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A garota favorita por leoniramirez

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Palavras: 4036
Acessos: 1881   |  Postado em: 22/11/2018

Capítulo 5

 

Rompendo um compromisso

Acordei meio variada, eu acho. Olhei pela janela do meu quarto e vi que o sol estava alto no horizonte, peguei meu celular e olhei as horas, eram quase dez horas. Eu sempre acordava cedo, não importava a hora que eu fosse dormir, mas naquele dia eu estava exausta, tinha chegado de madrugada em casa e o sono tinha me vencido. Meu celular estava lotado de mensagens, a maioria de Analu. Em umas ela me xingava de filha da puta, maldita, traidora e noutras, ela pedia para eu ir lhe ver, queria fazer amor comigo, dizia que me amava. Eu não respondi nenhuma. Haviam dois meses que não nos víamos desde nosso último encontro. Vi que tinha também de Ingrid, ela me dava bom dia e dizia que tinha adorado a noite... Havíamos saído novamente, depois daquele fim de noite maravilhoso em que tínhamos feito amor pela primeira vez, saímos com frequência. Eu sorri. Eu também tinha adorado e respondi isso para ela. Tomei banho e desci a escada que levava ao andar inferior do meu apartamento, Enzo estava tomando café.

   — Bom dia querido, perdoe-me pela indelicadeza, acordei a pouco...

   — Prima pare com isso, não vejo indelicadeza alguma. Sente-se aqui e me conte como foi a noite... – ele disse isso e riu alto, eu também. — Parece que estão cada dia mais juntas ou estou enganado?!

   — Não está... eu acho que não. Confesso que isso tem me preocupado... mas, deixemos isso de lado, por enquanto...

   — Bom diaa! Também quero saber sobre mais essa noite Eny, pelo jeito foi maravilhosa!!!

Edson disse isso me beijando suavemente no rosto e depois, talvez eu estivesse enganada, mas por alguns segundos eu vi um olhar diferente entre ele e meu primo, mas não falei nada. Eu não sei ao certo, acho que vi. O café estava melhor do que outros dias ou eu estava com o humor melhor. Terminamos a refeição matinal e Enzo pediu licença, alegando que precisava sair. Edson e eu seguimos para a biblioteca.

   — Pode me contar tudoooo Eny... – ele disse sentando-se ao meu lado.

   — Bicha... eu não sei como falar...

   — O quê?! Você não sabe como falar? Comigo?! Não sabe como me contar que tem trans*do com a garota? E que está gostando disso? – ele riu alto me deixando desconcertada.

   — Bem... tem acontecido... e foi, tendo sido... meu Deus, Bicha, tem sido maravilhoso!!! Ingrid é encantadora, carinhosa, suave... intensa...

   — Minha nossa senhora das bichas... eu estou vendo brilho nos seus olhos?! Ou estou enganado? Eny você... está apaixonada por essa garota? Meu Deus do céu... eu sabia que isso ia dar merd*...

   — Eiiii... pare com isso Bichaaaa... eu não estou apaixonada, não. Nós estamos trans*ndo, fazendo amor...

   — Fazendo amorrr?! Ahh minha nossa!!! Eu sabia que esse brilho era de quem se meteu numa enrascada, você saiu do caldeirão direto para o fogo, foi isso?! Eny... essa garota vive de programa... você está lascada demais...

   — Bicha, pelo amor de Deus, pare de falar bobagens, nós apenas trans*mos, quero dizer, estamos trans*ndo... Afinal, eu estou pagando bem, então não tem nada de mal nisso. Aiii desculpa-me, não foi isso que eu quis dizer...

   — Você disse que era apenas faz de conta, lembra-se? Que não queria trans*r com ela, que não queria beijá-la e nem nada de intimidade... e agora transou, está trans*ndo direto e ainda está com esse brilho no olhar? Minha amiga, você quer enganar a quem?! Essa bicha aqui que não é...

Edson gargalhou e eu fiquei ainda mais desconcertada. Eu não sabia o que dizer e mudei o rumo da conversa.

   — E você com Enzo?!...

   — O quê?! Enzo? O que tem ele?

Então fui eu quem gargalhou, havia pegado meu amigo em deslize e ele arregalou os olhos. Depois desconversou.

   — Pare de desconversar Bicha, eu vi o seu olhar lânguido em direção a ele, e obviamente o dele na sua direção... e vi brilho no seu olhar... – eu ia falando e rindo com o desconcerto que Edson ia ficando. — Quer me enganar?!

   — Está bem... é impossível esconder as coisas de você. Eu e Enzo estamos... bem... nós ficamos outro dia... ai meu Deus, Eny, estou tão bagunçado... estou apaixonado por Enzo. E agora não sei o que fazer com George, que graças a Deus não vem agora.

Eu abria e fechava a boca ao mesmo instante. Estava estupefata com a notícia. Edson estava noivo e agora estava apaixonado pelo meu primo. Eu não sabia o que dizer diante aquela bomba soltada ali e levantei-me indo até a cozinha. Peguei duas garrafinhas de cerveja e voltei, apesar de ainda ser cedo para beber, mas eu precisava diante tudo aquilo que Edson me contava.

   — Tome, eu acho que você também precisa.

Ele agradeceu. E sorveu um grande gole, eu também, voltando a me sentar ao seu lado e cruzando as pernas em cima do sofá imenso que havia ali.

   — Como foi que isso aconteceu? Eu quero saber tudooo... tudo mesmo...

   — Ficamos algum tempo juntos, conversamos muito, ele é maravilhoso! E com o passar dos dias, você ausente, mas não a culpo, nunca, não é isso. Nós fomos criando mais intimidade e um dia nos beijamos, depois de algumas taças de vinho. Aiii Eny... eu estou enrolado, só não mais do que você, eu acho. E depois de alguns dias, fizemos amor e foi realmente o céu!!!

   — E ele o que acha disso tudo? Enzo é um cara maravilhoso e com certeza deve estar incomodado de você ser noivo, não é dele esse tipo de relacionamento.

   — Ele disse que tenho o tempo que eu precisar para me decidir, até lá vamos evitar qualquer contato, aiii ele é muito puritano. Não é isso que eu quis dizer, eu sei que não está certo o que estávamos fazendo, afinal eu sou noivo e não posso agir assim.

   — Você ama o Enzo ou o George? É simples. Decida a sua vida e não banque a Analu...

Edson ficou calado. Seus olhos divagavam pela janela observando a ledice do dia, ou talvez não, estava somente absorto em sua confusão. Eu fiquei calada, respeitando o seu mutismo. Ele sorveu o restante de cerveja que tinha na garrafa e pegou o celular. Ligou para George ali mesmo e disse:

   — Eu vou essa semana, sim... precisamos conversar.

Imaginei o que George disse do outro lado da linha quando Edson disse:

   — Não, não aconteceu nada demais, apenas precisamos acertar algumas coisas sobre o apartamento e aproveito para lhe ver.

Eu esperei ele desligar o celular. Edson me chamou para a varanda. O calor ali na biblioteca já dava seus sinais. Passei pela cozinha e peguei mais duas cervejas, iríamos precisar. A brisa suave bafejou sobre nós e um prazer imenso me acometeu. Abri a garrafa de cerveja e entreguei para Edson, em seguida abri a minha e sentei-me de frente com ele. Sorvemos um gole em silêncio.

   — Eu decidi, vou para Itália segunda-feira e vou terminar com George. Eu não posso me casar com ele... estou apaixonado por Enzo, Eny. Eu sei que tudo isso parece uma loucura, sim. Eu conheço George há cinco anos, estamos noivos, mas nunca senti por ele, o que sinto por Enzo e não é justo protelar essa situação por mais tempo. Eu não consigo. E ficar sem Enzo é doloroso demais.

Eu bati palmas. Estava extasiada com a posição de Edson, era amor o que eu via nos olhos dele e estava feliz por ele e por Enzo.

   — Sou sua fã Bicha, você está certo, se ama Enzo deve seguir com ele. George encontrará outra pessoa também e será feliz.

Ficamos mais algum tempo conversando e quando Enzo voltou eu pedi licença e deixei os dois sozinhos. Deitei um pouco, precisava dormir. Acordei quando o almoço já ia ser servido. Edson sentou-se ao meu lado e Enzo em frente e almoçamos felizes. O sábado estava terminando. O sol ia se despedindo do universo deixando-o colorido de um escarlate maravilhoso! Eu seguia para o banheiro quando meu celular tocou. Voltei da porta para atender com o coração acelerado.

   — Oi Analu...

 — Eu preciso lhe ver Enya, por favor, precisamos conversar... eu te amo, não posso mais ficar sem você... eu não posso admitir ver você com essa garota... por favor, meu amor, volta pra mim...

   — Eu não tenho mais nada para conversar com você...

   — Por favor, princesa... não faça assim, eu sei que você me ama, eu sei que essa caminhoneira não mexe com você como eu... pare de birra, eu vou para o hotel e te espero...

   — Eu não vou. Era somente isso? Com licença, mas preciso desligar, tenho compromisso.

   — É com ela? Enya eu não admito que você termine assim...

   — Sim. É com ela.

Eu disse isso e desliguei. Estava decepcionada, achei que fosse Ingrid ao telefone. Ela não me ligava, esperava sempre que eu a procurasse e estava a minha disposição, mas eu estava decepcionada e segui para o banheiro novamente quando meu celular tocou mais uma vez.

   — Oii... – era ela, Ingrid pela primeira vez me ligava e eu estava com o coração acelerado.

   — Tudo bem? Eu não sei se tem compromisso hoje, é que tem um aniversário de um amigo e pensei que sei lá... se você quisesse ir, talvez...

   — Eu quero sim. Onde nos encontramos?

   — Eu posso lhe buscar em casa? Lá é uma chácara, fica em Arraial do Cabo, então, se não se importar poderemos dormir lá.

   — Claro, eu vou adorar. Vou tomar banho e fazer uma maleta. Estarei pronta em uma hora, envio para você a localização pelo whast, está bem?

   — Sim. Sou pontual... – ela disse isso sorrindo e desligou.

Meu coração portava uma alegria intensa. E meu corpo estremeceu de prazer quando a água morna desceu sobre ele. Terminei o banho. Abri o guará-roupa, peguei o celular e liguei para Ingrid, queria saber como seria o traje. Peguei um vestido verde-mar, justo ao corpo e decotado nas costas. Deixei os cabelos soltos, eu já tinha percebido que Ingrid adorava isso. Então, calcei uma sandália com salto mediano, depois que ela me disse que era tudo muito simples, e que com certeza, pela madrugada muitos dos convidados se deleitariam no banho de piscina, que eu levasse roupa apropriada para isso. Fiz a maleta com tudo o que eu iria precisar e aguardei a chegada dela na sala.

   — Bicha... eu vou sair com Ingrid, vamos numa festa em Arraial do Cabo, não volto hoje.

   — Sério?! Meu Deus Eny... somente você não quer ver que está apaixonada por essa garota...

   — Bicha, por favor, eu não quero falar sobre isso e no mais, eu acho que você está vendo coisas... talvez porque esteja apaixonado por Enzo. – nesse instante Enzo chegou a sala e rindo indagou:

   — É verdade isso, meu amor? – e beijou suavemente o pescoço de Edson que pareceu se derreter feito gelo na água quente. Edson levantou-se do sofá e o beijou nos lábios dizendo:

   — Desde que lhe vi a primeira vez aqui mesmo...

   — Bem... vou deixar o casalsinho em plena felicidade e vou sair com Ingrid, que já deve está chegando.

A campainha soou e Maria abriu a porta.

   — Entre, por favor, Enya está lhe esperando.

O olhar de Ingrid me cobriu e meus lábios se abriram num sorriso. Ela cumprimentou Edson. E eu a apresentei a Enzo e depois segui com ela. O carro que Ingrid dirigia era uma camionete e ela abriu a porta para eu entrar. Depois seguiu para o banco do motorista, ligou o carro e uma música suave na voz de Whitney Houston encheu o ar.

   — Essa música é maravilhosa!!! E o filme também, mas acho que não gostei do final...

   — Você tem razão, essa música é linda! Mas, porque não gostou do final?...

   — Eles se apaixonaram e não ficaram juntos, eu acho que foi isso que eu não gostei.

   — Você se apaixonou por Analu e não estão juntas... não gosta disso também, não é?

Eu fiquei em silêncio. Como dizer a ela que não amava mais Analu? Ingrid mudou de assunto. A nossa chegada à chácara foi festejada com alegria. Edmundo o amigo de Ingrid era um homem muito bonito. Alto, cabelo negro e amarrado para trás. Seus olhos azuis lembravam a imensidão do mar em dias calmos e seu sorriso era largo e acolhedor quando segurou minha mão com delicadeza beijando-a como um verdadeiro cavalheiro.

   — Sua presença nessa casa muito me honra.

Depois disso tomou Ingrid num abraço demorado e falou ao seu ouvido:

   — Você tem razão...

Ela sorriu e deu um tapinha nas costas dele. Logo em seguida veio Moisés, um negro de olhar felino, careca, de porte elegante e de um corpo escultural. Sua fala mansa e delicada foi dirigida a Ingrid que o abraçou e o beijou no rosto sorridente, falando da sua saudade. Então me apresentou a ele, que era esposo de Edmundo. A chácara era simplesmente maravilhosa! As mesas espalhavam-se por uma grande área de pedra, tendo grama entre elas. Um jardim aparecia no final enfeitado por rosas vermelhas, onde o orvalho da noite refletia cores pela luz do sol que as cobram. Uma piscina imensa abrigava parte do espaço, cercado por pedras. Edmundo nos encaminhou para uma mesa e o garçom veio logo em seguida com bebidas. Ingrid pegou duas tulipas e me entregou uma, agradecendo. Logo depois veio outro com um pratinho de prata com carnes e outro com massas, ela agradeceu e comemos, depois de um brinde.

   — A essa noite!

   — A essa noite! – senti medo que ela percebesse a euforia que me assolava e mudei meu olhar admirando a beleza do espaço e de toda a decoração. — Tudo muito lindo mesmo, não é verdade?

   — Sim. E espero que goste da festa. Caso, isso não aconteça, nós poderemos segui de volta...

   — Eu estou adorando desde já.

A música que ouvíamos no carro foi a primeira que passou, depois que Edmundo agradeceu a presença de todos.

   — Dança comigo? – ela indagou. Eu levantei ao mesmo tempo em que ela e seguimos para o espaço destinado a dança. Seus braços me enlaçaram e eu me acheguei ao seu corpo antes que ela me comprimisse. Seu cheiro adentrou meu nariz e seu perfume amadeirado me fez sentir um prazer imenso quando me recordei da nossa noite de amor, ou de sex* somente, eu não sabia ao certo como ela definiria o que acontecia entre nós.

   — Eu queria lhe responder a pergunta que me fez no carro... – eu sussurrei em seu ouvido e confesso que pensei que ela não lembrasse mais.

   — Você sofre por não está com ela? – foi a indagação de Ingrid após eu falar que responderia a sua pergunta proferida anteriormente.

   — Não. Sofri muito, mas hoje não sofro mais... não a amo mais...

Ela me apertou em seus braços delicadamente, demonstrando que havia entendido, enquanto seus dedos macios corriam lentamente pelo meu cabelo os acariciando. Nossos corpos falavam mesmo estando nossas bocas emudecidas. Meus seios davam sinais de desejo ali comprimidos sobre os dela e eu sentia que eles iam ficando túrgidos. Seus lábios resvalaram sobre meu pescoço e eu senti arrepios.

   — Adoro o seu cheiro... seu perfume...

A música acabou. Ela me liberou manhosamente de seu corpo, quando outra música começou, era um jazz maravilhoso na voz de Diana Krall. Eu enlacei seu pescoço e dançamos. Percebi que o olhar de uma mulher nos cobria de maneira estranha, mas não indaguei nada. A música cessou e voltamos para a mesa quando a mulher que eu havia observado nos cercou educadamente.

   — Ingrid... que prazer vê-la, quanto tempo. Como vai?

   — Olá Suzane, estou bem e você? Sim, muito tempo. Essa é Enya... minha...

   — Namorada, - eu disse isso e estendi a mão para a mulher que devorava Ingrid com o olhar como se fosse uma loba faminta.

   — Sim, minha namorada. – Ingrid reafirmou e sorriu para mim. A mulher disse muito prazer e saiu demonstrando claramente a sua insatisfação. Nós nos sentamos e Ingrid pegou mais dois chopes.

   — Uma ex?! Eu achei que ela ia lhe despir ali mesmo... desculpa ter me apresentado assim como sua namorada, mas isso faz parte do pacote, não é mesmo?

   — Sim. Faz parte do pacote, mas não precisa se desculpar por isso, afinal você paga em dobro...

Eu senti raiva de mim naquele momento.

   — Desculpa-me eu não quis dizer isso... eu...

   — Não precisa pedir desculpa. Um brinde!

O olhar de Ingrid parecia ter mudado e o brilho que eu vira antes parecia ter sumido como por encanto. E eu senti ainda mais raiva de mim.

   — Ingrid eu vou ao banheiro, com licença.

Eu segui. E logo em seguida vi Suzane adentrar o espaço onde eu retocava o batom.

   — Está pagando muito caro pelos serviços dela?

   — O quê? Desculpa-me, mas eu não entendi.

   — Ora...ora não me diga que ela não está lhe cobrando? Então Ingrid está mesmo namorando?! Essa é mesmo uma notícia esplendorosa!!! – a voz de Suzane era carregada de ironia.

Nesse momento Ingrid adentrou o espaço.

   — Eu acho que devia fazer essa pergunta a mim, não é mesmo Suzane? E quanto ao namoro, talvez ainda não tenha entendido, quando Enya se apresentou.

O brilho no olhar de Ingrid havia retornado e eu senti meu coração acelerado.

   — Meu amor, venha, não vale a pena discutir isso, deixemos que o tempo mostre a Suzane o que ela desejar ver...

E segurando a mão de Ingrid saímos do banheiro, deixando Suzane visivelmente consternada.

   — Porque foi até lá? – eu indaguei quando voltamos a nos sentar.

   — Eu sabia que ela seria desagradável, faz isso sempre quando me ver com alguém.

   — Já trouxe alguém aqui? Digo...

   — Não. Vamos dançar? Ou está cansada? Deixemos esse assunto para outro dia, pode ser?

   — Sim. – eu respondi e segui com ela novamente para o salão e nossos corpos voltaram a conversar. A noite estava extasiante. Edmundo e Moisés vez ou outra vinham sentar-se conosco e a conversa era divertida e ríamos muito. Ingrid segurava minha mão vez ou outra e eu sentia meu coração dançar de euforia cada vez que ela fazia isso, e acho que o coração de Suzane também acelerava, mas de raiva. Suzane era uma mulher belíssima. Seu corpo esguio, continha formas perfeitas dentro de um vestido de linho colado ao corpo, com uma abertura enorme atrás que denunciava a qualquer momento deixar de fora aquelas nádegas voluptuosas e, minha nossa! Era linda! Seus cabelos negros encaracolados desciam pelas costas, ora tampavam parte dos seios que eram vislumbrados no decote em v que tinha o vestido. Eu me sentia um patinho feio diante aquele cisne que exalava sensualidade, mas me regozijei de ter Ingrid comigo, imaginando que talvez Suzane pagasse o dobro para está com ela. Tudo isso era muito estanho e difícil para mim, porque agora eu começava a perceber que estava enciumada. Estava com Ingrid mais de três meses e nem sequer tinha ido à exposição de Marília que havia acontecido à noite anterior. Era como se tudo isso tivesse ficado sem sentido, fazer ciúmes em Analu, já não era mais o meu propósito de está com Ingrid. E nem ao menos falamos da exposição, Ingrid também parecia ter perdido o interesse de comparecer. Tudo o que representava Analu ia ficando sem importância para mim. E eu não sabia como lidar com tudo o que estava acontecendo e temia encerrar o contrato, porque não queria me afastar de Ingrid, mas temia continuar com aquilo. Edmundo pediu licença e saiu com Ingrid, deixando Moisés a me fazer companhia junto com duas mulheres que haviam se juntado a nós, tornando a conversa ainda mais animada. Depois de algum tempo de conversa eu pedi licença e segui para o banheiro. Olhava-me no espelho, estava sentindo-me extasiada com tudo aquilo, sentindo-me realmente a namorada de Ingrid e sorri para mim diante o espelho, quando Suzane apareceu. Seu riso irônico me desconcertou e eu franzi o cenho. Ia saindo quando ela segurou meu braço.

   — Minha querida... não cante vitória antes do fim da batalha. Enya? É esse o seu nome mesmo? Desculpa-me, não sou muito boa com nomes... – e ela riu com descaso. — Ingrid nunca amará outra mulher que não seja eu, ou ela não lhe falou sobre mim? Ah mas que indelicadeza da parte dela. Mas, eu não vou tirar dela esse deleite. O meu dever é lhe avisar que Ingrid somente está com você, porque está pagando, assim com todas as outras fizeram. E eu juro que sua encenação foi quase perfeita quando afirmou ser a sua namorada, - ela gargalhou e eu senti meu corpo fremir de raiva. Seus olhos grandes e esverdeados me cobriam por inteira com desdém, quando ela continuou:

   — Talvez, fosse mais seguro para você sair disso, antes que se machuque muito. E afirmo que se apaixonar por Ingrid não é uma coisa muito sensata. Ela é uma garota de programa, serve a quem paga melhor...

   — Mas, pelo que me parece, não serve à você, não é mesmo?! E eu acho até que não lhe servirá, ainda mesmo que pague o dobro do que eu estou pagando. Ou não estaria tão despeitada desse jeito! – eu saí do torpor que a presença dela havia me emergido e ri, o que a fez corar de raiva. — E se me dá licença... Ingrid deve está a minha procura...

Eu fui até a porta e voltei. — Ah Suzane?!... Não é mesmo o seu nome? Diferente de você eu sou boa com nomes e feições também. Somente mais uma coisa, eu discordo de você, a batalha para você já acabou, e eu acho que há muito tempo... – eu gargalhei e saí.

Voltei para a mesa. Minha altivez tinha voltado. Sorri quando sentei-me ao lado de Natacha a amiga Ingrid que demonstrava imensa alegria com a minha presença e vi quando Suzane retornou do banheiro com a feição carregada. Seu olhar em direção a mim foi percebido por Natacha que rindo sussurrou em meu ouvido.

   — Não se deixe amedrontar pela beleza externa. Ingrid é sua...

   — Porque diz isso? – eu indaguei carregada de curiosidade.

   — Eu conheço Ingrid alguns anos... – o olhar dela amainou o brilho e tive a sensação que ela voltava ao passado quando continuou o seu relato.

   — Eu estava amargurada, tinha vivido um casamento de quinze anos, um dia descobri a traição do meu marido, com um homem, o que para mim foi um choque. Então fui a uma boate, Ingrid era garçonete. – ela sorriu e o brilho no seu olhar retornou. — Percebi de imediato que Ingrid era lésbica e... bem... não sei se ela lhe contou isso. Mas, não vou me adentrar em detalhes, o que quero lhe dizer é que Ingrid nunca me cobriu com esse olhar de deleite, mesmo tendo sido minha garota por muito tempo. Enya, não tenha medo, o amor é o mais importante de tudo, acredite nisso.

Ela silenciou. Natacha era linda! Uma mulher que aparentava mais ou menos quarenta anos, elegante e de fala mansa. Seu sorriso se abriu feito rosa quando Vera retornou, beijando seus lábios com carinho. Eram casadas e felizes. E eu estava também feliz. Estava apaixonada, não podia mais esconder isso, pelo menos, não de mim.

 

 

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 5 - Capítulo 5:
Brucourt
Brucourt

Em: 22/11/2018

E para alegria geral :-D... Mais um capítulo  dessa história maravilhosa S2 :-D

Muitíssima contente com a atitude da Enya em relação à Analu. Isso aí, apoio total heuheu...

E essa embuste  (vulgo Suzane ) que não sabe perder?, af.. af..af...

Pelo que vejo, Ingrid também tem sentimentos em relação à Enya, aaahh, maravilha :-D :-D. Então Enya, valoriza aí "maninha" hehe

Analu que não vai gostar( já não está gostando) né? Mas como diz aquela música da Simone e Samaria: " amor profundo foi o meu, você não deu valor e agora perdeu"... 

Parabéns autora, e continue nos presenteando com sua maravilhosa escrita.

Bjao...

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