Capítulo 4 - Justiça
Samantha dormia dentro do carro, já era madrugada, não quis ir para casa, tinha intenção de esperar notícias de Carolina.
Roberta cochilava na sala de espera com o namorado, aguardava notícias da cirurgia da amiga.
Um médico apareceu procurando por parentes de Carol.
-- Algum parente de Carolina Andrade?
Roberta deu um pulo, assustada ao ouvir o nome de Carol.
-- Oi, eu. Eu estou aqui, o que houve? – levantou ajeitando a roupa –
-- A senhora é parente? – segurava um prontuário –
-- Amiga, ela não tem parentes aqui.
-- Nesse caso, ela saiu da cirurgia, está na UTI.
-- Ela é médica, ela trabalha no Hospital Matriz, eu vou ligar para lá e tentar uma transferência.
-- Isso é ótimo, eles têm uma estrutura muito boa, conheço alguns médicos que trabalham lá.
-- E o que ela sofreu? – pegou o celular do bolso –
-- Então, ela teve um traumatismo craniano severo, está com inchaço no cérebro, quebrou alguns ossos, clavícula, duas costelas e uma delas perfurou o pulmão esquerdo, essa foi a cirurgia que fizemos, para conter a hemorragia e quebrou o tornozelo. Mas o que mais preocupa são os danos na cabeça. Ela está em coma induzido e sendo observada.
-- Entendo. Eu vou ligar para o hospital, tentar a remoção.
-- Tudo bem. Qualquer dúvida, peça para me chamarem. – Saiu pela mesma porta que chegou –
-- E aí, amor? – Lucas perguntou –
-- Eu vou tentar uma remoção lá para o Hospital matriz, onde ela trabalha, a equipe dela pode cuidar melhor de Carol.
Olhou para o relógio que estava preso na parede da recepção do hospital, este marcava quatro horas da manhã. Torceu para Izabel estar de plantão. Discou o número do hospital, aguardava atendimento, ela conhecia a chefe de Carolina, e logo chamou por ela.
-- Alo. Bom dia. Eu posso falar com Izabel Cristina? – aguardou – Isso, chefe de cirurgia. Avisa a ela que é sobre a médica Carolina Andrade, é muito urgente.
Após aguardar alguns minutos, Izabel atendeu ao telefone.
-- Alo.
-- Izabel, graças a Deus que você está de plantão. Sou eu, Roberta.
-- Oi Roberta. O que houve com Carol? Aconteceu alguma coisa?
-- Izabel, Carol sofreu um acidente, está aqui no Hospital Geral, fizeram uma cirurgia, mas ela precisa sair daqui, consegue uma transferência para ela?
-- Minha nossa! Carol acidentada? Eu vou ligar para a administração daí, estou mandando uma ambulância agora, o estado dela é grave?
-- Traumatismo craniano, ela está com inchaço no cérebro. Está na UTI.
-- Vou mandar uma UTI móvel. Vou fazer isso agora! Qualquer coisa liga para o meu celular, está ligado.
Roberta desligou o celular aliviada, os hospitais não eram muito distantes, sabia que logo Carol estaria com as pessoas que confia e rezava para a amiga ficar bem. Seu coração estava apertado, eram melhores amigas, arrependia-se amargamente do tempo que ficaram separadas.
Lembrava-se das confusões que se metiam no colegial, e uma lembrança veio em sua mente.
Junho 1996
Carolina e Roberta caminhavam para o banheiro enquanto conversavam. Samantha e Lucia observavam as duas amigas enquanto estavam sentadas em um banco no pátio. Resolveram seguir as meninas até o sanitário.
Entrando no banheiro, tinha um grupo de crianças brincando. Carolina ignorou a presença das mais novas e entrou em uma cabine seguida por Roberta em outra.
As crianças estavam entrando nas cabines para trancar as portas e pulavam para outra, deixando as portas trancadas sem ninguém dentro.
Quando Samantha e Lucia entraram e viram a cena, pensaram logo em sacanear Carolina. Elas expulsaram as crianças menores do banheiro e saíram para chamar a coordenadora.
Carolina e Roberta sem saber de nada, estavam lavando as mãos e conversando quando a coordenadora entrou furiosa no banheiro, encontrando apenas Carolina e Roberta.
-- Então são as duas mocinhas que estão travando as portas do banheiro e deixando as cabines vazias? – já chegou acusando –
-- O que? – Carolina não entendeu nada –
A mulher com o semblante fechado foi até as cabines e empurrou, constatando que duas estavam fechadas.
-- Olha isso! Duas cabines fechadas, e ninguém dentro, vocês por acaso sabem o trabalho que dá para entrar aí e destravar essas portas? – gritava com as meninas –
-- Espera um minuto, Dona Carmelita! – Roberta tentou argumentar –
-- Não espero nada! Carolina, logo você! Dona Carmem sempre fez tudo por você. E agora eu te pego nesse flagrante!
-- Dona Carmelita, eu sinto muito, mas a senhora está enganada. – A garota começava a ficar nervosa – Não fomos nós que fizemos isso, nós usamos as cabines da entrada, tinham umas crianças da primeira série quando nós entramos, podem ter sido elas.
-- Mas eu recebi uma informação que eu pegaria as responsáveis por isso no banheiro e quem está aqui são vocês.
-- E quem deu essa informação para a senhora? – cruzou os braços –
-- Não posso revelar minhas fontes. Agora quero que vocês duas voltem para as cabines e destranquem tudo.
-- Mas não fomos nós, como vamos entrar para destrancar isso? – Roberta se desesperou – Com o meu peso, a senhora acha mesmo que eu seria capaz de pular essas paredes?
Por um momento Carmelita parou para raciocinar, e Roberta tinha razão, ela estava bem acima do peso e não conseguiria pular a parede. Carolina era a aluna mais comportada que ela já teve naquela escola, tinha algo de muito errado acontecendo com aquela denúncia.
-- Dona Carmelita, quem foi chamá-la? – Carolina insistiu na pergunta –
-- Samantha e Lucia.
-- Ah, tinha que ser! – Carolina bateu as mãos na lateral do corpo – Samantha! Está vendo Roberta!
-- Dona Carmelita, a senhora sabe que Samantha adora implicar com as garotas, e com Carolina em especial, é lógico que ela iria colocar a culpa disso aqui em nós. Mas eu aposto que foram as meninas mais novas.
-- Vocês saberiam me dizer quais as crianças que estavam aqui na hora que vocês entraram?
-- Não sei se todas, mas eu me lembro de algumas. – Roberta coçou a cabeça –
-- Venham!
Carmelita saiu do banheiro, acompanhada das meninas, em um canto, Samantha e Lucia riam das colegas, achando que elas ganhariam uma advertência. E ficaram sentadas de longe esperando o retorno das duas para tripudiar ainda mais de Carolina.
Carmelita foi direto para a turma indicada e entrou na sala com as duas moças.
Após a acareação, saíram quatro crianças da sala acompanhadas da coordenadora em direção ao banheiro e Carolina e Roberta foram dispensadas. As amigas ficaram calmas, pois poderiam pegar uma suspensão.
Samantha aproximou-se curiosa para tirar sarro, e foi surpreendida.
-- O que houve com vocês? Entraram pelo cano? – gargalhava –
-- Nós não, mas você vai. – Carol sorriu –
-- Dona Carmelita! – Roberta chamou a mais velha – Samantha apareceu!
A coordenadora voltou com tudo para cima da menina rica.
-- Ah, então quer dizer que a senhora estava armando para suspender suas colegas de sala! Segurou as meninas pelo braço – Venham comigo!
-- Mas o que está acontecendo? Solta o meu braço! Meu pai paga muito caro esse colégio para eu ser tratada desse jeito!
-- Cala a boca Samantha! Você hoje vai aprender a ser gente!
Carmelita levou as duas juntamente com as crianças ao banheiro, e as meninas menores mostraram como faziam para trancar as cabines por dentro e saíam por cima da divisória. Samantha e Lucia levaram uma advertência.
Na saída da secretaria, Carolina e Roberta esperavam as duas meninas mimadas saírem. Estavam irritadas com a punição e Samantha só sabia dizer desaforos sobre a colega.
-- Você me paga Carolina! É minha segunda advertência, se eu tomar outra eu serei suspensa, e a culpa é sua! – apontava para a outra –
-- Minha? Vai te catar Samantha! – gesticulava – Eu não mandei você ir inventar mentiras sobre mim, para me prejudicar. Eu que teria tomado essa advertência se Dona Carmelita não conhecesse seu caráter. – Parou – Quer dizer, sua falta de caráter!
-- Você é santinha, não é? Mas eu ainda vou descobrir um podre seu. E aí você vai comer na minha mão! – Lucia puxava a amiga – Eu vou te pegar sua sonsa!
Carolina e Roberta apenas observavam as duas garotas mimadas se afastando, Samantha estava visivelmente transtornada e foram para a sala de aula.
-- Cala a boca Samantha, não está de bom tamanho a advertência? – Lucia reclamava – Eu não sei por que eu ainda entro nas suas.
-- Porque você gosta de ser popular, garota! Você gosta de mandar e desmandar nas menores e humilhar a ralé. – Ajeitou os cabelos – Se não fosse por mim você não seria nada também, outra ralé que eu humilharia, -- apontou para si mesma -- e você não quer ser humilhada, quer?
-- Ai Samantha, que horror! Eu sou sua amiga, por isso que eu entro nessas com você. – Olhou sentida --
-- Amiga! Lucia? Acorda, na alta sociedade ninguém tem amigo, é tudo jogo de interesse, ou você acha que eu entraria em uma furada por sua causa? E esse seu sentimentalismo não me convence, você igual a mim. É tudo política.
Lucia ficou observando a garota caminhar mais afastada e ficou pensativa, realmente, ela nunca havia parado para pensar se ela precisasse de Samantha, ela não poderia contar com a garota, no entanto, ela sempre entrava nas armações e confusões criadas pela amiga.
-- Tudo bem Samantha, então é assim, não é. – voltou a caminhar – Assim será.
*****************
Carolina chegou em casa com a mãe contando o acontecido, indignada, Carmem resmungava sozinha, pela desconfiança da coordenadora.
-- Mas Carmelita te conhece desde bebezinho, ela sabe que você não faria isso! – colocou a bolsa sobre o sofá – Parece que bebe!
-- Eu acho que ela gosta de beber água que passarinho não bebe. – Carolina levantou as mãos em sinal de rendição – É o que dizem por ai! – riu –
-- Carol, olha o respeito! Não se espalha boatos por aí. Já te ensinei isso! – ralhou –
-- Desculpa mamãe. Foi só uma brincadeira. – deitou no sofá –
-- Amanhã eu vou conversar com ela de novo sobre essa Samantha! – começou a mexer nas panelas – Ela está passando dos limites. Agora vê! Prejudicar você na escola?
-- Eu sei lidar com ela mamãe. E além do mais, ela está sempre se metendo em apuros por si só, eu não preciso me preocupar, ela irá cavar a própria cova ainda.
-- Mas isso não está certo! Agora vem aqui me ajudar. Onde está o seu irmão?
Carolina levantou e foi para a cozinha.
-- Caio? Deve estar com os bandidos, agora ele só vive na boca. – Cortava as batatas –
-- Ai Minha Nossa Senhora! Rogai por meu filho! Caio só está se metendo em situações ruins.
-- Mamãe. Caio precisa sair daqui, ou ele vai acabar morto ou preso. – Olhou para a mais velha –
-- Meu Deus! – balançou a cabeça – Mas para onde eu poderia mandá-lo? Sua tia já o mandou de volta, ele arrumou confusão com o seu primo. – Acendia o fogo – O avô dele não quer que ele vá para lá também, eu não sei o que fazer.
-- Eu vou atrás dele.
-- Não, você não vai! – Carmem gritou –
Carolina se assustou com a reação da mãe, que era sempre tão calma e contida.
-- Desculpa minha filha. – Abraçou a menina – É que eu prometi que nenhum mal irá te acontecer novamente, e eu não quero você andando pelo morro, sozinha essa hora da noite.
-- Tudo bem mãe. – Abaixou a cabeça – Mas toda vez que eu penso que eu esqueci o mal que me aconteceu, a senhora faz questão de me lembrar.
Carmem sentiu o peito doer, seu coração encolheu, Carolina tinha razão, por mais que a garota tentasse esquecer, Carmem que acabava trazendo as lembranças ruins de volta. Olhou para a filha calada, em pé na pia, e a abraçou.
-- Desculpe minha filha, eu estou errada mesmo. Desculpe, você tem razão. Eu que sempre trago todo o medo e arrependimento de ter deixado acontecer aquilo com você e ao invés de deixar passar, eu fico trazendo tudo de novo, sempre e sempre.
-- Não se preocupe mãe, eu estou bem, só quero que a senhora confie em mim. – Olhou para a cozinheira -- É possível?
-- Sim, é possível. – Beijou-lhe a testa –
-- Acabei, eu vou tomar banho. – Lavou as mãos –
Carmem ficou pensando no que poderia fazer para proteger os filhos, mas sempre sentia que isso estava fora de seu alcance, a violência contra eles foi dentro da própria casa. Por quem ela pensava que os protegeria. Não sabia como Nelson estava, apenas que ele fora condenado pelos crimes que cometeu.
Outubro 1996
Carmem estava aflita, caminhava de um lado para o outro no tribunal, os filhos estavam sentados, observando a movimentação do ambiente. Estavam aguardando o momento de testemunhar contra o ex-marido pelos anos de abuso com ela e sua família.
Por ironia do destino o julgamento foi marcado para um dia antes do aniversário de Carolina, a moça faria dezesseis anos, mas não estava com cabeça para nenhum tipo de comemoração, o presente que ela queria receber era a condenação permanente daquele que foi o seu pior pesadelo por muito tempo.
A promotora de justiça chamou a família para entrar no tribunal, pois o julgamento iria começar, e um a um prestou seu depoimento. O mais esperado era o de Carolina, filha legítima de Nelson e sua vítima também.
Carolina estava no assento de testemunha, de frente para o juiz, não tinha contato visual com o pai, que estava sentado mais atrás, quem ficava olhando para ele com ódio no olhar era Carmem. O homem permaneceu de cabeça baixa o tempo inteiro. Ele estava algemado, sentado ao lado do defensor púbico.
A promotora fazia as perguntas para Carolina e apresentava as provas contra Nelson, os exames feitos no IML que comprovaram os estupros.
Carolina estava constrangida ao ter que relatar novamente o que ocorria com ela e os irmãos dentro de casa, muitas pessoas que ela não conhecia estavam presentes, jurados, advogados, testemunhas. Lembrava-se da primeira vez em que teve que falar sobre isso com a psicóloga. Tinha dez anos e sua forma de contar os fatos ainda era muito infantil, agora com quase dezesseis anos, já tinha total noção do que lhe acontecera e já conseguia relatar de forma mais esclarecida o que sofreu.
-- Senhorita Carolina Andrade, poderia nos relatar como aconteciam as visitas do seu pai ao seu quarto quando sua mãe não estava presente?
-- Sim senhora. Eu geralmente já estava pronta para dormir. Ou até mesmo dormindo. – Se ajeitava na cadeira – Ele chegava da rua, bêbado e entrava em casa sem fazer barulho, ia direto para o meu quarto. Eu sentia logo o cheiro forte da cachaça. – Estalava os dedos nervosamente – Algumas vezes eu fingia que estava dormindo, mas ele me acordava assim mesmo.
-- E o que ele fazia?
-- Ele dizia que queria brincar comigo. E me despia para brincar de “casinha” – fez sinal de aspas com as mãos --. Ele dizia que mamãe e papai brincam assim, sem roupas. E tirava a roupa também. – Apertava as mãos –
-- Ele te tocava?
-- Sim senhora.
-- Pode nos dizer o que ele fazia?
Carolina suspirou pesado, estava tensa, lembrar daqueles momentos era assustador, algumas gotas de suor escorriam pela sua testa, o nervosismo era palpável, sentia vergonha de ter que falar sobre tudo o que passou naquelas noites terríveis com o pai. Apertou os olhos e respirou fundo tentando se acalmar para voltar a falar.
Narrou as visitas que Nelson fazia ao seu quarto, lembrava-se do medo que sentia, descreveu tudo o que ele fazia e aquilo parecia não ter fim, só queria que tudo acabasse logo para voltar para sua vida e tentar esquecer daquelas lembranças que insistiam em lhe atormentar.
-- Você se lembra quanto tempo isso durou? – a promotora caminhava lentamente pelo tribunal –
-- Não senhora. Eu não tenho noção de tempo, mas creio que começou quando eu tinha uns sete ou oito anos.
Algumas pessoas cochichavam na sala, mas o espanto nos olhares era o mesmo, todos estavam revoltados com os relatos da família sobre a violência e os abusos sofridos.
Carolina relatou detalhadamente como aconteciam as visitas e o sofrimento silencioso pelas ameaças do homem que dizia que a levaria para longe da família. As provas eram apresentadas a cada momento e a menina descreveu o dia em que ele tirou sua inocência.
As pessoas no recinto estavam visivelmente transtornadas com o relato da menina. Algumas senhoras choravam contidamente. Algumas vezes ela olhava de canto de olho para o homem sentado mais atrás, e a mágoa e a raiva pareciam lhe dominar quando percebia que ele não estava tendo nenhuma reação. Seu estômago revirava ao lembrar de tudo que estava descrevendo, parecia que a cada palavra revivia cada momento daquele tempo em que viveu sob uma ameaça velada e silenciosa.
-- Depois disso o que aconteceu? – parou em frente a menina --
-- Ele disse que se eu contasse a alguém, ele me levaria para longe da minha mãe. Ele saia do meu quarto e me deixava como eu estava, sem roupa, deitada na minha cama, com medo do que poderia acontecer das próximas vezes que ele iria aparecer.
-- Houveram outras vezes assim?
-- Sim.
-- Carolina, agora diga para o júri e para as pessoas que estão presentes aqui nesse tribunal. Qual é o seu parentesco com o senhor Nelson?
-- Eu sou filha legítima dele.
-- Sem mais perguntas.
Depois dos depoimentos dos irmãos e de dona Carmem, o julgamento encerrou com muita rapidez, Nelson foi condenado à pena máxima de trinta anos de prisão para cada estupro que cometeu nas três crianças, também foi punido pelas agressões à esposa, chegando a pegar mais de cem anos de prisão.
Na saída do fórum, a família presenciou Nelson sendo levado para o camburão da polícia, a fim de ser levado para o presídio. O homem passou por elas gritando transtornado.
-- Vocês vão me pagar por isso! Vadias! Você foi culpada sua piranha! Você me provocou! Eu só fiz o que você queria! Vadia!
Vieram outros policiais para conter os ânimos do homem, e ele foi levado à força para o carro que logo saiu em direção a um presídio no Rio.
Carmem nunca foi visitá-lo e nem deixou que os filhos fossem. Carolina deixou o fórum com o sentimento confuso, pois estava aliviada com a prisão daquele que ela estremecia de medo toda vez que ouvia o nome, mas ao mesmo tempo ele era seu pai, e aquele misto de sentimentos a deixava com a cabeça rodando, nunca contou sobre isso para ninguém, nem para Roberta, tinha medo da reação da amiga, apesar de saber que ela tinha sido uma vítima daquele homem doente, se convenceu disso depois de muita conversa com uma psicóloga indicada pela delegada que acompanhou o caso.
Enfim o sentimento que mais se fazia presente era o de justiça que havia se cumprido, e ela realmente encarou aquela sentença como um presente pelo seu aniversário que chegaria no dia seguinte. Era como se ela realmente nascesse de novo, uma nova caminhada, sem medos, sem receios de ter o seu carrasco em liberdade novamente.
Ali naquele dia, diante daquele homem gritando ofensas sobre si, ela se prometeu que nunca se permitira sofrer por causa dele novamente, ou por qualquer pessoa. Não se entregaria ao amor, estava convencida a viver sua vida em função da medicina e assim ergueu sua fortaleza.
Voltando para casa, a música no rádio do taxi, ditava toda sua dor.
No More I Love You's (tradução) Annie Lennox
https://www.youtube.com/watch?v=NSkboTTTmpg
No More I Love You's Chega de "Eu te amo"
Do be do be do do do oh Do be do be do do do oh
Do be do be do do do oh Do be do be do do do oh
I used to be a lunatic from the gracious days Eu costumava ser uma lunática da época da bondade
I used to feel woebegone and so restless nights Eu costumava sofrer de tristeza e tinha noites agitadas
My aching heart would bleed for you to see Meu coração partido sangraria para você ver
Oh, but now Oh, mas agora
I don't find myself bouncing home (Eu não fico saltitando pela casa
Whistling buttonhole tunes to make me cry Assoviando melodias tristes que me fazem chorar)
No more I love you's Chega de "eu te amo"
The language is leaving me As palavras estão me deixando
No more I love you's Chega de "eu te amo"
Changes are shifting As mudanças estão acontecendo
Outside the words Além das palavras
The lover speaks about the monsters A amante fala sobre os monstros
I used to have demons in my room at night Eu costumava ter demônios no meu quarto à noite
Desire, despair, desire Desejo, desespero, desejo
So many monsters Tantos monstros
Oh, but now Oh, mas agora
I don't find myself bouncing around (Eu não fico saltitando por aí
Whistling my consence to make me cry Assoviando melodias tristes que me fazem chorar)
No more I love you's Chega de "eu te amo"
The language is leaving me As palavras estão me deixando
No more I love you's Chega de "eu te amo"
The language is leaving me in silence As palavras estão me deixando em silêncio
No more I love you's Chega de "eu te amo"
Changes are shifting As mudanças estão acontecendo
Outside the words Além das palavras
But we will only come Eles estavam
And people are being real crazy vindo Eles estavam sendo bastante loucos
And you know what mommy? E você sabe de uma coisa, mamãe?
Everybody was being real crazy Todo mundo estava sendo realmente louco.
The monsters are crazy. Os montros são malucos
There are monsters outside Há monstros lá fora
Chega de "eu te amo" No more I love you's
The language is leaving me As palavras estão me deixando
No more I love you's Chega de "eu te amo"
The language is leaving me in silence As palavras estão me deixando em silêncio
No more I love you's Chega de "eu te amo"
Changes are shifting outside the words As mudanças estão acontecendo além das palavras
Outside the words Além das palavras
No more I love you's Chega de "eu te amo"
The language is leaving me As palavras estão me deixando
No more I love you's Chega de "eu te amo"
The language is leaving me As palavras estão me deixando em silêncio
No more I love you's Chega de "eu te amo"
Changes are shifting outside the words As mudanças estão acontecendo além das palavras
Do be do be do do do oh Do be do be do do do oh
Do be do be do do do oh Do be do be do do do oh
Outside the words Além das palavras
Fim do capítulo
Olá meninas.
Então, acho que dessa vez Samantha se deu mal não é mesmo?
E a justiça tarda mas não falha, Nelson irá pagar pelos seus pecados, será que Carolina consegue virar essa página?
Estou esperando as moças saírem da moita, isso aqui está muito devagar, rsrs. Espero pelos comentários.
Obrigada pela atenção que vocês têm dado a essa leitura e espero que estejam gostando.
Grande beijo!
Cris Lane
Comentar este capítulo:
Zaha
Em: 11/10/2018
Oieee!!
Cheguei cedo dessa vez .Adiantei umas coisas. Acabei há 1 hora. Como não consiguia dormir e vi que vc tinha atualizado, resolvi ler logo pra vc ficar feliz!! Hahaha
Samy se deu mal ..tô rindo!!! Eu dou risada de TD, já sabe!! Toma aí riquinha esnobe!! Preocupada com a vingança. Lúcia escutou umas verdades. Será que vai ficar atrás dela ainda?? Samantha se acha a melhor, pra ela TD mundo é ralé a menos que tenha dinheiro como ela ou como ela disse, se a pessoa for beneficiar ela de alguma forma..
Se a mãe deixar ela pode supera...
Esquecer ninguém consegue, mas aprende a lidar de forma que não prejudique, muitas vezes n dá, a raiva n ão deixa. Pelo que vejo parece que Carol n quis ficar com ninguém, n confia, então acho que n superou completamente, deixou uma parte com ela,sese prote e n deixa ninguém entrar... veremos o q diz a linha do tempo no presente.
Ceninha forte essa dela falando..ainda bem q vc poupou, tô um pouco mais delicada com esse tema ultimamente.
Relaxe, logo se manifestarão, qndo tiverem certeza q vc vai terminar kkkkk. Mas cê tá indo muito bem!!! Continue firme!!
Beijocas
Resposta do autor:
Oi Lai.
Você dessa vez foi rápida, rsrs. E eu fiquei mesmo feliz!
Pois é, Samantha se lascou, rs, pode rir mesmo, pois ela mereceu. Você que gosta de analisar minhas personagens, diga você, essa soberba é uma defesa, ou é a personalidade dela mesmo?
Verdade, os traumas deixados por uma situação dessas são devastadores, e é nesse enfoque que vamos seguir com a história, espero que seja esclarecedor. Aguarde que muita coisa será explicada, você verá.
Eu demorei um tempo para escrever a cena, refiz inúmeras vezes, apesar de forte, era necessária, então precisei lutar para não explicitar muito, senão ia dar problema.
Mas eu vou terminar, amiga, você sabe que eu nunca deixo um romance inacabado.
Te espero no próximo capítulo.
Beijo
Cris
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Mille
Em: 11/10/2018
Olá autora
Dessa vez a Sam caiu na própria armadilha, mais fiquei com medo dela, ela teria coragem de espalhar sobre os abusos que Carol sofreu para toda a escola??
A justiça foi feita e esse fdp ainda coloca a culpa na filha não sabe admitir que o monstro é só ele.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Oi Mille
Samantha está naquele caminho que se enforca com a própria corda, não é mesmo?
De Samantha, podemos esperar tudo.
Verdade, o Nelson sempre irá culpar alguém para eximir sua própria culpa, essas pessoas acham que as vítimas são seus objetos e consideram esse comportamento normal, se sentem superiores, ainda bem que a justiça chegou para Carolina, mas não significa que os traumas serão vencidos facilmente.
Te espero no próximo capítulo.
Beijos
Cris Lane
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Sem cadastro
Em: 11/10/2018
Oieee!!
Cheguei cedo dessa vez .Adiantei umas coisas. Acabei há 1 hora. Como não consiguia dormir e vi que vc tinha atualizado, resolvi ler logo pra vc ficar feliz!! Hahaha
Samy se deu mal ..tô rindo!!! Eu dou risada de TD, já sabe!! Toma aí riquinha esnobe!! Preocupada com a vingança. Lúcia escutou umas verdades. Será que vai ficar atrás dela ainda?? Samantha se acha a melhor, pra ela TD mundo é ralé a menos que tenha dinheiro como ela ou como ela disse, se a pessoa for beneficiar ela de alguma forma..
Se a mãe deixar ela pode supera...
Esquecer ninguém consegue, mas aprende a lidar de forma que não prejudique, muitas vezes n dá, a raiva n ão deixa. Pelo que vejo parece que Carol n quis ficar com ninguém, n confia, então acho que n superou completamente, deixou uma parte com ela,sese prote e n deixa ninguém entrar... veremos o q diz a linha do tempo no presente.
Ceninha forte essa dela falando..ainda bem q vc poupou, tô um pouco mais delicada com esse tema ultimamente.
Relaxe, logo se manifestarão, qndo tiverem certeza q vc vai terminar kkkkk. Mas cê tá indo muito bem!!! Continue firme!!
Beijocas
Resposta do autor:
Oi Lai.
Você dessa vez foi rápida, rsrs. E eu fiquei mesmo feliz!
Pois é, Samantha se lascou, rs, pode rir mesmo, pois ela mereceu. Você que gosta de analisar minhas personagens, diga você, essa soberba é uma defesa, ou é a personalidade dela mesmo?
Verdade, os traumas deixados por uma situação dessas são devastadores, e é nesse enfoque que vamos seguir com a história, espero que seja esclarecedor. Aguarde que muita coisa será explicada, você verá.
Eu demorei um tempo para escrever a cena, refiz inúmeras vezes, apesar de forte, era necessária, então precisei lutar para não explicitar muito, senão ia dar problema.
Mas eu vou terminar, amiga, você sabe que eu nunca deixo um romance inacabado.
Te espero no próximo capítulo.
Beijo
Cris
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patty-321
Em: 10/10/2018
Justiça feita .
Resposta do autor:
Oi Patty
Cara, é você mesmo? Quanto tempo, lembro dos seus comentários lá em Simplesmente Aconteceu, lá no outro site. Que bom que você está por aqui e tirando um tempinho para acompanhar outra estória minha. Seja bem vinda!
Justiça sempre tem um gosto bom não é mesmo? Sempre terá!
Volte sempre. kkkkk
Te espero nos próximos capítulos.
Beijo
Cris Lane
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lis
Em: 10/10/2018
Boa noite autora, tudo bem? Poxa vida de Carolina pelo jeito nunca foi facil hein, espero que ela consiga superar tudo isso e ser feliz, pelo que vejo agora que a Samantha acordou para a vida e viu o mal que sempre fez a Carolina, espero que ela cresça com tudo isso que esta acontecendo e se transforme em uma pessoa melhor, quanto ao amor delas pode ser que seja tarde demais agora né. Parabéns amando a sua estória.
Resposta do autor:
Oi Lis
Seja bem vinda! Tudo bem por aqui.
Carol não teve muita facilidade mesmo. ela terá que lutar muito para superar tudo isso, mas ela é forte.
Samantha é uma caixinha de surpresas, pode esperar tudo dela, rs. Quanto ao amor, nunca é tarde para vivê-lo, não acha?
Muito obrigada pelo carinho.
Espero por você no próximo capítulo.
Beijos
Cris Lane
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Carol The M
Em: 10/10/2018
Autora querida, estou amando a história da minha xará, mesmo com esses elementos pesadíssimos. Gosto da maneira profnda e realista como você aborda fatos delicados e difíceis. Bom, quanto ao estuprador, não duvido que tenha sido submetido àquela famosa pena que se aplica a tipos como ele dentro da cadeia. A justiça muitas vezes vem de uma maneira que a gente é incapaz de fugir, por mais que tente.
Continue a história! Um grande beijo! <3
Resposta do autor:
Oi Carol.
Seja bem vinda!
Olha só, xará da protagonista, rs.
Bom, sempre tento trazer algo polêmico para os meus enredos, sempre na vontade de alertar e chamar atenção para esses problemas que existem e acontecem mais do que nós imaginamos, mas também tenho o cuidado de não exceder os limites do aceitável, na hora da leitura e que não seja ofensivo, até porque, estamos lendo para nos divertir, não é mesmo? Agradeço a sensibilidade por ter percebido esse cuidado.
Bom, quanto a essa justiça que sabemos que existe, preferi apenas deixá-lo de lado por um tempo.
Espero por você no próximo capítulo.
Beijos
Cris Lane
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