suzane de lado, meu amor. O dia está lindo demais para perdemos tempo com assunto tão sem graça, você não acha?!

   — Sim. Você tem razão. Vamos brindar ao nosso amor. Eu te amo Ingrid, como nunca amei ninguém.

   — Nem mesmo Analu?! Aiii desculpa meu amor...

   — Nem mesmo Analu... não se desculpe. Eu amei Analu, muito e isso eu não posso negar. Mas sempre faltou algo em nosso relacionamento, que é isso que eu tenho com você, confiança, sei que me ama e sei que é livre para mim, assim como eu sou para você e isso faz toda diferença, você me entende?

   — Então... brindemos meu amor, porque eu confesso que comungo desse mesmo sentimento que você. Eu te amo Enya, como nunca amei ninguém, nem mesmo Suzane, antes que pergunte.

A água do mar estava maravilhosa! Tudo era maravilhoso ao lado de Enya. A tarde já se despedia quando seguimos para casa. À noite não demorou chegar e fomos para o apartamento de Enzo onde aconteceria um jantar de casa nova, junto aos amigos mais íntimos, Edmundo e Moisés estavam nessa classificação apesar do pouco tempo que se conheciam. O apartamento estava verdadeiramente um encanto depois da decoração feita por Audrey Ramos, Designer proprietária de um dos escritórios mais bem sucedidos de Milão na atualidade e amiga de Natacha que logo chegaria acompanhada pela celebridade da noite, a quem Enzo não se cansava de elogiar. Esperávamos ansiosos pela presença dela que era britânica no quesito pontualidade. A porta se abriu e o ambiente ficou preenchido com a presença de Audrey que ao lado de Natacha e Vera, adentrava a sala de maneira elegante. Audrey vestia com displicência um vestido de seda vermelha com um generoso decote em V no colo, que às vezes discretamente, outras nem tanto, insinuavam seus seios perfeitos. E eu olhava para ela, delirando diante a visão, indaguei-me silenciosamente: será que ela tinha noção que aquele vestido transformava seu corpo escultural em uma obra de arte? Mas eu acreditava que sim, que ela era consciente da beleza que possuía e que usava isso a seu favor. Audrey sussurrava sensualidade, não gritava. Seus cabelos negros e bem tratados estavam presos em um rabo de cavalo, quase se desculpando por tanta beleza. E uma maquiagem em tons terrosos desatacava o tom amendoado de seus olhos e seus lábios eram cobertos com perfeição pelo batom vermelho. E para abrilhantar ainda mais o look ela usava um Christian Louboutin preto que alongava sua silhueta já perfeita. E o cheiro que ela exalava tinha notas de limão siciliano, peônias e flores de pêssegos, em perfeita harmonia com sua delicadeza. A conversa com Audrey era extremamente agradável, ela era encantadora, além de lindíssima! Mas, algo nela destoava de algumas outras celebridades que eu já havia conhecido, no mundo do design, da moda ou outro ramo. Audrey tinha uma simplicidade inigualável, uma luz própria que a envolvia e que ela amorosamente compartilhava com os que a cercavam. A soberba e a arrogância que nitidamente se viam em outras pessoas famosas, eram visivelmente ausentes em Audrey, que acreditava que o afeto era o ingrediente principal do design o que creio a projetou no meio. Sua pegada “sentimental” em seus projetos certamente era responsável por todo seu sucesso. Há mais de cinco anos ela vinha sendo aclamada por suas criações viscerais, carregadas de sentimentos e isso era nítido no ambiente onde Enzo agora residia com Edson. O amor que os envolvia, Audrey expressava simetricamente na decoração e isso era realmente fascinante. Eu a olhava quando seus lábios feito botão de rosa, se abriram num sorriso que iluminou seu rosto. E eu senti que uma luz exalava dela. E que Enya não me notasse quase babando diante a beleza que aquela mulher exibia. Natacha começou a falar, quando Audrey se distanciou um pouco de nós indo em direção ao banheiro. Seu caminhar era suave, firme e elegante, levando para ela os olhares de quase todos os convidados que ali estavam.

   — Audrey vive em Milão cercada por inspiração, sua casa expressa a sua personalidade e suas vivências. Da sua cobertura do centro de Milão ela tem o mais belo skyline da cidade. Mas ainda assim com todo seu sucesso, ela preza por qualidade e não quantidade, apesar das somas vultosas em sua conta bancária. Audrey vive de maneira simples, tentando se manter sóbria em meio a tanta volúpia. – Natacha riu e continuou: — é bem verdade que ela se permite algumas extravagâncias, afinal, qual é a finalidade do dinheiro se não nos dá alguns prazeres?!

Audrey ia retornando quando Vera a chamou. Natacha que havia silenciado retoma o relato, orgulhosa de pertencer à intimidade da vida daquela celebridade.

   — Ela tem um fraco por vinhos caros, minha nossa! Móveis de Designers Brasileiros consagrados e obras de artes a fazem gastar fortunas. Todas as noites ao chegar em sua cobertura, ela abre um Brunello de Montalcino de um desses produtores de Velha Guarda, “há determinadas coisas que apenas a tradição aliada a experiência são capazes de fazer”, - Natacha disse sorrindo ao fazer as aspas com seus dedos finos e de unhas pintadas de carmim. E depois continuou: — Então ela senta-se em sua poltrona favorita, uma, Tonico de Sérgio Rodrigues e se permite a luxuria de apreciar um belo vinho, rodeada por beleza, histórias e um bom e velho jazz ao fundo. A cobertura de Audrey é sóbria, apesar de irreverente, possui aquele aconchego inexplicável que nos faz sentir abraçados. A sala possui circulação e a frieza do mármore travertino no piso contrastando com a “ternura” do tijolinho aparente na parede da copa que é integrada ao estar, dividida apenas pela escada vazada. A sala de estar possui pé direito duplo e em uma das poucas paredes há um painel com azulejos azul e branco de Athos Bulcão, um de seus artistas favoritos, um sofá italiano de couro caramelo, algumas almofadas de pele de ovelhas e diversas obras de artes, (que são tratadas com reverência) em pequenos nichos, porque o restante da cobertura é composta por janelas imensas, deixando o ambiente saturado de uma alacridade que te proporcionam a sensação de está no topo do mundo.

Ela encerrou seu relato decorativo sobre Audrey Ramos que vinha em nossa direção com uma taça de vinho Brunello de Montalcino e nos presenteou com a sua presença dissertando sobre a beleza de Milão. Um jazz maravilhoso na voz Diana Kall enchia o ar quando ela disse que gostava da melodia. Depois de mais algumas taças de vinho jantamos. Enya me convidou para dançar e eu a envolvi nos meus braços sentindo meu coração em orgasmo celestial. Nunca tinha amado daquele jeito. Seu corpo juntinho ao meu deslizava num cadenciado gostoso e afastadas de todos que ainda se deliciavam com a voz mansa de Audrey. E a noite foi perfeita, quando a madrugada nos convidou a seguir para casa. Edmundo e Moisés seguiram conosco como nossos convidados. A manhã de domingo estava nascendo. Enya abriu os olhos. Levantou-se devagar e depois de ir ao banheiro foi para a janela admirar o nascer do sol. O céu ia ficando carregado de cores de diversos matizes. Eu levantei-me e segui para o banheiro, escovei os dentes. Segui para perto dela e a enlacei em meus braços. O sol pariu mais um dia e Enya mais um orgasmo junto ao meu corpo que fremiu extasiado de amor. Voltamos para a cama e dormimos mais um pouco. O café já estava sendo preparado por Moisés que sorriu quando eu adentrei a cozinha.

   — Bom dia meu amigo, madrugou? Perdoe-me a indelicadeza, acho que desmaiei essa noite... vou lhe ajudar...

Abri o armário da cozinha e tirei pães, um bolo de coco que estava no forno. Na geladeira o suco, queijo, presunto, manteiga. E logo arrumamos a mesa, quando Edmundo e Enya desciam a escada em direção à sala onde a mesa já estava posta. Moisés tinha um jeito todo especial de preparar uma mesa de café da manhã, tinha frutas, sucos e pães, tudo disposto numa harmonia encantadora! Comemos e depois seguimos para a praia. O céu de domingo estava colorido pelos raios escarlates do sol despedindo-se quando Edmundo e Moisés seguiram viagem para Arraial do Cabo.

   — Cuide-se Maralha, - Edi sussurrou ao meu ouvido quando me abraçou. — Nos vemos em duas semanas. – seria o evento de compromisso.

A noite já anunciava a sua chegada com a lua minguante no céu quando o ranço do charuto do medo atingiu novamente a minha boca, deixando um gosto amargo. Meu coração foi tomado pelo sentimento de sobressalto como se me alertasse o perigo iminente e meu olhar voltou para Enya que me estendeu a mão. Eu me abriguei em seu abraço e busquei dissipar aquele ranço desagradável da boca. Adormecemos abraçadas. A segunda-feira chegou e eu segui para o restaurante enquanto Enya seguiu para a loja. A azáfama do dia não foi capaz de tirar de mim o ranço amargado do charuto do medo que ainda permanecia e eu lutei bravamente para não ser vencida. Terminado o dia segui para casa, quando o sol enfeitava o universo num quadro de cores maviosas em despedida. Ao abrir a porta senti meu celular vibrar e visualizei. A imagem de Enya nua ao lado de Analu me fez perder o chão, como se um buraco escuro e sombrio me tragasse. Vi ainda em pé e trêmula, desacreditada daquilo, outras imagens onde ela era beijada nos lábios pela antiga amante, inerte na cama como se estivesse exaurida pela tarde de sex*, com seus olhos lindos fechados. Busquei o apoio do sofá para não cair ao chão. Um vazio imenso me absorveu e uma dor cruciante feriu meu ser como se fossem navalhas adentrando e saindo de cada parte do meu corpo. Uma falta de crença no amor me assolou novamente e eu fiquei sentada revisando cada imagem, desejando que tudo aquilo não fosse real. Desejei que eu estivesse sendo possuída por um surto de visão ou que um pesadelo maldito tivesse tomado a minha consciência mesmo acordada. Abri e fechei os olhos várias vezes e Enya continuava nua deitada ao lado de Analu que sorria e lhe beijava os olhos, provavelmente falando de seu amor. Os olhos de minha amada ainda permaneciam fechados e eu sabia que era o deleite que ela tinha sentido do amor feito com Analu. Saí sem rumo, dirigindo para qualquer lugar longe da cidade e adentrei um boteco.

   — Traga uma garrafa de uísque... outra...

   — Eu preciso fechar o bar, - disse uma mulher gorda e de olhos pequenos.

   — O...bri... obriga... daa... estou in... do... – e saí. Eu não consegui dirigir e dormi ali mesmo no carro, quando o sol anunciava parir mais um dia. Enya nunca sentiria o toque das minhas mãos, nunca mais ia parir um orgasmo comigo, ao mesmo tempo em que o sol dava vida a mais um dia, era o juramento que eu fazia. Chorei ali sentindo que a minha cabeça anunciava estourar de dor pelo excesso do uísque ingerido. O clarão do dia me incomodava e eu segui para outro lugar, não sabia qual, qualquer um servia. Mas desde que fosse longe de tudo o que me lembrasse de Enya. Eu não sabia que caminho seguir. Eu parei um pouco, desliguei o carro. Deitei minha cabeça sobre o volante e fiquei vazia, sentindo apenas uma dor horrível. Segui para a chácara de Edmundo quando sua imagem amorosa surgiu na minha mente.

 

 

 

 


 

Fim do capítulo


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Comentários para 8 - Capítulo 8:
Brucourt
Brucourt

Em: 26/11/2018

Pois não é? Sou da paz mas essas duas, pelo amord, aguento não kkkkk :-D ;-D.. 

Confio no bom senso da Ingrid heuheu :-D. Como assim "quase no final" ? Oxeeeee...

Aí meu core S2.... Amanhã tem mais  :-D:-D. Amo demais essa história S2, que cativou desde os primeiros capítulos... 

Bjs autora maraa..


Resposta do autor:

Bom dia Bru queridona! Segura mais um capítulo. kkkkkkkk... falta pouco para acabar. Obrigada pelo carinho, adoro seus comentários.

Abraços.

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Brucourt
Brucourt

Em: 26/11/2018

Odeio essas duas embustes... af..af...

Acredito que nesse momento a Ingrid deve lembrar do conselho do Edi e confiar no amor delas. Claro que não é fácil, ainda mais depois de ver essas fotos, mas oooh Ingrid lembra da armação que aprontaram pra cima de você, tá?  Ah, não some e ouve o lado da Enya...

Ótimo capítulo como sempre S2...

Abraço. 


Resposta do autor:

kkkkkkk... esses embustes realmente atrapalham mesmo, não é Bru? Mas vamos torcer para que Ingrid repense. Amanhã mais um capítulo, não perca porque já está quase no final. Obrigada pelo carinho.

Abraço.

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