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Palavras: 3970
Acessos: 1509   |  Postado em: 09/10/2018

Capítulo 7

Capítulo 7

Manoela desceu os degraus da entrada da Faculdade quando viu o carro de Laura estacionado. Olhou para o relógio de pulso que apontava 20h40min. "Não vou demorar muito, no máximo duas cervejas e volto pra casa", pensou consigo mesma.

- Oi de novo. Laura cumprimentou Manoela que se acomodava no banco e colocava o cinto.

Manoela pôde perceber que havia chorado, a pele muito branca delatava as marcas do choro e manchas vermelhas faziam contorno nos olhos. Laura continuou:

- Me desculpe por essa minha cara e obrigada por ter vindo. Tudo que eu preciso nesse momento é de uma boa companhia. Suspirou - Posso te levar para um bar que amo e estou morrendo de saudades? Ou você quer me dar alguma sugestão? Perguntou com um sorriso.

- Quem tá no volante é quem decide. Manoela respondeu devolvendo o sorriso. de seu celular se acendeu e no eda nessa Goiania hoje.o. latava as marcas do choro com as manchas vermelhas que faziam contor

Manoela apertava as mãos no assento enquanto Laura dirigia, esta fazia curvas fechadas e não tinha medo de acelerar.

- Laura, eu não tô muito a fim de morrer hoje sabe.

- Deixa de ser medrosa Manola, eu dirijo com velocidade, mas com velocidade responsável – Dizia se divertindo com o medo de Manoela. Quando o carro parou diante do sinal vermelho Laura olhou dentro de seus olhos e disse: - Pode deixar de ficar tensa e confiar em mim, ok? Eu dirijo desde meus 15 anos e só acelero quando vejo que não há muito perigo, nessa hora o transito é bem tranquilo.

Manoela sentiu-se de fato relaxada. Sentira nela uma confiança, algo nela lhe trazia um conforto. Sentiu-se de fato segura.

Laura ligara o som do carro e Manoela sorriu quando a música começou a preencher o espaço. Sunddlenly I See de KT Tunstall. A música era a cara de Laura.

- Já sei qual é o bar! Manoela sorriu reconhecendo o lugar para o qual estavam indo – É o The Dark Side Rock Bar , não é? Você não tem cara de quem curte rock Laura.

- Eu posso gostar de muita coisa que tu não sabe garota. Disse e olhou com olhos semicerrados para Manoela. – e só pra você ficar bem ligada, eu amo rock meu bem.

Estamos quase chegando, você tem certeza que quer descer lá? Se você for mais uma goiana que só gosta de sertanejo eu vou entender, não vou te julgar. SorriU gostosamente sabendo que Manoela não gostaria do comentário.

- Me respeita mulher, só pra você ficar bem ligada, eu amo rock meu bem. Disse Manoela devolvendo o olhar de provocação. Terminou a frase sorrindo e se virou em direção a Laura que congelou diante da aproximação. – Meu cinto está preso. Disse com o corpo bem próximo ao de Laura e sorriu. Se aproximou daquela forma justamente com intenção de intimidar Laura, fazê-la provar do próprio veneno. A raiva que sentira de Laura na sala dos professores por não conseguir tirá-la da cabeça ainda estava ali.

Eram 22 horas quando as duas entraram no bar e escolheram uma mesa do lado de fora, o calor estava intenso demais para ficar noutro lugar que não fosse ali. Fizeram seus pedidos, Manoela pedira uma cerveja Corona e Laura um drink chamado Mojito, rum branco com hortelã.

- Olha só como a Lua tá linda, Laura quebrou o silencio após o garçom se dirigir novamente para o bar.

Manoela mirou para o alto e viu um céu limpo com uma lua cheia de brilho intenso. A noite estava clara. Um brilho triste passou pelo seu olhar enquanto mirava o céu.

- Realmente. Ela tá muito linda.

Laura percebeu seu olhar triste. Pousou sua mão sobre seu braço que estava apoiado sobre a mesa e disse:

- Ainda tá por aqui? Tive a impressão de que seus olhos estavam com um brilho nostálgico. Tá tudo bem?

Manoela ainda fitava a lua quando um toque quente e uma corrente elétrica passaram pelo seu corpo e a fez mirar quem chamava sua atenção. Uma vontade súbita de beijar a boca de Laura invadiu seus pulmões, puxou o braço pra si num impulso, Laura sorriu de forma tímida e desviou o olhar. Manoela teve a impressão que ficou constrangida.

- Vou ali no espelho rapidinho tá? Só arrumar essa minha cara destruída e volto num instante, Laura disse já se levantando da cadeira e colocando sua bolsa no ombro. Manoela a acompanhou com os olhos.

Naquele instante o celular de Manoela tocou e lia-se na tela o nome amor.

- Oi amor! Já ia te ligar.

- Vida, onde você está? Me desculpa por não chegar em casa ainda, eu tô atoladíssima em trabalho aqui! Alguns estagiários idiotas fizeram merd* aqui e acabou sobrando pra mim. Eu tô com a cabeça tão cheia!

- Também tive um dia difícil. Entendo como está sua dor de cabeça, se brincar tô pior que você.

- Você chegou que horas?

- Ainda não cheguei. Manoela respondeu avaliando se diria a namorada onde realmente estava caso essa perguntasse.

- E onde você esta? Ainda na faculdade amor?!

- Não amor, estou no Gyn Bar bebendo uma cerveja.O Sandro insistiu um tempão e eu não soube recusar. O dia foi difícil pra todos. Acabou sendo bom vir pra cá.

- Dessa vez resolveram tocar a música que você pediu? Até que enfim né!

Manoela ficou alguns segundos sem entender a pergunta. Levou a mão na testa num tapa quando compreendeu. Se esqueceu da diferença de estilo musical gritante que os dois bares tinham. A música de fundo, Another Brick in The Wall, Pt. 2 de Pink Floyd ecoava alto pois havia se sentado bem próxima aos alto falantes.

- Não fui eu, acredita?! Hoje tá tocando só rock, parece que hoje tem uma galera especial aqui e o repertorio diferenciado é por conta deles.

- Que bom que a noite terminou bem pra você amor, desejo que minha noite termine assim também. Mariana disse num suspiro cansado. Vou terminar aqui e deixar você se divertir amor. Manda um beijo pro Sandro. Amo você.

Mariana desligou e Manoela se recostou na cadeira pensando no que acabara de dizer. Nunca antes mentiu para a namorada sobre onde estava. Mas não pensou por muito tempo sobre, seu olhar se fixou na mulher linda de olhos azuis que se dirigia para sua mesa.

- Não exagerei demais na make, né?

- Não. Você tá linda. Você é linda! Seja com olhar de choro ou não. Manoela sorriu com os olhos e em seguida perguntou - quer conversar sobre?

Laura suspirou e um sorriso tristonho se desenhou em sua boca. Baixou a cabeça e Manoela teve a impressão que estava avaliando se diria ou não.

- Não quero te encher com meus problemas Manu. Você é o mais próximo de amizade que tenho em Goiânia. Me afeiçoei a você e quero cultivar uma amizade contigo. Fui embora daqui têm muito tempo, as pessoas que eu conheci aqui, hoje não passam de estranhos. Eu quero que a gente inicie essa amizade de uma forma alegre, se você quiser, é claro. Te trouxe para esse bar porque ele tem uma energia revigorante, me lembra a minha juventude. Me lembra o tempo que eu tinha diante de mim uma folha em branco e acordava com a sensação de que eu estava apenas começando e podia fazer o que quisesse. Ser quem eu quisesse. E eu senti que você tava precisando disso, sua tensão estava muito visível lá na faculdade, eu pude sentir. Te trouxe para me alegrar e te alegrar. Meus problemas são insignificantes, acredite. Eu me preocupo demais com coisas bobas. Coisas que sei que são bobas, mas ainda assim permito que me tirem a paz. Não precisa se preocupar comigo.

Manoela deu um meio sorriso pensando consigo mesma "se soubesse quem é o motivo da tensão"

- Você acabou de me dizer que quer ser minha amiga, certo? Pois caso a senhorita não saiba ainda, para ter amizade comigo precisa seguir umas regrinhas, uhum, tava pensando que seria fácil? Pois não é não meu bem! Disse e sorriu automaticamente de volta para Laura que ria dela – Uma das regras é compartilhar um com o outro as alegrias e tristezas. Nossa amizade já começou, estamos em um bar que você ama com uma música maravilhosa de fundo – Don't Look Back In Anger de Oasis ecoava ao fundo das duas – agora você já pode me contar o que tá acontecendo.

Laura pegou a mão de Manoela e a apertou com suas duas mãos.

- Você é realmente uma graça, sabia?! Sorte a minha te achar por aqui.

Nesse instante o garçom depositou na mesa os pedidos das mulheres. Laura bebeu um gole de seu drink e continuou:

- É apenas saudade. Eu cheguei em Goiânia sozinha, e estou sozinha desde então. Alexandre não consegue resolver as coisas em Gramado para poder vir também, às vezes tenho duvidas se ele quer vir de fato, sinto como se ele não estivesse se esforçando o bastante, como se não se importasse que eu estivesse aqui sozinha. Ele sabe como eu odeio a solidão. Laura terminou de dizer e encarou novamente Manoela, logo finalizou – A propósito, Alexandre é meu esposo.

"Então ela é casada" Manoela tomou um gole de sua cerveja pensando no que acabara de ouvir. "É obvio que ela não era solteira, por que eu estou surpresa?" Pensou consigo mesma. "E por que diabos eu me importo?"

- Por que você tá com a impressão que ele não está se esforçando o bastante?

- Por que ele já deveria estar comigo desde o primeiro dia. Todo dia ele me aparece com um empecilho diferente. Hoje no final do dia ele me ligou dizendo que só conseguiria vir no final do mês, na melhor das hipóteses. Eu não aguento isso sabe? Ele é muito desligado às vezes e costuma o ser logo quando eu mais preciso que não seja.

- Por que ao invés de você ficar triste com a ausência dele você não aproveita esse tempinho pra você? Manoela perguntou enquanto bebia o restante da cerveja e acenava para o garçom. Há quanto tempo vocês são casados?

- 11 anos. Laura disse e em seguida fitou o nada enquanto bebia um gole de seu drink, parecia estar avaliando o tempo que acabara de pronunciar.

- É muito tempo. Não tenho a mínima noção de como deve ser, é muito tempo ao lado da mesma pessoa.

- Há quanto tempo você namora? Laura despertou de seu devaneio e mirou novamente Manoela.

- 2 anos e alguns meses.

- Esse foi o tempo máximo que já ficou com alguém?! Laura perguntou surpresa – Qual a sua idade Manu?

- Sim. Nunca havia namorado antes, acredita? Mariana é minha primeira namorada. Tenho 27 anos, ainda sou um bebê.

- Haha! Um bebê que tá ficando velhinho ein! Faz 28 ainda esse ano?

- Não, só no finalzinho de Janeiro. O que ele precisa resolver pra vir? Manoela perguntou voltando ao assunto de Laura.

- Ele é gerente de uma distribuidora de peças, esta tem uma filial aqui em Goiânia, o que ele precisa resolver é a transferência dele pra cá e conseguir finalizar a papelada da transferência da nossa casa que já foi vendida, ou seja, a pior parte já passou.

- O fim do mês tá ai. Logo vocês estarão juntos novamente, você vai ver, o tempo da gente passa muito rápido. A ansiedade é o pior mal dessa nossa vida moderna.

Laura sorriu para Manoela que percebeu que seu semblante estava bem melhor e suas bochechas muito brancas agora estavam rosadas devido o álcool.

- Onde está sua namorada agora? Ela não se importa de você estar aqui comigo? Laura perguntou com curiosidade.

Manoela não estava preparada para a pergunta, mentiria outra vez ou diria a verdade? Contaria que acabara de mentir para Mariana dizendo que estava com Sandro? E se Laura não entendesse? Haveria algo para entender? Concluiu que não havia motivos para ter mentido. Poderia ter dito a verdade. Por que mentiu, afinal?

- Mariana está na empresa que trabalha, teve que ficar até tarde hoje, alguém fez merd* lá e sobrou pra ela. – Manoela respondeu dando mais um gole da cerveja.

- Ela sabe que você está comigo?

Laura fitou Manoela com aquele mesmo olhar que a deixava com a sensação de estar nua. Teve a sensação que Laura a estivesse avaliando, como se essa já soubesse a verdade antes de Manoela dizer.

- Não, não sabe. Disse encostando novamente as costas na cadeira. Preferi não dizer ainda. Eu ainda não fiz nenhum comentário sobre você e preferi contar a ela depois. Ao invés de ter que explicar pelo telefone.

- Entendo. Laura disse e olhou dentro dos olhos de Manoela por alguns segundos. Manoela teve a mesma sensação de ardência no estomago que teve quando mirou aqueles olhos pela primeira vez. A mesma vontade de se levantar e sair correndo a invadiu e a sensação que lhe faltava ar nos pulmões a fez suspirar.

- Você me parece um mistério Manoela.

- O quer dizer com isso? Manoela que esperando que Laura continuasse a falar e essa não dissera mais nada, perguntou.

Mas Laura apenas sorriu e disse:

- Nada não. Já é quase meia noite, você quer beber mais uma cerveja? Ou quer ir embora?

- Se você também quiser, eu quero tomar uma última.

- Quero sim, posso tomar com você? Me deu uma vontade de saborear uma agora, tem tanto tempo que não bebo uma cerveja.

As duas mulheres tomaram mais cinco cervejas e conversavam sobre diversos assuntos. Manoela descobrira que Laura realmente amava rock e que as duas tinham um gosto muito parecido. Não somente o gosto musical. Laura e Manoela tinham muito em comum e a cada instante que se passava aprendiam a gostar mais uma da outra. A afinidade fluía sem esforço algum. A jovialidade que Manoela vira em Laura agora estava estampada em seu rosto. Nela. Era como se Laura fosse um pássaro que estivera muito tempo preso à gaiola. A mulher tinha sede da vida.

- Vamos ao banheiro comigo Manu?

Laura levantou e se apoiou no ombro de Manoela e disse próxima ao seu ouvido: - Acredita que eu já estou tonta?

- Claro que acredito! Haha, olha o tanto de cerveja que a gente bebeu.

Manoela pegou a mão de Laura e a conduziu pelo corredor do banheiro, estava começando a ficar tonta, mas ainda estava bem. Preocupou-se com Laura pelo fato de ter misturado bebidas. O bar estava razoavelmente cheio àquela hora, via-se algumas mesas vazias e algumas outras pessoas se levantavam para irem embora. Manoela não pode deixar de perceber também, os olhares das pessoas para as duas, de mãos dadas qualquer pessoa pensaria que fosse um casal. Alguns olhares passavam dela para Laura e de Laura para ela. Algumas mulheres lhe lançavam sorrisos, sem nenhuma timidez, ignorando completamente o fato de esta de mãos dadas com outra. Alguns garotos miravam Laura e cutucavam uns aos outros com comentários sussurrados. Manoela não gostou de ver a cena. Laura, porem, não percebeu. Nesse instante a porta do banheiro se abrira e as duas entraram.

- Você tá bem? Manoela perguntou após fechar a porta atrás de si e colocar as duas mãos no rosto de Laura.

- Estou sim, só estou um pouquinho tonta mesmo. Bebi de estomago vazio. Nunca aprendo.

Laura entrou no único box que havia ali e Manoela ficou esperando-a de frente ao espelho. Recostou-se ali e pegou o celular para conferir as mensagens. Viu que Mariana lhe mandou mensagem 15 minutos atrás. Abriu o aplicativo e conferiu a mensagem "Oi amor. Vou dormir na casa da minha mãe hoje tá? Vamos para o Rio amanhã tentar fechar um novo negócio e preciso sair daqui a pouco de novo com meu pai. Te amo mais que tudo. Nos deseje sorte." Manoela não se surpreendeu, nos últimos meses isso acontecia com frequência. Mariana a deixara sozinha todo um final de semana no final de junho. Os valores das duas eram muito distantes e quase que opostos. Enquanto Mariana e sua família tinham sede de dinheiro, Manoela tinha sede de vida. Nunca quis excessos, e sempre acreditou que todo excesso é prejudicial. Mas, mesmo diante disso, Manoela nunca julgou essas atitudes de Mariana, sabia que esse era o sonho dela e o fato de não entender essa ganancia era um problema seu, e não de Mariana. Manoela sorriu aliviada por Mariana não saber o horário que chegaria, pois já eram 2h e 30 da manhã, e o Gyn Bar sempre fechava cedo, no máximo 1 da manhã. Por um instante sentiu saudade da vida que tinha, quando não tinha que dar satisfações e chegava a hora que bem entendesse. Suspirou de olhos fechados e só os abriu quando ouviu a voz de Laura.

- Tá com sono é? Falou bem próxima ao rosto de Manoela que pôde sentir o calor do hálito na bochecha. - Que ideia essa nossa de vir beber em plena quinta-feira, quero ver a gente sobreviver ao dia de amanhã. Terminou de dizer e sorriu.

Manoela sorriu junto. O sorriso espontâneo e alegre de Laura era a coisa mais linda que já vira. Ficou observando-a retocar a maquiagem diante do espelho. Estava de costas para o espelho, esqueceu-se que esse refletia sua imagem delatando que estava de olhos fixos em Laura. Percebeu que Laura sorriu dela e desviou os olhos fingindo interesse nos recados pregados a porta do banheiro.

- Prontinho. Eu vou pagar a conta e você me espera na nossa mesa, tá bom? Laura disse decididamente colocando a bolsa no ombro e se dirigindo para a porta.

- Não mesmo querida. Você não bebeu sozinha, portanto, vou dividir com você a conta.

- Não Manoela, eu te convidei e faço questão de pagar. Sem contar que os drinks que tomei eram bem mais caros que o seu. Não é justo.

Manoela sorriu diante de Laura, resolveu concordar, mas protestou com uma condição:

- Então me deixe pagar algo para você comer para irmos embora, pode ser?

Laura concordou e as duas seguiram novamente pelo corredor. Estavam lado a lado e quando os braços se encostavam Laura sorria sozinha.Foram juntas para o caixa, Laura pagou a conta e Manoela pediu um petisco para Laura comer, conforme combinaram. Sentaram-se à mesa novamente e Laura sorriu dizendo:

- Olha isso. Atrás do comprovante de pagamento lia-se um número de telefone que o rapaz do caixa havia escrito. Embaixo do número dizia: "você é a mulher mais linda que já viera nesse bar" - No Sul a gente não vê muito esse tipo de coisa, sorriu e amassou o papel jogando-o no lixo próximo.

- Pela cara dele te olhando eu aposto que vai sonhar com você pelo resto da vida. Se brincar ele tirou uma foto tua e vai pregar na parede do quarto. Manoela disse e sorriu. Havia reparado no menino que quase derrubara a maquininha do cartão enquanto processava o pedido de Laura.

O pedido de Manoela chegou e Laura comeu. Seu semblante havia melhorado quase instantaneamente. Manoela bebeu mais uma cerveja. Laura comeu metade do conteúdo do prato e disse limpando a boca com o guardanapo:

- Agora sim eu consigo dirigir. Prometo que vou devagarzinho, tá?

- Bem bonito da sua parte beber e dirigir linda. Disse Manoela com um olhar de censura.

- Realmente foi irresponsável da minha parte. Mas a essa hora não tem quase ninguém na rua, não vou expor a vida de ninguém em risco. Vou dirigir com cuidado. Prometo.

Laura havia estacionado o carro bem pra frente da entrada do bar, pois fora a única vaga que havia encontrado.

As duas entraram no carro e Laura se recostou no banco de olhos fechados, Manoela colocou seu cinto e perguntou:

- Você tá realmente bem pra dirigir?

- Estou. Disse abrindo os olhos e sorrindo para Manoela. Você é uma gracinha Manoela, a forma como você se preocupa é tão raro de se ver. Tinha tanto tempo que não conhecia alguém como você.

- Para de inflar meu balão. Manoela agora tirara seu cinto e se aproximou de Laura para colocar o cinto nela, os rostos ficaram tão próximos que Manoela pode sentir o cheiro do hálito de Laura. Manoela pode ver, dessa vez, que a tensão que sentia perto de Laura, Laura também sentia, seus olhos revelaram isso quando os encarou antes de se recostar novamente no seu banco e recolocar seu cinto.

Laura deu partida e seguiu em direção a casa de Manoela, que ficava a menos de dez minutos dali. Conversaram sobre coisas aleatórias e dessa vez Manoela escolheu a música quando viu que no Pen Drive tinha disponível o Álbum "All The Lost Souls" de James Blunt. Escolheu a música 1973 e viajou em pensamentos enquanto olhava as ruas de Goiânia vazias.

- Eu amo essa musica, ia pra faculdade todos os dias escutando ela, lembro que estava no finalzinho e ela tinha acabado de ser lançada.

- Eu amo James Blunt, a sensibilidade dele é parecida com a minha. Manoela disse e se virou novamente para a janela. A luz do carro estava ligada e pelo reflexo do vidro fechado pôde ver que Laura a olhava. Sorriu disfarçadamente, gostava da sensação de ter Laura a observando.

O carro estacionou na esquina do prédio e Laura girou a chave da ignição desligando-o.

- Mariana está ai? Laura perguntou sem olhar para Manoela, tentando fingir desinteresse.

- Não, ela não vai dormir comigo hoje, vai viajar amanhã cedo.

- Como ela abandona um bebê como você assim? Perguntou sorrindo e Manoela também sorriu.

- Pois é! Como pode né? Isso é um pecado.

As duas riram juntas e Manoela se despediu de Laura antes de descer.

- Me avisa quando chegar, por favor. Não se esqueça. Obrigada pela noite, me diverti mesmo. Até daqui a pouco. Manoela disse e seguiu em direção à portaria. O carro de Laura ainda estava estacionado quando atravessou o pátio e seguia em direção ao elevador. Parou por um instante e ouviu o som da partida do carro.

Manoela não estava com um pingo de sono quando saiu do banho e se deitou na cama. Fechou os olhos e a única imagem que via era a de Laura. Havia gostado tanto daquela noite. Sua voz parecia ainda estar ali, ecoando em seus ouvidos. Abriu os olhos com o som da vibração do celular. Laura acabara de enviar-lhe uma mensagem.

"Acabei de chegar. Ainda está acordada?"

Manoela leu a mensagem num segundo e logo respondera:

"Sim, acredita que não estou com um pingo de sono?"

"Acredito, pois eu também não estou"

Manoela não respondeu, pois vira que Laura começara a digitar novamente. Após um minuto a mensagem chegara.

"Obrigada por sair comigo essa noite. Obrigada de todo meu coração. Você é uma pessoa maravilhosa Manoela, é uma delicia passar o tempo com você. Se você quiser, vamos fazer isso mais vezes. Eu me senti viva como há muito tempo não me sentia."

"Posso pensar na proposta, mas com uma condição: se você me disser o porquê de eu ser um mistério"

Laura visualizara a mensagem, mas não a respondeu. Somente após alguns minutos a mensagem viera.

"Ok. Mas vou impor a minha condição: direi apenas quando a gente sair novamente. Não esqueci que você disse que mais pareço uma incógnita."

"Então ficamos combinadas assim, eu te explico e você me explica. Boa noite Laura. Obrigada pela noite."

"Coloquei o álbum do James Blunt pra tocar, sempre me lembrarei de tu agora. Boa noite Manoela. Durma bem"

Após alguns minutos Manoela dormiu. Também colocara a música de Blunt e 1973 ecoava em seus ouvidos quando finalmente dormiu.

Fim do capítulo


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