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  • S.O.S. Carolina
  • Capítulo 8- Sentimentos expostos

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S.O.S. Carolina por Cris Lane

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Palavras: 4146
Acessos: 3965   |  Postado em: 25/10/2018

Capítulo 8- Sentimentos expostos

Samantha queria saber notícias de Carolina, ligou para o hospital e descobriu o horário de visitas, resolveu ir para tentar entrar na UTI, mas deixou para chegar ao final na esperança de não encontrar com ninguém da família dela.

Faltavam quinze minutos para terminar a visita, Samantha chegou ao balcão, sempre muito arrumada, de salto alto, vestido tubinho vermelho, parecia que ia a uma festa.

 

-- Boa tarde, eu vim visitar Carolina Andrade.

 

-- Um momento. – Digitava algo no computador – Sua identidade, por favor.

 

Samantha abriu a bolsa e entregou o documento de habilitação para a recepcionista, aguardou alguns segundos e o recebeu de volta com uma etiqueta para subir. Olhou para aqueles corredores enormes do Hospital Matriz, o ambiente que um dia lhe foi familiar, podia ver Carolina caminhar por aqueles corredores pintados em tons de marfim, um piso branco impecavelmente limpo, alguns quadros de pintura a óleo adornavam os ambientes, por onde ela passava, na recepção, em frente ao elevador, era uma instituição muito bem cuidada, era um hospital particular, mas que atendia também a população carente, e não discriminava os atendimentos, todos que chegavam para serem atendidos pelo sistema único de saúde do governo recebiam o mesmo atendimento atencioso e completo que os pacientes particulares. Carolina se orgulhava muito de fazer parte dessa instituição e Samantha sabia disso. A voz da recepcionista a tirou daquele devaneio.

 

-- Pode subir, é no sétimo andar, no final do corredor.

 

-- Obrigada.

 

Samantha respirou fundo e entrou no elevador, muitas lembranças passavam por sua cabeça, sempre teve uma relação conturbada com Carolina, nunca tornou a vida da moça fácil, ao contrário sempre estragava tudo quando estava com a médica. Seu coração parecia que estava totalmente descompassado, não sabia como ia encontrar Carolina, estava com medo do que poderia ter acontecido a ela. Cada andar que subia, era uma eternidade para ela que estava ansiosa para ver a médica.

No corredor ela avistou Carlos conversando com Izabel, Roberta foi cedo e já tinha saído, acabou não encontrando com Carlos, Samantha caminhou a passos lentos e aproximou-se dos dois. Estava nervosa, não sabia como encontraria a mulher que um dia foi sua inspiração.

 

-- Boa tarde. Com licença, onde fica a UTI?

 

Perguntou para Izabel, que a reconheceu de imediato. Carlos olhou a mulher e a reconheceu também, Samantha! Nunca ouvia de Carolina coisas boas daquela mulher, tantas decepções a médica sofreu por causa de seu egoísmo e insensibilidade, ele simplesmente não gostava dela.

 

-- Boa tarde. Samantha, não é? – Olhou-a de cima abaixo --     

 

-- Sim, nós nos conhecemos? – achou surpreendente –

 

Samantha olhou mais detalhadamente para o rapaz que a interpelou e reconheceu as feições de Carlos, ele parecia demais com Carolina e ela se deu conta que ele era o irmão mais velho dela, sempre ouviu Carolina falar orgulhosa do irmão.

 

-- Ah, você deve ser o irmão de Carol. Carlos, não é? – Estreitou os olhos – Você se lembra de mim?

 

-- Sim, sou eu mesmo, como esquecer alguém que só fez minha irmã sofrer?

 

Izabel lembrou-se da ex-namorada de Carolina que sempre a fez sofrer e nunca deu valor a mulher maravilhosa que tinha ao lado, Carolina sempre sucumbia aos caprichos de Samantha, mas ela nunca retribuía.

 

-- Olha, eu vim visitá-la e saber como ela está, prefiro não ter esse tipo de conversa aqui em um hospital. – Tentava manter a pose –

 

-- Claro que não, você não é do tipo que mantém uma conversa decente em lugar nenhum.

 

Samantha já estava acostumada a receber aquele tipo de tratamento, já não lhe intimidava. Resolveu não sustentar aquele encontro, só queria saber de Carolina.

 

-- Eu posso entrar um pouco? Onde ela está, por favor?

 

Izabel foi curta e grossa. – Você tem dez minutos. – Mostrou as mãos espalmadas --

Izabel indicou a porta diante deles e Samantha caminhou silenciosamente até a porta da UTI e entrou, chegou perto da médica e sentou em um banco que estava ao lado da cama.

Olhou para Carolina que estava com inúmeros aparelhos conectados em seu corpo, tinha imobilização em alguns membros e a cabeça enfaixada, vários arranhões no rosto e um curativo grande sobre o supercilio, o bip irritante do monitor cardíaco era um dos poucos barulhos que se ouvia naquele pequeno quarto. Ela se assustou com a aparência da mulher que ela considerava a mais linda de todas que ela já conheceu, uma tristeza absurda cresceu dentro do seu peito e lágrimas surgiram em seus olhos.

Lá fora, Izabel e Carlos observavam a movimentação da loira perto de Carolina, ninguém confiava em Samantha.

 

-- Ela parece muito mais velha do que Carolina. Está acabada. – comentou Izabel --

 

-- Ela nunca levou uma vida tranquila, se eu te contar metade das coisas que Carolina me disse sobre ela você não acredita como minha irmã conseguiu namorar essa mulher.

 

-- Realmente ela não faz o tipo de Carolina. – Apoiou o queixo com uma das mãos --

 

-- Eu vou ficar aqui e esperar até ela ir embora. – Cruzou os braços --

 

-- Tudo bem, eu fico com você.

 

Samantha olhava para Carolina, e sentia remorso, foram tantas as vezes que a moça tentou fazer algo de bom em sua vida e ela simplesmente virou as costas para a médica, por muito tempo elas viveram uma paixão intensa, no sentido literal da palavra. Um relacionamento cheio de idas e vindas, traições e mentiras de Samantha, e muitos arrependimentos.

Samantha segurou a mão de Carolina e fez um carinho de leve. O rosto da médica estava pálido, havia muitos fios e um tubo estava em sua boca. Quem diria que o destino iria inverter os papéis e colocar a pessoa que costumava estar cuidando das pessoas como paciente do hospital onde trabalhava. Samantha deixou uma lágrima escorrer.

 

-- Desculpe Carol, mais uma vez eu estraguei tudo. – Lágrimas surgiram – Eu não consigo ser a mulher que você gostaria que eu fosse. Eu sempre fiz tudo errado, e por mais que eu quisesse acertar minha vida com você, minha natureza não deixa. Eu estraguei tudo mais uma vez.

 

Alguns minutos em silêncio.

 

-- Lembra quando eu me declarei? Não saiu como eu esperava. – Um riso desanimado surgiu --

 

Um lampejo de memória surgiu na mente de Samantha e a mulher começou a narrar como se Carolina pudesse ouvi-la. Na escuridão em que se encontrava, Carolina sentiu frio e se encolheu mais ainda, parecia que estava caindo em um abismo, ouviu ao longe a voz de Samantha, um calafrio subiu pela espinha estremecendo todo o seu corpo, ainda perdida sem saber onde estava, ela não queria sentir a loira, ela não sabia porque, mas sabia que ela tinha lhe feito muito mal, suas lembranças estavam confusas e reviveu mais um acontecimento da sua adolescência.

 

 

Agosto 1997

 

-- Ai, o cursinho que minha mãe me matriculou é ótimo Carol, você iria se dar bem lá. – Roberta falava arrumando sua mochila –

 

-- Pois é, o que eu faço lá no centro comunitário está me ajudando bastante. O vestibular está chegando. As primeiras fases estão para começar. Eu estou tão nervosa.

 

Samantha estava escutando o papo das duas. Já tinha um bom tempo que uma lembrança a incomodava. O beijo que deu em Carolina, tinha certeza que a garota sabia o que tinha acontecido. Mas nunca conversaram sobre o assunto. Depois de pensar muito naquela situação e não suportando mais a distância que tinha de Carolina criou coragem e resolveu chamá-la para uma conversa. Levantou-se e caminhou até as duas amigas que estavam saindo da sala e chamou Carolina.

 

-- Carolina.

 

-- Oi. – Virou-se–

 

Carolina nunca tinha ouvido Samantha chamar seu nome, aquilo foi sem dúvida uma surpresa. Roberta estava boquiaberta, ficou esperando por uma provocação, mas não aconteceu.

 

-- Eu gostaria de conversar com você. – Suava de nervoso –

 

-- Sobre? – Carol perguntou intrigada –

 

-- A sós. – Olhou para Roberta com ar de supremacia –

 

-- Olha aqui garota... – foi interrompida por Carol –

 

-- Calma Beta. Pode deixar. Não se preocupe, eu vou ficar bem.

 

-- Você vai conversar com essa garota? Ela nunca gostou de você, Carolina, você realmente tem o espírito da Madre Tereza de Calcutá, minha nossa. – Levantou as mãos –

 

Samantha olhou para Roberta com desprezo, seus instintos ainda gritavam dentro dela e sua vontade foi responder à altura daquela afirmação, mas se controlou para tentar provar a Carolina que havia mudado, pelo menos um pouco.

 

-- Amiga, fica tranquila, ela não fará nada, não é Samantha? – Carol sabia que podia persuadir Samantha por causa do segredo dela –

 

-- Não vou fazer nada contra você, claro que não, digamos que é uma trégua. – Levantou as mãos em rendição --

 

Roberta olhou de rabo de olho, enquanto Samantha e Carolina trocavam olhares bem mais do que amigos, desejo e intensidade corriam por seus corpos, cada uma com sua maneira de interpretar isso. Mesmo insegura com esse encontro das duas garotas que até então eram inimigas, Roberta resolveu ceder ao pedido de Carolina.

 

-- Sei. Eu não acredito, mas se você se garante, tudo bem. Mais tarde passo na sua casa. – Beijou Carolina –

 

-- Eu te espero.

 

As duas continuavam se encarando, uma batalha silenciosa era travada dentro da sala de aula vazia. O silêncio gritava aos ouvidos da duas, e quem quebrou o silêncio foi Carolina.

 

-- Onde estão suas capangas? – cruzou os braços –

 

-- Já foram embora. – Desviou o olhar –

 

-- Pronto Samantha, estamos aqui a sós. O que você quer? – abriu os braços --

 

-- Eu não sei como dizer isso. – Olhava para o chão –

 

-- Dizendo. – Uma pausa -- Diga obrigada, e encerramos o assunto. – Cortou o ar com uma das mãos --

 

Olhou novamente para a morena. – O.. Obrigada por me ajudar.

 

-- Disponha. – Relaxou – Eu nunca deixaria nenhuma pessoa naquela situação,  -- uma pausa -- nem mesmo você.

 

-- Eu não sei bem o que aconteceu, eu me lembro de alguns momentos apenas. – Estava encabulada –

 

Ponderou se perguntava a Carolina o que ela mais queria confirmar, apesar de ter quase certeza de qual seria a resposta.

 

-- O que aconteceu realmente? Eu te beijei não foi?

 

Carolina sabia que em algum momento acabaria tendo essa conversa com sua rival, mas depois de tanto tempo, não esperava mais que realmente acontecesse, pensou em mentir, mas não gostava disso, se tornaria igual a Samantha e ela não queria dar esse gostinho a colega.

 

-- Sim. – Desviou o olhar para pegar a mochila --

 

-- E o que aconteceu?

 

-- Você desmaiou novamente. – Não a encarava --

 

-- O que você sentiu?

 

Carolina foi completamente pega de surpresa, não esperava que Samantha fosse procura-la para perguntar sobre aquele episódio, não sabia o que responder, não tinha noção do sentimento que nascia a cada dia dentro de si. Fez um esforço hercúleo para tentar esconder o abalo que sentiu ao ser beijada pela menina rica.

 

-- Eu não sei dizer. Honestamente eu fiquei assustada. – Voltou a encarar a menina rica --

 

-- Eu tive alguns flashes do que eu fiz, mas eu não lembro exatamente a sensação.

 

-- Você estava muito mal, eu achei que você ia morrer. – Uma pausa – Mas por que você está perguntando sobre isso agora? – soltou a mochila novamente – Depois de tanto tempo?

 

Um silencio sepulcral se fez, depois de alguns minutos se encarando, Samantha resolveu voltar a falar. Mudou de assunto.

 

-- Por que você não espalhou isso pelo colégio? – desviou o assunto -- Seria sua chance de me desmoralizar. – Cruzou os braços --

 

-- Por que eu não sou como você. – Encostou-se em uma carteira –

 

Aquelas palavras entraram como um corte em sua garganta, Samantha estava nervosa, estava pronta para fazer algo que mudaria suas vidas para sempre. Nunca foi tão difícil conversar com uma mulher, já teve namoradas, até mulheres mais velhas, mas quem estava ali diante dela não era qualquer uma, era Carolina!

 

-- Eu mereço ouvir isso. – Abaixou a cabeça – Eu nunca facilitei para você “né”?

 

-- Nunca. – Balançou a cabeça – Só dificultou. Mas eu não quis me igualar a você e suas amigas. E se você não me perguntasse eu nunca teria jogado na sua cara.

 

-- Eu percebi. – Deu um passo à frente – Depois do que aconteceu naquele dia eu não consegui mais implicar com você. Algo mudou.

 

-- O que você quer dizer com isso? – ficou retraída –

 

-- Que eu comecei a repensar sobre o meu sentimento por você e o que eu pude perceber foi que eu implicava com você por causa de inveja. Pelo menos no início.

 

-- Inveja?

 

-- Sim, do jeito que a sua mãe cuida de você, eu tenho dinheiro, mas não tenho nenhum tipo de carinho dos meus pais, e a maior parte do que eu faço é para te punir por ter um relacionamento tão bom com sua mãe. – Pausou – É o tipo de relacionamento que eu queria ter com a minha.

 

-- E porque você resolveu me falar isso agora? Acha que isso será suficiente para eu te perdoar? – levantou novamente – Fingir que nada aconteceu todos esses anos, que você nunca me machucou, ou tentou me prejudicar?

 

-- Não, não espero que seja assim tão rápido.

 

-- Você realmente acha que existe alguma possibilidade de termos uma amizade?

 

-- Na verdade, eu estou tentando dizer que meu desdém por um tempo foi essa inveja, mas hoje mudou para algo que eu não consigo mais controlar. Pensei muito sobre isso.

 

-- Isso o que, Samantha? – não estava entendendo –

 

Samantha avançou em Carolina e a beijou novamente, segurou seu rosto nas mãos e forçou seus lábios contra os dela. Carolina tentou se afastar, segurou os braços da outra e a afastou.

 

-- O que você está fazendo?

 

Carolina sentia o coração batendo em sua garganta, não sabia se foi o susto ou o arrepio que sentiu percorrer sua espinha. Aquele toque novamente, os lábios macios de Samantha acariciando os seus, suas mãos lhe segurando com firmeza, seu corpo reagindo como da primeira vez que se encontraram. A respiração quase faltou.

 

-- Eu sou apaixonada por você Carol, há muito tempo. – Envolvia a cintura da outra –

 

Carolina não acreditou no que ouvia, e seu corpo reagiu ao toque e à declaração da menina rica, por mais que quisesse negar, ela estava gostando daquela proximidade, tentou lutar contra aquela atração forte que estava sentindo. Chegou até a duvidar que aquelas palavras de Samantha fossem verdadeiras. Olhou para a porta da sala esperando alguém entrar para fazer algum comentário maldoso, mas nada aconteceu.

 

-- Você está falando sério? Isso não é nenhuma brincadeira de mau gosto entre você e suas amigas?

 

-- Não. – Sussurrou --

 

Samantha olhava para Carolina com desejo, seu olhar realmente era de despir a garota, não havia brincadeira, Samantha estava mesmo apaixonada pela melhor aluna do colégio.

Carolina que estava tensa e retraída, foi relaxando, não sabia se aquilo era verdade, mas sabia que sentia o mesmo por Samantha, ficou remoendo aquele beijo debaixo da arquibancada por semanas, meses, desde aquele episódio no banheiro em que houve uma tensão latente entre as duas, sabia que havia algo errado com o sentimento que crescia dentro de si, com toda a raiva e ressentimento, ela queria estar perto de Samantha, ela queria ir para a escola e encontrar a menina rica que implicava com ela, e não sabia por que.

Samantha investiu novamente em beijar a menina, e dessa vez Carolina aceitou o beijo. Sem saber muito bem o que fazer, deixou apenas aquele momento acontecer naturalmente, sem reservas, sem pensar em nada.

Quando se separaram, parecia que o mundo havia virado de cabeça para baixo, quando alguém poderia imaginar que um dia Carolina e Samantha iriam se descobrir apaixonadas, depois de tantas situações ruins que as duas protagonizaram.

 

-- Eu nunca imaginei que isso poderia acontecer entre nós. – disse Samantha –

 

-- Você acha que eu imaginei? – afastou-se – Ainda não sei bem o que está acontecendo aqui.

 

As duas meninas estavam ainda sem saber o que fazer, se prosseguiam com aquela conversa, ou se simplesmente viravam as costas e deixavam tudo aquilo para trás. Carolina andou para trás, tentando se afastar, desvencilhou-se dos braços de Samantha mesmo querendo ficar ali. A cabeça girava ao contrário, uma confusão de sentimentos tomava conta da morena.

 

-- Samantha, eu ainda não consigo acreditar totalmente nessa sua mudança de atitude de uma hora para outra. Desculpe-me, mas esse não é o seu perfil. – Ainda se sentia desconfiada –

 

-- Você tem todo direito de pensar assim, afinal de contas eu fui uma idiota com você o tempo inteiro, mas pode olhar no corredor, não tem ninguém nos esperando para fazer nada com você. Eu realmente me sinto diferente.

 

Carolina foi comprovar o que a colega disse, não tinha ninguém no corredor, ouvia apenas o barulho das vassouras em outras salas, era o pessoal da limpeza preparando o colégio para o turno da tarde.

 

-- Eu não entendo, por que eu? Você poderia ter quem quisesse. Os rapazes devem ficar loucos por você. – Carolina questionava –

 

-- Eu sou lésbica. – Revelou seu segredo –

 

Carolina se espantou com a revelação de Samantha, nunca imaginou que a colega que sempre andou muito arrumadinha, quase uma perua como sua mãe, fosse revelar esse segredo.

 

-- Você está brincando?

 

-- Não, eu não estou brincando. – Ajeitou os cabelos – Eu sou lésbica. Eu estava namorando uma cantora de uma banda alternativa até mês passado, mas não deu muito certo, ela é muito ciumenta. – Deu de ombros –

 

Carolina ainda não entendia porque elas estavam tendo aquele tipo de conversa, muito pessoal, para duas pessoas que não se entendiam ou não se gostavam, pensando bem, não entendiam que gostavam tanto assim uma da outra.

 

-- E você resolveu se apaixonar por mim em um mês? – cruzou os braços – Samantha eu não estou entendendo essa conversa. Aonde você quer chegar? – Levou as duas mãos à cabeça --

 

-- Eu não quero nada além de você, e não me apaixonei em um mês. Sempre fui apaixonada por você, mas não queria dar o braço a torcer. – Aproximou-se – Eu não queria aceitar e tentava não enxergar o obvio. Mas eu não quero mais fingir que nada está acontecendo.

 

Carolina ainda estava impressionada com as revelações de Samantha. Seus pensamentos eram os mais confusos possíveis, estava sendo confrontada com os sentimentos de sua colega e os seus, também nutria aquela paixão por Samantha, mas para ela era muito difícil aceitar que aquilo estava acontecendo de fato.

 

-- As suas amigas sabem que você é lésbica?

 

-- Não. Nunca! —caminhou pela sala -- Lucia morre se souber disso, e vai espalhar para o colégio inteiro. Gabriela nem anda mais comigo, nem pensar.

 

-- E por que está contando isso para mim?

 

-- Porque eu confio em você. E você é o motivo por eu ter tentado melhorar um pouco.

 

-- Você tentou melhorar? – riu – Sua tentativa foi mesmo um fracasso.

 

-- Não ria. É verdade, se você não reparou eu parei de implicar com você, o que deixou Lucia bem irritada. Eu deixei você e sua amiguinha em paz. – Fez um sinal com a mão --

 

-- Eu não sei se eu posso acreditar totalmente nisso, Samantha, toda essa história está muito estranha, eu ainda não consigo imaginar você com uma menina e ainda mais sendo minha amiga.

 

-- Eu não quero ser sua amiga. Você não entende? Eu quero ser sua namorada.

 

Carolina se sentiu despida com o olhar de cobiça que Samantha lançava sobre ela, aquela afirmação fez o ventre de Carolina estremecer, seus sentidos estavam absurdamente aguçados, sentiu o estranhamento de ouvir aquela frase de Samantha, mas ao mesmo tempo era tudo o que precisava ouvir, ainda assim, estava reticente com tudo aquilo que estava sendo exposto naquela conversa sem barreiras ou máscaras.

 

-- Samantha, isso é muito surreal. – saiu caminhando pela sala – Eu não acredito que você está me propondo isso. – Acabou rindo --

 

-- Eu não estou propondo nada, eu estou pedindo, namora comigo.

 

Carolina ficou sem reação, aquele pedido foi algo que ela nunca esperou ouvir de uma mulher, ainda mais de Samantha. Continuava achando que era algum tipo de pegadinha.

 

-- Samantha, desculpe-me, mas isso é demais para mim. Não posso namorar você, primeiro porque você é uma mulher, segundo porque você é Samantha Monte Alto. – disse com sarcasmo – Isso só pode ser uma brincadeira de mal gosto. Eu não consigo acreditar que existe alguma verdade em tudo isso que você me falou.

           

Samantha sabia que isso poderia acontecer, e já esperava essa reação da menina, não foi nenhuma surpresa receber uma negativa, mas como ela não gostava de receber um não, isso se tornou uma questão de honra conquistar Carolina.

 

-- Eu já esperava por isso, mas eu vou te provar que eu tenho sentimentos verdadeiros por você. Espero que algum dia você consiga ver isso.

 

Aproximou-se da menina e a beijou novamente, dessa vez Carolina não estava tão tensa, apenas deixou o beijo acontecer, gostou da sensação, estava se descobrindo. Percebeu que talvez sua aversão aos homens não fosse somente pelo abuso que sofreu na infância, mas também porque simplesmente gostava de meninas.

Samantha a olhou uma última vez e deixou a sala de aula em que as duas estavam. Carolina não sabia o que pensar, pois se a outra queria humilhá-la, teria feito naquele momento, suas amigas estariam esperando com algumas meninas para dar um flagra no beijo que Samantha lhe deu. Mas isso não aconteceu.

Ficou parada encostada em uma carteira com os dedos sobre os lábios, como se quisesse eternizar aquela sensação, estava descobrindo o que lhe dava prazer, o que lhe fazia bem. E definitivamente aquele beijo foi algo bom. Muito bom!

Ouviu ao longe o pessoal da limpeza chegando mais perto, o que lhe tirou daquele transe, pegou sua mochila e saiu da sala, caminhando pelos corredores vazios até encontrar sua mãe na cozinha da escola. Parecia flutuar sentindo a leveza de ter conversado com Samantha sem se acusarem ou brigarem. Achava que isso nunca iria acontecer.

Mais ainda por perceber que o que Samantha dizia fez algum sentido para ela, essa implicância tinha um fundo emocional por trás da arrogância da menina rica. E até ela começou a se questionar se a raiva que sentia de Samantha era por causa da implicância, ou se tinha algo escondido pelo desconhecido. Sabia que sentia algo forte pela colega, mas até então pensava que era ódio, percebeu que esse sentimento passava longe disso, e na verdade poderia ser também uma paixão. Desde o dia que quase se beijaram no banheiro ela percebeu que havia algo diferente em seu modo de ver Samantha, depois do beijo na arquibancada ela teve quase certeza. Hoje essa certeza ficou mais latente. Só não se conformava por ser justamente Samantha.

Por mais que quisessem negar, aquela conversa mexeu tanto com Carolina como com Samantha. Por incrível que pudesse parecer, Carol queria estar no mesmo ambiente que Samantha, não gostava do jeito dela, mas sempre achou a menina linda.

Samantha por sua vez ficava se perguntando como faria para conquistar a morena, a menina linda que era tão forte e ousou desafiá-la. Carolina foi a única que enfrentou Samantha e acabou salvando sua vida. Ela gostava de implicar com a garota, pois ela estava sempre com aquele olhar selvagem, sua raiva era visível, e quando recebeu aquele tapa não acreditou na coragem da outra. Sorria ao lembrar-se do gosto que tinha a boca da colega.

Samantha queria conquistar Carolina de qualquer maneira, tornou-se uma missão pessoal. E ela não mediria esforços para conseguir isso.

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi meninas

Segue o capítulo novo, espero que gostem.

Samantha resolveu quebrar o silêncio, e agora, como Carol vai reagir? Será que ela vai aceitar as investidas da menina rica?

Será que Carolina vai acordar desse sono profundo? 

Várias perguntas, poucas respostas.

Espero que gostem e divirtam-se com a leitura.

Quero saber a opinião de vocês, aguardo seus comentários.

Beijo grande.

Cris Lane


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Comentários para 8 - Capítulo 8- Sentimentos expostos:
Lea
Lea

Em: 10/01/2023

Ansiosa por desvendar os próximos capítulos!

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 26/10/2018

Parece q realmente Samantha e o calcanhar de Aquiles da Carol uma paixão entre tapas e beijos. Será ela o grande amor de Carol? Ou está vai acordar e fechar de vez essa página? E a sam vai amadurecer ou se perder de vez? Bora conferir. Gostando muito e curiosa. Bjs


Resposta do autor:

Oi Patty

Pois é,  Carol vai ter problemas em administrar esse sentimento . É realmente o ponto fraco dela. São dois caminhos,  ou será um grande amor ou um grande problema . 

Aguarde o desenrolar dessas duas.

Que bom que está gostando. 

Te espero no próximo .

Beijos

Cris Lane

Responder

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Luce Lima
Luce Lima

Em: 26/10/2018

Oi, Minha Menina do Farol!!!

   Acho que não é necessário dizer o quanto fiquei feliz por você ter voltado a escrever, afinal há tempos que venho lhe cobrando isso, mas antes tarde do que nunca. 

   Sinto o maior orgulho de você, por tudo que enfrentou para chegar até aqui, por não ter desistido de quem você realmente é. Minha admiração, meu respeito e o meu amor por você só tem crescido.

   Agora só falta você escrever a nossa história, que por sinal é linda, e muito divertida. É como eu falo diariamente: "Eu sou a sua maior riqueza, um verdadeiro pitelzinho". Rsrsrs...

   Quanto mais você cresce, mais feliz eu me sinto. Obrigada por ter dado cores a minha vida, te amo muito!

   Mil beijos,

   Lu

 

P.S.1: Recado para Peixinho Dourado, mais conhecida como Laila ou Lai, você se tornou uma madrinha desnaturada mesmo, vê se dá sinal de vida no whatsApp. Agora só quer saber de degustar vinho.

P.S.2: Sobre a história, só irei dizer o que penso quando a linda autora terminar de escrevê-la.



Resposta do autor:

Oi meu amor. 

Não tem ideia do quanto eu estou feliz por ter recebido seu comentário aqui nesse novo trabalho.  Realmente você me cobrou essa volta, eu demorei um pouco pois precisava organizar minhas ideias,  você é minha maior testemunha de todo o esforço que eu tive que fazer ao longo desses últimos anos.  

E tenho que enfatizar a importância que você teve nesse momento na minha vida.

Eu prometo que ao final dessa história vou começar a nossa.Está na hora de externar todo sentimento que guardo por você. 

Eu te amo muito!  Meu pitéu. Kkkkkk

Teve até recado pra Lai . Agora vai ficar legal!

te amo!

sua Cris.i

Responder

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JeeOli
JeeOli

Em: 25/10/2018

Amando a história delas, espero que Samantha consiga ser alguém melhor para viver esse sentimento ou pelo menos não fazer Carolina sofrer mais 


Resposta do autor:

Oi JeeOli

Bem vinda ao conto. Que bom que está gostando da leitura.

Saiba que tudo que envolve Samantha é uma grande dúvida, não é? Vamos ver se ela consegue segurar essa fase de bondades, rsrs.

Espero por você nos próximos capítulos!

Beijos

Cris Lane

Responder

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Mille
Mille

Em: 25/10/2018

Olá

Samantha se declarando e se souber  conquistar a Carol teria ao lado uma ótima mulher que  a ama. Mais acho que elas tiveram muitas idas e vindas e claro a Sam não soube como segurar o amor da Carol.

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Oi Mille

Esse sentimento ainda está no começo, as duas ainda são muito novas, e realmente tem muita história ainda pra rolar entre as duas, e talvez suas apostas estejam corretas, idas e vindas e Samantha sendo Samantha, aí já viu não é mesmo?

Obrigada pelo carinho.

Beijo

Cris Lane

Responder

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