Ana Clara

- O que você faz aqui? E você? Mas, o que...

As duas se olharam por longos segundos, dos pés a cabeça, até que voltaram a me encarar. Eu estava entrando em pânico, mas fiz meu máximo para não enfartar ali mesmo. Já havia respirado fundo inúmeras vezes.

- Emi mandou mensagem dizendo que queria a minha ajuda em algo... – a gringa me olhou com um ar de indiferença. Ergui a sobrancelha.

Samantha passou por mim, sentando no sofá.

Mas, a Emi iria passar o dia fora. Por que ela mandou Sam vim?

- Precisamos conversar, Ana... – olhei para a minha ex-namorada não acreditando na audácia que ela teve.

- Quem te deu esse endereço? – perguntei com uma calma que estava longe de sentir. Minha voz saia em tom de quase sussurro.  – O que você tá fazendo aqui, Tatiana?

Não queria que Sam escutasse.

- Sua mãe... – trinquei os dentes. – Eu disse a ela que vim pra gente se acertar...

Quando pensei em manda-la ir embora e nunca mais voltar, ela foi mais rápida. Respirei fundo.

A filha da mãe simplesmente entrou, sem esperar nenhum convite e sentou no sofá um pouco distante de Sam. Eu não estava acreditando que aquilo estava realmente acontecendo. Por um momento, quis sair correndo dali.

Ainda olhei para o corredor.

“Não estou preparada pra isso. O que vou fazer? E por que não quero que Samantha saiba? Mas, que merd*!”.

- O que eu faço?

 

Jaqueline

Estávamos em silencio desde que meus pais chegaram. Eles apenas me olhavam, querendo dizer algo, mas pareciam com receio. Quando me ligaram para marcar esse encontro, mil possibilidades se passaram em minha cabeça.

“Calma, Jaqueline... Nada do que eles disserem irá te machucar. Você é forte e vai passar por mais isso. Você tem uma esposa incrível, um filho maravilhoso. Tem amigos sem igual e pais postiços que tem um carinho enorme por você”.

- Filha, queríamos muito te dizer algumas coisas... – os olhos da minha mãe se encheram de lágrimas, fazendo uma enorme interrogação surgir na minha cabeça.

- Estou aqui... – franzi o cenho. – Podem me dizer qualquer coisa... Qualquer coisa.

Minhas mãos suavam e meus pés não paravam quietos.

Eles se olharam, mas logo voltaram a me encarar.

- Jaqueline, sentimos muito por todo sofrimento que te causamos, minha filha. – meu pai disse em um sopro só. – Não fomos bons pais... Não te demos o amor que você merece....

Aquilo me pegou totalmente de surpresa.

- Queremos voltar pra tua vida, minha filha... – minha mãe chorava. – Perdoa, filha, por tudo que te fizemos...

- Não queremos mais ficar longe de você, filha. – meu pai segurou minha mão que estava sobre a mesa. – Perdão, filha... Nos dê a oportunidade de fazermos diferente. Nós te amamos muito, minha filha... Queremos conhecer a moça que você mora junto, o garotinho...

Passei a mão sobre a nuca.

Os dois choravam e eu não sabia o que dizer. Não esperava por aquele dialogo, pois achei que meus pais nunca se importaram o suficiente comigo, com meu irmão. Por que agora? Eu não sabia nem o que sentir. Eles conseguiram dar um nó em minha cabeça.

- Filha, diz alguma coisa, por favor... – voltei meus olhos para a minha mãe. – Perdoa, filha... Fomos estúpidos, preconceituosos... Sei que não merecemos, mas mesmo assim estamos aqui, querendo consertar as besteiras que fizemos... Diz alguma coisa.

Respirei fundo, fechando meus olhos e quando percebi, lágrimas escorriam por meu rosto.

“Meu Deus, o que o senhor tem pra mim?”. Queria que Ele me iluminasse naquele momento.

- Eu... Eu não sei o que dizer... – passei a mão por meu rosto.  – Isso é tão inesperado...

- Só nos dê uma chance, Jaque. Uma única chance de consertarmos isso. Sabemos que não podemos apagar o passado, mas podemos fazer o presente diferente. Estamos aqui de peito aberto, filha. – eu jamais vi o meu pai daquela forma, nem quando meu irmão morreu.

Levantei da cadeira e sem ao menos lembrar de onde estávamos, joguei qualquer ressentimento e passado para longe e os abracei, sentindo como se a minha vida fosse completa novamente. Eu sentia falta dele e nem ao menos havia percebido isso. Talvez por causa das lembranças, das palavras que tive de ouvir durante a vida toda.

Meu coração os perdoou.

- Meu Deus, isso é maravilhoso... – minha mãe falou entre soluços.

Eu não conseguia emitir nenhuma única palavra, mas acredito que não era necessário, pois aquele abraço deixava claro que estávamos iniciando uma família de verdade.

 

Samantha

“Essa garota não é desconhecida. Onde eu vi esse ser...”. Olhei para a garota que não deixava de encarar Ana Clara, a mesma não havia sentado desde que chegamos.

Fazia uns vinte minutos que estávamos naquele silencio perturbador. A ruiva maluca parecia em outro mundo.

Olhei de novo para a garota que ainda não sabia o nome, mas que já havia visto. Ela entrou no elevador, me olhando por várias vezes. A garota era bonita, mas simplesmente não me despertou nenhum interesse.

Somente uma falta gigante de simpatia.

- Você não vai nos dá privacidade? – a menina me perguntou na maior cara dura. Me olhando como se eu fosse a intrusa ali. Ainda olhei para trás, para ter certeza que ela estava mesmo falando comigo. – Quero me acertar com a minha namorada.

Abri a boca em surpresa.

“Namorada?”.

De repente meu sangue esquentou.

“Essa idiota tá achando que é o quê? Sem noção”.

- Ana, precisamos conversar, meu amor... – trinquei os dentes, sentindo minha face arder. Ana Clara desviou o olhar da garota para os meus olhos.

Eu sentia um misto de raiva e ciú... Não, essa palavra não.

SHIIIIIIIIIIT!

De repente, ela andou em minha direção e sentou ao meu lado, enlaçando seu braço ao meu e o que ela disse a seguir me deu nos nervos.

- Tudo o que você tiver para dizer, pode dizer na frente da minha namorada, Tati. Lembra da menina do vídeo? – eu estava sendo usada de novo.

Ruiva filha da...

- O que? – a menina ficou de pé. Foi visível o quanto ela havia ficado possessa. Uma veia pulsava em sua testa.  Não era só o sangue dela que fervia. – Eu sei que isso é mentira, Ana Clara. Você ainda não me esqueceu... Sou a mulher da sua vida.

Se ela queria me usar, então vamos nessa. Esse jogo pode ser jogado por duas. Vamos ver quem tem mais dom para atuação, dona Ana Clara.

- Claro que esqueceu... Não seja egocêntrica ao ponto de achar que não pode ser esquecida, principalmente quando se trata da loira que lhe fala.–  dei meu sorriso mais cafajeste possível e segurei a mão de Ana a fazendo ficar de pé. – Não perde seu tempo aqui, pois essa ruiva maravilhosa aqui agora tem dona. Vou te dá a chance de não passar essa vergonha.

Sorri vendo a menina trincar os dentes e fechar os punhos. Apertei com extrema força a mão de Ana, que fez uma careta, mas não emitiu nenhum som. Ela iria me pagar por estar me usando daquela forma. Brincando com os... Mas, que merd* eu estou dizendo.

- Ana Clara é minha, sua garota que fala esquisito. MINHA! – a voz irritante me trouxe de volta dos meus devaneios.

- Sua? SUA? – Ana gritou, me dando um baita susto. Ela não soltou a minha mão. – Você me traiu em todas as oportunidades que teve, Tatiana! Me fez de palhaça e eu só me entreguei a você, sua filha da puta!

- Ana, eu sei que errei várias vezes, mas eu te amo e tô pedindo uma ultima chance! – revirei meus olhos.

Ana gargalhou como se tivesse ouvido a melhor piada do mundo.

- Ama o fato de como eu era submissa a você. – meu coração acelerou e em um momento inconveniente, meu corpo reagiu aquela mulher cheia de determinação ao meu lado. – Ama as vezes que chorei na tua frente, filha da puta...

O que era aquilo? Ela falava firme sem nenhum pingo de fraqueza.

- Ama me fazer de trouxa, mas aca...

Não a deixei terminar e movida por um desejo fora do comum, puxei Ana Clara de encontro a meu corpo e a beijei e meu corpo reagiu em todos os lugares possíveis.  Minha mão se perdeu nos fios vermelhos. Ch*pei seus lábios como se fossem a minha salvação e sem querer, gemi em excitação. Tudo que fazia parte de mim gritava e reagia.

- Que merd*! – senti meu cabelo ser puxado com força e quando percebi, a maluca estava em cima do meu abdômen tentando acertar o meu rosto. – Sua puta! Como ousa tocar na minha mulher.

- Ela não é nada sua, idiota. – passei a rir, deixando a garota ainda mais furiosa. – Ela é minha agora... Não vou deixar você fazer nenhum mal a ela...

Eu nem sabia da onde estava saindo aquelas palavras.

- Eu vou acabar com você! Loira de farmácia. – e em um piscar de olhos, a garota foi jogada contra o sofá.

Consegui respirar.

- Tatiana, sai daqui... AGORA! Esse apartamento não é meu. Sai, por favor... – uau, de onde a ruiva tirou aquela força toda?

- Isso não acabou, Ana Clara. – ela ficou de pé. – Eu não vou desistir de nós... E você... – ela me apontou o dedo, enquanto eu ficava de pé. – Vai ter volta.

- Oh my God... Vou nem sair de casa, de tanto medo... – pisquei para ela. – Vaza!

- Você não perde por esperar, garota...

A tal de Tatiana olhou demoradamente para Ana Clara, que lhe devolveu o olhar. Respirei fundo, querendo esganar as duas. Passei a mão por meus cabelos, decidindo fazer um coque.

- Não vou desistir...

Ela andou até a porta, fazendo um drama digno de novela, abriu a porta e finalmente saiu.

Encarei Ana Clara.

- Você nunca mais vai me usar desse jeito, entendeu? Nunca mais vai me usar pra fazer ciuminho pra sua namorada retardada. – o tom da minha voz saiu alterada, meu coração estava batendo fora do normal. – Não tem o direito de fazer isso comigo pra se vingar da tua namorada...

- Ela não é a minha namorada. E você me agarrou, tá reclamando de quê? – iria ter um AVC a qualquer momento. Aquela garota idiota.

- É assim?

Segurei nas laterais da sua blusa com força que até rasgou, a puxei, deixando sua boca a centímetros da minha.

- O que tá fazendo?

- Brincando também...

- Me so...

Não deixei ela dizer nada, com toda raiva e ciú... Com toda a raiva que queimava em minhas veias, a beijei. Não queria que fosse delicado, então não fiz questão alguma de ser gentil. A joguei sobre o sofá, saindo da sua boca e indo direto para os seus seios e quando percebi que ela estava gostando, pois havia cravado as unhas nas minhas costas, simplesmente parei.

Fiquei de pé, arrumei minha roupa e cabelo.

- Tchau... – pisquei para ela, que ainda estava sem entender nada.

A porta se abriu e por ela, Emi e Becca passaram. Elas nos olharam por alguns segundos, olharam para a bagunça que estava a sala.

-  A Ana arruma, não é? – sorri, indo em direção a porta. – Você me paga, Emi...

Falei apenas para ela escutar e sai do apartamento com uma tranquilidade que eu não sentia, pois meu corpo e alma estavam em chamas por causa daquela ruiva idiota. Senti vontade de socar o espelho do elevador.

“Calma, Samantha. Você não vai desabar agora”. Repeti aquilo várias vezes.

Resolvi passar na casa da Jaqueline, pois não queria voltar pra casa. Minha cabeça não parava nem por um segundo. Atravessei a avenida e quase fui atropelada, ouvindo até xingamentos de uma mulher que passava de bicicleta. Aquele não estava sendo o meu dia.

- Sam, que cara é essa? Entra... – Marcela me deu passagem. Escutei algumas vozes e pareciam ser de Melissa e Camila.

Ao menos elas estavam ali.

- Quer tomar alguma coisa? Você tá pálida. – a loira estava mesmo preocupada.

- Aconteceram algumas coisas... – respirei fundo.

- Vem, as meninas estão na varanda. Vou pegar água pra você.

- Obrigada, Marcela...

 

18:00hrs.

Amanda

- Então os pais de vocês vão mesmo morar juntos e vocês duas também. – bebi um gole de chá. – Acham que não vão se matar?

Jaque gargalhou.

- Que história é essa? – Samantha se jogou ao lado de Melissa.

- Que cara é essa, gringa? – Cami perguntou.

- Não quero falar disso. Quero saber de vocês. – Sam estava estranha. – Vão morar juntas?

- Nossos pais compraram uma casa aqui no condomínio. Então vamos morar todos juntos. – Camila fez uma expressão engraçada.

- E quando que isso vai dá certo? Vocês vão se matar. Não é esquisito? Vocês são meio que irmãs. Vão morar juntas na mesma casa que seus pais e vão namorar... Cara, que louco. – me contive para não rir, pois Mel e Cami se olharam de uma forma muito divertida, parecendo refletir sobre o que Sam falou. – Cadê a Flávia?

- Ela vem depois... Estava cuidando dos irmãos. – respondi.

- Aqui Sam... – Marcela entregou um copo com água para Samantha.

- Nossa! Sua costa tá sangrando. O que aconteceu? – Camila praticamente montou em Sam para ver.

- Ai... Não toca nisso. – a loira fez um bico enorme.

- Não acredito que não vai me dizer quem te fez isso, Samantha!

- Você é muito fofoqueira mesmo. Eu não quero falar disso. – pela primeira vez vi aquela menina séria. – Por favor. Quando eu me sentir a vontade, conto.

- Nossa, parece sério mesmo. Desculpa Sam.

- Tudo bem... Mas, me digam o motivo desse encontro. Jaque, você parece feliz...

- Meus pais me procuraram. Tivemos uma longa conversa e bem, acho que agora eles e eu seremos mesmo uma família. – todas estávamos felizes por aquele importante acontecimento.

Minha sogra já havia passado mais cedo, passou horas conversando com a Jaqueline depois que ela voltou do encontro com os pais. Carolina e Henrique haviam nutrido um sentimento paternal e maternal por Jaque. Eles eram pessoas de um coração enorme e seu dinheiro nada era. Pois havia neles uma humildade que passou para as filhas.

Já se passavam das oito da noite quando saímos da casa de Jaqueline. Flávia ainda não havia entrado em contato, então decidi ir até a sua casa. Mel, Camila e Sam me acompanhavam.

- Vamos dormir em casa, Sam. Você não parece bem. – Mel passou o braço por cima dos ombros de Sam.

- Eu aceito o convite. Não quero ficar sozinha no meu quarto essa noite. – ela suspirou.

- Oi, eu estava indo pra lá... – encontramos Flávia na porta. – Desculpa amor. Somente agora consegui me desocupar.

Ela veio em minha direção e me beijou com carinho.

- Menos, tá casal? – Cami reclamou.

- Vocês tem mais é que nos aturar... – falei, abraçando minha namorada. – Amor, dorme comigo essa noite?

- Claro, amor. Vou adorar. – ganhei mais um beijo.

- Parem com isso e nos deem uma carona. Tá todo mundo a pé hoje. – Sam se colocou entre Flávia e eu. – Deixem esse fogo pra mais tarde.

- E você não esperou pelo visto. Suas costas estão parecendo que entraram em uma briga com um gato selvagem.

- Ou uma gata... De pelos ruivos. – Melissa completou.

- Vão se danar... Que coisa. – ela nos soltou e saiu resmungando. – Aquela maluca vai ver só.

- Mulher tem dom pra fazer estrago mental...

Mel comentou olhando para Cami, que revirou os olhos.

Minha namorada e eu rimos

- Nesse mundo cabe muita gente doida mesmo...

- E acho que a maioria delas são todas nossas amigas.

Gargalhamos.

- Nós ouvimos isso!

As três disseram juntas.

 

Ana Clara

- Por que essa cara? O que aconteceu?

Lívia não me deixou nem ao menos deitar na cama. Tirei minha roupa, jogando de qualquer jeito pelo quarto que suspostamente seria meu. Minha mãe e agora a minha outra mãe haviam saído para fazer algumas compras e ainda não haviam voltado.

- Aconteceu tudo que não deveria... – bufei. Olhei para a minha blusa no chão. Estava rasgada.

Lívia a pegou e em seguida me olhou assustada.

- Ana, o que foi isso?

 Passei a mão no rosto e comecei a contar para Lívia a merd* da tarde que tive. Ainda estava com muita raiva e sabia que não iria conseguir dormir direito aquela noite. Por que eu fui inventar essa história com a gringa? Aquela desgraçada conseguiu me tirar do sério. Está certo que eu usei ela, mas não foi para deixar a Tati com ciúmes. Nem eu mesma sei o porquê fiz isso.

- Nossa, a loira te pegou de jeito. – Lívia estava com uma  cara de surpresa. – Ana, você tá apaixonada pela Sam?

Apaixonada...

Respirei fundo.

Sim, estava, mas... Que droga.

- Você tá complicando o fácil, minha irmã. A loira tá caidinha por você, mas você precisa chegar nela e dizer que também tá afim.

- Eu não sei de nada, Lívia. Não quero me envolver com ninguém. Tudo que passei com a Tati é recente. – fechei meus olhos. – Não posso colocar outra pessoa na minha vida assim.

- Só não me diga que ainda ama a Tatiana. – Lívia cruzou os braços, me olhando com raiva.

- Sinceramente, eu não. Tô muito confusa, Lívia. – enterrei minha cara no travesseiro.

- Então já que é assim. Deixa o tempo passar. – ela deitou ao meu lado. – Mas se você por acaso for dá uns pegas com a loira, acho bom ir de roupa reforçada.

A palhaça riu.

- Você é uma idiota, Lívia...

- Filhas? Vamos jantar?  - minha mãe sorria.

A tempos que não a via tão serena, tão completa. Olhar para ela e sua felicidade me enchia de uma sensação boa. Eu não sabia descrever ao certo. Juliana estava fazendo um bem danado a ela.

- Vamos sim mãe... – respondemos. Lívia foi a primeira a sair.

Peguei meu celular e entrei em meu facebook e a primeira coisa que vejo é uma postagem de Samantha. Ela está em uma mesa de bar junto com mais duas meninas que eu não conhecia e havia uma legenda.

“Beber pra esquecer”. Franzi o cenho.

Essa loira safada me agarra e depois vai para o bar com essas... Essas.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

Meu Celular apitou.

“Não vou desistir de você! Não mesmo. Você será a mulher que vai ser mãe dos meus filhos”. A mensagem foi enviada para o meu whatsapp por Tatiana. De outro número, que os dela estavam todos bloqueados.

Respirei fundo.

“O que eu faço? Isso tá totalmente fora do meu controle”.

 

Fim do capítulo