AnaLu

            Papy me falou que a Lu voltaria para casa essa noite. A grande bosta foi que combinei com a Aline de que iria à um show com ela. Eu tava morrendo de saudade da Lu e por mim ficaria em casa, só para poder vê-la.

— Vidinha, me ajuda a colocar essa gargantilha? – minha namorada pede me tirando do devaneio. Não consegui disfarçar um bocejo.

— Poxa, Nalu! Acorda menina! A gente está indo para o show de um dos melhores DJs da atualidade e você com sono?

— Desculpe Line, fiquei até tarde estudando para as provas finais.

— Vamos que a Paty e as meninas já estão nos esperando.

— Sua ex vai também? – Paty era ex da minha namorada e elas se pegavam ainda. Não gosto muito desse assunto, mas Aline sempre teve relacionamentos abertos. E quando decidimos assumir o namoro foi uma das coisas que ela pediu. Aline só namoraria comigo se fosse assim. Eu não quis ser a chata da relação que, até agora, foi monogâmica.

— Vai sim. Vou convidar ela pra vir para casa com a gente, ok?

— Sério, amor? Mas eu nem conheço a menina.

— Para de frescura, vida! Você vai curtir, vai ver. – ela me beija e eu acabo deixando a conversa pra lá.

Já tentei conversar com ela e dizer que eu não gosto disso. Nem conhecer a criatura e já ir pra cama. Às vezes acho que eu sou do século passado, porque eu fico só com quem me cativou. Não faço sex* por fazer.

No show ficamos no camarote VIP com muita gente bonita e bebida liberada. Eu já era acostumada com esse tipo de lugar porque sempre fui com a Lu e a Alex para tudo que é festa. E quando a tia Alex não tinha mais saúde eu ia sozinha com a Luiza.

Fico cansada com esse mundo de: tirar uma selfie para mostrar que tô me divertindo. Não que eu não use redes sociais. Uso e até muito. Mas tem umas pessoas que parecem que não é natural. Poses forçadas, sorrisos sem vontade, ficar louca pra se mostrar e falarem: nossa como é descolada. Tudo isso me dá sono. Preferia estar em casa jogando videogame ou com o meu violão.

O DJ realmente era muito bom e acabei ficando próxima ao palco dançando. Amava dançar sem me preocupar com quem estivesse olhando. Quando eu dou por mim Aline estava me agarrando pela cintura e me puxando para um beijo apaixonado. Ficamos nos movendo no ritmo sensual da música quando sinto um corpo quente nas minhas costas e tento me desvencilhar.

— Relaxa, é a Paty. – minha namorada me diz e beija a outra nos lábios. Confesso que fiquei excitada porque a mulata era gostosa demais e minha namorada não fica atrás disso. Aline era divina.

Ficamos dançando juntas, bebendo e se pegando. Tentei ao máximo possível aproveitar a noite porque eu via que Aline estava feliz.

— Vamos pro seu apê? – Paty pergunta com um timbre rouco na voz.

— Quer ir, vida? – minha namorada pergunta com um olhar de expectativa.

— Pode ser.

No taxi fiquei sentada no meio das duas e a Paty ficou me acariciando e Aline nos olhava com desejo.

— Você tem apenas 17 aninhos mesmo? – a mulata pergunta.

— Aham. – eu falava sem parar quando estava nervosa mas hoje queria ficar quieta o máximo possível.

— Nossa, não parece. – ela fala lambendo meu pescoço. – Eu tô louca para sentir o seu gosto. – a ex da Aline sussurra ao meu ouvido ao mesmo tempo que morde a minha orelha.

O taxista quase bateu o carro por ficar espiando no retrovisor. Coitado, imagina três mulherões se pegando no banco do carro dele. Não é pra qualquer um não. Chegamos no apartamento da minha namorada e trocamos uns amassos no elevador. Amo elevadores. Acho que eu sou meio exibicionista, pensar que alguém tá vendo... me deixa mais excitada ainda.

— Vida, traz pra gente umas cervejas? – concordei e fui até a cozinha pegar a bebida gelada. Quando volto para a sala minha namorada já estava nua inclinada na mesa de centro e Paty a lambendo. “Tá, o que eu perdi? Levei um minuto pra pegar cerveja e elas já tão assim?”. As duas pareceram não me notar. Abri uma ceva e bebi um gole observando a “destreza” da mulata.

Eu tentei não ficar com ciúmes. Mas fiquei. Tentei achar normal pegar alguém por pegar. Mas não consegui. Levantei silenciosamente e fui para casa.

Luiza

A viagem foi tanto produtiva quanto cansativa. Aceitei o papel e combinamos como seriam as gravações. Nos primeiros meses ficaríamos no Brasil para gravar tudo que poderia ser rodado com menor custo. Apenas depois iriamos para a Europa. Tudo iria terminar a tempo para a nova coleção da Masom Domain.

Estava na cama assistindo um filme de comédia comendo besteiras. Jurema e Sabrino estavam comigo. Não sei o porquê desse cachorro viver ao meu redor, mas quando ele não achava a AnaLu pelas casas ele vinha atrás de mim. Havia cochilado quando sou acordada por carinhos na minha cabeça.

— Hey, gatona. Se ajeita pra dormir, tá toda torta. Me daqui aqui esse balde de pipocas. – ela pegou o recipiente das minhas mão e juntou algumas que havia caído. – Já coloquei Sabrino e Jurema pra dormir, sei que você não gosta de dormir com bicho.

— Não é que eu não goste. Tenho medo de algum deitar na minha cabeça e eu sufocar no sono.

— Ai, Lu, até parece.

— Sério, Ju, eu vi isso numa história na TV. – eu me arrumei na cama e olhei para ela. Parecia triste.

— Lu, me desculpou?

— Claro, Juju, você sabe que não consigo ficar tanto tempo brava com você. Só tranca a porta antes, tá?

— Tá... eu posso tomar um banho? Tô suada.

— Até parece que alguma vez na vida você pediu.

— Ouch, Lu, tá falando que sou abusada?

AnaLu sai e vai tomar um banho. Algo não tá certo. Sei muito bem quando ela está triste. Nessas horas eu queria que a Alex estivesse aqui, ela sempre fazia a nossa afilhada se abrir.

— Lu? – ela grita do banheiro.

— Oii??

— Terminou o sabonete, me alcança?

— Puta que Los Pariu, mas quer dado e arregaçado! Ô menina espaçosa.

Fui até o banheiro sem olhar para o box e peguei o sabonete. Abri a porta de correr e paralisei quando vi a AnaLu nua deixando a água cair na sua cabeça. Olhos fechados, face para cima como se estivesse tomando um banho de chuva. Fico admirando aquele corpo esculpido, ela parecia uma ninfeta. Seus cabelos não estavam mais tão curtos e batiam no ombro. No ombro direito eu vi aquela tatuagem que nunca havia reparado no significado. “Love is not a Choice”, o L lindamente desenhado como se eu mesma tivesse escrito na sua pele.

Seus braços eram musculosos, mas não masculinizados, eram na medida certa, eram fortes devido as horas de surf. Horas sobre o sol e que também indicam a sua cor da pele. Cor do pecado. Mordi o lábio e continuei a olha-la despudoradamente, não sei o que aconteceu comigo, mas eu não consegui desviar o olhar que foi direto para os seios firmes com as aureolas rosinhas, os mamilos durinhos devido ao frio.... ah esses mamilos durinhos... minha boca saliva só de pensar neles na minha boca... “Como seria o gosto da sua pele? Como seria a textura? Será que seu gemido é rouco como a sua voz?” . Sinto meu sex* pulsar quando baixo o olhar para o seu monte de vênus depilado, sua bucet* rosinha, seus pequenos lábios... PUTA QUE LOS PARIU! Suas coxas fortes, as pernas bem torneadas minha respiração já dava inúmeros indícios que eu estava excitada. Olho para seu rosto e vejo que ela estava me olhando sorrindo safada.

— Gosta do que vê? – sua voz rouca faz eu ficar mais ainda molhada.

Fim do capítulo