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Blind por Bruna DX

Ver comentários: 6

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Palavras: 4178
Acessos: 2703   |  Postado em: 17/10/2018

Notas iniciais:

Este capítulo será contado pelo POV de Adele.

Capítulo 27

 

 

...Adele...

 

Mexi-me na cama e tateei o lugar ao meu lado, tudo o que encontrei foi o vazio. A cama estava bagunçada, mas fria, o que indicava que Bia havia levantado há algum tempo. Sentei ainda esfregando os olhos e passei a vista pelo quarto em busca da minha namorada. Nada, estava sozinha no cômodo!

 

Pesquei meu celular sobre o criado mudo estranhando não ter ouvido o alarme tocar. Encontrei a razão de ele não ter tocado, ainda não eram nem 5hs da manhã – e costumávamos acordar às 6hs. Cocei a cabeça e levantei para ir em busca da Bia.

 

Passando pelo corredor senti o cheirinho gostoso de café fresquinho vindo da cozinha. Por que ela havia acordado tão cedo? E por que já estava preparando o café? Será que ela teve outro pesadelo como aquele, que teve lá em Salvador?

 

Encontrei-a concentrada cortando as frutas que ela costumava comer logo no café da manhã. Cheguei de mansinho, sem fazer barulho, e apenas Sherlock que estava sentado perto de suas pernas me olhou. Levei o indicador aos lábios pedindo silêncio – como se ele entendesse, bom, ele entende, e ficou quietinho.

 

Aproximei-me e passei os braços sobre sua barriga, encostando meu rosto em seu ombro. Nada novo, era algo que eu sempre fazia quando a encontrava distraída na cozinha, ou em qualquer outro cômodo do apartamento. Só não esperava o grito que ela deu, e mais que isso, a forma brusca como ela se livrou de meu abraço.

 

-- Desculpa amor, não tinha a intenção de lhe assustar.

 

Estranhei ainda mais a expressão assustada, na verdade, de pavor que ela tinha no rosto. Os olhos estavam levemente esbugalhados e molhados, e seu peito subia e descia rapidamente. As mãos unidas diante da boca, escondendo-a davam ainda mais um ar assustado.

 

Dei um pequeno passo em sua direção e ela deu o mesmo passo para trás.

 

-- Bia? – chamei com carinho, usando um tom suave.

 

Ela balançou a cabeça negativamente e então as lágrimas começaram a verter por seus olhos ainda assustados. Beatriz baixou a cabeça com as mãos espalmadas em seu rosto e eu não agüentei ficar onde estava, me aproximei dela mesmo correndo o risco de ela novamente rejeitar minha aproximação.

 

Passei o braço por cima de seus ombros e a puxei para junto de meu corpo. Ela não demonstrou nenhuma resistência, pelo contrário, se agarrou em meu corpo e escondeu seu rosto na altura de meu ombro. Suas mãos agarravam firmemente a camisa de meu pijama.

 

Passeei suavemente minha mão sobre os sedosos fios castanhos, fazendo um carinho. Não pronunciei uma única palavra, assim como ela, e deixei que ela chorasse e enfim se acalmasse. Apesar de não entender o que estava acontecendo, ficou bem claro para mim que algo não estava bem, no entanto, eu respeitaria o seu tempo.

 

Quando finalmente os soluços abandonaram o seu corpo e ela pareceu se acalmar, afastei-a um pouco de mim para olhar em seus olhos. Aqueles castanhos me encantavam profundamente, eu adorava a cor, a expressão e a energia boa que eles conseguiam me transmitir, e nem mesmo o tom avermelhado apagava o brilho natural que eles tinham.

 

-- Desculpa por te assustar meu amor. – disse limpando com os polegares os rastros de lágrimas que ainda molhavam aquele rosto meigo.

 

-- Não precisa se desculpar amor, eu é que estava muito dispersa.

 

Olhei-a com atenção.

 

-- Você sabe que apesar de nos conhecermos a pouco tempo eu sei reconhecer e ler até mesmo o que você não me conta, não é? – ela assentiu e eu continuei – Quero que saiba que eu estou aqui amor, estou do seu lado, estarei sempre aqui...

 

Ela voltou a me agarrar, dessa vez mais forte.

 

-- Teve outro pesadelo?

 

-- Tive.

 

-- Ainda não se sente pronta para contar?

 

-- Não.

 

-- Tudo bem. Vamos tomar um banho? Estou louca pra provar esse café. – chamei-a. – Tá tão cheiroso! Senti falta dele enquanto estávamos em Salvador.

 

-- Fiz do jeitinho que você gosta: forte e com pouco açúcar. – disse com um tom de voz mais brando.

 

Sorri por ver um ensaio de sorriso em seus lábios. Ainda não era como eu gostava de vê-lo, mas este era melhor do que o olhar tristonho.

 

Tomamos um banho juntas, o que o tornou mais demorado do que normalmente era, mas como tínhamos tempo sobrando, nenhuma de nós se importou. O que eu queria mesmo era ninar minha namorada, era aproveitar de sua companhia e de seus beijos. Dar-lhe carinho e atenção.

 

De volta à cozinha, eu a fiz sentar à mesa, e eu mesma terminei de cortar as suas frutas levando para ela em seguida. Servi-me de um café quentinho e sentei ao seu lado. Empenhei-me em distraí-la, em fazê-la sorrir e mandar para longe aquele clima estranho que tinha se instaurado há pouco. Queria aquele sorriso branquinho me brindando.

 

Deixamos o apartamento no horário habitual. Rumamos para o trabalho com uma Beatriz silenciosa e pensativa ao meu lado. Incomodava-me aquela introspecção dela. Talvez ela ainda não sentisse segurança e confiança suficiente ao meu lado, e por isso não fosse tão fácil compartilhar comigo o que estava a deixando daquela maneira.

 

-- Almoça comigo princesa? – perguntei tocando o seu rosto quando estacionei o carro na frente da revista.

 

-- Não vai mais haver aquela reunião com o palerma do seu cliente?

 

-- Infelizmente a reunião ainda está de pé, porém, de maneira alguma eu trocaria a companhia da mulher mais linda e doce deste mundo pra ficar aturando aquele chato.

 

Ela sorriu mais aberto. E lá estava aquele sorrisinho branquinho começando a surgir.

 

-- Então almoçamos juntas. Mas caso não consiga se livrar dele, não se preocupe, eu almoço aqui por perto mesmo, não se chateei com isso.

 

-- Tudo bem.

 

-- Eu amo tanto você Adele, tanto! Não sei o que faria se algo acontecesse com você por minha causa.

 

-- Eu também amo muito você, tanto que não sou nem capaz de calcular. E esquece o que aconteceu com o seu irmão amor, já passou, é passado. Vamos esquecer isso...

 

Ela assentiu e retirou o sinto de segurança para logo depois capturar meus lábios com os seus. Um beijo lento, mas ao mesmo tempo intenso. Bia fazia carinho em minha nuca e isso sorrateiramente começava a arrepiar cada pelinho de meu corpo.

 

Minha namorada não precisava de muito para me ascender que nem uma árvore de natal. Só aqueles beijos lentos onde sua língua bailava em busca da minha eram suficientes. Sem falar que aqueles dedos esguios que arranhavam a minha pele me inebriavam.

 

Interrompi nosso beijo antes que eu ultrapassasse o limite do correto dentro daquele carro estacionado no meio de uma rua movimentada. Ela sorriu pra mim arteira, consciente do que conseguia despertar em mim. Danada!

 

Encarei-a com carinho, sentindo meu coração começando a se acalmar e a bater tranquilo, repleto de um sentimento novo, mas, imenso! Imensurável. Oh God! Como eu amava essa mulher com jeitinho de menina!

 

Despedimo-nos com mais alguns beijinhos e eu fui para o escritório. Já até podia sentir minha cabeça doer só de imaginar que ainda pela manhã teria uma reunião com o cliente mais inconveniente e chato que tive o desprazer de trabalhar.

 

Cheguei a empresa sentindo-me um pouco nauseada, com uma sensação estranha percorrendo o meu corpo. Uma frieza dominando cada pequeno espaço de minha pele.

 

Passei rapidamente por Carol e a cumprimentei quase que incompreensivelmente. Eu mesma não consegui compreender o que eu disse. Adentrei minha sala fazendo a porta bater e ecoar um barulho que preencheu o ambiente. Joguei minha bolsa sobre a cadeira de minha mesa e corri para o banheiro onde me agachei diante do sanitário.

 

Passei alguns minutos ali, sentindo minha garganta arder pelo fluxo que meu estômago colocava para fora. Meus olhos estavam cheios de água, e eu sentia meu corpo frio. Um suor frio escorrendo por minha testa e uma grande quantidade também descendo pela linha de minha coluna.

 

-- Está tudo bem? – ouvi a voz de Carol, mas não ousei olhar na sua direção.

 

Balancei a cabeça assentindo.  

 

-- Ora Adele, não precisa mentir pra mim! Deixa eu te ajudar...

 

Carol se colocou ao meu lado e prendeu meus cabelos em um coque alto. Com minha ajuda ela retirou o meu blazer e depois surgiu com uma pequena toalha úmida que ela levava à minha testa. Apoiei-me mais uma vez no sanitário quando senti que mais uma vez meu estômago expelia mais do líquido quente e nojento.

 

Algum tempo depois consegui me erguer. Meu estômago estava vazio e o suor frio ainda estava presente, mas a sensação era bem mais amena. Carol me levou até um pequeno sofá que havia em minha sala e me estendeu um copo com água.

 

-- Obrigada Carol.

 

-- Imagina! Está se sentindo melhor?

 

-- Estou. Acho que comi alguma coisa que não me caiu bem.

 

Rapidamente repassei em minha mente o que comi no jantar, e no café da manhã. Nada de anormal.

 

-- Você ainda está pálida. Quer que eu remarque a reunião com o Antunes?

 

-- Não! De maneira nenhuma! Quero acabar de vez com essa reunião, ou melhor, quero entregar de uma vez por todas esse projeto. Não aguento mais este homem me importunando. Ele está me deixando louca.

 

-- Mas você não está bem Adele, podemos tentar marcar para amanhã, quando você estiver 100%. – tentou argumentar.

 

-- Não precisa Carol. Eu estou realmente melhor, vou manter essa reunião, e se até a hora do almoço eu não me sentir bem, eu vou pra casa.

 

-- Certo. – vi que ela revirou os olhos, provavelmente discordando de minha decisão – Estarei lá fora, me chame se precisar de alguma coisa.

 

-- Obrigada mais uma vez.

 

Carol deixou a minha sala e eu me permiti ficar um pouco mais naquele sofá. Talvez por medo de levantar e voltar a sentir aquela náusea novamente.

 

Quando finalmente levantei fui até o banheiro e escovei os dentes. Depois, me concentrei na pauta da reunião que aconteceria em menos de uma hora. Chamei Alice até a minha sala e conversamos brevemente sobre os ajustes do projeto.

 

Carol nos avisou da chegada de Antunes e nós deixamos a minha sala. Quando passei acompanhada de Alice para a sala de reuniões, minha secretária me lançou um olhar preocupado e eu sorri na tentativa de convencê-la de que eu estava bem, mas na verdade ainda sentia um incômodo em meu estômago.

 

Do início ao fim toda a minha equipe se irritou com o cliente. Antunes não tinha a menor noção do que queria fazer, porém, parecia bastante decidido a brincar com a minha equipe inteira. Por diversas vezes tive que me segurar para não perder a linha e cair naquela brincadeirinha do velho empresário.

 

Nas três horas que se seguiram eu dividi a minha atenção entre o velho engravatado e o meu relógio. Quando me dei conta de que ele se prolongaria insistindo nas mesmas coisas, me desliguei um pouco a fim de poupar meu emocional. Tudo o que eu queria era sair daquela sala e ir almoçar com a minha namorada.

 

Bom, pensar no almoço fez meu estômago embrulhar, me trazendo de volta aquela sensação ruim que senti mais cedo. Que nojo!

 

-- Você não concorda senhorita Evans?

 

-- Perdão. O que disse?

 

O velho afrouxou a gravata e me olhou seriamente.

 

-- Estou dizendo aos seus empregados que deveríamos começar o projeto do início.

 

Fechei os olhos e puxei o máximo de ar que consegui. Empertiguei-me na cadeira, mas não consegui ficar sentada. Levantei e caminhei até a janela no fundo da sala, com vista para uma pequena praça. Puxei o ar mais uma vez e contei até dez. Esse homem só pode estar de brincadeira.

 

-- Senhor Antunes – comecei virando-me em sua direção – Em primeiro lugar, este pessoal que se encontra aqui, a sua disposição, não são meus empregados, são minha equipe, todos profissionais e com inúmeras tarefas a realizar nessa construtora. Fizemos o projeto da forma como pediu, detalhadamente e tomando o cuidado para não infringir nenhuma lei ambiental. O que o senhor está pedindo, foge de nossa alçada, e sinceramente e não compactuo com o seu pedido. Esta empresa jamais vinculará seu nome a uma obra que faz questão de ir contra a concepção de sustentabilidade.

 

-- Eu estou pagando por isso, não me venha com essa historinha de “plante uma árvore”. – ele disse erguendo-se e praticamente cuspindo suas palavras.

 

-- Se quiser que continuemos com o projeto, será da nossa maneira, corretamente. Caso queira insistir com a sua ideia maluca de abrir mais espaço dentro de uma área preservada da qual você não tem licença, só para aumentar a droga do seu empreendimento, pode fazer a gentileza de passar na sala do meu jurídico porque a minha equipe não trabalhará mais para você.

 

O homem levantou completamente transtornado e esmurrou a mesa antes de deixar a sala praticamente bufando e levando consigo todos os papéis sobre a mesa.

 

-- Já vai tarde! – pronunciou-se Joel, meu mestre de obras.

 

-- Era um belo contrato. – disse Alice se referindo aos cifrões impressos no documento firmado entre as duas partes.

 

-- Não importa, perdi minha complacência com esse sujeito. Fui duro e trabalhoso erguer e fazer o nome dessa construtora no mercado, não vou jogar tudo na lama por causa dos caprichos desse homem. Muito bem pessoal, muito obrigada pelo tempo de vocês, estão dispensados.

 

 Todos, sem exceção me cumprimentaram antes de deixar a sala de reuniões. Voltei para minha sala, e de lá liguei para o setor jurídico, Antunes passou por lá e disse que acionaria seus advogados para tratar da quebra de contrato por parte da E & W Arquitetura e Construções. Desliguei com o jurídico e liguei para Alice e Joel, pedi para que eles parassem imediatamente as obras.

 

Escorreguei em minha cadeira e levei minhas mãos até a cabeça. Recostei-me ali por alguns instantes na tentativa de buscar em meu interior o meu equilíbrio que eu havia perdido. Odiava perder a paciência e o tato com as pessoas, e isso só acontecia quando eu realmente estava no meu limite.

 

Peguei meu celular e liguei para Bia, queria avisar que já estava saindo da construtora para busca-la. Liguei duas vezes e ela não atendeu. Guardei o aparelho em meu bolso enquanto recolhia meu blazer e alguns objetos pessoais. Definitivamente eu não voltaria para o escritório.

 

Deixei minha sala e parei diante da Carol que falava ao telefone. Aguardei o final da ligação sem prestar muita atenção enquanto ainda tentava falar com a minha namorada.

 

-- Adele?

 

-- Sim. – falei guardando meu aparelho celular dentro do bolso.

 

-- Temos um problema.

 

-- Sua cara está me assustando Carol. O que houve?

 

-- Era o Mário no telefone, o mestre de obras daquele canteiro lá no centro. A fiscalização interditou a obra. Encontraram problemas na fundação e constataram riscos a integridade física de alguns trabalhadores.

 

-- O quê? Quem é a equipe responsável?

 

-- A equipe do Bruno. O Mário ligou porque não conseguiu falar com ele.

 

-- Certo. Eu estou indo pra lá, continua ligando para o irresponsável do Bruno e manda ele pra lá.

 

Não esperei resposta, deixei a construtora praticamente voando. Entrei em meu carro pensando que o meu dia só estava piorando. Voltei a ligar para Beatriz e o seu celular chamava até cair na caixa postal. Deixei o celular de lado e voltei minha atenção para o trânsito.

 

Cheguei ao canteiro depois de quase 40 minutos. O Auditor Fiscal do Trabalho e o Fiscal de Obras me aguardavam juntamente com o mestre de obras que parecia extremamente nervoso.

 

Sai de lá com uma bela multa e a confirmação da interdição da obra realizada por minha construtora. Tudo, inclusive as máquinas parariam.

 

 Voltei a ligar para o meu jurídico e solicitei a eles uma Ação de Levantamento de Interdição. Bruno não deu as caras, e Carol me informou que não conseguiu entrar em contato com ele. Bruno era filho de meu sócio, e ultimamente vinha me causando inúmeras dores de cabeça. Mas ele ia ver só!

 

Depois da saída dos fiscais permaneci na obra e conversei com Mário que ainda muito nervoso tentou me convencer de que não tinha culpa. Andei pelo canteiro por alguns minutos e estes foram necessários para encontrar erros inadmissíveis, como a falta de material de proteção e segurança para os operários.

 

Deixei o canteiro quando já era noite. Meu corpo reclamava diante do todo o estresse que passei desde as primeiras horas do dia. Antes de entrar no carro e dar partida, chequei meu celular. Beatriz avisava que já estava em casa e se desculpava por não ter atendido minhas ligações. Além das mensagens, algumas ligações perdidas, quase todas dela.

 

No meio do trajeto para casa tive que parar o carro no meio fio e correr para próximo de uma árvore onde novamente vomitei. Meu estômago estava vazio, não havia comido nada desde o café da manhã, mas ainda assim o líquido pedia para ser expelido.

 

Voltei para o carro quando me senti minimamente melhor. Alcancei uma blusa no banco de trás do carro e enxuguei o suor em minha testa. Olhei-me no retrovisor e me espantei com a figura extremamente pálida que refletia ali.

 

Dei novamente partida no carro, mas dessa vez dirigindo ainda mais devagar, com medo de passar mal ao volante. O caminho para casa nunca foi tão longo quanto agora. Dei graças a Deus quando finalmente estacionei meu carro no estacionamento de meu prédio.

 

Entrei no elevador me sentindo fraca e precisei me recostar na parede metálica para conseguir me manter de pé. Me encarei no espelho do elevador e percebi que estava ainda mais pálida. Deve ser por não ter me alimentado hoje. – pensei.

 

Sentia-me péssima, e tive receio de assustar Beatriz com a minha aparência. Abri a porta do meu apartamento a tempo de ouvir a seguinte frase: “Você não pode esconder isso da Adele, ela precisa saber!”

 

Parei junto a porta e encarei Samanta e Beatriz – que parecia espantada com minha presença. As duas estavam de pé, no meio da sala. Estavam próximas e carregavam um leve rubor no rosto. Samanta se calou e cruzou os braços diante dos seios.

 

-- Boa noite! – cumprimentei.

 

-- Boa. – disse Samanta.

 

-- Oi amor. – ela se aproximou de mim e quando estava perto o suficiente franziu as sobrancelhas e abriu um pouco a boca – Deus! Você está bem?

 

Pensei em negar, mas eu não estava mais me aguentando de pé.

 

-- Não estou me sentindo bem.

 

Uma expressão aflita assumiu o semblante de Bia e ela tomou de minhas mãos o que eu carregava. Samanta também parecendo preocupada se colocou ao meu lado. Beatriz tocou o meu braço e pareceu ficar ainda mais preocupada.

 

-- Meu Deus Adele, você está gélida. Vou te levar para um hospital.

 

-- Não amor, não precisa. Só preciso de um banho, alguma coisa leve pra comer e uma boa noite de sono. O dia não foi fácil.

 

Eu tinha verdadeiro pavor de médicos e hospitais. Fazia de tudo para não passar nem na calçada de uma clínica ou hospital. E a única vez que entrei em um por livre e espontânea vontade foi quando Beatriz precisou de atendimento especializado.

 

Pode parecer frescura, mas não era. Desde criança tenho essa aversão. Enquanto outras crianças tinham medo de palhaço, bicho papão e afins, eu tinha medo de pessoas de branco.

 

-- Tem certeza de que não é melhor irmos ao hospital, amor? Você realmente não parece bem.

 

-- Concordo com a Bia, gringa. Você tá mais branca que o normal, tá parecendo vela.

 

-- Obrigada pelo elogio Sam. – dei um leve sorriso – E não se preocupe amor, é só um mal-estar. Com os seus cuidados logo vai passar.

 

Beatriz balançou a cabeça em negativa.

 

-- Me ajuda a levar ela para o banheiro Sam?

 

Com o auxílio das duas cheguei ao banheiro. Com um piadinha Samanta se retirou e disse que faria uma sopa de legumes. Minha namorada me ajudou no banho, me enxugou, me ajudou com o meu pijama e me levou para a cama.

 

-- Como você está se sentindo? – ela perguntou enquanto arrumava meus cabelos.

 

-- Agora que estou com você, me sinto muito melhor.

 

-- É sério amor, como está se sentindo?

 

-- Estou me sentindo fraca e vazia. Passei mal hoje cedo, coloquei pra fora tudo o que havia comido, e depois não consegui parar para comer alguma coisa.

 

-- Você é inacreditável! – disse me lançando um olhar zangado.

 

-- Não briga comigo, princesa.

 

-- Certo, não vou brigar, mas, quando você estiver melhor você vai se ver comigo.

 

-- Você fica linda zangada.

 

-- Não tente me ganhar com elogios. Vou ver se sua sopa está pronta. Fica quietinha aí.

 

Assenti e ela deixou o quarto. De repente a frase que Samanta pronunciara no instante que eu entrei em casa martelou em minha mente. O que será que eu tinha que saber? O que Bia estava escondendo de mim?

 

Inúmeras possibilidades surgiram, e em sua maioria, não eram coisas boas. Não queria que ela escondesse nada de mim. Foi o nosso primeiro acordo, conversar sempre... Será que...? Não! Ela não seria capaz de fazer isso comigo.

 

-- Voltei. – ela disse sorrindo com uma pequena bandeja em mãos.

 

-- O cheirinho está bom.

 

-- Está gostosa também. Fui uma ótima professora, afinal, quando Sam e eu começamos a namorar ela não sabia cozinhar nada.

 

-- Amor!

 

-- Que foi?

 

-- Eu sei de toda a história, mas não é legal imaginar você e a Samanta enquanto namoradas.

 

-- Boba!

 

-- É sério, tá? – disse tentando manter a seriedade.

 

-- Tá bom. Desculpa?

 

-- Só se fizer aviãozinho.

 

Ela me deu um sorriso gigante e se sentou próxima a mim. Ela levou mesmo a sério a minha pequena chantagem. Bia ajeitou a bandeja em seu colo e preparou a primeira colherada. Bem que o papai e Antony costumavam dizer que quando eu estava doente parecia uma criança.

 

Achei que me estômago fosse reclamar e não fosse aceitar a comida, mas me enganei. A sopa estava deliciosa, e ao terminar de comê-la já me sentia menos fraca. Bia saiu para deixar a louça da cozinha e demorou um pouco para retornar, disse que tinha preparado o quarto de hospedes para Samanta, que decidiu ficar caso precisássemos de sua ajuda.

 

Beatriz foi para o banho e eu fiquei zapeando os canais da TV. Na verdade eu nem estava prestando atenção na tela. Uma pergunta rondava minha mente.

 

Quando minha namorada voltou para o quarto já vestia uma camisola de seda, curtinha e que brincava com minha libido. Enquanto ela andava pelo quarto não conseguia não reparar nos seios volumosos que balançavam escondidos pelo fino tecido, e no belo bumbum que eu tinha certeza, não estava coberto por nenhum outro tecido além da própria camisola.

 

-- Safada! – disse ao me pegar no flagra.

 

-- Que foi? – me fiz de desentendida.

 

-- Chegou aqui passando mal, e nem assim você aquieta o facho, né?

 

-- Não tenho culpa.

 

Ela balançou a cabeça e apagou o a luz do quarto, deixando apenas a luz da TV iluminando o ambiente.

 

-- Taradinha. – disse me dando um selinho – Mas hoje a senhorita precisa de descanso, entendeu?

 

-- Mas eu já estou bem...

 

-- Nem invente! Vamos dormir.

 

-- Droga!

 

Ela riu de mim e deitou me trazendo para o seu peito. Desligou a TV fazendo com que o quarto ficasse na penumbra e embrenhou seus dedos em meus cabelos, fazendo um cafuné gostoso. O corpo quentinho junto ao meu era uma sensação indescritível. O carinho, o aconchego, os cuidados e aquela mulher, eram tudo. Era disso mesmo que eu estava precisando!

 

-- Como está se sentindo?

 

Suspirei extasiada e agarrei sua cintura.

 

-- Em casa. – respondi na mais plena certeza.

 

 

Continua...

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá meninas. Tudo bem?
Me desculpem a demora, mas é que a semana de provas da faculdade realmente me consumiu. Espero que me compreendam.

Um capítulo novinho pra vocês. Comentem, nem que seja pra dizer "Oh autora, não gostei!" Preciso da opinião de vocês. Ah, nenhum capítulo é um capítulo solto, ou em vão...

Beijos e até o próximo.


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Comentários para 27 - Capítulo 27:
LeticiaFed
LeticiaFed

Em: 17/10/2018

"Oh autora, não gostei!"...de ver a Adele passando mal! ;) Hahaha Mas sério, que dia infernal pra nossa inglesinha, mil e um problemas no trabalho mais essa indisposição. E chegar em casa ouvindo que Bia está escondendo algo também não vai ajudar. Mas como você diz, nenhum capítulo é em vão, então confiança na nossa autora. E boa sorte nas provas ;) Beijo!

 

 


Resposta do autor:

Ola! Tudo bem?

Vixi! Fiquei tensa com o início do comentário, jurava que vinha bomba kkkk. Adele dodói realmente não foi uma boa, no entanto, é uma parte importante. Pois é, foi um dia daqueles, hein? Mas apesar dos problemas e do que ela ouviu que  deixou intrigada, ela só precisava dos carinhos e da atenção da namorada pra começar a ficar bem. E convenhamos, Beatriz só não foi interpelada pq não estava bem, mas o bom seria que Bia contasse sem que ela precisasse perguntar, afinal, elas acordaram de sempre conversarem...

Não é em vão mesmo, tudo tem uma pontinha, então fica de olho aberto kkkkk

Vou precisar de muuuuuuuita sorte! Obrigada amore.

Beijos e até o próximo!

Responder

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anny silva
anny silva

Em: 17/10/2018

So o que faltava era adele doente!

Maravilha seu conto o único problema é que vc custa demais para postar e deixa a gente curiosas.

Rsrsrsrs

Entao cuida...

Bjsss


Resposta do autor:

Adele doente ninguém esperava né? Bora ficar no pe dela...

Ow amore, desculpa deixar vocês na curiosidade, foram dias bem tensos, mas prometo que não vou tornar a demorar. Volto logo!

Pode deixar que o "Tico e o Teco" ja estão funcionado, já  já sai um capítulo novinho.

Beijos e até o próximo!

Responder

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Elizaross
Elizaross

Em: 17/10/2018

Acorda Bia!! conta logo abri o jogo poxa ..

Adele, vc se cuida menina.

Tensão no ar


Resposta do autor:

Oi Elizaross! Tudo bem?

Vamos Bia, conta isso de uma vez! Fico aqui pensando: como será que Adele vai reagir quando ela contar? Aposto que ela tem medo disso...

Vamos ficar de olho na inglesa, ela tem mesmo que se cuidar.

Beijos e até o próximo!

Responder

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Mandyletta
Mandyletta

Em: 17/10/2018

Agora eu entendo seu sumiço, fico feliz em saber que está bem.

Que saudade que eu tava do meu casal! Pra mim esse mal estar da Adele ta mais pra um pressentimento que ela teve com a Bia. Essa que ja devia abrir o jogo antes que algo mais sério aconteça se já não aconteceu.

Ansiosa pelo próximo capítulo!

Bjs


Resposta do autor:

Oi Mandyletta! Como vai?

Que bom que você me entende viu? Foram diss bem tensos e corridos, mas no fim, acho que consegui salvar alguns dos meus neurônios. Aêêê!

Olha eu também estava com saudade desse casal, as vezes até pensava nessas duas nas horas vagas. Será que é só um pressentimento ruim? O que posso dizer, é que por trás desse mal estar, tem algo importante. Pois, Bia ta lesando em contar logo o que ta acontecendo. Cuida Bia!

Prometo que não demoro.

Beijos e até o próximo!

Responder

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Pryscylla
Pryscylla

Em: 17/10/2018

Porque a Vi a não fala logo o que está acontecendo? Já estou sem paciência com ela. É agora essa da Adele doente, tadinha.

Bju


Resposta do autor:

Oi Pryscylla! Tudo bem com você?

Ela ta demorando um cadinho pra contar pra Adele, e essa situação é daquelas que quanto mais tempo passa, pior pode ficar. Conta logo Bia! Pois é, a loira ficou dodói :(

Beijos e até o próximo!

 

Responder

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Socorro
Socorro

Em: 17/10/2018

Não invente viu autora, não quero Adele doente ...:(((

pfv!!?? 


Resposta do autor:

Oi Socorro! Tudo bem?

Pois é, nossa inglesa ficou dodói! Mas vamos mandar boas vibrações pra que ela melhore logo. Esse dodói da loira ai tem algo importante por trás.

Prometo que não demoro.

Beijos e até o próximo

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