Continuei observando a estranha, queria entender por que minha atenção estava sendo presa por ela.
        Seus  cabelos longos e negros  caiam como cascata sobre suas costas, realmente eram perfeitos o tamanho perfeito o corte perfeito, seu estilo era excêntrico, qualquer garota ligada em moda podia notar o corte diferenciado de costura refinada, com certeza estava usando algo de grife, parecia que tinha saído das paginas da Vogue.

        Normalmente os alunos de historia não se arrumavam dessa forma.  Eles pararam de conversar e pude ver em câmera lenta ela virar em nossa direção, senti um assopro no estômago. Seu rosto era expressivo e delineado, sua boca possuía uma simetria perfeita esculpida como as estatuas da Grécia. Meu olhar acompanhou ela, que discretamente procurou um lugar vago e seguiu para o outro lado da sala.
         Eu tentei prestar atenção, mas só absorvia "blábláblá"   as vezes fingia me alongar e olhava rapidamente para a "garota estranha" ela mantinha a mesma postura impecável, não olhava para o projetor, de cabeça baixa fazia anotações de maneira frenética.

         O professor deu uma pausa para o intervalo e as meninas levantaram apressadas, claro que demorei pegar minha carteira só para sair depois dela. Enquanto a maioria já tinha saído ela ainda estava sentada anotando. Eu não contei mas sou muito impulsiva, o seu desdém para com a minha pessoa já estava me tirando do sério, resolvi sair antes que faça besteira, quem ela pensa que é para minimizar minha presença a nada nem se quer olhou para mim, isso me deixou irritada.



                                              -*-*-*-*-Pov Paola



       Intervalo, eu vou sair para comer o que milk-shake?  Soa até cômico, só de ver  todos atacando àqueles lanches gordurentos fico incomodada.
      Talvez o fato de não ter me alimentado o suficiente esteja dando resultado, queria muito ficar sozinha ali mais infelizmente não podia. Esperei todos saírem, e segui para biblioteca, como sempre olhando para o chão, eu sabia a sensação que meus olhos causavam, foi esse o fato do professor conversar comigo, disse que jamais tinha conhecido alguém com a pigmentação dos olhos violeta claro.

         Tive que inventar, um histórico genético para ele não me achar estranha. Fiquei folheando alguns livros de literatura estrangeira, por mais que já tenha lido todos, gostava da sensação que a biblioteca trazia, amava os livros, a capacidade que eles tinham de entrar em nossa mente nos levando a mundos desconhecidos me fazia feliz.
        Por um momento me esqueci, quando olhei para relógio tinha se passado seis minutos, um momento chato de ser normal é não poder usar suas habilidades. Na frente da porta ensaiava para entrar, não sabia se batia ou ficava fora, contei até um bati na porta entrei.
           Odiava aquela sensação de saber que todos estava me olhando, inclusive o professor, eu não tenho experiência por isso apenas entrei sem olhar para ninguém e sentei no meu lugar. Tive a sensação que ele estava esperando alguma explicação para o meu atraso, mas não me importei.


"Como estava falando, esse semestre ira ser puxado, iremos trabalhar bem a desenvoltura de vocês em grupo, então se preparem por que vou passar muitos trabalhos" concluiu com um sorriso diabólico.


    Senti um cutucão -"ei, como se chama? " O garoto atrás de mim perguntou, olhei com cara de poucos amigos- "Paola" falei sem entusiasmo. -"Eu sou Erik, e sou líder de um grupo que faz pesquisas arqueológicas, durante a semana cada membro pesquisa um artigo e duas vezes na semana nos reunimos e debatemos sobre elas, na verdade o intuito é coletar informações que não iremos ver aqui nas aulas, então quer participar? " Eu tinha um não bem grande para dizer a ele minha boca se encheu para falar, mas minha maldita consciência gritava para aceitar, eu tinha que de uma certa forma não parecer bizarra ali dentro, por que não? Talvez fosse interessante, poderia me ajudar a conviver com os humanos.


-"Por que eu? "

-"Er...ah... você parece ser dedicada....  E comentaram que você é muito inteligente" 
  -"Comentaram? " Perguntei um pouco incomodada com o assunto

-"Mais só coisas boas relaxa, então aceita? " Falou esperando um sinal positivo-"Está bem, para ser interessante"

-"Ótimo, combino com você na saída" ele falou baixo notando o olhar do professor sobre nós.

     Na saída Erik pegou meu número para me passar a hora e o local da reunião, fui saindo e terminando de guardar minhas coisas enquanto andava, quando sinto a batida de um coração que se sobressai dos outros, viro para um grupo de meninas e sinto algo diferente na direção  delas, seja lá oque for achei melhor manter distancia pois estou sozinha aqui.



      Devem estar confusos, com tanta informação, que falta de educação, me desculpem. vamos voltar a cinco séculos atrás na Romênia. Aonde  eu   fazia parte das seis famílias tradicionais que existia na região, assim como as outras possuíamos muitas terras e riquezas.  

    Mas tudo realmente começou quando Conde Victorio junto com os cinco lideres exploravam terras não abitadas sem ver caiu dentro de uma caverna sendo atacado por uma criatura, com o tempo seu corpo foi acometido por uma doença. O conde protegia nosso pais de invasores sabendo que seu coração iria parar de bater ficou aflito com tamanha incapacidade, vendo suas terras sendo invadidas e seu povo sendo escravizado foi tomado por uma ira gigantesca, não se importando com as consequências invocou as trevas e fez um pacto entregando seu espirito para as sombras em troca de saúde e força para vencer seus inimigos. 



       E foi o que fez, matou todos retrazendo a paz para Romênia novamente. Após esse fatídico dia seu comportamento não foi mais o mesmo. A o seu corpo tinha força de dez homens junto, as habilidades adquiridas o fazia superior até o dia em que sentiu fome, o conde acordou vendo todos moradores do vilarejo sangrando no chão, agora já sabem como Victorio Brasovsky se tornou o criador dos vampirescos.


     Após um século nossa espécie se espalhou de uma forma brusca, nossos costumes acabaram incomodando o equilíbrio. Uma guerra foi travada contra nós, todos os místicos    se reuniram criando algo que pudesse acabar com nossa existência.    O feiticeiro, Lavinio Karkroff   invocou um feitiço que o transformou em um Vârcolac. A nova temporada de caça começou com mais uma nova espécie, para mim uma praga.

Fim do capítulo