Capítulo 18 - Acabou!
Micaela
- Oi, Cássia... Paloma? O que... Cássia. Deixa a Paloma falar, por favor. – ouvi Camila reclamar. Juliane baixou o volume da rádio, que tocava músicas sertanejas. – O que? Como assim? Paloma, eu não sei se devo... Tudo bem, eu vou dizer. Qualquer coisa, eu aviso. Ok...
- Camila, o que houve? – Melissa perguntou. Virei para olhar e Camila estava pálida.
Fiquei curiosa e pelo o que parecia, não era nada bom.
- Camila, pelo amor de Deus, o que aconteceu? – minha namorada perguntou.
- Eu nem sei como dizer isso... Meninas. – ela olhou para Melissa e Samantha. – Houve um acidente nessa mesma estrada e bem,... O Carlos morreu e pelo que as meninas escutaram, Angélica estava com ele, mas sobreviveu...
- O QUE? Mas, o que a Angélica fazia com ele? Qual hospital ela esta? – Melissa ficou alterada. Samantha parecia que havia ido para outro mundo.
- Amor, eu não... Não sei. Elas apenas me disseram isso. – olhei para Juliane, que pareceu ficar inquieta.
Deus, eu não sabia como me sentir em reação aquilo tudo.
- Liga o rádio, Juliane... Por favor. – Melissa pediu e Ju imediatamente atendeu ao pedido.
O clima no carro ficou extremamente esquisito. Mais de meia hora se passaram e não ouvimos absolutamente nada. Melissa ligou para Paloma, pedindo mais informações, mas sem nenhum sucesso. Samantha ficou muda, olhava somente para a janela. A impaciência de Mel era sentida por todas. Preferi ficar calada, pois simplesmente não sabia o que dizer.
- Falta pouco... – Juliane falou, depois de quase duas horas.
- Ju, sei que tá todo mundo muito cansado, mas será que tem como você ir até o metropolitano? Eu estou muito preocupada com a Angélica. Não sei se ela tem família... – Mel estava muito aflita. Sua voz parecia um pouco embargada.
- Claro... Amor, avisa as outras que vamos passar no hospital.
- Claro amor... – peguei meu celular, enviando uma mensagem para todas.
Em poucos minutos adentrávamos os portões do hospital. Chegamos a recepção e o lugar estava extremamente cheio.
- Boa noite... Queríamos informações sobre uma possível paciente. – Mel não perdeu tempo.
- Boa noite. Qual o nome, por favor... – a moça que nos atendia parecia estar muito cansada. O batom desgastado mostrava isso.
- Angélica Silva... Ela está bem? Qual o estado dela? – o nervosismo na sua voz era evidente.
- Um momento... – olhei para Camila, que segurava a mão de Mel. Sua cara não mostrava contentamento. – Ela deu entrada faz alguns minutos. Está consciente, mas fraturou o braço direito...
- Será que eu posso vê-la? Tem alguém com ela?
- Ela tá sem acompanhante e até agora nenhum parente entrou em contato. A senhorita pretende ficar com a paciente? – Mel olhou rapidamente para a namorada, que apenas baixou a cabeça.
- Sim... Eu serei a acompanhante dela esta noite. – o clima não estava nada bom.
- As outras não poderão entrar. O quarto que a senhorita Silva se encontra é o 504.
- Obrigada moça...
A morena se virou para nós, logo sustentando o olhar sobre Camila.
Rebecca
- Estou morta... – Ana Clara brincou.
Havíamos deixado Paloma e Cássia na casa de Carolina. As duas estavam impacientes, querendo saber notícias sobre Angélica. Ana iria dormir em nosso apartamento.
- Melissa ficou no hospital... – falei para Emi e Ana. Juliane havia mandado uma mensagem, dizendo inclusive que Camila estava emburrada dentro do carro e pediu para dormir em seu apartamento naquela noite.
- Como a Sam está? – olhamos para Ana. – E a Melissa, é claro...
Quis rir, mas apenas sorri.
Estávamos dentro do elevador. Minha sogra resolveu levar a namorada com sua filha para o apartamento que havia comprado. Elas ficariam lá por uns dias. Minha sogra estava muito feliz e isso nos afetava também. Tinham muito a resolver antes de morarem juntas. Era notório o quanto se amavam.
Ana Clara iria somente no dia seguinte. Emi e ela estavam se dando muito bem.
- Sozinha? – entramos em casa. Era bom estar de volta.
- Sim... E elas estão bem. Samantha teve um pequeno surto antes de tudo aconteceu, mas já esta melhor. Elas vão se recuperar desse trauma.
- Tenho certeza que vão. Sam e Mel são mulheres fortes. – concordei. - Amor, senta um pouco... Ana, você vai ficar nesse quarto. Vou te mostrar... Quer comer alguma coisa?
- Não, obrigada Emi. Só quero um bom banho e dormir. – a ruiva se alongou.
- Fica a vontade, nova irmã... – Ana gargalhou.
- Vou ficar, irmã...
Emi e Ana Clara sumiram pelo corredor com as nossas malas. Sentei, tirando os sapatos que estavam incomodando um pouco. Passei a mão por minha barriga que estava grande. Meu filho estava ali.
Sorri.
Em minha cabeça, as coisas ainda não haviam ficado claras. Parecia que aquilo tudo era um sonho. Fazer uma retrospectiva da minha vida, posso dizer que comecei a viver quando Flávia entrou em minha vida e trouxe da sua, a minha Emily. Jamais irei esquecer do momento em que nossos olhos se encontraram.
Acho que terei muitas coisas para dizer ao meu filho.
- Sei que não deveria, mas eu acho que aquele miserável teve o que merecia. Eu só queria saber o que Angélica fazia junto com ele... – Emily sentou no sofá, colocando meus pés sobre suas coxas. – Não acredito que ela voltou com aquele monstro depois de tudo que ele fez...
- Talvez tenha uma outra explicação, amor. Sei que logo teremos uma boa explicação. – eu precisava de um banho.
- Camila deve estar uma fera. – franzi o cenho.
- É um momento delicado. Mila precisa ser um pouco madura... – falei, já ficando de pé.
- Vamos tomar banho... Venha. Você precisa descansar, amor... – fomos para o quarto.
Depois de quase uma hora, Emi e eu estávamos deitadas. Ela fazia carinho em minha barriga, estava quase dormindo. Os fios negros espalhados pela cama, enquanto seus olhos brigavam para se manterem abertos.
- Dorme, meu amor... – falei baixinho, vendo-a abrir um pequeno sorriso.
- Tô tentando ficar com você... – sorri abobalhada. – Eu te amo...
- Eu te amo...
- Boa noite filhão...
Melissa
19 de julho de 2016.
00:33hrs da madrugada.
Fazia duas horas que eu estava sentada na cadeira de plástico branca, ao lado da maca que Angélica estava. A sala estava sendo ocupada por mais seis pessoas em situação semelhante a ela. O hospital estava super lotado, faltava leito e profissionais.
Acompanhantes dormiam de qualquer jeito nas cadeiras nada confortáveis. Angélica estava sedada devido a fratura. Ela chegou sentindo muita dor em seu braço e não parava de chorar, segundo a enfermeira. O seu rosto estava pálido e havia um pequeno corte na testa.
Respirei fundo.
- Responde... – olhei para o celular pela milésima vez. Fazia mais de uma hora e meia que estava enviando mensagens para Camila, mas ela não me respondia.
Ela estava uma fera.
Mas, eu precisava ficar com Angélica, saber como ela estava e o que havia acontecido. Ela poderia estar morta agora, junto com aquele desgraçado. E até onde eu sabia, ela não tinha ninguém na vida.
Não era pena e sim um sentimento de amizade que desenvolvi por ela.
- Você veio... – olhei imediatamente para a dona daquela voz, ficando de pé.
- Você tá bem? – me aproximei, a vendo sorrir.
- Um pouco quebrada, mas vou sobreviver... – ela brincou, mas eu não pude devolver, pois eu precisava saber o que ela estava fazendo com Carlos.
- Você sabe que ele morreu, não é? – ela apenas acenou em concordância. – Angélica, o que você fazia no carro com ele?
Ela me encarou por vários segundos.
- Eu achei que ele já estava fora do país depois do que ele tentou fazer com você e a Sam... – ela de repente me pareceu ir a outro mundo. – Depois que você me mandou aquela mensagem, dizendo que já iriam voltar pra Belém, decidi fazer minhas malas e voltar também... Por volta das oito e quarenta, enquanto tomava banho, ele conseguiu entrar no quarto, estava armado...
Respirei fundo.
- Quando sai do banheiro, ele estava sentado na cama. Seus olhos estavam assustadores...
- Então você achou que ia me chifrar e iria ficar por isso mesmo? Quanta ingenuidade, Angel. – a sua voz me causou calafrios. – Se veste... Antes de irmos embora, temos umas contas a acertar com aquela vagabundinha... Sei que ela tá voltando hoje pra Belém...
- Carlos, por favor. Eu vou com você, mas não faz nada com ela. Te imploro. – ele acertou um tapa em meu rosto, me levando ao chão.
- Como se atreve a pedir por aquela mulher, hein? Você me humilhou junto com ela, Angel. Não ouse defender aquela fedelha na minha frente nuca mais. Ela vai morrer pra ficar de exemplo pra nunca mais você inventar de me trair. Ela vai morrer e a culpa é toda tua... Entendeu? Agora, levanta daí e vamos.- levantei, indo me vestir. Saímos do hotel e logo estávamos na estrada.
- Pra onde vamos? – estava apavorada com o que me aguardava. Não conseguia parar de chorar. Eu não o encarava, não conseguia.
- Vamos pra Miami, meu amor. Mas antes, vamos ter nosso ultimo encontro com aquela fedelha. – fechei meus olhos e o desespero só aumentava. Foi quando eu tive a ideia.
- Eu não vou a lugar nenhum com você, seu monstro... Prefiro morrer!
- Segurei o volante, o carro fez zig-zag e de repente tudo se transformou em um clarão. Quando acordei, olhei para o lado e ele estava desacordado. Sangrava bastante... – Angélica começou a lagrimar e eu senti meu coração apertar. Sem pensar duas vezes, deitei ao seu lado e a trouxe pra mim.
- Tá tudo bem agora. Você esta livre daquele infeliz, Angélica. Pode refazer sua vida... – fechei meus olhos. – Você pode ser feliz de verdade. Ele teve o que merecia.
- Eu me arrependo tanto de ter me envolvido com ele, Melissa. A culpa foi toda minha... Eu quase estraguei a tua vida, a vida da Samantha. A vida da tua família, Mel. Eu...
- Shhhh... Já acabou, Angélica... – minhas lágrimas corriam livres.
Um misto de sentimentos se fez presente naquele momento. Não consegui dizer absolutamente mais nada. Os últimos dois dias foram muito intensos e eu não estava conseguindo administrar nada daquilo.
Não sei em que momento peguei no sono, mas acabei acordando com o despertador do celular de alguém na sala. Olhei para o relógio na parede e o mesmo marcava seis da manhã.
- Droga... – cocei meus olhos. Meu corpo todo doía bastante.
Sai sem fazer barulho do lado de Angélica, que dormia tranquilamente. Peguei o celular para ver se havia alguma mensagem da Camila, mas para a minha total decepção, não tinha nada dela. Todas as outras meninas me mandaram mensagem, havia até da minha mãe, porém ela estava me dando gelo.
- Não faz assim... – fiquei triste.
“Bom dia, Cami. Sei que está brava comigo, mas eu queria mesmo que me desse um voto de confiança”. Enviei, torcendo para ela me responder.
Decidi sair do quarto para comprar algo para comer, pois o estomago reclamava. Precisava falar com alguém do hospital para saber quando Angélica teria alta. A acompanharia até sua casa e somente assim ficar totalmente tranquila.
Parei no meio do corredor.
- Licença, senhora... – chamei a enfermeira que havia entrado no quarto. – A senhora sabe me dizer quando ela vai ter alta? – apontei para Angélica.
- O médico chega as oito. Como a paciente não sofreu nada de tão grave, provavelmente sairá antes das dez.
- Obrigada, senhora...
Voltei para o corredor, procurando as escadas e foi quando senti o celular vibrar. Imediatamente, peguei o aparelho e o desbloqueei.
Era uma mensagem de Camila.
“Como foi a noite com a sua outra? Dormiram abraçadas? Espero que esteja tranquila. Bom dia, Melissa”.
Bufei, soquei o ar e chutei o nada.
Quando dei por mim, uma senhora com andador me olhava assustada.
- Bom dia, senhora... – sorri amarelo. – Tudo bem?
- Tão nova e já tão maluca. – ela seguiu pelo corredor, balançando a cabeça em forma negativa. – Esses jovens de hoje em dia... Culpa dessas coisas tecnológicas. Estão arruinando a cabeça dessas crianças... No meu tempo não era assim...
Eu quis me enterrar.
- Olha o que você faz comigo, Camila.
19 de julho de 2016.
10:00hrs.
Paloma
- Camila, você deveria tentar entender um pouco a Melissa. – falei encarando uma expressão nada agradável, tia Juliane estava jogada na cama de Cami. Decidimos ir até a casa do titio, para tentar acalmar a fera.
O pai dela e a mãe de Mel estavam no escritório. Desde que chegamos, os dois se trancaram lá. Camila estava acabando com uma flor que tia Juliane havia pego da porta de um apartamento que passamos.
- Você deveria ouvir a Paloma, Cami. – ti Ju sentou.
- Me digam... O que achariam se as namoradas de vocês passassem a noite com a mulher que elas tivessem trans*do recentemente. Hein?
Olhei para tia Juliane.
Decidimos ficar caladas.
- Isso mesmo, vocês estariam mortas de ciúmes. Eu sei que não é o momento adequado, mas tudo o que aconteceu com a Melissa e com a Sam é culpa daquela mulher. Ela sabia que tinha um marido perigoso e mesmo assim ficou atrás da Melissa. Agora, ela tá toda machucada. ELA QUASE MORREU!!!
Um soluço saiu da garganta de Cami, que jogou um porta retrato longe.
- Camila, o que foi isso? – meu tio entrou no quarto, olhando assustado.
- Desculpa pai... Eu derrubei o porta retrato. – titio olhou para o objeto do outro lado do quarto e ergueu a sobrancelha.
- Sei... – obviamente ele não comprou aquela desculpa. – Venha até a sala. Precisamos falar com você...
- Nós já vamos. – tia Ju e eu ficamos de pé.
- Não, venham conosco. É assunto de família. – ele sorriu, saindo do quarto.
- Se ele insiste... – Juliane sorriu, doida para saber do que se tratava.
Saímos do quarto de Camila e quando chegamos a sala, Melissa estava sentada no sofá e quando viu Camila, imediatamente ficou de pé. Minha prima a olhou como uma frieza fora do comum.
- Sentem, por favor... – Sofia pediu.
- Queriamos informar, meninas, que vamos vender nossas casas e comprar algo no mesmo condomínio em que Carolina mora. – abri a boca levemente. – Vamos morar todos juntos. Já vimos a casa, os apartamentos estão praticamente vendidos. Amanhã a tarde iremos até lá e mostrar tudo pra vocês.
- Vocês fizeram tudo sem nos consultar primeiro? – Camila questionou visivelmente chateada. – Não que eu seja contra vocês formarem uma família, mas acho que deveriam ter nos consultado primeiro.
- Mãe, eu concordo com a Cami... – minha prima lançou um olhar mortal para a namorada. – Camila... – Mel se corrigiu. – Deveriam ter nos incluído em tudo.
- Filha, achamos que iriam gostar da surpresa. Você e a Camila estão juntas. – uma nova troca de olhares. Aquilo estava parecendo disputa de quem estava com mais raiva. – Pensei que iriam adorar...
- Tudo bem mãe, sei que fizeram com as melhores das intenções. Vou adorar morar próximo das outras meninas.
- Assim que gosto... – meu tio abraçou Mel, que ficou sem jeito. – Amanhã, as quatro, quero vocês aqui. Vamos todos juntos...
- Claro pai... – Cami sorriu forçado.
Os dois deixaram a sala.
O clima pesou mais ainda.
- E então, Mel. O que aconteceu com a Angélica? – não aguentava mais de curiosidade e fui fuzilada por Camila.
- Ele tinha sequestrado ela... – fiquei surpresa. – Carlos iria levar ela pra fora do país e...
A cada palavra de Melissa, eu me enchia de raiva e desprezo por aquele homem. Ela nos contou absolutamente tudo o que Angélica lhe disse. Camila havia mudado sua expressão, dando lugar a uma visível preocupação.
- Aquele desgraçado... – Juliane socou o sofá. – Aiiiii...
A tonta bateu a mão.
- Ele vinha atrás de você, Mel? – Camila olhava fixamente para Melissa.
- Sim, ele viria me matar, Cami...
- Então, ela... – Cami respirou fundo. – Ela te salvou dele...
Tia Ju e eu nos olhamos, levantei a pegando pelo braço.
- Não, eu quero ver o que vai acontecer... – ela relutou.
- Que mané quer ver... Deixa de ser fofoqueira e vamos embora...
Arrastei ela até a porta.
Camila
Foi como se eu tivesse sido atingida por um choque de realidade. Olhei para a mulher a minha frente, me olhando com uma doçura que beirava a inocência. Foi quando me senti ridícula em estar perdendo tempo com ciúmes ao invés de estar a amando naquele exato momento.
Como eu era idiota.
A mulher que eu amo quase morreu e eu estava fazendo tudo errado. Eu deveria ter ficado com ela no hospital. Deveria ter dado meu apoio e não ter vindo embora e lhe ignorado a noite toda.
Mil vezes burra, Camila.
Querendo ou não, mas Angélica correu o risco de ter morrido naquele acidente só para que aquele infeliz não tocasse em Melissa. Ela a salvou dos planos diabólicos que aquele canalha estava planejando.
E eu devia a ela agora.
Me aproximei dela, tocando de leve a sua face. Seus olhos não desviavam dos meus nem por uma segundo. Havia uma conexão entre eles que estava além da minha compreensão.
- Melissa, me perdoa... – respirei fundo. – Eu fiz tudo errado. Deixei meus ciúmes falarem mais alto... Eu deveria ter colocado o que sinto por você acima disso tudo. Me perdoa por ser essa pessoa tão cabeça dura... Eu não quero passar nenhum segundo a mais brigada contigo. Por favor, me perdoa...
Ela sorriu e meu Deus, meu coração quase parou.
- Eu te amo exatamente do jeito que você é, Camila. – ela me abraçou pelo meio da cintura, me fazendo grudar em seu corpo. Sua boca encostou em minha orelha. – Você me enlouquece justamente por ser essa mulher marrenta. Eu amo cada pedaço teu... Não quero que mude em nada...
Fiquei arrepiada, fechei meus olhos e todas as partes do meu corpo reagiram aquela voz sussurrada na orelha.
- Você me deixa louca, Melissa... – minhas unhas cravaram em sua costa. – Eu te amo, eu te amo... Você é minha...
- Só tua, Camila... – ficou difícil respirar.
- Sim, acho que já podem ir pro quarto... – imediatamente nos separamos e olhamos para a porta.
Paloma colocou a mão sobre o rosto, balançando a cabeça em negativo, enquanto minha tia estava com as mãos na cintura.
Melissa gargalhou.
- Eu tentei levar ela... – Paloma revirou os olhos.
- Mandem ver! – a tia mais doida do mundo fez um sinal com os quadris, me fazendo rir também.
- Vem amor. Vamos mandar ver...
Melissa segurou minha mão e sorriu.
- Vem?
Me deixei levar pelo corredor indo para o meu quarto.
- Quero cada pedacinho seu...
Ela me olhou somente como Melissa olhava e o meu corpo inteiro se encheu de excitação.
Jaqueline
Me sentia um pouco nervosa e como consequência, os meus dedos não paravam quietos. Há dias que aquele encontro me tirava o sossego. Marcela tentava me acalmar, mandando mensagens de encorajamento, mas não estava funcionando.
Os últimos acontecimentos com Mel e Sam só me deixavam com os ânimos ainda mais a flor da pele. Recordar do meu irmão foi instantâneo. Ele estava vivo em minhas memorias e eu tentava a todo custo expulsar aquela sombra de raiva que as vezes teimava em querer se apossar do amor que eu tinha por ele.
Respirei fundo.
O restaurante estava sossegado, pois ainda era cedo para o horário de almoço. Olhei ao redor, buscando rostos conhecidos, mas sem sucesso.
Meu celular vibrou.
“Vai dá tudo certo”. Era o que dizia a última mensagem que minha esposa havia mandado.
“Vou roer as minhas unhas, Marcela”. Respondi, olhando para as mesmas que já estavam em estado deplorável.
“Jaque, tô confiante que essa conversa vai acalmar teu coração, amor. Nando e eu estamos torcendo muito aqui”. Sorri.
- Jaque...
Levantei a cabeça ao ouvir meu apelido e senti meu coração disparar ao encarar as duas pessoas a minha frente. Fiquei de pé, sem cortar o contato visual com os dois que me olhavam de uma forma que eu jamais havia visto.
- Mãe, pai...
Ana Clara
Emi e Becca aproveitaram o dia sem chuva para comprar algumas coisas para o filho. Decidi não voltar para o hotel naquele dia. Minha mãe me convidou para irmos ao apartamento, mas minha animação naquele momento era zero.
Minha ex-namorada já havia enchido a minha caixa postal, whatsapp e qualquer rede social existente com mensagens. Eu ignorei todas, porque simplesmente não desejava vê-la. O que era estranho, pois eu havia imaginado um milhão de vezes o momento em que ela viria atrás de mim, implorando para voltar. Quando ela me ligou no dia anterior, tudo o que sua voz me causou foi indiferença.
A campainha tocou.
Levantei da cama sem o menor animo e segui pelo corredor até a porta e ao abri-la, meu queixo quase foi ao chão. Olhei para as duas pessoas a minha frente, me perguntando que mal eu havia feito para merecer tamanha judiação mental.
- Oi, Ana Clara...
Disseram juntas.
Fim do capítulo
booooooooooooooooooooooooa noite gurias
Letícia
Comentar este capítulo:
Lary
Em: 15/11/2018
Eita... Aposto que é a ex dela, quero ver agora a Sam ser mente fria e disfarçar o ciúme que vai sentir.
Os pais da Jaque acho que estam aprontando pq sinceramente não acredito em mudanças da parte deles, que são muito elitista, prepotente e desinteressados nos filhos. Estam querendo é a herança que a Jaque recebeu do avô. Abre o olho Jaque... Sua família são os Freires.
Quanto a Camila e Melissa acho que devem aproveitar para se curtir já que pularam umas etapas e já são praticamente casadas né?!
Beijo!
lay colombo
Em: 15/11/2018
Eita, certeza que é a Sam e a Ex kkkkkkk
Eu gosto da Angélica e se fosse a Mel faria o mesmo, porém entendo a Caminho ter ficado puta tbm, afinal elas tão no começo do relacionamento e td isso acontecendo, sem contar o temperamento q ela tem kkkkkkk
Mano eu acho que preciso ler a história desde o começo de novo, pqp q memória lixo q eu tenho, eu não lembro as coisas q aconteceram kkkkkkk
Bjos e até o próximo
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]