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Linha Dubia por Nathy_milk

Ver comentários: 1

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Palavras: 5010
Acessos: 3196   |  Postado em: 02/11/2018

Capítulo 35

Capitulo 34 - Fernanda

        Quando vi a carinha branca do Lucas, falando com o sequestrador, eu voltei na mesma hora. Ele continuou em pé, no corredor, eu cheguei mais perto para ouvir a conversa. Eu e todos na casa. O Lucas colocou no viva voz e mandou todo mundo ficar em silêncio.

        - To ouvindo cara. Sou o irmão da Caroline, como ela ta?

         - Cala a boca seu cusao. Se liga no que vou falar. Quero 300mil ate amanha meio dia, ou a puta da sua irmã morre e eu vou jogar pedaços dela la na praça da se.

         - Calma ai cara, como ela está? Deixa eu falar com a Caroline. Como ela esta?

         - Cusao, cala a boca e arruma a grana. Trezentinhos, ate amanha meio dia.

         - Não tenho essa grana mano, não tenho como arrumar. Não da.

         - Da teus pulos e faz seus milagre. Amanha meio dia ou jogo os pedaço dela.

         Quando o telefone foi desligado, o Lucas quase desabou. Por sorte eu percebi que ele estava com a pressao baixa e me antecipei. Gritei pra Jaqueline: Pegue um copo de água. “Ele estas a caire”.

         Ele se apoiou no meu corpo e carreguei ele ate o sofa. Assim que ele sentou a pressao voltou um pouco e com a água que ele tomou ficou mais acordadinho.

         - Lu, olha pra mim. Você precisa ser firme agora - a jaqueline estava conversando com ele- ela esta bem, eles não iriam pedir resgate se ela não estivesse bem. Respira fundo, fica tranquilo. Você precisa ficar bem pra lidar com essa merd* toda.

         - Jaque, onde eu vou arrumar 300mil? Nem se eu vender o consultorio e isso não da pra fazer de hoje pra amanha, ainda mais a noite. Amanha quando abrir o banco eu posso pedir um emprestimo, mas não vai dar 300 mil. Não tenho essa grana.

        Eu entrei na frente dele, ao lado da jaqueline, agachada tambem. E comecei a falar com ele - Lu, olha aqui. Lembra que a Flavia falou que a gente tem que ficar forte. Esse dinheiro nos damos um jeito. Me escuta, a Carol esta bem, a Jaque tem razão, se ela não estivesse bem, não iriam pedir dinheiro. Primeiro passo agora é ligarmos pra Flavia, ela vai saber o que fazer. Depois eu vou ao banco, vejo esse dinheiro do resgaste.

          - Você tem esse dinheiro?

          - Lu, nem se eu não tivesse, pela Carol eu dou um jeito. - ouvi um bufar ao lado, um som choro associado a um desprezo pela minha frase, eu olhei. A Christiane estava chorando, claramente abalada pela ligaçao do sequestrador, mas mesmo assim desprezando meu comentario quanto a conseguir o dinheiro.

         Levantei do chao e me coloquei em pe, firme. Tenho que assumir com o Lucas essa situaçao, ele tem filho e esposa, não pode ser destruido nessa historia toda, eu não tenho nada a perder, vou estar a ajuda-lo em tudo.

         - Vou ligar para a Flavia. Avisar o que aconteceu. Espera aqui, já aviso voces.

         - Quem é essa Flavia que voces estao falando? - essa era christiane, perdida, perguntando para a Clara. A Clara com toda a educaçao que eu já percebi que ela tem, respondeu calmamente - é a policial que esta cuidado do sequestro da Carol.

          Me desloquei para a sacada do apartamento do Lucas e disquei para a Flavia, ela havia ficado com o meu numero e o do Lucas. Quando deu uns 2 ou 3 toques ela já me atendeu.

          - Divisao antissequestro, agente Flávia Albuquerque.

          - Flavia, boa noite. Aqui é a Fernanda, falo em nome do Lucas, irmao da Caroline.

          - Fernanda, só pelo seu sotaque eu já sei te identificar. Alguma noticia?

          - O sequestrador entrou em contato com o Lucas, pelo celular dele. Pediu 300 mil de resgate.

          - Quando foi o contato?

          - Agora, não deve ter passado nem uns 5 minutos.

          - Otimo. Fernanda, onde voces estao? Vou mandar um agente para auxiliar nas negociaçoes. Voces precisam de alguem para orientar voces. Lembra que eu falei que voces precisam ser fortes? Essa é a hora, os sequestradores vao mandar videos da Caroline machucada, colocar voces para falar com ela, essas coisas, você e o Lucas não podem se perder nas emoçoes. Tem que ficar centrados, firmes.

           Eu passei o endereço que estavamos  e voltei para todos que estavam na sala, repassando as informaçoes que a Flavia havia me passado. Eu sentei na sala e mexi no celular para pedir para “baixar” o dinheiro para pagar o resgate. Sei que é relativamente muito dinheiro, mas sei que pela Caroline eu daria tudo que tenho e um pouco mais. Algo me fala que sou muito idiota em confiar em alguem desse jeito, mas um outro pedaço meu fala que devo fazer o maximo para ter minha menina de volta, por mais que ela não seja oficialmente minha menina e sim a menina dessa louca aqui do lado.

          Eu fiquei o tempo todo de cabeça baixa, mexendo no celular e fazendo algumas ligaçoes, para Portugal, afinal esse dinheiro é uma quantidade relativamente importante, que não da pra sair assim do nada. A todo tempo a Christiane ficava olhando pra mim de rabo de olho, isso já esta me incomodando. Estou respeitando a casa do Lucas e eu não sou muito de brigar, não mesmo, mas se minha paciência se esgotar. Sabe aquela sensação de estar sendo observada? Eu ate entendo o lado dela, querer saber quem esta com a mulher dela, mas se não cuidou ou protegeu, tem que saber que perdeu. Bem aquele se ta com ciumes pega e assume, não assumiu, não reclama.

         Espero não estar sendo a amante chata, tipo a Caroline veio pro Brasil, deu merd* e eu corri atras. Mas o que nos vivemos esse tempo em Portugal não pode ter sido sem importância. Não consigo mais parar de pensar nela, em um lugar escuro, machucada, chorando, triste. Como eu daria tudo para trocar de lugar com ela, ver a Carol de novo com aquele coque bagunçado, sorrindo de canto de rosto, tentando ser séria, mas no fundo rindo da minha cara e me irritando. Como queria mais um dia com ela, mais um jantar, mais uma noite junto, mais abraços. Meus olhos não conseguiram mais segurar as lágrimas presas, que começaram a cair insistentemente, sem pudor algum em deixar meu rosto.

            Me mantive de rosto abaixado, tentando esconder as lágrimas. Não quero que ninguém me veja frágil assim, machucada. Estou preocupada com a Carol, triste por ela, com saudade. Eu já sofri por amor, quando a Milena me abandonou, eu fiquei destruída, mas era por ser trocada por outra coisa, por ela ter desistido de mim. Agora eu estou destruída, por amar uma garota linda, inteligente, sorridente, cheia de mil problemas, mas que os olhos brilham em situações difíceis e em uma cirurgia. Caralh*, eu amo a Carol. Não sabia bem o que era essa sensação a muito tempo, mas quero sentir muito, quero ser feliz com ela, quero ser apaixonada para sempre por essa garota. Quando levantei meu rosto eu bati de frente com uma foto dela com o Lucas e o Bruno, que estava em cima da prateleira ou seja la o nome desse móvel no Brasil. As lágrimas que já estavam saindo começaram a ficar piores, mais intensas. Não consigo mais parar de chorar.

       Levantei do sofá e fui tomar um vento na sacada do apartamento do Lucas. Enquanto eu olhava pela sacada, a Clarinha veio falar comigo. Como ela é um amor de pessoa, adorei ela. Ela colocou as mãos nas minhas costas e começamos a conversar.

       - Fer, você tem que ficar calma, imagino o que esteja sentindo. Ainda mais pelo pouco tempo.que ficou com ela. Logo ela volta e vocês já vão estar juntas de novo.

      - Daria qualquer coisa para trocar de lugar com ela Clarinha. Não paro de pensar nela em um lugar escuro, sujo, triste. Ela toda organizada como é vai organizar o cativeiro - começamos a rir.

       - Ela vai enlouquecer os sequestradores, querendo organizar o cativeiro. - rimos mais ainda. Quase gargalhando. O Lucas veio atrás para descobrir qual a graça.

       - O que vocês estão rindo?

       - Estamos a falaire que a Carol vai enlouquecer os sequestradores para organizar o cativeiro. - ele automaticamente começou a rir, concordando conosco.

        

         O interfone tocou, no auge das 23 horas, assustando a todos. Segundo a jaque, que atendeu o interfone, era uma moça da polícia pedindo para subir. Ela liberou o acesso. Tempos depois a campainha tocou, com o Lucas atendendo. Para nosso alívio e sorte era a Flávia mesmo que veio  para nos ajudar na negociação. Ver que era ela, pra mim foi uma sensação de calma e segurança, ela me passou uma esperança da Carol sair bem dessa merd* toda. Ela estava diferente, mais humana, se mantinha com toda a roupa preta da manhã, mas estava com um tênis, uma carinha de cansada mostrava um lado humano dela.

         Ela cumprimentou todos na sala, eu, o Lucas e a Clara ela conhecia da delegacia. A Jaqueline foi apresentada como esposa do Lucas, e a Christiane como esposa da Carol. Na hora a Flávia me olhou, relativamente perdida, entendo a confusão dela, vou precisar explicar depois.  Após as apresentações serem feitas, ela sentou no sofá, com um caderninho e começou a conversar com a gente.

         - Lucas, me explica exatamente o que os caras falaram com você pelo telefone. - ele reproduziu a conversa que teve com o sequestrador, expôs o dinheiro que eles pediram, falou que eu iria dar o dinheiro. - Fernanda, continua esse processo de você obter o dinheiro, vamos precisar ter na manga se as negociações não derem certo. Quero mexer no seu celular - falou novamente olhando para o Lucas. Ele de bate pronto foi pegar.

Nesse meio tempo eu comecei a entender o porquê do casamento da Carol e da louca ter dado errado, a Flávia estava super centrada, sendo profissional e organizando o que poderia. A Christiane nem piscava. Entendo até que  Flávia é bem bonita, mas olha a situação... A moça tá aqui tentando resolver um sequestro. A louca olhava claramente para a Flávia, teve uma hora que perguntou se ela era casada ou namorava, digamos que isso não é coisa que se faça. Até entendo ela ter caráter zero, mas tenho o mínimo de respeito. De certo modo isso me assustou um pouco, porque se a louca for sempre assim e a Carol ficou/está com ela há 10 anos, no mínimo a Caroline ama muito ela. Mas isso me dá a chance de pensar que a gineco chegou ao limite da paciência e quer uma vida nova, diferente. Não posso esperar nada dessa situação, apenas desejar que ela seja feliz e fique bem desse sequestro e bagunça toda. Desejo a Carol o máximo de felicidade, ela merece e não é pouco.

Não entendo quase nada de tecnologia, no máximo sei fazer ligação e baixar uns aplicativos, nem internet tem em Úrros. Mas a Flávia aparenta saber bastante, assim que a ela pegou o celular do Luc, se concentrou que parecia que não existia mundo fora daquela sala ou daquele aparelho. Deve fazer parte do treinamento dela ou algo assim. Enquanto ela vasculhava algo no celular dele, ela fazia ligações, pedindo números e registros para uma central. Uns 20 ou 30 minutos depois ela virou pro Lucas e soltou:

- Vou fazer uma ligação aqui pelo seu celular, se atenderem, você vai pedir um video da Caroline, com um jornal provando que é de hoje e que ela está bem.

- Você acha que eles vão atender? Como você conseguiu rastrear o numero aqui?

- Provável que eles atendam. Seja firme, forte. Fala que se não souber que ela está bem não tem dinheiro, não vai pagar o resgate. Lucas, tem que ser firme, mostrar que você não está aqui para negociações. Pronto? -  ele confirmou com a cabeça, mas com uma cara que estava morrendo de medo. Ele olhou rapidamente para a Jaqueline, que passou uma energia positiva pra ele.

- Deixa no viva voz, vou auxiliando você -  a Flávia completou.- Tenta enrolar ao máximo na ligação, preciso disso para tentar rastrear a localização.

Deu uns 4 toques no número que ela ligou e um homem atendeu a ligação.

- Qual é?

- Quem tá falando? - o Lucas começou.

- “Qué fala” com quem?

- Vocês pegaram a minha irmã, quero um vídeo mostrando que ela está viva. Um vídeo com o jornal de hoje, mostrando que ela está bem?

- Ah, é o cusao que não tinha grana pra irmã. Matei ela “vei”, “ce” falou que não tinha grana -  Imediatamente a Flávia olhou para o Lucas pedindo calma e falando para continuar a conversa

- Cara, to com a grana na mão agora. Mas só entrego se eu souber que ela tá bem.

- Cusao, “ce” acha que manda alguma coisa aqui. Dá a grana que eu entrego ela, simples assim

- Se ela não estiver bem, não tem grana camarada. Isso você não tá entendendo.

- Como tu “descolo” meu número?

- Dei meus pulos - o Lucas estava bem, confesso que a Flávia realmente passava calma e paz para esse momento

- Se eu “descobri” que tem coxinha na jogada, “queimo” ela pra tu. Já falei.

- Eu entendi que não tem que ter polícia, não vou colocar ninguém na jogada. Você quer a grana, e eu a minha irmã. Simples assim. Só me mandar um vídeo que ela tá bem e nós podemos marcar a entrega, de boa. Fica tranquilo.

- “Ce que só o video ou uns pedacinho dela junto”? - e desligou a ligação depois de uma gargalhada no mínimo assustadora.

 

- Você foi muito bem Lucas, consegui localizar a região, isso já vai nos ajudar muito.

- Consegue “resgataire” a Caroline?

- Ainda não Fernanda, tem um fluxo ainda. Estamos, eu e a equipe aguardando o momento exato.  - Mas que diabo de momento exato Flavia? Só vai la e salva minha mulher cara. Que dificil. Óbvio que não falei isso pra ela, mas era minha pura vontade. - Vocês me deem licença um momento, preciso conversar com o delegado - e se retirou para a sacada do apartamento para fazer a ligação.

O cansaço estava começando a bater no meu corpo, estava ha 2 dias sem dormir praticamente, mas a cabeça a mil não iria me deixar dormir tambem. Dei uma olhada rapida ao redor, todos estavam destruidos de cansaço. Se esse sequestro da Carol não acabar logo, nós todos vamos acabar, isso sim. Mesmo sendo de madrugada, periodicamente o Lucas recebia mensagem de alguma pessoa perguntando da gineco, isso mostra que aqui no Brasil pelo menos, ela é uma pessoa bem querida.

Quando ela for resgatada não quero ficar muito em cima dela, quero dar espaço, ficar perto apenas se ela me pedir. A Carol voltou ao Brasil para resolver de um jeito negativo ou positivo o casamento dela, eu não quero que a minha presença atrapalhe essa decisão dela que deve ser consciente e bem pensada. Chega a ser estranho eu pensar assim, eu deveria querer estar com ela a todo custo, impondo minha presença, mas não consigo ser assim, pra mim as coisas devem ser leves, ela vai me ter com ela se quiser. Quando ela sair do sequestro vou avisar que estou no Brasil, ai se ela desejar, eu posso ficar perto dela o tempo que quiser. Ai santa Cheer, olha o que eu estou falando, será que amadureci 20 anos neste mês que fiquei com a Carol? Socorro!!!

 

O celular do Lucas apitou alto, tirando todos nós do silencio que estávamos e nos deixando apreensivos. A Flavia que estava na sacada voltou rapidamente quando viu a agitação.

- Mandaram alguma coisa? - ela já perguntou, diretamente para o Lucas.

- Sim, é um video, mas eu não quero ver. Abre você Flavia, nem me mostra. -  Eu fui perto de onde ela estava, eu quero ver o video.

- Fernanda, tem certeza que quer ver? Em geral esses videos são bem chocantes.

- Quero sim, quero ver como ela está. -  A Flavia confirmou com o rosto, como se falasse “você quem sabe, por sua conta e risco”. Assim que ela colocou o video para rodar eu me arrependi de não ter escutado ela. A Carol estava em um lugar escuro, aparentemente bem sujo, com paredes de bloco atras, sem nenhum tipo de acabamento. Ela estava com o rosto inchado, quase deformado. Não dava para ver se estava roxo, mas devia estar. Estava chorando no video, parecia que repetia as coisas mecanicamente, sem nem entender o que mandaram ela falar. Eu não consegui assistir o video todo, sai de perto. A Carol é uma pessoa tão boa, calma, ajuda varias pessoas, porque está passando por tudo isso?

Logo em seguida a Flavia voltou ao celular e discutia algo serio com alguem, ela ficou bem agitada depois do video, centrada, mas agitada.

- Lucas, preciso conversar com você. Agora é a hora que estavamos esperando. Com o video que mandaram, deu para localizar o cativeiro da Caroline. Você será a todo momento o meu contato. Primeira coisa, não me liguem, nem telefone eu vou ter. Dois, pode demorar uma hora, duas, uma noite toda, não sei quanto tempo. Assim que a ação acabar entrarei em contato com você diretamente. Agora é a hora de uma decisão, preciso de todos voces calmos, concentrados e principalmente, prontos para proteger e cuidar da Carol quando ela voltar. Em geral, quando as pessoas saem do cativeiro querem principalmente um banho, comida e descanso, deixem isso pronto pra ela.

 

Assim que a Flávia saiu pela porta, novamente ficamos desolados, destruídos e em um silêncio mórbido. O Lucas estava claramente abatido, rosto inchado, olheiras. A jaqueline pediu licença e falou que iria dormir um pouco e que o lucas deveria fazer o mesmo, óbvio que ele se recusou. Eu não teria como fazer isso, nesse meio tempo, consegui até reservar um hotel pra mim, próximo a casa do Lucas, mas nem tive tempo ainda de ir lá fazer o check in. A Clara havia dado umas pescadas no decorrer da noite, mas nada significativo, estava agitada, ansiosa, nervosa tambem. A Christiane estava todo o tempo no celular, mandando mensagem, quando não estava fazendo isso até prestava atenção no que estava acontecendo. Eu não tenho muitos parametros, mas posso dizer que não gosto dela. O Lucas levantou do sofa, olhou pra mim e sacudiu a cabeça, para eu conversar com ele na sacada.

- Fe, se tudo der certo no resgate e eu espero que de, como você quer fazer?

- Não estou a entender, em que sentido?

- Você veio até o Brasil para ver a Carol, se ela sair bem do sequestro, quer que ela va lá pra esse hotel que você está?

- Lu, eu vim para acompanhar as negociações e esperar que ela fique bem, não desejo impor minha presença. Quero que ela me veja apenas se quiser.

- Mas gente, a Carol falou tanto de você nesse ultimo mes, que obvio vai querer ficar com você.

- Ela me chamou pra vir pro Brasil com ela, eu que não aceitei. Quero que ela tenha um tempo adequado com essa louca ai - ele riu - se ela efetivamente desejares ir a Portugal, deves ser um desejo dela. Assim como minha presença. Assim que eu souber que ela está bem, vou ir ao hotel e ficar por la. Se ela assim desejaire, pode me encontrar lá.

- Pergunto isso porque provavelmente ela vai mesmo querer um banho, uma comida e dormir. Pelo que conheço da minha irmã ela não vai querer isso com a Chris, e ela precisa ficar com alguem, vai estar abalada, machucada, precisa de proteção.

- Lu, eu estou a disposição de voces para tudo que precisarem, desde que ela aceite, queira e não se sinta forçada. Por que as vezes, depois de merd*s desse nível, precisamos de um tempo nosso, sozinhos.

- Fe eu nem sei o que fazer. A Christiane colocou uma mulher pra morar com ela, na casa dela com a Carol. Não sei se esse é o momento para ela descobrir isso. Nem sei se ela vai querer ver a Chris desse jeito, tipo depois do sequestro, agora. Não sei o que fazer.

- Como assim? Tem uma mulher morando com a louca?

- Acho um barato você chamando ela de louca. Então, tem. Eu contei pra Carol que a Chris já estava com outra pessoa. Ah, desculpa eu estar falando isso com você, nem tem nada a ver com esses rolos da minha irmã.

- Lucas, eu me apaixonei pela sua irmã, e não foi pouco. Ha muito tempo não sou capaz de “sentire” o que sinto por ela. Quando conheci a Carol, aceitei que ela tinha um passado, recente e que eu teria que lidar com isso ao lado dela. Estou disposta a batalhar pela sua irmã o quanto precisar, só não vou brigar por ela, se ela mesmo mandaire eu embora. Não acho que ela deva descobrir que a casa dela tem outra nesse momento. Dá a escolha pra ela, joga que eu estou no Brasil, mas se ela não quiser me ver, tem a casa da Clara e a sua. Se ela insistir em ir para a casa dela ou perguntar alguma coisa, abre o jogo. Talvez ela já esteja tão na merd*, que dói de uma vez só.

- Será? Pensei então em pegar algumas coisas lá na casa dela, umas mudas de roupa, coisas assim, e deixar no seu quarto de hotel. Na verdade deixo no meu carro e se ela quiser te ver, levo para o seu hotel.  O que acha?

- Lu, acho válido. De todo jeito não vai ser legal ela chegar na casa dela e encontrar outra na cama, literalmente. Mesmo assim temos um pequeno grande problema. Ela não sai daqui  - olhei para a louca mais uma vez - ela nem sai de cima, nem assume os erros. Até ai OK, bem melhor para mim, mas duvido que ela vai deixar a Carol em outro lugar, você ir lá pegar roupas dela e tudo mais.

- Quanto a Chris eu me acerto com ela, tenho respeito, mas papas na lingua zero. Vamos fazer isso então, quando a Flavia ligar avisando o que aconteceu, pego umas roupas dela, você fica no hotel, pede uma comidinha pra ela. cuida bem da minha irmã, por favor. Quando acho que as coisas se acalmaram e ela finalmente vai ficar bem, acontece isso. Eu gostei muito de você Fe, faço votos que de muito certo para voces, mesmo sendo longe, em Portugal, mas quero a Carol feliz, forte de novo. Sinto que você é uma pessoa que pode fazer isso

- Lu, vou fazer o possivel pra isso. Nos conhecemos a pouquinho tempo, mas para mim, parece uma vida. Ainda mais do jeito como tudo aconteceu, parece que foi algo já esperado para nós. Tentei fazer errado, tentei não me apaixonar, não dar confiança. Tentei muito. Mas o primeiro beijo foi encantador e o dia a dia com ela em casa foi perfeito, tirando as mil brigas diarias. - dei risada, ele concordou, como se fosse algo já esperado sobre a irmã dele.

- Como foi? Quero saber sua versão de tudo. Me conta.

- Ai, como contar? É que assim, não foi nada de agora, imediato. Foi assim… a Marcela, ela meio que minha chefe lá no projeto, ela trabalha comigo ajeitando os recursos e tudo. Estamos a um bom tempo falando que precisamos de uma maternidade lá em Urros. Estamos em um vilarejo minúsculo, longe de tudo, em cerca de 100 km não tem um ginecologista, as crianças nascem em casa, no chão de terra, com parteiras perdidas. Sabe aqueles cenarios drasticos? Então, quando eu falei pra Marcela da maternidade, falei que eu precisava de alguem bom, para gerenciar tudo, que amasse  a profissão, fosse competente, fosse unico.

- A Carol?

- É. Então, na hora ela me falou tem a Caroline. E eu super assim, tipo quem? Ah, uma médica brasileira, que eu conheço, já ajuda nosso projeto a um tempo e tals. Contou uma vida sobre a Carol, que ela era isso, aquilo, competente, delicada, mil coisas. Eu desacreditei, por completo. Isso já faz uns 2 ou tres anos. E toda vez que eu via a Marcela ela me falava da tal Caroline, que era isso, aquilo, que não tinha pessoa melhor para eu colocar na maternidade. E ai eu fui começar a pesquisar sobre ela. Quando olhei a foto gostei, e diga-se de passagem era o meu numero, só não aparentava nem um pouco ser do bonde sapatão. Depois descobri que ela era casada, ai foram 2 coisa, uma saber que ela era lesbica foi bom, mas um balde de água fria que era casada. De curriculo tinha tudo que eu precisava mesmo. A MArcela ficava fazendo proposta para a gineco ir para Portugal, mas não rolava.

- Ai, verdade. Ela conversou comigo varias vezes sobre ir pra lá, fazer um estagio. Mas a Chris não queria ir, não aceitava que ela fosse. Alguma coisa assim. Continua.

- Enfim, fui me encantando, criando uma expectativa e tudo. Quando a Marcela falou que ela tinha pedido para passar um mês lá em Urros, minha emoção foi na lua e voltou. Sei lá, eu já estava num amor platônico por ela, mas saber que ela estaria lá, bateu um medo. Parecia coisa de criança sabe, que fica olhando o amiguinho de longe, quando o cara olha de volta, você corre?!  Foi bem isso. Tava com uma emoção gigante, uma expectativa na lua. Quando ela chegou, ela pegou cafe e sentou em um sofa para esperar a Marcela, o jeito delicado, mas ao mesmo tempo firme, a carinha de medo do novo, ela estava com uma expressão triste, preocupada. Minha vontade naquele momento foi colocar ela no colo e encher de cafune. Quando eu percebi o quanto estava gamada em uma mulher casada e que em menos de um iria embora para outro continente eu me perdi. um medo absurdo tomou conta de mim. E eu com medo só faço merd*.

- Foi a fase que você era a garota birrenta, chata?

- Deve ter sido, só dava patada nela. Era grossa, chata. A minha ideia era que se ela me odiasse, eu não ia mais gostar dela, seria mais facil eu pensar em outra pessoa para a maternidade. Mas na hora que a gente chegou em Urros, de madrugada, ela não conhecia nada, e atendeu um parto em casa, no chão de terra, ali eu comecei a perder a linha. Ela fez o parto a luz de velas, sem estrutura, depois correu para colocar a mae e o molequinho na van e correr para um hospital perto, tomou umas atitudes que eu jamais faria. Ai a gente chegou no hospital, o mais proximo era a quase 50 km, não tinha cirurgião, a equipe de lá não queria assumir o caso, ai ela puxou a responsabilidade. Cara - respirei um pouco - a mulher vem de outro pais, sem saber de nada, atendê uma emergencia, suja o corpo todo de sangue, não que essa parte seja bonito, assume uma responsabilidade absurda. Sei que é meio Magaiver, mas foi a competencia dela que fez aquilo. Esse foi o momento que eu percebi que não dava mais pra fugir eu tava de quatro pela sua irmã. - ele fez uma carinha de nojo, tipo: po é minha irmã - com todo respeito sua irmã é foda.

- Hahahahhah, ela é mesmo. Ela meio que me criou sabe, lembro dela fazendo lição comigo, depois me incentivando a fazer faculdade. Meu pai sempre mandou dinheiro, quanto a isso a responsabilidade foi dele, mas como você larga duas crianças para se criarem juntas? SEm noção. Lembro que ela assumiu essa responsabilidade toda, cuidava de mim e dela, sempre acabou me priorizando. Por isso eu amo minha irmã, quero ela bem, quero ela feliz. ,

 

O celular do Lu tomou pela milésima vez naquela  noite, nem sei se considero noite, o dia já estava clareando. Ele colocou mais uma vez no viva voz e atendeu o celular.

- Pronto. Flavia?

- Lucas, tem uma pessoa aqui querendo falar com você -  a voz dela era leve, quase que risonha - Fala com seu irmão, pode falar - ela disse mais distante da ligação

- Luc?! É a Carol. To bem cara. To bem. -  a voz dela era ofegante, chorosa, mas era era. Era finalmente a Caroline, bem, salva.  - Luc, to bem! - ela repetiu isso algumas vezes, como se precisasse dizer a si mesma que realmente estava bem, que estava viva e que estava livre daquele pesadelo.

- Carol, to aqui. Fica bem. To indo te buscar. Onde você está?

- Calma, vou perguntar pra polícia.  - ao fundo da ligação ouvimos: Moça, desculpa esqueci seu nome, onde estamos? Meu irmão quer vir me buscar.

- Lucas? Flavia falando. - sim, ela falou Flavia falando, a essa altura do campeonato já conhecemos a voz dela - busca ela lá no DP, na delegacia. Fica melhor pra todo mundo. Pode ser?

- Claro, estou saindo agora. Já.

- Não cara, pode vir tranquilo. Estamos em Heliópolis, vai demorar para chegar na Consolação. Ainda vai um tempo para sairmos daqui. Pode ir com calma.

Eles negociaram e falaram mais algumas coisas breves. Quando a ligação acabou ele desabou, caiu no sofá e chorou. Chorou aliviado, chorou de cansaço, de medo de perder a irmã, da responsabilidade que assumiu, de tudo. A Christiane ficou de longe, olhando tudo, mas aparentemente chorando também. Eu estava rindo, de nervoso eu acho, mas meu sorriso estava na lua, nas alturas.

 

       

Fim do capítulo


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Comentários para 35 - Capítulo 35:
rhina
rhina

Em: 23/02/2020

 

Oi

Bom dia.

Fim de pesadelo.

Agora......

Para quem ou de quem Carol vai querer colo......cafune........os braços?????

Rhina

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josi08
josi08

Em: 02/11/2018

No Review

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