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A garota favorita por leoniramirez

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Palavras: 4020
Acessos: 1884   |  Postado em: 22/11/2018

Capítulo 6

A verdade liberta

Pov Ingrid

Eu estava desesperada. Edmundo era meu melhor amigo e eu precisava desabafar ou iria com certeza implodir ou explodir, eu ainda não sabia o certo. Sentia necessidade sobre o que estava me acontecendo, queria tirar aquele peso enorme das minhas costas. Eu nunca fui muito de conversar, de falar de mim, sempre fui muito reservada e Edmundo e Natacha eram os únicos amigos que eu ainda conseguia falar. Natacha foi a mulher que havia me incentivado a ser garota de programa e hoje era minha grande amiga.

   — Até quando vai continuar com isso? Acabe com isso de uma vez, aproveite essa noite... a festa... a dança... fale do seu amor por ela.

   — Eu estou com medo, Edi, - era assim que o chamava, — tenho medo dela me rechaçar e eu não sei o que fazer... se isso acontecer...

   — Maralha, - era assim que ele me chamava, — você só vai saber o sabor da comida se experimentar e para isso precisa se arriscar. Faça a leitura desses três meses, acho que ainda não interpretou o que está vendo. O olhar de Enya é claro em sua direção e se ele não fala de amor, então eu não sei mais fazer leitura de olhares apaixonados. – Edmundo era psicólogo e conhecia muita coisa sobre gente, mas ainda assim eu temia que ele estivesse lendo erroneamente o olhar de Enya.

   — Eu não sei... temo que ela não entenda, que ela não sinta o mesmo que eu e acabe com tudo.

   — Maralha, ouça o que eu vou lhe falar, tem uma frase que é bíblica e que eu aprecio muito. “A verdade liberta”. Reflita sobre ela. Fale a verdade e se caso ela não sentir o mesmo por você, que eu duvido, então siga sendo a garota favorita dela ou termine tudo e siga seu trabalho. Acredite, ela também está apaixonada por você, eu sinto isso, vi isso nos olhos dela.

   — Edi... será? Eu estou com medo, isso não devia ter acontecido, nunca aconteceu comigo. Sempre fui muito ética com meu trabalho e nunca misturei amor com sex* ou com dinheiro, aiiii meu Deus, o que foi que aconteceu comigo?

   — Você se apaixonou, minha cara, nada demais, e quer saber?! Estava mais do que na hora. Chega dessa vida de aventuras, grana, muito sex* e pouco amor.

   — Eu não sei...talvez estivesse mesmo um pouco cansada disso. Edi eu estou pensando em exercer a minha profissão, mandei meu currículo para alguns restaurantes, semana que vem tenho duas entrevistas. E acho que mesmo que Enya me dê um fora, eu vou seguir esse rumo novo. Eu acho que depois dela... eu não vou conseguir trans*r com mais alguém, durante um bom tempo... Mas, vou pensar em tudo isso que está me falando...

   — Pense querida e vai ver que é o melhor a fazer, como eu disse, ou melhor, como diz a Bíblia, a verdade liberta. Acabe com isso Maralha, você merece um amor de verdade, alguém que veja o pôr do sol ao seu lado, alguém que vá ao cinema com você, que veja a lua cheia e dourada que você tanto ama e que só aprecia sozinha... alguém que namore e que durma e acorde ao seu lado e eu acho que encontrou a mulher certa para isso.

   — Eu tomara que você tenha razão.

   — Eu tenho. Agora vamos voltar para a festa, porque ainda não acabou.

Edmundo e eu voltamos para a mesa e o sorriso de Enya em minha direção me fez desejar profundamente que ele estivesse certo e que ela sentisse o mesmo que eu sentia. O dia em que vi Enya na praia eu senti algo estranho, senti vontade de conversar com ela, mas não sabia do que falar e deixei de lado. Eu nunca imaginei que a vida ia me dar outra oportunidade de estar com ela e quase enfartei quando a vi no shopping onde tínhamos combinado o encontro. Desejei naquele instante não cobrar nada dela, mas não tive como, eu não tinha como dizer que a desejava, porque tudo era muito estranho. Senti vontade de falar que faria tudo o que ela intencionava de graça, o que denotava insanidade e desisti, aceitando ser a sua garota. Os dias foram passando e eu percebia paulatinamente que estava realmente apaixonada por ela. Mas temia cada dia que ficava ao seu lado, receava que Analu decidisse pelo o divórcio com Marília. Sentia medo que isso acontecesse e que ela tirasse de mim a única mulher que amei, depois de Suzane. Sentei-me ao lado dela que tomou a minha mão e falou:

   — Vamos dançar um pouco...

A música era um rock e Enya se divertia quando eu e inventei passos com ela. Os olhos de Suzane estavam fixos em nós. Quando a música encerrou eu pedi licença e fui ao banheiro, depois de acompanhar Enya até a mesa.

   — O que você quer Suzane? – eu indagava quando ela adentrou a porta do banheiro onde eu lavava as mãos.

   — Eu quero lhe falar, meu amor... por favor, me ouça. Eu a amo, nunca, nesses anos consegui amar o meu marido, você sabe disso...

   — Esse é um problema seu. Com licença, - eu disse e ia saindo quando ela segurou-me pelo braço.

   — Ingrid eu te amo, por favor, me perdoa. Eu sei que errei, eu era imatura, tinha minha família me pressionando, Carlos também, por favor, entenda-me. Você não está namorando essa mulher, eu sei disso, sei que está a trabalho... Ingrid não minta para mim, eu sei que não a ama...

   — Suzane...

   — Não me chame assim, ainda sou a sua Zane... eu preciso de você.

   — Suzane, ouça, por favor, eu não a amo mais. Eu amei um dia, muito, sofri quando você optou por Carlos, mas hoje eu não amo mais. Eu estou apaixonada por Enya...

Ela tomou meu rosto entre as mãos e me beijou com fúria. Quando eu me desvencilhei de suas mãos, os olhos de Enya estavam sobre nós. Eu senti o chão fugir dos meus pés.

   — Enya... não é o que parece... eu posso explicar...

   — Não precisa meu amor. Suzane, eu entendo você, eu imagino o quanto deve ser difícil esquecer os carinhos de Ingrid, mas como ela mesma lhe disse, somos namoradas... E como eu havia lhe dito a pouco, a batalha para você está perdida, não force o que não lhe cabe mais... E se quer um conselho, continuar amando Ingrid não é algo muito sensato... – Enya riu ironicamente e eu quase não acreditava no que ouvia. Enya teria escutado a conversa, ou apenas agia daquela maneira para não ficar em desvantagem diante Suzane, que parecia ter um ataque ali mesmo? A mão de Enya envolveu a minha e saímos do banheiro deixando Suzane acometida de um ódio intenso.

   — Desculpa-me, Enya eu... você ouvia a nossa conversa? Suzane voltou a lhe importunar depois? Por que falou sobre batalha?...

   — Não, não ouvi nada, mas imaginei que Suzane estivesse provocando tudo e não iria ficar em desigualdade... – ela riu e eu senti um alívio profundo, não queria que ela soubesse do amor que eu nutria por ela, pelo menos não daquele jeito, com certeza ela iria pensar que eu estava falando aquilo apenas para punir Suzane, ou sei lá o quê. Os convidados foram aos poucos se retirando, outros seguiam para os quartos que havia ali e Suzane foi uma dessas pessoas. Eu me despedi de Edmundo e Moisés e segui para o quarto que havia no andar superior da casa.

   — Esse quarto... bem se você quiser dormir aqui...

   — Eu quero dormir com você, posso?

   — Claro...

   — Mas, se você não quiser... não quero que durma porque estou... bem... você sabe...

   — Eu quero dormir com você, porque estou com vontade.

Ela sorriu e adentramos o quarto que havia sido separado para mim ou talvez, para nós. A cama grande e macia estava coberta por um lençol de algodão florido. Ao lado numa mesinha um balde com gelo e um vinho, perto dele duas taças. Eu abri a janela e uma brisa suave adentrou o espaço. O cheiro de rosa veio junto e Enya respirou profundamente dizendo que adorava rosas e o cheiro que elas exalavam durante a noite. A lua estava linda, enorme e prateada. Olhando para ela majestosamente lá no céu, eu me recordei do que Edi tinha falado. Eu nunca contemplava a lua ao lado de alguém, aquele era um prazer que eu reserva somente para mim a minha solitude. Mas naquela noite eu desejava dividir esse prazer com Enya. Pensando isso eu segui para o banheiro e não demorei. Enya fez o mesmo. Depois de secar seu corpo, ela o perfumou com um creme e vestiu uma camisola curta de seda.

   — A lua está linda! – eu disse debruçando meus braços sobre a janela, — venha ver.

Ela aquiesceu. Seus braços me enlaçaram por trás e senti meu corpo estremecendo intensamente. Eu estava apaixonada e decidida a falar para ela de todo o sentimento que me acometia. Tirei seus braços suavemente de meu corpo e me virei para ela. Seus olhos fizeram morada nos meus naquele instante, e vi amor neles, desejando ardentemente ser verdade o que Edmundo havia me falado. Seus olhos estavam carregados de ternura e eu a beijei com desejo. Seu corpo pediu o meu. Enya sibilou em meu ouvido.

   — Faça amor comigo...

Meu corpo fremia de desejo, mas algo em mim era ainda maior do que o desejo do corpo, eu queria mais e disse sem pensar.

   — Eu não posso mais...

   — O quê? Não pode mais? Fazer amor, eu digo, trans*r comigo? Desculpa se falei de fazer amor... é que... achei mais...

   — Não quero mais seguir com esse contrato Enya, eu não posso mais...

Eu vi o brilho do seu olhar desaparecer e uma tristeza parecia cobrir seu rosto quando ela me inquiriu.

   — É por causa de Suzane? Ela dobrou o valor? É outra mulher? O que houve?

   — Não... – eu disse cobrindo os lábios dela com a minha mão, — não tem outra. É amor... eu estou apaixonada...

   — Amor?! Apaixonada?! Por Suzane, por outra? Tínhamos combinado que não ficaria com ninguém enquanto estivesse comigo... eu acreditei... bem...

   — Estou apaixonada, por você Enya e não posso mais seguir com esse contrato, fazendo amor com você, fingindo que faço somente sex*.

Os olhos dela voltaram a brilhar. Um sorriso enorme iluminou seu rosto e ela me beijou muitas vezes nos lábios dizendo:

   — Eu também estou apaixonada por você, meu amor... eu também... estou perdidamente apaixonada... sou sua...

Eu entrei em êxtase com aquela notícia e nos beijamos com furor, falando de amor. O corpo de Enya estremecia quando eu a levei para a cama. Seu cheiro me embriagava. Tirei vagarosamente a sua camisola e acariciei seu corpo com a ponta dos dedos, me deliciando com o arrepio que aquilo ocasionava no dela. Caminhei pelo seu corpo com a minha língua e ela gemia baixinho, enquanto eu a chamava de gostosa. Minhas mãos acariciavam um dos seus seios, quando minha boca engolia o outro, dando a ela tremuras deliciosas que aumentavam ainda mais em mim o desejo que eu sentia. O cheiro da intimidade de Enya adentrava o meu nariz e eu desejei sentir seu gosto, mas queria desfrutar ainda mais da maciez daquele corpo, agora meu de verdade. Tomei a boca de Enya na minha e travamos uma batalha deliciosa com nossas línguas, gem*ndo de prazer mútuo com aquilo. Voltei minha boca para o corpo dela e ela delirava. Levei minha mão até sua vagin* e estremeci quando senti a umidade absoluta que estava ali, uivei de prazer e busquei abrigo naquele Oasis para minha sede. O corpo de Enya subia e descia num ritual de copulação que me ensandecia. Minha boca engolia sua intimidade, depois eu a penetrava com a língua e ela sibilava, delirava num prazer intenso. Minha língua sentia a contração de sua vagin* quando o gozo foi anunciado e eu a penetrei com o dedo, fazendo Enya emitir sons de exultação. Depois eu a trouxe para o meu corpo e juntas, nós iniciamos uma dança harmoniosa e explodimos num gozo intenso e divino. Divino sim. Porque estávamos em gozo no corpo e na alma. Eu tinha me esquecido o quanto era divinamente maravilhoso fazer amor.

   — Eu te amo, - ela disse me beijando delicadamente nos lábios.

   — Eu te amo, Enya. Será que teria coragem de namorar comigo?

   — Será um prazer. Por que coragem?

   — Sou uma, ou era uma garota de programa e muitas mulheres sabem disso, não sei se conseguirá passar por cima disso tudo.

   — Uma garota de programa, é verdade, você era. Hoje você a minha garota favorita. Escolhi você entre muitas. Mas, não me importo com o seu passado, o que vale para mim é saber se quer ver o sol nascer ao meu lado debruçada na janela ou deitada na minha cama...

   — Eu quero meu amor, eu quero ver o sol nascer, a lua dourada no céu, eu quero ir ao cinema e tudo isso com você, somente com você...

Enya me beijou novamente. Depois deitou de lado e colocou o meu braço sobre o seu corpo e nós adormecemos. A manhã nascia. Eu acordei e quase não acreditei no que vi, Enya nua ao meu lado. Seu cheiro ainda era de sex*, ou melhor, do amor que havíamos feito. O céu estava colorido e eu a beijei devagar nos lábios.

   — Hummm... – ela gem*u e virou-se para mim. Com olhar desejoso ela tomou a minha mão e levou até a sua vagin* e eu, confesso, fiquei enlouquecida quando senti a umidade que ela continha e a penetrei com sofreguidão. Seu corpo subia e descia, voltava e seguia de encontro ao meu dedo. Seu olhar de tarada, seu jeito gostoso de morder o lábio inferior aumentava em mim o tesão que eu sentia. A mão de Enya encontrou a minha intimidade e depois de algum tempo nossos corpos anunciaram o gozo. Ela aconchegou a sua cabeça em meu ombro e circundou devagar com a ponta dos dedos o meu corpo, que ia se arrepiando. E nos amamos mais uma vez.

   — Você é gostosa Ingrid, - ela disse. — Imagino que já fez muitas mulheres delirar de prazer... assim como me faz...

   — O prazer maior, minha querida, é quando existe amor. O corpo alcança orgasmo, e digo que nem sempre isso acontece...

   — Do que está me falando? Então já saiu com alguma mulher que não atingiu orgasmo em seus braços?... – ela me indagava incrédula.

   — Sim. Já. Algumas mulheres não se permitem, e eu talvez, não tenha tido a delicadeza de descobrir o lugar certo de tocar...

   — Você?!! Minha nossa! Você é maravilhosa! Uma perfeição na arte do sex*... do amor...

   — Enya... – eu gargalhei nesse instante. — Nenhum ser humano alcança a perfeição na arte de fazer amor ou sex*, porque cada mulher é um universo único, e nem sempre o que toca numa, toca na outra. Então minha amada, somos sempre e eternos aprendizes na arte de amar no terreno que se limita ao sex*. Mas, o bom mesmo é quando se ama, assim como eu amo você, porque sempre existirá empenho em ser melhor, porque meu maior prazer é lhe ver sentindo prazer... – ela me beijou, dizendo que me amava e que queria ser minha para sempre.

Seguimos para o banheiro e nos amamos lá também, sentindo que o mundo era nosso, era do nosso amor. Enya sorriu e esfregou as minhas costas, me fazendo sentir algo nunca sentido ou esquecido, pois somente Suzane tinha me feito sentir isso. Enya colocou um short jeans deixando à mostra toda a beleza de suas pernas, uma blusa verde-mar de seda e calçou uma sandália rasteirinha com pedrinhas na tira que prendia seus dedos. Eu vesti uma bermuda jeans e uma camisa gola Apolo e calcei uma chinela de couro confortável. O café já cheirava quando adentramos a sala imensa de refeições onde Suzane já estava junto com Edmundo, Moisés e outros convidados que haviam pernoitado na chácara. De mãos dadas com Enya adentrei a sala e sentei-me ao lado dela, depois que cumprimentamos a todos. As guloseimas estavam deliciosas e comemos em conversa animada, menos Suzane que se limitava a um sorriso ou outro, sempre com seu olhar voltado para mim e Enya.

   — Vejo que resolveu Maralha, - Edmundo disse ao seguirmos para a área onde seria feito o churrasco e alguns convidados já tomavam cerveja acomodados em cadeiras em baixo da sombra das árvores ali por perto.

   — Sim e você tinha razão, Edi, ela também me ama. Estamos namorando e quando voltar a capital eu vou procurar com mais afinco um emprego, deixando de lado essa jornada.

   — Vou te indicar para Ronaldo, ele é um grande amigo meu, tem um restaurante maravilhoso na Barra e sei que você vai fazer sucesso lá, “cozinhando”... – ele disse isso e nós rimos da sua colocação entre aspas, feita no ar com os dedos.

Enya se aproximava e mudamos de assunto. Moisés trouxe cerveja para nós, enquanto o garçom trazia carne assada e salada de legumes com frutas. Brindamos. Suzane se aproximou, alegou precisar ir embora e Edmundo lamentou, mas não insistiu que ela ficasse. Com a saída dela o clima ficou mais ameno, embora eu não me incomodasse mais com a sua presença. O dia foi maravilhoso! E a tarde já caía quando nos despedimos de todos, agradecendo a hospitalidade e seguimos de volta para a capital.

   — Quer mesmo ir embora? – ela me indagou.

   — Não é o caso, mas...

   — Fique hoje aqui em casa, como minha namorada...

Eu não resisti e coloquei o carro na garagem do prédio. Adentrei o apartamento de Enya e cumprimentei Enzo e Edson que conversavam animadamente. Enya abraçou os amigos, pediu licença e seguimos para o seu quarto. Depois de um banho demorado e de jantarmos, seguimos de volta para o quarto, deixando Edson e Enzo ainda a conversar na sala.

   — Edson seguirá para a Itália amanhã cedo, - disse Enya quando adentramos o quarto e nos deitamos na cama, onde ela me beijou demoradamente nos lábios depois de finalizar a frase.

   — E por quê? – eu indaguei, mas logo em seguida me desculpei pela invasão.

   — Não precisa se desculpar meu amor. Edson assim como eu e você, descobriu que está apaixonado por Enzo. Então, depois desses três meses que está aqui, decidiu seguir seu coração e viaja para esclarecer o fim de seu noivado com George.

   — Muito bacana da parte dele, não é verdade?

   — Sim. Eu estou feliz por eles...

Depois que ela disse isso, aconchegou-se a mim e proferiu:

   — E por nós meu amor... muito feliz por nós...

Eu tomei seu rosto em minhas mãos e a beijei com loucura, mordendo vagarosamente seus lábios. E nos amamos com carinho mesclado de desespero.

   — Quero que seja somente minha... – Enya disse isso me beijando.

   — Eu sou somente sua desde dia em que lhe vi na praia e constatei isso na primeira noite que nos amamos...

Ela sorriu. Aconchegou-se novamente a mim e adormecemos depois de fazermos amor, até quase de madrugada. A manhã nascia radiante. Meu corpo ao lado do de Enya nu, acariciei seu rosto e beijei-lhe suavemente.

   — Minha namorada linda, - eu disse quando ela abriu os olhos enlaçando seus braços em torno do meu pescoço. Peguei meu celular e fiz uma ligação sobre o olhar curioso dela.

   — Vard... sim sou eu Ingrid. Como vai velho amigo?

   — Estou caminhando, você sabe como são os velhos... ou talvez ainda não saiba... – rimos da colocação que ele fez e eu disse:

   — De hoje em diante não dê meu contato para mais ninguém... estou encerrando a minha jornada.

   — O que está me dizendo?! – ele indagou enchendo meu ouvido com uma risada sonora. — Não me diga que vai aposentar a chuteira? Ou está apaixonada, minha cara Ingrid Maralha? Eu não posso acreditar nisso, - e ele riu novamente.

   — Sim. Estou perdidamente apaixonada Vard e desejo que você a conheça em breve, ela é maravilhosa! Era isso meu amigo, tire meu nome da lista das garotas favoritas, está bem?

Ele disse que sim e nos despedimos.

   — Aiii Ingrid meu amor, agora sim, você é somente minha garota favorita... eu te amo meu amor.

   — Venha cá... – abri meus braços e ela se aninhou neles e meu coração fez ninho no amor dela.

Eu era dela e sentia que ela era minha, namorada... amante... parceira... nós seríamos felizes eu sabia disso. Ficamos ali abraçadas por um longo tempo. E depois fomos tomar banho. O desjejum estava delicioso. Enya e eu brindamos com chá e comemos entre beijos. Ela despediu-se de mim e seguiu para a loja, eu segui para casa. O silêncio da minha casa foi preenchido por um jazz e eu me deitei no sofá, me deliciando com o sentimento de paz que me dominava. Nunca tinha sentido isso. E ali deitada recordei-me de muitas mulheres que passaram na minha vida. Muitas delas havia me amado, falaram isso para mim. Cada vez que isso acontecia, eu riscava o nome delas da minha agenda e nunca mais as atendia. O amor era algo que não fazia parte dos meus planos, desde que Suzane me abandonara. Coitada. Suzane nunca imaginou que Carlos a estava usando para atenuar a sua realidade de homossexual. E descobrir isso para ela tinha sido um golpe cruel. Ela havia cedido a sua família e desistido do nosso amor. E sofri muito quando ela disse sim a Carlos no altar quando tinha dezenove anos. Depois de cinco anos de casada ela flagrou o marido com outro em sua casa, quando ele pensava que ela ainda estava viajando. Senti vontade de deixar de viver quando ela me disse que precisava se casar com ele, que sua família nunca a perdoaria se seguisse caminho a meu lado. Minha tia... nossa que saudade senti dela naquela manhã. Dona Josélia, irmã do meu pai, que quando a minha mãe morreu, alegou não conseguir criar os três filhos que tinha e os entregou para os parentes. Minha tia Josélia tinha ficado comigo, me amava. E eu nunca podia dizer para ninguém que tinha entrado no ramo de programa porque fui pobre, ou porque fui abusada, abandonada... nada disso. Eu tinha iniciado essa jornada por não acreditar mais no amor, Suzane havia quebrado em mim qualquer esperança e vontade de amar novamente. Uma brisa suave adentrou pela janela aberta e eu afastei as recordações e segui para o banheiro. A água desceu sobre meu corpo me fazendo sentir um prazer nunca sentido. Vesti-me com apuro e fui para as entrevistas que eu tinha sido convocada. O fim do dia ia chegando e dos três restaurantes que eu fui, recebi proposta de todos. Agora só me restava analisar o que era melhor e começar uma nova jornada. Liguei para Enya.

   — Ohhh meu amor que coisa maravilhosa! Ahhh, por favor, venha para cá e vamos tomar um champanhe para comemorar, ou você não quer?...

   — Claro que sim. Eu vou em casa primeiro e depois sigo para aí...

Era difícil dormir longe do calor do corpo dela. E seus beijos carregados de amor quando eu adentrei a sala, me provaram que ficaria cada dia mais difícil.

  

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 6 - Capítulo 6:
Brucourt
Brucourt

Em: 23/11/2018

Autora queridona,

Adorei esse Pov da Ingrid S2, saber um pouco mais dessa nossa protagonista S2...

São fofas juntas S2 :-D... Amei o capítulo S2...

Calmaria...E agora, será que a Suzane vai aprontar? E a Analu ?

Acho que ela não vai aceitar isso assim tão fácil....

Obrigada por nos agraciar com essa história maravilhosa.

"Abração" de urso....


Resposta do autor:

Bru queridona, boa tarde. Que alegria que dá me cada comentário em torno dessa história. KKKKK... calmaria... verdade, depois da tempestade vem a bonança ou a ambulância em alguns casos...kkkkkkkkkkkkkkk... não é mesmo? Então... mas tu acredita que Analu e Suzane, vulgo, (EMBUSTES) vão desistir? Sinto o cheiro de treta no ar, cheiro de armação... vamos aguardar.

Bru obrigada pelo carinho. Posto outro capítulo logo.

Bjs

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