Espero que estejam gostando, boa leitura...
Capítulo 6
1 mês após o acidente
POV Eloise
Depois que o acidente aconteceu Ágatha foi fazer um tratamento em outra cidade, mas pelo que eu soube do Eduardo ela não recuperou sua memória.
Vai ser o melhor assim, se ela não lembrar o que aconteceu pelo menos ela não ia sofrer por nós. Mas me dava uma dor no coração só de saber que ela nem sabia que um dia um nós existiu.
Durante esse mês Eduardo acabou me pedindo em namoro, decidi aceitar, seria bom que poderia seguir enfrente.
Chego na escola e sinto uma movimentação diferente, as pessoas estavam falando pelos cantos.
- Ei Cristina, o que esta acontecendo?- pergunto a uma das meninas que estava no corredor.
- Não ficou sabendo? A Ágatha voltou, ela passou no corredor e não olhou pra ninguém, entrou é já está na sala de cabeça baixa.
Quando escuto aquilo meu coração da uma falhada. Estava morrendo de saudades dela, só que sem ela aqui pelo menos não tinha que lidar com os meus problemas. Vou em direção ao meu armário para pegar logo minhas coisas e ir pra sala precisa ver ela.
- Amor aonde vai com essa pressa?- Eduardo chega e me dá um beijo.
- Que nada amor, só achei que estava atrasada.
- Ah tá, então a Ágatha acabou de voltar, ela vai lanchar com a gente tem problema?- como eu ia me controlar na mesa eu não sei, mas que eu precisa ficar perto dela eu tinha certeza.
- Claro que não.
Entramos na sala e meus olhos já procuram por ela, em vez de estar na frente como de costume, está mais atrás, perto de nós. Travo quando a vejo, de cabisbaixa mexendo no celular, ela nem se quer levanta a cabeça quando Eduardo a comprimenta. Tinha algo muito errado.
Tentei não encarar ela tantas vezes durante a aula mais meu corpo me traia, Carlos me deu uma olhada de desaprovação, e tentei me controlar, mas tive pouco sucesso.
Vamos para o intervalo, como Carlos sentava sempre com Ágatha e ele sentou com a gente. Quem está sofrendo muito na situação também é ele, vamos dizer que ele perderá a melhor amiga, além de mim Ágatha também não lembrava dele. Ele sentou meio triste na mesa e ela sentou em seguida.
- Ágatha como você está se sentindo? - Eduardo pergunta tentou ver se ela melhora.
- Estou ótima.- ela fala com uma voz de sarcasmo que nunca vi na vida, nem parecia ela.
Acabei encarando ela mais do que devia e ela percebe.
- Se você quiser uma foto é só falar.- ela fala isso me encarando, fico vermelha na hora e desvio o olhar.
- Não precisa falar assim Ágatha.- Carlos fala e ela olha pra ele, parecia que ela não fazia a mínima ideia de quem era ele, como isso é possível.
Após o episódio começamos uma conversa os três, porque Ágatha parecia estar fazendo greve de silêncio. Ela se levanta e vai ao banheiro, Eduardo pede pra eu ir junto pras pessoas não ficarem perturbando ela.
Na porta damos de cara com Miriam, provavelmente ela já sabe de toda a história da traição.
- Ágatha, a gente pode conversar?- Ágatha olha pra ela, mas de maneira diferente que olhava os outros, acabei até ficando enciumada, era um olhar de como se ela confiasse na pessoa e estivesse pedindo socorro.
- Miga me ajuda. - ela fala em meio a lágrimas e Miriam a puxa desesperadamente para um abraço.
Vejo que sobrei na situação e saio de lá com a cabeça baixa.
-Cade a Ágatha?- Carlos pergunta.
- Ela está falando com a Miriam.
- Vou lá buscar ela. - Eduardo vai se levantando, mas Carlos o impede.
- Para com isso Eduardo, você sabe muito bem que a Ágatha já teria a perdoado, se você não tivesse enchido a cabeça dela.
Depois que voltamos para sala, vejo que Ágatha mudou de lugar e agora está próxima a Miriam. Estava ficando com raiva mas tinha que me controlar. Aliás eu namorava e não podia cobrar nada de uma pessoa que nem se quer lembra de mim.
Cheguei em casa e não aguentei e as lágrimas escorreram pelo meu rosto, parecia que agora só eu estava vivendo naquele amor que tínhamos, porque ela nem se quer se lembrava, eu estava sozinha agora.
POV Ágatha
Após o acidente fui a uma outra cidade para ter algumas consultas, expecialisadas, ficou constatado que minha perca de memória não foi derivada de nenhuma fratura, só pelo choque mesmo. Durante esse mês minha mãe me contou algumas coisas que tinham acontecido, até a traição de Lucas, no começo fiquei chateada, mas eles eram meus dois melhores amigos e acabei perdoando já. Eu e Lucas durante aquele primeiro mês, pelo menos o que eu me lembre eramos muitos mais amigos do que namorados.
Teria que voltar a escola, era uma das últimas coisas que queria, pelo que soube não era mais amiga de Miriam então estaria abandonada, se não tivesse o Eduardo.
Não queria ficar ouvindo aquelas perguntas estúpidas sobre como estava, o que tinha acontecido, se eu lembrei de algo, estava cansada disso. Por conta disso entrei rápido sem olhar pra ninguém e fui direto pra sala.
No intervalo por insistência sentando com o Eduardo. A namorada dele não parava de me encarar e acabo perdendo um pouco a paciência, me contenho quando o Carlos fala comigo. Carlos havia me mandado algumas mensagens enquanto estava fora, ele fora tão atencioso que respondi de forma mais educada possível. Não lembrava dele, porém me disse que me conheceu uns meses depois do que eu me lembro e que éramos melhores amigos, e que ele não queria perder sua melhor amiga. Não sabia como lidar direito com a situação já que não lembrava dele.
Vou ao banheiro e acabo dando de cara com a Miriam.
-Ágatha, a gente pode conversar?- Ela me olha com um pouco de receio, mas vejo nela minha salvação, parece que só tem gente nova nessa escola e eu não conheço ninguém. Ela é minha melhor amiga, pelo menos era, estava precisando tanto alguém que eu pudesse conversar.
- Miga me ajuda. - falo com um pouco de desespero, seus olhos marejados e ela me abraça desesperada.
Acordamos o abraço e vamos a um banco.
- Não sei se você ficou sabendo o que aconteceu, mas eu preciso te explicar.- ela fala meio desesperada , mas eu já sei do que ela se refere.
- Ei eu já sei do que aconteceu, não sei como eu lidei naquela época, e o porquê de nos termos acabado a amizade. Mas, pra mim está tudo bem, sério mesmo, eu nem se quer gostava do Lucas tanto assim.- Ela me olha e sorri com lágrimas nos olhos.
- Não sabe o quanto esperei pra você poder me perdoar, mas me fala como está se sentindo?
- Eu não estou entendendo nada direito.- rimos juntas - desde quando tem tanta gente nova na escola.
- Então, eles já estão a um tempo, você que não se lembra.
- Um menino chamado Carlos, falou que é meu melhor amigo é verdade isso? E como era minha vida com que eu andava? E as pessoas com quem eu converso ?
- É sim vocês vivem juntos, sua vida estava normal, você até deu uma festa no começo do ano. Você andava às vezes com o Eduardo, mas deu uma parada, deve ter se lembrado o pé no saco que ele é.
- Tadinho ele é legal, só me irrita as vezes.
- E você se tornou bem zen, mesmo não me perdoando discutia comigo que nem uma princesa. - acabamos rindo sem parar.
- Sério isso? Nem posso acreditar, e tem a namorada do Eduardo, ela é estranha, depois que eu peguei meu celular do acidente, vi que ela tinha me mandado um monte de mensagens, e me ligado umas 20 vezes.- ela me olha como se soubesse de algo, mas não queria falar.
- Não sei qual era a relação de você duas, mas não eram muito próximas.
- Deixa pra lá então. O duro que meu celular e todo bloqueado por senha só consigo ver as mensagens e o WhatsApp, a galeria, essas coisas é tudo bloqueado.
- Já tentou as senhas que usava antigamente?
- Sim, nada da certo, acho que vou ir em algum lugar pra desbloquear.
Conversamos bastante, e agora estava me sentindo mais aliviada. Durante o final da aula a garota do hospital ficava me olhando, parecia estar com raiva. Se antes não entendia nada agora piorou.
Chego em casa e decidi analisar as mensagens do meu celular de novo. As mensagens eram de algumas horas antes do acidente.
Eu: Elo a gente precisa conversar, por favor me responde.
Eloise: é melhor deixar do jeito que esta, vamos acabar nos machucando.
Eu: Quero que você fala isso na minha frente, olhando nos meus olhos.
Eloise: Hoje não dá tenho que ajudar minha mãe.
Eloise: Ágatha você está bem ?
Eloise: Por favor me responde, não era você no carro né ?
Eloise: Amor?
Estava ficando louca ou tinha algo muito estranho acontecendo, acabei sentindo algo estranho lendo aquelas mensagens, mas decido que por agora deixaria esse assunto quieto.
Fim do capítulo
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